Não pretendo
discutir a justiça da morte de Lampião e seu grupo, mas dar uma olhada na forma
com que as autoridades policiais agiam nos anos 30. Faroeste total. Os
adversários políticos de Getúlio Vargas o pressionavam por permitir a
existência de Lampião. Então, Getúlio fez uma pressãozinha sobre o interventor
de Alagoas, Osman Loureiro. Este prometeu promover ao posto imediato da
hierarquia o militar que trouxesse a cabeça de um cangaceiro. Antes, o governo
baiano já tinha tentado ajudar o ditador gaúcho, apesar da polícia saber que o
grupo encontrava-se entre Alagoas e Sergipe.
Porém, na
verdade, Lampião e a maior parte de seus comandados encontravam-se acampados em
Sergipe, na fazenda Angicos, no município de Poço Redondo. As forças de Alagoas
— sim, dentro de Sergipe — agiram guiadas pelo coiteiro Pedro de Cândido e os
cangaceiros não tiveram tempo de esboçar qualquer reação. Eles chegaram às 5h30
da manhã de 28 de julho de 1938. Ao todo foram 11 cangaceiros mortos,
entre eles Lampião e Maria Bonita. Foram decapitados e depois houve uma
verdadeira caçada ao “patrimônio” dos cangaceiros. Joias, dinheiro, perfumes e tudo
mais que tinha valor foi alvo da rapinagem promovida pela polícia.
As cabeças dos
11 cangaceiros do grupo de Lampião estiveram embelezando as escadarias da
Prefeitura de Piranhas (Clique para ampliar)
A exposição
acima ainda seguiu para Santana do Ipanema e depois para Maceió, onde os
políticos puderam tirar proveito dela. Acima, Lampião, Maria Bonita, Luiz
Pedro, Quinta-feira, Elétrico, Mergulhão, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete e
Macela.
Sérgia Ribeiro
da Silva,
mais conhecida como Dadá (Belém de São Francisco, 25 de abril de 1915 — Salvador,
fevereiro de 1994),
foi uma cangaceira -
única mulher a pegar em armas no bando de Lampião.
Biografia violenta
Nasceu em
Belém de São Francisco, onde viveu seus primeiros anos de vida e teve algum
contato com índios. A família muda-se para a Bahia onde, aos
treze anos, é raptada por Corisco (Cristino Gomes da Silva Cleto) - o "Diabo
Loiro", de quem seria prima.
O cangaceiro Corisco
Cabocla
bonita, esbelta, conheceu o homem da sua vida de forma violenta, em meio a caatinga árida
por onde vivia errante o bando de cangaceiros. Consta que seu defloramento
provocara-lhe tanta hemorragia que por pouco não faleceu.
A relação, que
começara instintiva, transforma-se com o tempo. A vida nômade, seguindo o
companheiro, que era o segundo homem, na hierarquia do bando, a chegada dos
filhos, fez com que mais que uma amante Dadá se tornou a companheira de
Corisco, com quem, ainda no meio das lutas veio a se casar.
Tiveram sete
filhos, que eram ocultamente deixados em casas de parentes para serem criados.
Destes, apenas três sobreviveram.
O bando de
Lampíão dividia-se, como forma de defesa, em partes menores, a mais importante
delas era justamente a chefiada por Corisco. A esposa tinha uma pistola, que
ele dera, para sua defesa pessoal, e também lhe ensinou a ler, escrever e
contar.
Num dos
ataques feitos pelas volantes (em outubro de 1939, na fazenda Lagoa
da Serra em Sergipe),
o Diabo Louro é ferido em ambas as mãos, perdendo a capacidade para atirar.
Dadá, então, torna-se a primeira e única mulher a tomar parte ativa - e não
meramente defensiva - nas lutas do cangaço.
Se o marido
era temido como um dos mais violentos bandoleiros, consta que muitas pessoas
tiveram sua vida poupada graças à intervenção de sua companheira. Dada também
era chamado "Sussuarana do Cangaço"
Trágico final
Tendo Lampião
sido executado em 1938,
Corisco, que estava em Alagoas com parte do bando, empreendeu feroz vingança.
Como seus companheiros tiveram as cabeças decepadas, e expostas no Museu Nina
Rodrigues de criminologia, na capital baiana, Corisco também cortou a
cabeça de muitas vítimas, então.
Vídeo produzido pela Laser Vídeo - Aderbal Nogueira
O cangaço definhava,
sobretudo pela disparidade de armamentos: os volantes tinham uma arma que os
cangaceiros nunca conseguiram obter: a metralhadora.
A própria Justiça passa a oferecer vantagens para os bandoleiros que se
rendessem.
