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quinta-feira, 14 de julho de 2016

SERÁ!... SERÁ, CARIÉ?

Por Clerisvaldo B. Chagas, 14 de julho de 2016 - Crônica 1.458

Falamos outras vezes do sofrimento do povo canapiense em relação à rodagem que liga o povoado e entroncamento Carié a Inajá. São 50 quilômetros de terra no trecho da BR-316 desde o entroncamento citado como o mais importante do Nordeste até Pernambuco, passando pela cidade de Canapi. Mais de 40 anos de promessas políticas elegeram a muitos com essa conversinha “que vamos asfaltar".

INAJÁ - CARIÉ. foto (Márcio Martins-blog).

A “Estrada de Lampião”, título de outra crônica nossa, fala sobre a frequência com que o bando de Virgulino andava por aquela estrada. Canapi, cidade de gente que almeja o progresso foi sempre prejudicada pela estrada de terra. Exportar sua produção leiteira e produtos da agricultura, sempre esbarrou na poeira ou na lama e buracos da rodagem. Até motorista de táxi, cobra uma fortuna para chegar até ali. Os arredores foram se enchendo de asfalto, mas ficou o vazio de barro entre o povoado Carié que também pertence ao município de Canapi e Inajá cidade de cunho indígena de Pernambuco.

A luta do povo canapiense tem sido grande, mas esbarra sempre nas mentiras políticas enganchadas nos galhos dos mandacarus.

Finalmente, após tantas promessas que nem dá para contá-las, foi anunciado, segundo um site santanense, o início das obras para amanhã, dia 15.

No roteiro do interior não pode ficar de fora a simpática Canapi, plana, cheia de sol e oásis do viajante para o Alto Sertão. Esperamos de verdade, que a notícia não seja mais uma das inúmeras frustrações sertanejas. Em breve estaremos visitando o município, com ou sem asfalto, mas transmitindo força de luta para os guerreiros daquele município.


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“ZÉ DE JULIÃO, MUITO ALÉM DO CANGAÇO” DO CINESTA HERMANO PENNA É EXIBIDO EM SERGIPE


“Zé de Julião, muito além do cangaço” do Cineasta Hermano Penna é exibido em Sergipe.

O Coletivo de Cultura do MST e Grupo de Teatro Raízes Nordestinas promoveram a exibição do documentário “Zé de Julião, muito além do cangaço” dirigido pelo cineasta Hermano Penna. A exibição foi realizada no último dia 09 no Teatro Raízes em Poço Redondo.

Na exibição do documentário estiveram presentes os filhos de Zé de Julião, figuras da expressão cultural sergipana e o escritor Rangel Alves, filho de Alcino Costa que relatou a saga de Zé de Julião.


No dia 27 de Julho também será exibido em praça pública na abertura da semana do cangaço em Poço Redondo. A ideia proposta pelos organizadores do evento é circular a exibição desse importante documentário por todos estado sergipano.

ZÉ DE JULIÃO, MUITO ALÉM DO CANGAÇO.

Por Hermano Penna

Em 1977 estava em Sergipe para realizar o Globo Repórter “A Mulher no Cangaço”; adentrei os sertões e cheguei em Poço Redondo. Na época uma pequena cidade, se não me engano ainda com luz de um pequeno gerador. Chegava ali por razões meramente estéticas, buscava caatingas ralas e baixas para locar as cenas de reconstituição do documentário. Mas, a vida também é feita de gratas surpresas. A pequenez da cidade contrastava com a riqueza cultural e a hospitalidade dos seus moradores. A alegria do encontro com sua gente guardava outras surpresas. Poço Redondo é o epicentro simbólico da história do cangaço. Do Poço partiram para suas hostes grande número de seus filhos e filhas. Disputa com Xorochó quem deu mais filhos para a grande gesta sertaneja, e com certeza filhas não existem dúvidas. Se em Serra Talhada nasceu Lampião, foi em Poço que o cangaço viveu o seu grande drama final, a tragédia da Gruta de Angico; mesmo que se considere como ato final as andanças posteriores de Dadá e Corisco. Aqui, como instituição o cangaço desapareceu. Em Poço morreram Lampião e Maria Bonita e muitos outros, entre eles filhos e filhas de Poço Redondo, como Enedina, a primeira esposa do nosso personagem. Tem mais, em Poço conheci Adília, ex-cangaceira do bando de Zé Sereno que viria a se tornar uma das estrela do filme junto a Sérgia Ribeiro, Dadá, que antes tinha entrevistado longamente em sua casa de Salvador. E mais, ai conheci o escritor e historiador de sua gente, meu saudoso amigo Alcino Alves Costa. E, foi dele que ouvi oralmente a história de Zé de Julião. Nesse momento, o cangaço deixou de ser um coletivo para mim e passei a ver nele a dimensão dos seus integrantes como pessoas reais em suas individualidades. grandezas e misérias. Foi ai também que nos prometemos, eu e Alcino, a realizarmos um filme sobre a extraordinária vida desse homem, que de alguma forma une os dois grandes símbolos que animam a alma brasileira, o cangaço e Brasília. O cangaço, símbolo maior da insubmissão à opressão, e Brasília, esse marco da grande utopia de uma nação democrática, justa para todos, e pela qual penosamente continuamos a lutar. Aconteceu; e não foi só um filme, são dois. Em 2012, realizei o ficção “Aos ventos que virão”. Hoje entrego ao povo sergipano o “Zé de Julião, muito além do cangaço”, documentário que busca contar a vida desse homem que os caminhos marcaram com tantas alegrias, tragédias e símbolos. Lamento que o grande amigo Alcino não tenha visto nenhum dos dois prontos. Mas, sua memória impregna cada momento desses dois filmes. Agradeço muito ao povo de Poço Redondo, que abriu suas casas para receber esse misto de cineasta e cronista das coisas brasileiras. Agradeço especialmente a Inácio Nascimento e a família Nascimento e ao saudoso amigo Zé Delino. Aos amigos Fernando Sá, Conselheiro Calos Pina, Valdilécia Santos, Beto Patriota, Antônio Leite, Antônio Amaury Corrêa, José Gilson dos Santos, meu muito obrigado.

