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domingo, 13 de setembro de 2020

GUERRA NO NORDESTE A MAIOR E MAIS BRUTAL DE TODOS OS TEMPOS

 

https://www.youtube.com/watch?v=W2XH6oPZynM&feature=youtu.be&fbclid=IwAR2HhinMCToGyv4B-VQlYbwsGjz_lyfOJ6QvAVNf5wlvxMpsh4gxdC1EWeE&ab_channel=NaRotaDoCanga%C3%A7o

Na Rota Do Cangaço

O vídeo mostra um pouco do que foi a guerra do cangaço no nordeste brasileiro, seus efeitos e o grande fim em 1940. vale apena conferi. Bons estudos. Fonte: https://www.todamateria.com.br/cangac...

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A FORÇA DO CANGAÇO

 Por Wasterland Ferreira

Como parte das comemorações pelo 1o.aniversário de fundação do Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco (GECAPE), temos a honra e a imensa satisfação de convidá-los a participarem da live A Força do Cangaço, tendo como convidado a ninguém menos que o "Mestre dos mestres em assuntos de Cangaço", Frederico Pernambucano de Mello.

A live será na segunda-feira (21/09), às 20h00, através do GECAPE OFICIAL, no Instagram.

Acompanhem, sigam o perfil GECAPE OFICIAL e tenham acesso às lives e as informações do GECAPE.

Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco.

GECAPE: "Um Ano seguindo em frente, estudando, preservando e difundindo a nossa História"!

21 de setembro de 2020: 1 ANO de fundação do Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco (GECAPE)!!

https://www.facebook.com/groups/179438349192720/?multi_permalinks=1078501409286405%2C1076329722836907%2C1076608689475677&notif_id=1599805411383562&notif_t=group_activity&ref=notif

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ONDE FORAM PARAR OS RESTOS MORTAIS DOS CANGACEIROS MORTOS NA GROTA DO ANGICO?

https://www.youtube.com/watch?v=MM4zWUnYl3Q&feature=youtu.be&fbclid=IwAR27_6f6onqQ5mHm8L9PxqBXX5hktzYsnGiNgRb04JTa4iCuUvy4xeaPhDM

Onde foram parar os restos mortais dos cangaceiros mortos na Grota de Angico?... Neste vídeo, pesquisadores, coiteiros e moradores locais, deixam a pista.

Adauto Silva

Os corpos na Grota de Angico

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ENCONTRO INESQUECÍVEL!

 Por Aderbal Nogueira

Esse foi um dos encontros que promovi e gravei. Ter ouvido diretamente da fonte foi como ganhar na loteria, nada se compara a isso. Ter olhado nos olhos, ver as reações e as emoções foram de extrema importância em meu aprendizado.

https://www.facebook.com/photo?fbid=10224138732922698&set=gm.1718692861628156

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"O PATRIARCA"

 Por Sálvio Siqueira


No dia 3 de setembro de 2016 será lançado, em Serra Talhada - Pe, mais uma obra prima da literatura sertaneja, intitulado 'O PATRIARCA', o livro nos traz a notória história do cidadão "Crispim Pereira de Araújo", que na história ficou conhecido como "Ioiô Maroto", contada pela 'pena' do ilustre amigo venicio feitosa neves

Crispim Pereira de Araújo (Ioiô Maroto) 

Sendo parente de Sinhô Pereira, chefe de grupo cangaceiro e comandante dos irmãos Ferreira, conta-nos o livro, a história que "Ioiô Maroto" foi vítima de invejas e fuxico. Após sua casa ter sido invadida por uma volante comandada pelo tenente Peregrino Montenegro, da força cearense.

Sinhô Pereira

Sinhô Pereira deixa o cangaço, não sem antes fazer um pedido para o novo chefe do bando, Virgolino Ferreira da Silva o Lampião e o mesmo cumpre o prometido.


Além da excelente narração escrita pelo autor, teremos o prazer e satisfação de vislumbrar rica e inédita iconografia.

Não deixem de ter em sua coleção particular, mais essa obra prima literária.

https://www.facebook.com/groups/545584095605711/675945445902908/?notif_t=group_activity&notif_id=1471274094349578

Quer adquiri-lo? 

