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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Tiro de Guerra de Mossoró - Parte II

Por: José Mendes Pereira
José Mendes Pereira

Meu amigo e irmão Raimundo Feliciano:

Sobre o Tiro de Guerra de Mossoró temos muitas coisas a relatarmos, e uma delas, os antigos e surrados fardamentos que nós recebíamos no TG. 

www.compararprecos.cc

Naquele tempo, nenhum de nós teve o prazer de vestir fardas inteiramente novas, todas já tinham sido usadas pelas tropas de Natal, sujas, imundas, e muitas delas, além de rasgadas, eram necessária uma costureira repará-las, remendando-as aqui e ali, porque já eram bastante surradas, e até a cor verde de muitas, já havia desaparecido. 

Você sabe muito bem que quando chegavam os uniformes para nós atiradores, eram todos jogados no chão da quadra, para que cada um escolhesse o que mais se aproximava da sua medida.

harrydarkcoturno.blogspot.com

E os coturnos, lembra? Eram necessária a participação de um sapateiro profissional, para que ele colocasse pregos nos solados, do contrário andávamos sem segurança, pois se não fossem consertados, estávamos sujeitos a perdermos os solados dos coturnos em uma marcha.

Mas nós sabíamos que os sargentos não tinham culpa deste desprezo aos atiradores. Os patenteados tinham vontade de verem os seus comandados com fardamentos, coturnos, cintos de guarnição, cantis... novos. Mas infelizmente eles nunca realizaram os seus desejos, porque o governo federal não tinha o mínimo interesse de organizar o exército brasileiro. 

Certo dia, em uma das machas que fizemos para Governador Dix-sept Rosado, eu fui um dos que mais sofreu, causado por um prego cravando o meu calcanhar esquerdo. Devido a estrada ter sido feita com piçarra, quando eu pisava em uma pedra, o  prego ficava  furando o meu calcanhar.

Chamei o sargento Moura e lhe disse que eu não tinha condições de continuar a marcha, que eu deveria ir no jeep (este nos seguia atrás para um possível socorro), alegando-lhe que um prego no coturno estava me furando, e eu não iria aguentar aquele sofrimento, porque eu já sentia que dentro do coturno estava cheio de sangue. 

O sargento Moura ficou me xingando, dizendo-me que era manha minha, e que aquilo não passava de relaxamento meu, e já que eu sabia que naquela madrugada nós iríamos  caminhar até às terras de Governador Dix-sept Rosado, um dia antes eu deveria ter feito um reparo geral nos coturnos, batendo todos os pregos, que possivelmente poderiam me afetar.

Ao chegarmos no local do acampamento improvisado, no meio de uma porção de carnaubeiras, e na beira do rio, eu retirei o coturno, e lá senti o alívio do que me incomodava naquele momento. Chamei o sargento Moura para que ele visse de perto o estrago que o prego havia feito em meu calcanhar.


Reconhecendo o seu erro, por não ter aceitado eu seguisse no jeep, disse-me que no retorno eu voltaria no automóvel. E assim foi feito. Ao retornarmos da marcha, eu vim no jeep, mangando de vocês, que além de cansados, o sol estava mais quente do que nunca.



Minhas simples histórias

Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.

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MACIEL MELO: UM ARTISTA QUE REPRESENTA O AUTÊNTICO FORRÓ PÉ DE SERRA

Jadilson Ferraz, João de Sousa Lima, Maciel Melo e Antonio Fernandes

O POETA MACIEL MELO  

Maciel é um grande poeta do nordeste brasileiro. Suas músicas tem a dimensão do mais profundo sertão caatingueiro, onde os causos e casos registraram páginas incríveis na historiografia do Sertão. Suas músicas influenciaram uma grande leva de novos artistas, ganhando também a admiração dos astros já consagrados. Sua trajetória musical,para a luz da história recente o coloca no patamar dos fenomenais artistas da nação nordestina.
    
Recentemente Maciel lançou o livro “A Poeira e A Estrada”,uma obra literária que o coloca também no rol dos grandes escritores. A construção dos capítulos, as tramas arquitetadas, o desenrolar dos textos nos remetem ao mais profundo atalho dos sonhos das infâncias vividas nas brenhas dos nossos amados torrões nordestinos.
     
As páginas do livro tem cheiro de terra molhada, cheiro do barro batido nas olarias da vida, das lenhas queimadas nas caeiras infindas que perseguem as memórias dos tempos de menino.
     
Maciel é sinônimo do mais autêntico forró Pé de Serra. Sua musicalidade transcende a alma, invade os sentimentos, esquadrinha os corações, faz pulsar o que de mais sagrado há na inocência das nossas infantis lembranças.
      