https://expressaosergipana.com.br/2016/07/12/ze-de-juliao-muito-alem-do-cangaco-do-cinesta-hermano-penna-e-exibido-em-sergipe/

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NA PORTEIRA DO CURRAL

*Rangel Alves da Costa

Nem tudo vai envelhecendo no passo da idade. E certamente está na memória toda a permanência da vida inteira, sempre renovada pelo desejo de revivência e de recordação. Mesmo com cinquenta, oitenta ou cem anos, ainda é possível, através da memória, ser novamente criança. Daí que o poder de recordar, de reviver e voltar no tempo, assume fundamental importância no contexto existencial.

Há, pois, a caminhada pela estrada, mas também o passo que ficou distante e lá continua. Desse modo, viver os novos dias não significa abdicar do passado nem deixar de ser, ainda, o todo que um dia foi. Basta que se valorize as memórias, as boas lembranças, que não se desaparte da infância, da juventude, dos melhores anos da vida. Não há melhor alimento à alma que a doce recordação do passado.

É lá, lá no começo da estrada, que ainda mora a alegria, o prazer, o encanto, a felicidade. É lá que mora a meninice, a criancice, a vida em flor. A idade posterior jamais encontrará o mesmo sentido nem a mesma magia. Necessário, então, que a porta do passado esteja sempre aberta para, através dela, haver maior significação no tempo presente, e assim poder dizer: Meninos, eu vi, eu vivi, eu fiz, eu senti prazer em ver, em viver, em fazer!

Por isso mesmo que de vez em quando me desaparto um pouco de mim e procuro caminhar ao passado, ao que fui e vivenciei um dia. Minha infância na cidadezinha sertaneja, minhas brincadeiras, meus bons amigos, meus afazeres descompromissados com as realidades adultas. Meus banhos debaixo da chuva, meus momentos dentro das águas do riachinho depois das cheias, meu cavalo de pau, minha bola de gude, minha vontade de não crescer. E também das tantas vezes que eu acompanhava o meu pai às suas terras.


Meu pai, um dia, e quando ainda vivo, possuiu muitos bens, algumas propriedades, fazendas de mato e gado, como se diz por aqui no sertão sergipano. E eu, quando meninote, muitas vezes o acompanhava nas tardes de vaqueirama. O vaqueiro ia recolhendo alguns dos animais, com seu aboio bonito e dolente, para que passassem à noite na proteção do grande curral. Geralmente bezerros, animais novos, vacas prenhes e de leite, pois o restante continuava debaixo das sombras e mais tarde adormecendo no meio do tempo, sob o negrume enluarado.

Meu pai, geralmente com um caderno onde anotava os nomes de cada bicho (Pintada, Lua Sertaneja, Formosa, Moça Bela, etc.), e eu pelos arredores da porteira do curral ou mesmo trepado nas vigas de madeira de separação. Também retornava ao amanhecer, logo cedinho, para a ordenha das vacas. Enquanto os vaqueiros e seus filhos iam puxando os peitos grandes das vacas e o leito jorrando num balde, eu me aproximava com prato de estanho com um pouquinho de farinha. Descendo do ubre, o leite esguichava quente, jorrava no prato, depois tudo misturava e saboreava como inesquecível prazer.