Entre em contato com o professor Francisco Pereira Lima através deste e-mail:

franpelima@blo.com.br

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LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA

  


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima. Acesse-o:

franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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O ATAQUE À PIRANHAS E O FIM DE GATO

Por Geraldo Júnior

https://www.youtube.com/watch?v=zqUqKld1fJg&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Cangaçologia

Numa tentativa desesperada de resgatar Inacinha, baleada e presa pela Força Policial Volante alagoana, Gato II (Santílio Barros), acompanhado de um grupo de cangaceiros, invade a cidade de Piranhas em Alagoas. No trajeto até a cidade Gato e seus aliados espalham a morte por onde passam, assassinando nesse dia catorze pessoas inocentes, que nada tinham a ver com a prisão de sua companheira. Na cidade uma tímida, porém destemida resistência popular aguardava a chegada dos cangaceiros que são recebidos à bala. Durante a refrega Gato II é baleado e é retirado às pressas da cidade, vindo a falecer pouco tempo depois em consequência dos ferimentos. A partir de agora vocês conhecerão parte do trajeto feito pelos cangaceiros durante a invasão e os locais que tiveram ligação com os fatos ocorridos na turística e simpática cidade de Piranhas em Alagoas. Uma viagem ao tempo... ao tempo de Lampião. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. Inscrevam-se no canal e não esqueçam de ativar o sino para receber todas as nossas atualizações. 

Forte abraço... Cabroeira! 

Atenciosamente: 

Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador do canal.

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MORTE DO CANGACEIRO JURITI

 ODISSEIA CANGAÇO

https://www.youtube.com/watch?v=XFsFqyQxLD4

O Odisseia Cangaço, após muita pesquisa e persistência, conseguiu encontrar o local da morte do cangaceiro Juriti pelo sargento Deluz em 1941. Percorremos muitas estradas nas caatingas de Canindé do São Francisco, em Sergipe, para localizar esse ponto histórico dentro do tema cangaço. Gostaríamos de mandar um grande abraço e agradecer veementemente aos grandes pesquisadores Aderbal Nogueira e João de Souza, os quais sem suas contribuições, não seria possível conseguir esse feito. Não deixe de se inscrever e deixar seu Like, cabra!.

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L. DOMINGOS LEITE FURTADO


Filho de João Furtado Leite (Janjote) e Francisca das Chagas do Nascimento. Sucedeu a seu pai, como patriarca da família que lhe rendia cega obediência. Nasceu no ano de 1842, no Sítio Coité, atualmente distrito de Mauriti, residindo posteriormente em Taboca, próximo de Milagres, no sítio Olho D’água e por fim, em Nazaré, tendo construído a capelinha de Nossa Senhora dos Remédios, padroeira de sua devoção, ao qual seu corpo está sepultado junto à sua esposa.

                      Dona Praxedes Furtado Lacerda. - Fonte: Memória Milagrense

O coronel Domingos Leite Furtado, foi pertencente ao malfadado grupo do coronelismo sul cearense, a época da política dos governadores, irradiando seu prestígio nos Estados vizinhos. Foram seus aliados os coronéis: José Belém de Figueiredo, chefe do Crato; Antônio Joaquim de Santana, de Missão Velha; Joca de Macêdo, de Barbalha; coronel Rocha, de Jardim; Benedito Queiroga, de Pombal e; Zuza Lacerda e Antônio Brabo, ambos de Piancó.

Fez grande fortuna e dominou Milagres enquanto viveu. Implantou um verdadeiro regime de terror, que durou 30 anos, apoiado em parte, em uma parcela da sua parentela. Faleceu de gripe espanhola, no dia 27 de outubro de 1918, no sítio Nazaré.

TERMOS DE ÓBITO DE DOMINGOS LEITE FURTADO 

Primeiro Termo de Óbito:

“Aos vinte e sete de outubro de 1918, faleceu na Freguesia de Milagres, Bispado do Crato, Domingos Leite Furtado, com setenta e seis anos, casado que foi com Praxedes Furtado de Lacerda. Seu cadáver envolto em hábito preto foi solenemente encomendado por mim. Para constar mandei lavrar este termo que assino. O vigário Plácido Alves de Oliveira.”