A 25 de maio de 1940 Corisco e seu
bando é cercado em Brotas de Macaúbas, pela volante do tenente Zé
Rufino. Dissolvera o bando, e abandonara as vestes típicas, procurando passar
por simples retirantes.
Uma rajada da
metralhadora rompe os intestinos de Corisco. Dadá é ferida na perna direita.
O último líder
do cangaço morre dez horas depois do ataque, sendo enterrado em Jeremoabo e,
dez dias após, exumado e a cabeça decepada é enviada ao Museu, junto às demais
do bando.
Dadá, colocada
em condições infectas, tem seu ferimento agravado para uma gangrena, que
restou-lhe, na prisão, à amputação quase total da perna. Por essa situação, o
célebre rábula baiano Cosme
de Farias, representa Dadá na Justiça, pleiteando sua libertação, em 1942.
Luta por
direitos
Dadá passou a
viver em Salvador, lutando para ver a legislação que assegura o respeito aos
mortos fosse cumprida - e a tétrica exposição do Museu Antropológico Estácio de Lima,
localizado no prédio do Instituto Médico Legal Nina
Rodrigues tivesse fim. Só a 6 de
fevereiro de 1969, no governo Luiz
Viana Filho, foi que os restos mortais dos cangaceiros puderam ser inumados
definitivamente - tendo, porém, o museu feito moldes para expor, em
substituição.
Por sua luta e
representatividade feminina, Dadá foi, na década
de 1980, homenageada pela Câmara Municipal de Salvador.
Na Bahia, que tivera Gláuber
Rocha e tantos outros a retratar o cangaço nas artes, Dadá era a
última prova viva a testemunhar o cotidiano de lutas, dificuldades e, também,
de alegrias e divertimentos. Deu muitas entrevistas, demonstrando sua
inteligência e desenvoltura.
Manoel Severo, Dr. Napoleão Neves e Dr. Ivanildo Alves da Silveira
Amigo Mendes,
Sou leitor
assíduo do seu importante BLOG, e, parabenizo-o
por esse valioso instrumento de divulgação da
cultura nordestina...
Escritor Kydelmir Dantas
Através de
Kydelmir, de vez enquanto tenho notícias do
amigo...
Não sei se é
do seu conhecimento, administro uma COMUNIDADE
DO ORKUT, denominada "LAMPIÃO
GRANDE REI DO CANGAÇO ", onde tratamos de
matérias relativas ao cangaço, e, especialmente sobre
Maria Bonita e Lampião
Lampião, cangaceiros,
coiteiros, coronéis...etc.. Sempre tentando divulgar o fato histórico, o
mais próximo da verdade, sem utilizar ideologias, fanatismo,
radicalismo...etc..
Essa minha
Comunidade, fará 10 anos de existência no próximo ano... Lá você
encontrará centenas de ARTIGOS, MATÉRIAS, FOTOS, etc...
Quando você tiver um
tempinho, dê uma passadinha lá...E, se tiver interesse, pode COPIAR alguma
matéria e postar no seu Blog, bastando, apenas, citar a fonte...
Sexta-feira
– Piranhas / Alagoas
Local : Centro Cultural Miguel Arcanjo
16:00 h – Abertura da Semana do Cangaço
Homenagem ao escritor Alcino Alves Costa
16:20 h
– Palestra : Roteiros Integrados do Cangaço
Palestrante: João de Souza Lima – Pesquisador ,Escritor e Biografo de Maria
Bonita ligado a Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço
17:00 H – Intervalo
17:10
h – Palestra : O Amor no Cangaço
Palestrante : Juliana Ischiara – pesquisadora do Cangaço
17:40 h – Debate
18:20 h – Exibição do documentário de Aderbal Nogueira .
18:40 h – Apresentação cultural
19:20 h – Encerramento
Dia 27 de Julho de 2010
Sábado
MANHÃ LIVRE PARA VISITASPALESTRAS
Local : Centro Cultural Miguel Arcanjo - Piranhas / AL
15:00 h – Palestra : Caminhos do São Francisco : De Pedro II a Lampião
Palestrante: Jairo Luiz Oliveira
Pesquisador do Cangaço, idealizador da Rota do Cangaço Xingó e do Roteiro
Turístico Integrado Caminhos do Imperador
15:40 h – Intervalo
15:50
h – Palestra : A Polêmica e Intrigante Genialidade de
Virgulino Lampião
Palestrante : Manoel Severo
Pesquisador e Curador do Cariri Cangaço
16:20 h – Debates
17:00 h – Exibição do filme “ Gato : Um Cangaceiro de Lampião”
de João de Souza Lima
17:30 h – Apresentação cultural : Peça de teatro
“ A invasão de Gato em Piranhas” pelo grupo
Estrelas do Sertão
18:00 h – Encerramento
Dia 28 de Julho de 2010
Domingo
08:00 h – Saída para Angico – Missa do Cangaço
Local de embarque : Porto de Piranhas/AL
11:00 h – Apresentação da peça teatral “ Lampião Moderno” com grupo Estrelas do
Sertão
11:30 h –Forró pé de serra com Trio Canoa de Tolda.