Depois, já mais crescido, de repente cismava e ia sozinho, caminhando, até a fazenda. Gostava de conversar com os empregados, com o vaqueiro, a esposa e filhos. Perguntava sobre tudo. Instigava-me aqueles mugidos, aqueles berros, ora lamentosos, ora mais alongados. Intricava-me saber o porquê de ao entardecer apenas uma parte do rebanho era levado ao curral e a outra ficava do lado de fora. Queria saber se o bezerro sofria ao ser desapartado da mãe e se eles conheciam o gado pelo som do chocalho.

As respostas iam chegando e cada vez mais eu me afeiçoava por aquele viver sertanejo. Passava longos instantes caminhando pelas paisagens, em meio a pastagens áridas, pedras e cactáceas, silenciosamente conversando com aquele mundo encantador. Mas depois os rebanhos foram sumindo, a fazenda entristecendo, não havia mais aquela riqueza de antes. Até restar somente a propriedade, as casas e a família vaqueira. E esta lá permaneceu até se mudar de vez para a cidade.

Hoje ainda recordo de tudo como se estivesse à porteira do curral. Sinto o cheiro do gado, da terra, do leite quente sobre a farinha. E, entre entristecido e feliz pelo vivenciado, reconheço que não poderia viver sem aquele passado. Mas indago: Tempo, tempo, o que fizeste da vida?

Escritor
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NOTA DE DESAGRAVO E PEDIDO DE DESCULPAS

Por Archimedes Marques

Inicialmente tenho a dizer que sou um Delegado de Polícia no final de carreira, com mais de 34 anos de atividade no Estado de Sergipe, tempo em que ocupei diversos cargos de destaque na minha instituição, NÃO ALMEJANDO MAIS PODER ALGUM ALÉM DO QUE POSSUO DENTRO DAS MINHAS ATRIBUIÇÕES E ATIVIDADES DIVERSAS.

Na qualidade de apaixonado pelo Nordeste, sertões e afins, ainda criança, desde o inicio da década de 70 quando passava minhas férias escolares em Piranhas na residência dos amigos/irmãos INÁCIO DE LOIOLA e WASHINGTON LUIZ DAMASCENO FREITAS, vivia-se ainda os resquícios do CANGAÇO, um tema tão triste, quanto intrigante e misterioso, e tudo que é intrigante e misterioso me fascina. Mais para frente, massageando meu ego, comecei a escrever artigos pertinentes há alguns anos atrás, época em que fui convidado pelo Curador do Movimento Cariri Cangaço, MANOEL SEVERO BARBOSA GURGEL, a fazer parte dessa GRANDE FAMILIA, a FAMILIA CARIRI CANGAÇO. Assim, hoje, posso dizer com muito orgulho que sou Membro do CONSELHO dessa tão dignificante e honrada Instituição.


Indignado com o livro de péssima ideia e horrível interpretação intitulado LAMPIÃO O MATA SETE, que tacha Lampião de homossexual e Maria Bonita uma mundana adúltera, dentre outros impropérios e invencionices, tomando as dores de todos os VERDADEIROS PESQUISADORES E HISTORIADORES, escrevi o seu contraponto, a sua contestação, LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE, uma refutação que desmonta todos os pontos do meu opositor e põe por terra todas as alegações descabidas, levianas e improváveis do autor Pedro de Morais. Livro histórico/oposicionista que contou com a participação de diversos amigos/pesquisadores da família Cariri Cangaço, livro esse que foi muito bem aceito por toda a sociedade nordestina e brasileira em geral, livro esse que se encontra esgotada a sua primeira edição que foi de 1110 unidades.


Empolgado com essa misteriosa temática, A GRANDE HISTÓRIA DO NOSSO NORDESTE, acredito ser hoje um exímio colecionador de armas, livros e objetos ligados ao cangaço. Dessa empolgação venho ao longo dos anos escarafunchando os sertões sergipanos em busca de novos fatos, de novas histórias, de remanescentes da época, justamente para NÃO DEIXAR A HISTÓRIA MORRER, e dessas andanças nasceu, cresceu e já está em fase de conclusão a minha nova obra, LAMPIÃO E O CANGAÇO NA HISTORIOGRAFIA DE SERGIPE, um livro que trás muitas novidades nunca dantes contadas ou divulgadas, além de diversas fotografias inéditas dos remanescentes do cangaço, como dito, tudo fruto de estafantes pesquisas de campo e entrevistas diversas, além da colaboração de alguns abnegados amigos.