Segundo Termo de Óbito:

“Aos vinte e sete de outubro de 1918, no sítio Nazaré faleceu de gripe pulmonar, às quatro horas da manhã, Domingos Leite Furtado, com setenta e seis anos de idade, casado que foi com Praxedes Furtado de Maria de Lacerda. Seu cadáver envolto em hábito preto, depois de solenemente encomendado por mim, foi sepultado na Capela do referido Sítio. Para constar, mandei fazer este assento que assino. O vigário Plácido Alves de Oliveira."

Capela de Nossa Senhora dos Remédios, no sítio Nazaré, Milagres - CE.
Foto: Roberto Júnior/ Cariri das Antigas.
O coronel Domingos casou-se com Praxedes Furtado Lacerda ou Praxedes Maria Furtado de Lacerda, esta nascida em 20 de abril de 1848, em Mauriti, filha de Pedro Furtado Leite (Pepedro), e sua segunda esposa, Maria Cavalcante de Lacerda. Eles não tiveram filhos, mas adotaram um sobrinho de Dona Praxedes, chamado Pedro Furtado de Lacerda (Pedro Velinho). Pedro foi casado com Antônia de Jesus Conceição Cunha, nascida em Milagres e filha de Manoel de Jesus da Conceição Cunha. Domingos e Praxedes residiam no sítio Nazaré “comprado” a João Leite de Moraes, que se retirou obrigado com os três netos, filhos da sua única filha, Argina Juscelina Leite de Moraes, viúva, para a Quixabinha, Mauriti.

ASSALTO À NAZARÉ

Após a morte do Coronel Domingos Leite Furtado, no ano de 1918, o seu braço armado, o major José Inácio de Sousa, fazendeiro abastado do sítio Barro, conhecido como Zé Inácio do Barro, passou a assediar a família do falecido, reclamando que o Cel. Domingos Furtado devia certa quantia a ele, por serviços prestados, o que produziu inimizades entre a família Furtado e Zé Inácio do Barro.

Major José Inácio do Barro.
Foto: acervo de Sousa Neto.

Umas das casas do major Zé Inácio, no seu sítio Barro.
Com isso, o major Zé Inácio patrocinou o assalto ao sítio Nazaré, em Milagres, propriedade de dona Praxedes, viúva do chefe político e ex-intendente de Milagres, coronel Domingos Leite Furtado, que por volta das 07 horas da manhã do dia 20 de janeiro de 1919, foi invadida pelo grupo formado por Sinhô Pereira, Mundinho, Gavião, Rouxinol, Baliza, Criança, Raimundo Patrício, Antônio Bandeira, Antônio Carneiro e Luiz Padre, que roubaram todo dinheiro e jóias. Na ocasião, dona Praxedes foi socorrida pelo coronel Augusto Leite de Araújo Lima, seu esquecido parente. Dona Praxedes faleceu em 04 de setembro de 1930, estando sepultada junto ao marido, na Capela Nossa Senhora dos Remédios, no mesmo sítio Nazaré.

Casarão do Cel. Domingos Leite Furtado, no sítio Nazaré, Milagres - CE.
Foto: Roberto Júnior/ Cariri das Antigas.

Casarão do Cel. Basílio Gomes, na fazenda Nascença, vila de Brejo dos Santos.

Após ser denunciado como mandante do assalto, Zé Inácio, não esconde o feito, mas diz que aquele dinheiro era dele, por anos de serviços prestados ao Cel. Domingos Furtado, e ainda o chamou de ladrão. Estando assim aberta a questão entre as famílias, principalmente na figura do Padre José Furtado de Lacerda, ou simplesmente, o Padre Lacerda, pároco do arraial de Coité, pertencente ao distrito de Buriti Grande, atual Mauriti. Mas antes de partirem para o Fogo do Coité, os sicários de Senhor do Barro ainda assaltaram o Casarão da Nascença, do pacífico coronel Basílio Gomes da Silva, na vila de Brejo dos Santos, anida em janeiro de 1919.

