Por Cristiano
Moura
Sabino Gomes
de Góis, alusivamente conhecido como “Sabino das Abóboras” nasceu na Fazenda
Abóbora, localizada na zona rural do município de Serra Talhada/PE, próximo a
fronteira com a Paraíba pertencente ao respeitado coronel Marçal Florentino
Diniz pai de Marcolino Pereira Diniz. No local eram criadas grandes quantidades
de cabeças de gado, havia vastas plantações de algodão, engenho de rapadura e
se produziam muitas outras coisas que geravam recursos. Também existem dois
riachos, denominados Abóbora e da Lage, que abastecem de forma positiva a
gleba.
Sabino era
filho da união não oficial entre o coronel Marçal Florentino Diniz e uma
cozinheira da propriedade. Consta que ele trabalhou primeiramente como tangedor
de gado, o que certamente lhe valeu um bom conhecimento geográfico da região.
Valente, Sabino foi designado comissário (uma espécie de representante da lei)
na circunvizinhança da fazenda Abóbora.
Para alguns
estudiosos do cangaço teria sido Sabino que coordenou a vinda do debilitado
Lampião para ser tratado pelos médicos José Lúcio Cordeiro de Lima e Severino
Diniz. E que amizade entre o “Lampião” e o filho bastardo de Maçal Diniz, teria
nascida na Fazenda Abóbora e se consolidado a ponto deste último se juntar ao
“Rei do Cangaço” e seu bando, em uma posição de destaque, no famoso ataque de
cinco dias ao Rio Grande do Norte, ocorrido em junho de 1927. Asseguram também
que a inserção de Sabino no cangaço se deu em razão do assassinato de um primo
legitimo seu de nome Josino Paulo surdo-mudo, morto por Clementino Quelé – conhecido
por tamanduá vermelho, nas pilhérias do cangaço.
Entre 1921 e
1922, acompanhou seu meio irmão Marcolino para Cajazeiras. Marcolino Pereira
Diniz desfrutava de muito prestígio político. Era presidente de clube social,
dono de uma casa comercial e do jornal “O Rebate”. Tinha franca convivência com
a elite cajazeirense. Sabino por sua vez era guarda costas de Marcolino e
andava ostensivamente armado. Nesta época Sabino passou a realizar nas horas
vagas, com um pequeno grupo de homens, pilhagens nas propriedades da região.
Foi através do
Cel. Marcolino, que Sabino trouxe para residir na cidade sua mãe Maria Paula –
carinhosamente chamada pelas pessoas de Vó e suas quatros filhas: Maria, Geni,
Alaíde – Nazinha e Maria de Lourdes – Delouza.
Poucos cangaceiros
foram tão cultivados, fora o chefe Lampião, do que Sabino Gomes, cuja presença
no cangaço a cultura popular se encarregou de perpetuar, a exemplo da trova
divulgada pelas bandas do sertão, a qual dizia: “lá vem Sabino mais Lampião,
Chapéu quebrado, fuzil na mão”.
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