Ainda diante da minha empolgação pela história do cangaço, sertões e afins, recentemente fui contatado por confrades da FAMILIA CARIRI CANGAÇO e membros da diretoria da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço) no sentido de aceitar a concorrer a vaga de Presidente dessa valorosa entidade. Pensando no melhor para todos, no resgate da Instituição, no seu fortalecimento, na sua renovação de valores, terminei por aceitar ESSE NOVO DESAFIO mesmo sem ter acesso ou conhecimento do que reza o ESTATUTO da SBEC. Confesso meu primeiro erro, pois de todos os meus atos SEMPRE GALGUEI PELA LEGALIDADE, e legalidade nesse caso seria seguir o ESTATUTO que deve guiar todos os meios a elegibilidade do futuro Presidente. Ocorre que tais caminhos nunca foram direcionados e tudo é muito obscuro quanto aos trâmites da SUPOSTA ELEIÇÃO.


Assim, formalizei a minha candidatura rogando que aparecesse concorrentes, pois estando o país em plena democracia, uma chapa única tira o brilho do evento. E apareceu um concorrente, o querido amigo João de Sousa Lima, emérito pesquisador e escritor do cangaço, prefaciador do meu livro, sem puxa-saquismo, pessoa por mim elogiada e endeusada em um artigo pertinente contido na mídia virtual.

Diante da conturbada indefinição, não se sabia, ou se sabe, quem de fato e de direito seriam os votantes em tal eleição, daí foi sugerido que OS MEMBROS DE TODOS OS GRUPOS DE ESTUDOS DO CANGAÇO TIVESSEM DIREITO A VOTO. Acreditando que os GRUPOS DE ESTUDOS do CEARÁ, de NATAL, de JOÃO PESSOA, estavam devidamente registrados em Cartório (ainda não sei se estão ou não), então CONTESTEI a inclusão do mais novo grupo, O GRUPO DE ESTUDOS DO CANGAÇO DE FLORESTA como detentor de direito a voto, vez que o mesmo ainda não está devidamente oficializado, ou seja, encontrava-se sem registro em Cartório.


Como resultado, infelizmente, fui INCOMPREENDIDO por dois valorosos florestanos, descendentes ou congêneres de combatentes dos bandoleiros, confrades do Cariri Cangaço, membros do referido grupo, sendo então ACHINCALHADO com palavras OFENSIVAS e DESPROPOSITADAS, sem dúvida estraçalhando o meu ÂMAGO. Então, saindo do meu próprio EU que sempre foi agir com a RAZÃO, passei a agir com a EMOÇÃO, rebatendo os impropérios na mesma moeda. Meu segundo erro!... Entretanto, mesmo agindo pela EMOÇÃO, as minhas palavras comprovam a RAZÃO, pois em tempo algum eu quis magoar ou menosprezar qualquer florestano, para mim dos mais valorosos COMBATENTES DO FAMIGERADO LAMPIÃO, cujos seus descendentes honram aquela terra hospitaleira que tão bem soube acolher a FAMILIA CARIRI CANGAÇO no seu mais recente encontro ocorrido no mês de maio próximo passado. De Floresta, de Nazaré do Pico e do seu povo só trago boas recordações e ETERNA GRATIDÃO, pois além da incontestável acolhida também fui agraciado com o KIT-COMENDA NECO DE PAUTÍLIA, em alusão ao grande COMBATENTE de cangaceiros MANOEL CAVALCANTI DE SOUZA. Aos seus familiares, idealizadores dessa homenagem a minha reverência e infinita gratidão.

Mas os VERDADEIROS HOMENS MUDAM DE OPINIÃO QUANDO RECONHECEM OS SEUS ERROS, e assim o nobre florestano MARCOS DE CARMELITA veio a público me pedir desculpas, um honrado gesto de poucas pessoas, uma digna atitude de um escritor, de um homem que tem consciência e sabe dosá-la. Os nossos pontos em comum é que somos policiais, combatentes de marginais, protetores da sociedade e também escritores, pesquisadores, historiadores, detentores da ALMA DE ARTISTA, aqueles que buscam mostrar a história como ela de fato ocorreu, sem máscaras ou invencionices. Assim, desta feita agindo com a RAZÃO, aceito e retribuo na mesma moeda o meu pedido de desculpas pelos excessos cometidos, aproveitando para estendê-lo a todos que tiveram o desprazer de ver essa INCOMPREENSÍVEL E DESNECESSÁRIA BATALHA.

Voltando ao citado pleito eleitoral, não sei mais se ocorrerá, o que é uma pena, pois a SBEC é mais forte do que todos nós somos, é a nossa Entidade Mater e toda a nossa comunidade precisa da sua força. Então, conforme o dito na inicial não busco o PODER em nada mais, muito menos na SBEC, ademais o poder é efêmero. O poder de ser o Guardião das Leis e Auxiliar da Justiça já me satisfaz, o poder de ter o dom de saber movimentar, organizar e concatenar as letras e as palavras já me satisfaz, o poder de saber trabalhar as artes plásticas em diversas modalidades já me satisfaz, o poder de ver um amigo sorrir de felicidade sendo agraciado por uma das minhas artes me satisfaz mais ainda...