Casarão do Cel. Domingos no sítio Nazaré, Milagres - CE.
Capela de Nossa Senhora dos Remédios
Sítio Nazaré, Milagres - CE
Interior da Capela de Nossa Senhora dos Remédios.
Lápide do Cel. Domingos e Dona Praxedes,
localizada no interior da Capela em Nazaré.

A LENDA DO POÇO DO DINHEIRO DO CEL. DOMINGOS

Reza a lenda que o Cel. Domingos enterrava seu dinheiro nesta depressão natural, onde corre um riacho intermitente, na mesma região do Sítio Nazaré, por receio de ataques e saques de inimigos, que não eram poucos. Após a morte do Cel. Domingos, Dona Praxedes teria continuado a enterrar as botijas. 

"Certo dia, quando ela foi enterrar dinheiro, um grande buraco se abriu e ela caiu dentro. Depois desse dia, ninguém nunca mais ouviu falar dela".  Esse local ficou conhecido como o Poço do Dinheiro.

"O lugar é muito preservado, sendo considerado por muitos um santuário da natureza, cercado de mistérios. Alguns moradores contam as estórias, conhecidos como "causos", no qual em uma dessas lendas, dizem "...Quem for à meia noite ao Poço do Dinheiro, encontrará com a aparição de Dona Praxedes." Conforme informou o professor Jonas Fernandes ao site O Kariri, com o artigo intitulado: Arqueologia de Milagres (parte 6): Sítio Nazaré, em 13 de outubro de 2013.

Poço do Dinheiro do Cel. Domingos, Sítio Nazaré, Milagres - CE.

CONFLITO ENTRE O CEL. DOMINGOS LEITE FURTADO E O CAP. ANTÔNIO LEITE RABELO DA CUNHA.

O capitão Antônio Leite Rabelo da Cunha era natural de Podimirins, hoje Rosário, Distrito do município de Milagres. Antônio Leite foi casado três vezes, constituindo uma prole de trinta filhos.

Foi seminarista, tendo abandonado o seminário dez meses antes da sua ordenação, em virtude do falecimento do seu pai. Após o abandono do seminário, foi convidado para exercer a reitoria do seminário São José, em Crato. Além de suas fazendas localizadas em Rosário, Olho D’água, em Missão Velha e Mundés, em Barbalha, adquiriu três propriedades em Brejo Santo: Pitombeira, Garanhuns e Horto, onde se estendia até o Agreste.

O Cap. Antônio Leite inimizou-se por questões políticas com seu primo, o Cel. Domingos Leite Furtado, este chefe político da vila de Milagres.

Houve trocas de insultos e acusações de ambos os lados, sendo bastante noticiados nos jornais da época. Segue abaixo um artigo assinado pelo Cel. Domingos Leite, respondendo às acusações proferidas pelo Cap. Antônio Leite, publicado no Jornal Constituição – Ano XXV, Num. 50, de 27.04.1888:

“Ao publico.

Não pretendia voltar mais a imprensa; mas sendo d’uma hora por outra, caluniado por uma quadrilha de magarefes de carne humana, (embora acobertados com o luctuoso manto da hypocrisia) conhecidos nesta terra por Cunhas Rabellos ou Crueiras, julguei conveniente voltar mais uma vez a ella, para esmagar como já o tenho feito, a essas víboras da reputação alheia, visto que fui provocado no “Libertador” n° 3 de janeiro deste anno por um dos – setes sábios da Grécia, o Sr. Capitão Antônio Leite Rabello da Cunha -  a luz dos milagrenses, - num acervo de inverdades e insultos, próprios de si, atirados a minha pessoa e a diversos cavalheiros distinctos deste termo, somente porque, há tempo, nos pozemos a salvo de suas perfídias.

É preciso se ter muita falta de pudor para dizer como disse o Sr. Capitão Leite que fora protector dos escravizados neste município, quando, fôra ele, seu “milagroso” irmão Manoel Crueira, collector e mais membros de sua família, os únicos que venderam escravos neste município, (os poucos que possuíam) para não morrerem a fome na crise de 77! Provoco o Sr. Capitão Leite para que prove o contrário disso.