Maciel representa o barro moldado, o couro curtido, o riacho que sangra, o pássaro que canta nas invernadas, a fogueira que arde, a lua que brilha, o sol que queima, a rede que acomoda o corpo pro descanso, a planta que desabrocha, a flor que perfuma os campos sagrados  do Nordeste Brasileiro.
     
Maciel é o menino irrequieto que cruza a vida a passos largos, feito cometa que rasga o espaço deixando seus rastros iluminados, Maciel é o que há de mais puro e autêntico, ele  representa nossos sons e ritmos, feito chama que arde em nossas almas de meninos arteiros, meninos que não foram arrematados pelos sonhos dos homens que se embruteceram com as malícias de um mundo consumista. Por tudo...      

ISSO VALE UM ABRAÇO COMPANHEIRO.

João de Sousa Lima

 Maciel Melo presenteou João de Sousa Lima e Antonio Fernandes com suas novas obras

UM POUCO DE SUA VIDA...

Maciel Melo nasceu no dia 26 de maio de 1962 na pequena Iguaraci, cidade do sertão pernambucano, a 363 km do Recife. Filho de Heleno Louro e Maria de Lourdes.

O pai, Heleno Louro,  tocador de sanfona, ensinou-lhe desde cedo que o autêntico forró pé-de-serra não se limita a sanfona, zabumba e triângulo. Vale utilizar também o violão com baixaria, sopros, cavaquinho, banjo e até guitarra elétrica.

Maciel já entrou na história da música nordestina com o clássico “Caboclo Sonhador”, sucesso com Flávio José e Fagner. Virou uma referência para onde se voltam tantos cantores do gênero, que vivem na região, ou os que emigraram para o sudeste: Xangai, Santanna, os citados Flávio José e Fagner, Zé Ramalho, Elba Ramalho.

O primeiro disco de Maciel Melo, “Desafio Das Léguas”, foi lançado em 1989. Um disco ousado para um desconhecido, com participações de Vital Farias, Xangai, Dominguinhos e Dércio Marques, que comprovam o seu talento.

Sete anos depois o álbum "Janelas" deu continuidade ao trabalho iniciado com dificuldade. No ano seguinte (1997) ele gravou o disco "Retinas". Em 1998 o artista participou do primeiro número da coletânea Só Forró, pela Kuarup. O álbum conta com a participação de grandes artistas nacionais, como Sivuca, Xangai, Dominguinhos, Marines e Petrúcio Amorim. Em 1999 Maciel gravou o disco "Jeito Maroto"; em 2000, "Isso Vale um Abraço"; em 2001 lançou "Acelerando o Coração". Ainda no mesmo ano ele emprestou seu talento à coletânea Só Forró II (Kuarup). Nesse CD Maciel Melo gravou ao lado de nomes como Jackson Antunes, Juraildes da Cruz, Heraldo do Monte, Dominguinhos e Genaro. Já “O Solado da Chinela” foi gravado em 2002.

A temática de suas letras é fundamental para a continuidade do forró que teve as bases assentadas por Gonzagão. Não menos importante, o forró de Maciel Melo é feito para dançar. Não tem nada de forró pé-de-serra de ocasião, universitário da moda, moderno produzido em linha de montagem. É simplesmente atemporal, como toda grande música que se preze.

Jadilson e Maciel

Toinho de Juvininho, João de Sousa Lima e Maciel

Jadilson e João assistindo o show de Maciel no teatro Santa Izabel

Maciel cantou com o sanfoneiro Cezinha

O show marcante

O Exército brasileiro em homenagem ao dia do soldado

João de Sousa Lima é escritor e pesquisador do cangaço

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Este blog anda meio sem graça. 

Difícil o uso de postagens

Convite Missa

Por: Kydelmir Dantas

Acontecerá neste domingo 25/08, às 9:00h, na Matriz de Arco Verde-PE
a missa dos 30 dias de falecimento do Sr.
MANOEL DANTAS LOIOLA.


A Família agradece o comparecimento e a participação de todo(a)s.

Também agradece os contatos e apoios, vindos dos diversos amigo(a)s e parentes,
espalhados pelo Brasil, naquele momento de tristeza e dor.

Kydelmir Dantas
Mossoró - RN

Enviado pelo poeta, escritor e pesquisador do cangaço Kydelmir Dantas

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PARÁBOLA DE PAI PARA FILHO

Por: Francisco de Paula Melo Aguiar(*)

Até a vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda quando ti verdes cabelos brancos, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei.
Isaias, 46:4