Finalizo agradecendo todos vocês que tiveram a paciência de ler esse meu DESAGRAVO em busca da paz.

Aracaju, 14 de julho de 2016.
Atenciosamente,
Archimedes Marques.

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ANTÔNIO CORRÊA SOBRINHO E O LIVRO “O FIM DE VIRGULINO LAMPIÃO – O QUE DISSERAM OS JORNAIS SERGIPANOS” DE SUA AUTORIA.


O livro traz inúmeras matérias de jornais sobre a morte de Lampião que foram manchetes nos principais jornais sergipanos. Um livro/documento que não pode faltar na coleção dos estudiosos e apreciadores da história do cangaço.

Quem desejar adquirir o trabalho do escritor e pesquisador Antônio Corrêa Sobrinho, basta entrar em contato diretamente com o autor através do e-mail tonisobrinho@uol.com.br

O Livro custa apenas R$ 30,00 (Trinta Reais) com frete incluso.

Geraldo Antônio de Souza Júnior 

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GENTE DAS RUAS DE POMBAL: DÉCADAS DE 1960 E 1970 - CÍCERO DE BEMBEM: UM MALANDRO QUE NÃO DEU CERTO

Por Jerdivan Nóbrega de Araújo

Cícero de Bembem é um dos personagens mais folclórico de Pombal. Chego a sentir pena de quem não o conheceu, ou de quem não viveu a sua época. 

Ver Cícero de Bembem dançando com aquela espada de madeira nas mãos, com seu jeito todo particular de marcar os passos do grupo, parecia que estava em transe. Ouvi-lo assobiar, o que ele fazia como ninguém, ou tocando xaxado no sino da Igreja do Rosário, ele era um ritmista sem comparação, é algo impagável e que faz valer a nossa infância nas ruas de Pombal.

Cícero Morava no Beco da Cadeia, mas, na verdade ele passava mais tempo preso do que em sua própria casa. Qualquer desarrumação que acontecesse na cidade ele já era o primeiro suspeito a ser levado à velha cadeia para “averiguação”. Outras vezes era preso para curtir a cachaça, outras vezes por pequenos furtos, principalmente da sua especialidade, que era o furto de galinha.

A vez que Cícero passou mais tempo preso foi quando ele esfaqueou uma prostituta na no Rói Couro: passou uns quinze dias detido e logo foi solto.

Eu estudava no João da Mata e passava horas conversando com os presos, entre estes Leônidas, Cícero de Bebem e “Chico das Casinhas”. (Para este ultimo, a gente catava palitos de picolé para ele confeccionar umas casinhas que vendíamos nas ruas para descolar o dinheiro do cinema. Ele namorava uma filha de Maria Antonieta).

Fiz esse registro para avivar a memória, mas, o assunto aqui é Cícero de Bembem, que na verdade era um malandro destes que nunca se dão bem. Um malandro que não deu certo. 

Não era chegado ao trabalho, mas, se virava vendendo os peixes que ele trazia de Coremas: andava nas ruas com uma enorme bacia na cabeça cheia de curimatãs ovadas. Quando a coisa apertava, ele roubava algumas galinhas para vender para a sua freguesia, que mesmo sabendo que eram roubadas as compravam.


Conta-se que ele cometeu a proeza de vender o mesmo peru por três vezes ao Dr. Nelson, promotor de justiça da cidade, que não pôde reclamar da compra, pois era do conhecimento geral a procedência das penosas vendidas por este nosso folclórico personagem.

O fato aconteceu quando o ilustre promotor, que costumava receber presentes por seus serviços, o que é bastante comum nas cidades do interior, foi agraciado com um belo peru. 

Tendo conhecimento do fato, Cícero de Bembem, não contou conversa: pulou o muro do “dotô”, pegou o peru e foi vender exatamente ao seu dono. Este por sua vez sabia que o produto não era de boa procedência, dada a má fama do vendedor, no entanto, o preço era atraente demais para resistir.

—Cícero, onde você achou este peru? Perguntou.

— Trouxe do sítio “dotô”. Pode confiar. O senhor acha que eu sou de vender peru roubado e ainda mais ao senhor? Este eu ganhei de uma senhora para quem prestei uns serviços.

— E o preço? Se for barato eu compro. Mas cuidado com que está fazendo. Inclusive eu já tenho outro lá dentro que é a cara desse aí.