Quem melhor fora protector dos escravos, quem muitas das vezes desagarrava os de suas mulheres e filhos para vender ou quem os comprava a contos de réis e á mais, para não os ver sahir de sua terra natal?

Em sua estiradeira em forma de artigo disse o Sr. Capitão Leite que nós intentamos perde-lo ao menos politicamente. Que desparate!!
Qual fora a influencia politica que já tivera tal criatura, a não ser a que eu e minha família, incautos, dava-lhe?

Pretendia, é certo, mostrar bem patente a influência politica de tal criatura, e disto com muita antecedência o preveni não só cabalmente como pela imprensa de minha província, porém assim não sucedeu, por se ter o capitão agarrado com bom santo.

Disse ainda o capitão em seu aranzel que em minha casa se tinha reunido um grupo de sessenta a setenta homens, notificados á minha ordem e do ilustre Sr. Dr. Cartaxo com o fim de ataca-lo em sua fazenda Rosário, e que isto havia sido presenciado pelo Revd. Vigário desta freguezia. Nunca vi mentir-se tanto! Primeiramente mentiu dizendo que possuía fazenda chamada Rosário, porque não a possue, e se a possue é de porcos e ainda não é conhecida dos habitantes, já não digo do termo, mas de toda a comarca; e em segundo lugar mentiu porque afirmou que eu e o bacharel Cartaxo havíamos mandado notificar gente servindo-nos dos cargos que ocupamos, para ataca-lo nessa imaginaria fazenda, visto como provo o contrario, com atestado do próprio vigário a quem o mesmo capitão referiu-se.

Concluio o tal capitão responsabilizando-nos não só por sua vida como por qualquer destruição que venha a sofrer em sua fazenda Rosario.

Desde já garanto ao Sr. Capitão que por minha parte aceito a tal responsabilidade, visto como, relativamente a sua vida, diz o rifão antigo “que vaso ruim não se quebra”; e tanto é assim que o cholera morbus quando andou por estes sertões respeitou-o.

E quanto a destruição de sua fazenda Rosario e de outra qualquer, por não conhecer a fazenda do pertencedo tal senhor.

Concluido, peço aos ilustres três Srs. Redactores da “Constituição” que façam publicar com este atestado do digno vigário desta freguezia, que a este acompanha, como também a resposta que dei em data de 23 de Maio do anno passado ao Sr. Dr. Chefe de polícia, por acusações que me fez o collector provincial deste município Manoel Leite Rabello da Cunha ao Exmo. Sr. presidente da província, com todos os documentos que o acompanhara, visto como fui de novo acusado por um irmão do dito collector em sentido idêntico.

Pode, Sr. Redactor da “Constituição”, dar publicidade a estas linhas pelas quaes se responsabiliza o abaixo assignado.

Milagres, 13 de abril de 1888.
Domingos Leite Furtado.

Illm. Rvdm Sr. Vigario da freguezia de Milagres – Domingos Leite Furtado, actual delegado de policia deste termo de Milagres, precisa para seu documento que V. Rvdmª digne se de atestar ao pé desta, em fé de seu cargo, se lhe constou em algum tempo, que o suplicante servindo-se do cargo que ocupa, mandaria notificar gente ou mesmo tomara parte em qualquer reunião com o fim de atacar a povoação de Rosario, á busca de escravos.

Assim, pois, pede a V. Rvdmª que se digne de atestar na forma requerida.

E. R. Mcê.

Milagres, 8 de abril de 1888
Domingos Leite Furtado.

Attesto em fé de meu cargo que durante o tempo de três anos que rejo ou parochio esta Freguezia, não me consta que o suplicante em tempo algum abusasse do cargo que ocupa, mandando notificar pessoas, nem também tomado parte alguma em qualquer reunião com o fim de atacar a povoação do Rosario á busca de escravos. Milagres, 8 de abril de 1888. – O Vigario Manoel Rodrigues Lima.
Estava reconhecida a firma pelo tabelião publico.”