Meu filho no dia em que este velho, teu pai, não for mais o mesmo, tenha paciência e ética, me compreenda, porque você será eu no amanhã. De modo que fique atento, pois, quando derramar comida sobre minha camisa e esquecer como amarrar meus próprios sapatos, volto a lembrar-lhe, tenha paciência comigo e procure lembrar-se das horas que passei ensinando-o justamente a fazer as mesmas coisas quando você era criança. Fique sempre me observando, pois, se quando conversar comigo, eu repetir mais de uma vez as mesmas coisas e ou casos, que você já sabe de sobra como terminam, não me interrompa, me escute e deixe eu terminar de falar. Assim sendo, quando você era pequeno, para que dormisse, eu tive que lhe contar milhares de vezes a mesma estória até que você fechasse completamente os olhinhos, aí eu o levava para sua cama para dormir e sonhar com os anjos. De modo que quando estivermos reunidos e sem querer, subitamente, eu fizer minhas necessidades básicas de todo ser humano em declínio, não fique com vergonha de mim. Procure sempre compreender que não tenho culpa disso, pois, já não as posso controlar como antes fazia na juventude e maturidade saudável. Olhe meu filho, pense quantas vezes, pacientemente, troquei suas roupas para que você estivesse sempre limpinho e cheiroso. Pare meu filho e medite nunca me reprove se eu não quiser tomar banho. Procure sempre ser paciente comigo, porque tudo me levar a crer que eu já não sou mais eu, procure entender isso.
                      
Antes de mais nada, lembre-se dos momentos em que o persegui e os mil e um pretextos que inventava para convencê-lo sempre a tomar banho diário. Jamais meu filho, esqueça de que quando você me vir inútil e ignorante na frente das chamadas novas tecnologias do mundo Net que já não poderei entender, eu lhe suplico por tudo que for mais sagrado e ou importante para você, que me dê todo o tempo que for necessário, e que jamais me machuque com um sorriso de zombaria e ou sarcástico.
                    
Filho meu, lembre-se de que fui eu quem lhe ensinou tantas coisas neste mundo, como por exemplo: comer, beber, vestir-se e também como enfrentar a vida na sociedade tão bem como você hoje faz. Queira ou não você, isso é o resultado do meu esforço pessoal e da minha perseverança. Sempre acreditei em você. De modo que se em algum momento, quando conversarmos, eu me esquecer do que estávamos falando, tenha sempre paciência comigo e me ajude a lembrar da temática. Contra fato não se tem argumento, pois, talvez a única coisa importante para mim naquele momento seja o fato de ver você perto de mim, dando-se atenção, amparo e prestigio, e não o que falávamos. Entenda se alguma vez eu não quiser comer, saiba insistir com carinho filial, por analogia, assim como fiz com você quando era criança. É evidente de que também compreenda que com o passar do tempo não terei mais dentes fortes, nem agilidade para engolir os alimentos. Alerto-lhe também que quando minhas pernas falharem por estarem tão cansas, e eu já não conseguir mais me equilibrar [...] com ternura, dê-me sua mão para eu Me apoiar, como eu o fiz incondicionalmente quando você começou a caminhar com suas perninhas tão frágeis.
                  
Enfim, se algum dia me ouvir dizer que não quero mais viver neste mundo, não se aborreça comigo, pois, algum dia entenderá que isto não tem a ver com seu carinho e ou com o quanto o amo do fundo do meu coração. Compreenda sempre que é muito difícil ver a vida passando e abandonando aos poucos o meu corpo [...] e que é duro admitir que já não mais o vigor dos meus verdes anos, a exemplo do romance da estória do romance de José Lins do Rego, para correr ao seu lado, ou para tomá-lo em meus braços, como antes fazia quando você era criança e na sua adolescência. É verdade que sempre quis o melhor de minhas posses para você e sempre me esforcei para que seu mundo fosse mais confortável, mais belo, mais seguro, mais florido, embora que a estão do ano fosse o verão de sol causticante. É certo, meu filho de que até quando me for, construirei para você outra rota em outro tempo, mas estarei sempre com você, zelando por você todos os dias de sua vida.
                   
Olhe! Fruto do meu amor, jamais se sinta triste e ou impotente diante do mundo por me ver ficar assim. Veja bem, não me olhe com cara de pena e ou de dó. Preciso muito que me dê o seu coração, compreenda-me e me apóie como sempre o fiz quando você foi gerado, nasceu e começou a viver em todos os sentidos da vida familiar e social. Somente agindo assim, me dará as forças que necessito e muita coragem para enfrentar a nova realidade, diante do novo caminho que terei que caminhar rumo à eternidade. Assim, da mesma maneira que te acompanhei no início da sua jornada terrena, peço-lhe que me acompanhe para terminar a minha sem atropelos de quaisquer espécies. Volto a pedir-lhe, trate-me com amor e paciência, tudo tem começou e tudo terá fim, e eu lhe devolverei sorrisos e gratidão eterna, com o imenso amor de pai que sempre tive por você.
Atenciosamente agradece o seu velho pai...

· Cadeira 7 da Academia Paraibana de Poesia

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço José Romero Araújo Cardoso

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