— Todo peru é parecido “Dotô” 

—Tá bem. Coloca no “garajau” lá em casa, e volte para pegar o dinheiro.
Cícero sabia que o doutor era muito distraído e não ia lembrar-se de avisar à esposa, sobre o peru. Não contou conversa: levou o animal para casa, voltou, pegou o dinheiro e efetuou a mesma operação por mais duas vezes. Alguns dias depois, pensando que tinha três perus na engorda, o doutor teve uma surpresa ao descobrir que havia mesmo era comprado o seu próprio peru, e por três vezes. 

Como eu falei, Cícero era um ritmista nato.

Era dele a função de badalar os bronzes das duas igrejas, portanto ele tinha passagem livre para subir aos campanários.

Os sinos badalavam em duas ocasiões: nos dias de missa, a cada meia hora que antecede a celebração, convidando os féis para rezar, ou quando morria alguém, num repicar melancólico, até que o cortejo chegasse ao Cemitério Nossa Senhora do Carmo, aonde Bico Doce e Zé Cabeção davam o veredicto final. São, portanto, sinais por demais conhecidos da população, pois era assim há mais de 200 anos. 

Mas, certa vez Cícero de bebem quebrou essa rotina. O malandro tomou umas canas, subiu no campanário da Igreja do Rosário e por mais de meia hora deu um show, tocando um gostoso maxixe, visto ouvido e aplaudido por todos os que aos poucos foram se aproximando para assistir mais uma presepada deste folclórico personagem pombalense.

Depois desse dia o Padre Sólon proibiu dele subir nos campanários.

No final de 1969 as "Lojas Paulistas" fez uma promoção de rádios, tendo em vista a Copa do Mundo de 1970. 

Os rádios a venda ficavam expostos na entrada da loja. Cícero de Bembem viu ali uma oportunidade de dinheiro fácil.

Entrou na loja, pegou um rádio colocou em baixo do braço e se encaminhou para o fundo, onde clientes e vendedores se acotovelavam na compra e venda dos rádios. 

Chegando ao fundo da loja ele procura uma vendedora e pergunta:

- moça, vocês tem pilhas para esse radio? 

A vendedora responde:

- não: o senhor vai encontrar na loja de seu Pio Caetano na rua o lado.

Ele agradece, pega a porta de saída a direita e vai embora com o rádio. 

Certamente todos que viveram em Pombal nas décadas de 1960 e 1970 têm uma presepada de Cícero de Bembem para contar: essas são as minhas.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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UMA FOTOGRAFIA RARA DE PADRE CICERO ANDANDO PELAS RUAS DA CIDADE DO JUAZEIRO DO NORTE/CE NA COMPANHIA DE BENJAMIN ABRAHÃO, SEU “SECRETÁRIO PARTICULAR”, SE ASSIM PODEMOS CLASSIFICÁ-LO.


UMA FOTOGRAFIA RARA DE PADRE CICERO ANDANDO PELAS RUAS DA CIDADE DO JUAZEIRO DO NORTE/CE NA COMPANHIA DE BENJAMIN ABRAHÃO, SEU “SECRETÁRIO PARTICULAR”, SE ASSIM PODEMOS CLASSIFICÁ-LO.

Estar ao lado e conviver diariamente ao lado do “Santo” vivo do Nordeste era privilégio para poucos e Benjamin Abrahão foi um desses que gozou desse prestígio. Pouco tempo após a morte do Padre Cicero (1934) Benjamin Abrahão se lança em uma ousada e arriscada empreitada e sai em busca de informações que o levassem à localização de Lampião e seu bando. Devido à sua astúcia e sagacidade não demorou muito tempo para encontrar Lampião e seu bando em meio à caatinga.

Benjamin Abrahão consegue convencer Lampião e realiza as mais fantásticas fotografias e filmagens do bando cangaceiro.

Infelizmente Benjamin Abrahão teve seus trabalhos apreendidos pela ditadura de Getúlio Vargas, que nele viu um antagonista do regime. Passados alguns anos pequena parte do vasto material foi recuperada e trazida ao conhecimento público. Restou cerca de pouco mais de noventa fotografias e algo em torno de 12 minutos de filmagens.

Benjamin Abrahão foi assassinado com 42 facadas no lugar de nome Pau Ferro (Atual Itaíba/PE), tendo sido sepultado na mesma localidade. A causa do assassinato ainda hoje permanece como um grande mistério, embora existam versões sobre o ocorrido.

BOA TARDE GENTE AMIGA.
Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo O Cangaço)

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VIRGULINO INJUSTIÇADO ?

Por Jorge Remígio
Virgulino e seu bando, por Benjamim Abraão

A tese de um Virgulino injustiçado, vítima, ela tem pouca sustentação ou nenhuma. Até o próprio, disseminava essa ideia, sendo já um Lampião, justificando a sua sanha avassaladora e cruel, e muitos acreditavam. Ou pelo menos diziam acreditar. As confusões de Virgulino com Saturnino nunca foi motivo de abraçar uma vida cangaceira.