A questão foi acirrada, tendo o Cel. Domingos Leite pleiteado o assassinato do Cap. Antônio Leite. Por ironia do destino, como os assemelhavam-se fisicamente, os sicários confundiram-lhe num dia de feira na vila de Milagres, atirando em seu mandante, baleando-o em uma das pernas. Este fato foi noticiado no Jornal Constituição – Ano XXVII, Num. 175, pág. 1, de 17.11.1888:

“É grave

Os colegas do Libertador e Cearense noticiam factos tristíssimos ocorridos em varias localidades do Cariry, sobretudo em Milagres, onde se diz que fora assassinado o nosso amigo Manoel Maranhão e gravemente feridos, correndo risco de vida, o nosso prestimoso e distinctissimo amigo capitão Domingos Leite Furtado e seu sobrinho Manoel Nasario, além de muitas outras pessoas.

Nenhuma comunicação recebemos ainda acerca de tão desgraçada occurrencia; mas sendo certo que trata-se de um facto gravíssimo, excusado nos parece pedirmos ao Exm. Sr. coronel Moraes Jartim providencias para prompta e severa punição dos criminosos; porque temos como certo que S. Exc., ainda neste ponto, se relevará digno dos seus créditos.

Quando tivermos comunicações directas, q’certamente não demorarão, nos ocuparemos ainda de tão lamentáveis acontecimentos.”

Sendo sabedor do ocorrido, o Cel. Manoel Inácio Bezerra, genro do Cap. Antônio Leite, interviu na questão como apaziguador e convencendo-o a vir residir no Distrito de Brejo dos Santos, fundando assim o clã da família Leite.


Casarão do Cap. Antônio Leite Rabelo da Cunha, em Brejo Santo. 
Demolido em abril de 2017. 



Por Bruno Yacub Sampaio Cabral




Fontes Bibliográficas:

- MARANHÃO, Leite; Contribuição ao estudo genealógico das principais Famílias de Milagres (Família do Coité); Revista do Instituto do Ceará; Ano LXIV; 1950.
- LACERDA; José Sampaio; História da Família do Coité (Mauriti - Ceará) e outros assuntos; Da Anta Casa Editora; Brasília; 2004.
- NETO, Sousa; José Inácio do Barro e o Cangaço; Barro – CE; 2011.

- CAVALCANTE, Francisco Mirancleide Basílio; Trajetória de um líder; Brejo Santo – CE; 2004.
- https://www.familiascearenses.com.br/index.php/2-uncategorised/135-memoria-real-e-afetiva-de-mauriti-segunda-parte.
- https://www.okariri.com/cariri/arqueologia-em-milagres-parte-6-sitio-nazare/
- http://www.blogdomateussilva.com.br/2017/04/casa-historica-e-derrubada-em-brejo.html
- http://cariricangaco.blogspot.com/2017/12/o-fogo-do-coite-porgeziel-moura.html
- https://amunganga.blogspot.com/2019/08/subsidios-para-historia-de-brejo-santo.html
- Jornal Constituição – Ano XXV, Num. 50; págs. 2 e 3; de 27.04.1888. 
- Jornal Constituição – Ano XXVII, Num. 175, pág. 1; de 17.11.1888.

https://amunganga.blogspot.com/2020/05/coronel-domingos-leite-furtado.html?fbclid=IwAR1cUwknmEyVgQYajrfQgAcrqKl-HE4dqRh7ICfSTG1SGRQzcUp1nGYQAjI

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ÂNGELO ROQUE O LABAREDA E DADÁ DE CORISCO.

Por Beto Rueda

 

Fonte:

ARAÚJO, Antônio Amaury Corrêa de. Lampião: segredos e confidências do tempo do cangaço. 3.ed. São Paulo: Traço Editora, 2011.

https://www.facebook.com/photo?fbid=3665009383509899&set=gm.1454363974772542

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16 DE SETEMBRO QUARTA-FEIRA ÀS 20 HORAS ENTREVISTA HISTÓRICA COM SÉRGIO DANTAS

 Por Volta Seca


Live com o grande escritor, Dr. Sérgio Dantas, autor de 05 livros sobre o cangaço; dezenas de artigos e, mais de 20 anos no estudo e pesquisas sobre o tema.

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