Por: Frederico Pernambucano de Melo
Em 1914, em Fevereiro, o jornalista paraibano Carlos Dias Fernandes lança o livro: Os cangaceiros, cuja personagem central o salteador Minervino, é claramente calcada no perfil de Silvino idealizada pela gesta popular então ativíssima
Em 12 de Junho, visita engenho Cepo, em Nazaré, levando um bom dinheiro do coronel Joaquim Dias Ribeiro Birba. A 21, é o Dr. José Gaião, do engenho Palmas, mesmo município, quem se vê obrigado a colaborar. Com este, o bandido deixa uma ameaça de surra a ser transmitida ao capitão de polícia Davino Ribeiro de Sena.
Com oito companheiros (Antonio Silvino), volta ao Rio Grande do Norte em Outubro,, perambulando interminavelmente pelas fazendas do Seridó à cata de dinheiro e diversão.
Antonio Silvino está em pé - chapéu preto
Ao anoitecer do dia 26 de Novembro, o alferes Teófanes Ferraz Torres, delegado de polícia do município de Tangaritinga, Pernambuco, recebe comunicação do subdelegado de Santa Maria, João José de Lima, dando conta da passagem do bando de Silvino a uma légua de distância do arruado.
O alferes reúne seus homens e parte ainda à noite na direção indicada, tomando o cuidado de cercar a fazenda de Manuel Cavalcanti de Albuquerque, o Neco Barão, filho do Barão de Tracunhaém e hospedeiro habitual de Silvino tanto aí quanto em, seu engenho Cavalcanti.
Após nove léguas de marcha, a volante ultrapassa Santa Maria e chega à fazenda Pau Santo já pela manhã de 27, onde colhe a notícia da efetiva passagem do bando por ali às 11 horas do dia anterior, sendo em número de cinco os cangaceiros que seguiam com o chefe, todos armados a rifle e pistola, a cavalo e no destino de uma fazenda onde morava uma das inúmeras amantes de Silvino.Chegando em tal fazenda, o bando não é encontrado, mas fica patente que ali estivera na tarde do dia 26.
À base de interrogatórios fortes, é levantado o roteiro da fazenda Lagoa da Lage, cujo proprietário, Joaquim Pedro, era amigo íntimo do chefe cangaceiro. A força abala para lá, passando pela localidade Riacho Direito e pelo povoado do Junco.
Caía a tarde quando tomam a casa da fazenda e prendem o suspeito, que se derrama em negativas. É quando entra um menor de 13 anos, filho de Joaquim Pedro, com pratos e talheres numa gamela. Logo em seguida, um soldado encontra um carneiro morto sobre um banco no oitão da casa. O interrogatório evolui para franca ameaça de morte, até que uma filha do coiteiro pede ao pai que não se sacrifique pelos bandidos. Vem a confissão: os cangaceiros estavam escondidos À beira de um riacho nos fundos da fazenda, em meio a um cercado e sob uma árvore frondosa.
Atravessando cinco cercas, a força galga o ponto indicado, inteiramente aprazível aliás, e dá a primeira descarga no ínio do luco-fusco. A reação dos bandidos é imediata e energética, atarantando a tropa que, refeita do susto, parte para uma segunda descarga vigorosa, após o que a noite cai.
Passadas 6 horas quando o combate vem a se interromper pela dispersão dos cangaceiros. A tropa acampa no local depois de batida em que descobre o cadáver do fidelíssimo lugar-tenente de Silvino, o cangaceiro Serra Branca. Alguns soldados tinham visto o chefe do bando correr cambaleante. De fato,, às 3 e meia da manhã do sábado, dia 28, o alferes recebe de um certo Manuel Mendes recado de que Silvino, ferido gravemente, se achava em sua casa e desejava entregar-se, o que se dá em seguida.
Continuaremos com a prisão do cangaceiro Antonio Silvino.
Fonte:
Diário
Oficial
Estado
de Pernambuco
Ano
IX
Julho
de 1995
Material
cedido pelo escritor, poeta e pesquisador do cangaço:
Kydelmir
Dantas
http://blogdomendesemendes.blogspot.com