Conflitos de vizinhos eram corriqueiros. O cangaço era um atrativo para quem tinha um viés, uma propulsão para o crime ou um interesse "comercial" naquela atividade bandoleira. Virgulino e os irmãos Antônio e Livino sempre foram problemáticos. Claro que tiveram desafetos problemáticos. Porém, nunca foram "empurrados" para o crime. A não ser, pela própria genitora.

 
Ingrid Rebouças e Jorge Remígio

Vejam bem; de uns trinta anos para cá, é pouco tempo, o estudo do cangaço evoluiu em outra perspectiva, que foi aprofundar-se na crítica e centrar à pesquisa privilegiando mais os documentos do que exclusivamente a oralidade. Claro que a pesquisa oral é importantíssima, uma vez que haja compromisso com o método.

Em trabalhos sérios, determinados, criteriosos, não se identifica uma única bondade por parte de Lampião em dezoito anos de cangaço. A área que privilegia o mito, a fantasia, o folclore, foi construída desde os anos vinte e absorvida pela população rural nos Sertões nordestinos. O estudo do cangaço hoje é debatido em seminários e tema de mestrados e teses acadêmicas. Claro que se deve saber que Sinhô convidou Lampião para acompanhá-lo até a atual Dianópolis. Ele recusou porque adorava a vida bandida e era a grande oportunidade que caia aos seus pés ou mãos, a chefia de um bando, até então de cangaço de vingança que automaticamente passou a ser um Cangaço Meio de Vida, de Negócio, no dizer de Frederico Pernambucano de Melo. 

Louro Teles, Heldemar Garcia, Jorge Remígio, Narciso Dias e Jair Tavares em visita do Cariri Cangaço ao Sítio Passagem das Pedras

Mesma ideia teve, quando em entrevista em 1926, questionado se não desejava abandonar àquela vida, respondeu que estava muito bem nela e que não cogitava sair de suas atividades. Outro, porém. Lampião nunca quis vingar-se dos seus inimigos declarados. José Alves Sobrinho (Zé Saturnino) e o Tenente José Lucena de Albuquerque Maranhão. Apesar de viver falando deles.

Jorge Remígio
Pesquisador, membro do GPEC
Conselheiro Cariri Cangaço

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2016/06/virgulino-injusticado-porjorge-remigio.html

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DOMINGO Á TARDE EM POMBAL

Por Jerdivan Nóbrega de Araújo

“O que você vai fazer domingo à tarde?

A Difusora do Lord Amplificador anunciava o novo LP de Antônio Marcos. As seis faixas seriam rodadas sem intervalos para em seguida abrir espaço para os ouvintes oferecer músicas aos corações apaixonados que perambulavam pelas imediações da Praça do Centenário.

“Preciso saber o que você vai fazer domingo à tarde.”

O vazio que me tráz os domingos de hoje, com a televisão ás altura para abafar o meu soluço e amenizar a minha solidão, me faz lembrar as tardes de domingo daquele Pombal. O planejamento começava na sexta feira: iríamos tomar banho no rio pela manhã ou catar Cajá no Araçá? Será que os trapiás e as pinhas que colocamos dentro do pote lá na Casa de Farinha já estão maduros?

- Hoje, faço outras indagações:

Será que ainda existe o trapiá ou Casa de Farinha lá na “Outra Banda”?
Será que mestre Álvaro ainda faz telhas para aqueles lados?

- Será que eu ainda existo?

E essa música de Antônio Marcos que voltou do nada aos meus ouvidos? Será apenas o meu fantasma me puxando pelas mãos para passear nas ruas de Pombal, em um domingo à tarde de 1973?


Os domingos à tarde em Pombal eram únicos. Não me refiro aos domingos pela manhã e sim os domingos à tarde. Não me lembro se era frio ou se fazia calor insuportável. Naquele tempo, não tínhamos esta preocupação. As mãos marginais que fugiam, por entre as grades da velha Cadeia ainda me assustavam, mas, não tínhamos a preocupação de fechar as portas de casa ao sair para nos divertir nas praças ou no rio.

Tínhamos o futebol na calçada da Igreja do Rosário. O São Cristóvão enfrentaria o Selecionado da Rua dos Pereiros, e a procissão de cachaceiros voltava da beira do rio fazendo algazarra.


Aos domingos não tínhamos o vendedor de carvão, que era substituído pelo de Quebra – Queixo. A Banda tocou uns dobrados no coreto, e os componentes já estão embriagados, contando farofa.

As crianças mais privilegiadas eram vistas aprendendo andar de Bicicleta Monareta em volta da Praça do Centenário. Por que eu não tinha inveja deles? Hoje, eu sempre quero um carro melhor do que o do meu vizinho. Dona Eliane me encontrava vadiando na praça central e me alertava para o “dever de casa” que até àquelas horas eu ainda não havia feito: como ela sabia? A professora sabia da minha vida!


Uma matinê no Cine Lux estava na programação. O badalar do Sino da Velha Matriz me convoca, mas para ele eu nunca dei ouvidos.

- Assumirei esta dívida...

“Por que chora, à tarde seu pranto entristece o caminho
Por que chora, se tem a beleza do sol e da flor
Por que chora, à tarde sabendo que existe outro dia
E a alegria depois da tormenta, é dia de Sol”

Antônio Marcos continua a inebriar os corações com suas belas melodias e voz entorpecente. Era outra música que pulava de dentro de mim como se quisesse me arrastar aos domingos à tarde de Pombal. Por que veio a minha mente duas músicas que falam de tardes memorosas? O que há dentro de mim que não me deixa em paz, trazendo de volta algo que preciso esquecer?

“Por que chora, à tarde no rio salpicando o seu leito
Por que chora, gritando ao vento angústias e dor
É que à tarde já sabe que alguém carregou meu carinho
“Eu compreendo que também a tarde, soluça de amor.”


Não posso querer de volta o Cine Lux, o Circo Continental ou as partidas de futebol do São Cristóvão. Não me é de direito exigir que o tempo não passe para mim, se não é possível parar também para os outros. Se o fantasma que habita a minha lembrança trouxe de volta as tardes de domingo de Pombal, fazendo ressurgir em minha mente as fisionomias jovens dos meus amigos; amigos que hoje carregam o peso do mundo em suas costas, não é justo que eu tenha isto só para mim.

“A tarde está chorando por você
Por que assiste a solidão no meu caminho
A tarde entristeceu junto comigo
E eu preciso desta tarde como abrigo”

Eu choro pelos amigos e pelas paisagens da minha cidade. Choro pelos escombros do Cine Lux e dos velhos sobrados. Choro pelos amigos aquietados nos cemitérios de Pombal. Eu choro pelos pais e mães que em uma tarde de domingo carregaram os seus filhos até o último endereço.

“A tarde está chorando por você
Ela sabe que o amor partiu para sempre
Seus passos vão sumindo pela estrada
E esta chuva faz a tarde tão molhada”

Que não me venham à mente, nunca mais, as lembranças das tardes de domingo de Pombal. Eu não preciso deste sofrer gratuito. Eu prefiro esquecer e enterrar junto ao meu corpo frágil e debilitado pela solidão e saudade as lembranças que tanto quero de volta.

O que vamos fazer domingo à tarde?

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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UM PLANO PARA ENVENENAR LAMPIÃO E A PRISÃO DE UM BANDOLEIRO VULGO “FERA HUMANA”.



Fonte: Jornal “Correio da Manhã” de 26 de julho de 1927

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo O Cangaço)

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ELEIÇÃO DA SBEC – SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DO CANGAÇO


No dia 20 de julho, às 16 horas, na Sala das Academias de Letras, na Biblioteca Municipal de Mossoró será realizada a eleição para eleger a próxima Diretoria da SBEC-Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço.

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LAMPIÃO ENCONTRA UM “VALENTE” EM JATOBÁ DE TACARATU/PE.


Ao amanhecer do dia 27 de novembro (1930), os cangaceiros entraram em Jatobá de Tacaratu/PE, que se encontrava guarnecida por apenas dois soldados. Extorquiram dinheiro e roubaram casas comerciais, além de inutilizar os aparelhos de telégrafo.

Luiz Pedro prendeu o delegado, Silvino Delgado, e o chefe político local, Aureliano Menezes, conhecido como coronel Lero.

No meio da confusão, os cangaceiros toparam com um sujeito arrogante numa bodega dizendo que não tinha medo de Lampião e se quisessem podia mandar chama-lo. Foram dizer a Lampião. O chefe partiu pra lá como uma flecha, ia ensinar aquele loroteiro a respeitá-lo. Os cangaceiros foram atrás para ver o espetáculo. Quando Lampião entrou na bodega, tomou um susto:

- Você pur aqui, Eliseu? Eu nunca isperava incontrá tu por estas bandas, home!

Os dois abraçaram-se efusivamente. Os cangaceiros ficaram de queixo caído. Aquele era Eliseu Norberto, de Pedra (Alagoas), vendedor de redes, noivo de Anália Ferreira, irmã de Virgulino.

Ás 4 horas da tarde, os cangaceiros saíram de Jatobá em direção à Alagoas, levando preso o coronel Lero. Quando Lero disse que era amigo do coronel Ângelo da Jia, Lampião mandou soltá-lo.

Fonte: Livro Lampião – A raposa das caatingas de José Bezerra Lima Irmão.

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo O Cangaço)

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