13:00 h – Retorno
No
início, era apenas a capela e algumas casas que formavam a quadra da rua, como
nos informa os nossos primeiros cronistas. Henry Koster, um aventureiro inglês
que por aqui passou em 7 de dezembro de 1810, descreve o povoado dizendo
constar de “200 ou 300 habitantes, edificado num quadrângulo, tendo uma igreja
e casas pequenas e baixas”. Existiam apenas quatro ruas, que Francisco Fausto
de Souza, nosso primeiro historiador, identificou como sendo: Rua do Desterro,
que era a que ficava ao lado direito da capela, tendo em vista a frente da
mesma voltada para o centro do quadro; Rua do Cotovelo que correspondia a atual
parte da frente do Banco do Brasil, correndo, portanto, ao lado esquerdo da
capela, para quem estivesse olhando para frente do quadro; Rua Domingos da
Costa, que era a que ficava por detrás da capela e a Rua Padre Longino, que
correspondia ao prolongamento atual da Rua 30 de setembro. No centro do quadro,
surgiu a nossa primeira praça.
Era
a Praça da Matriz, atual Praça Vigário Antônio Joaquim, que ocupa todo o largo
do velho quadro da capela, numa área de aproximadamente 2.100m². Esta praça é
marco de grandes concentrações culturais e religiosas, principalmente durante
os festejos de Santa Luzia, quando a praça é totalmente tomada pelo povo.
O
povoado cresceu, tornou-se vila e depois cidade, e as casas se multiplicaram,
fazendo surgir outras praças. A Praça da Redenção, que Raimundo Nonato nos
informa ser a antiga Praça da Independência, que teria perdido esse nome
depois do feito da abolição em Mossoró foi, ao que se sabe, a Segunda praça da
cidade. No início, era ponto de tradição comercial, pois daí se expandiu às primeiras
grandes firmas comerciais, principalmente as dos capitalistas estrangeiros.
Essa
praça serviu de palco a acontecimentos importantes, que culminaram com o feito
histórico da abolição dos escravos, realizada a 30 de setembro de 1883.
Atualmente sua denominação é “Praça da Redenção Dorian Jorge Freire”, em
homenagem póstuma ao grande jornalista mossoroense.
Outras
praças vão surgindo como a Praça da Ibueira, depois chamada de Praça Coração de
Jesus. A dita praça ficava pelos fundos da atual Coração
de Jesus, em terreno onde o comerciante Miguel Faustino do Monte mandou
construir um convento, ligado à igreja, para os homens que fariam à adoração
noturna ao Santíssimo Sacramento, atendendo ao desejo do então Bispo Diocesano
D. Jaime de Barros Câmara. Tinha a Praça Pedro Velho, que era o antigo Paço
Municipal (Praça da Cadeia), hoje Praça Antônio Gomes. Tinha a Praça São
Vicente, que era um local amplo, de frente para a igreja. Depois, pessoas
importantes tiveram autorização da Prefeitura para construir casas na praça. E
a praça acabou... Tinha ainda a Praça Redonda ou Praça do Poço, construída na
chamada “cidade nova”, ao lado sul da “Vila Justa”, hoje Palácio Episcopal,
residência do Bispo Diocesano. Nela foram construídas duas caixas d’água, ainda
hoje existente.
Praça
Bento Praxedes, mais conhecida como “Praça do Codó”. No começo era só um quadro
coberto de um cerrado de pereiros. De início, foi denominada de Padre Antônio Joaquim,
conforme registrado numa planta da cidade. Depois Bento Praxedes, em homenagem
a um cidadão que prestou relevantes serviços à cidade, tendo nela publicado um
jornal por mais de 10 anos consecutivos.
Em
10 de janeiro de 1904, por proposta do intendente (vereador) Francisco Tavares
Cavalcanti a Câmara Municipal, por unanimidade, passa a denominar Praça dos
Fernandes o antigo logradouro que tinha o nome de Barão de Ibiapaba, antes
também chamada Praça Chico Tertuliano e Praça da República e desde 1953
denominada Praça Rafael Fernandes.
Muitas
outras praças surgiram na cidade, tornando mais alegre e agradável a vida dos
habitantes da terra de Santa Luzia do Mossoró.
Para
conhecer mais sobre a história de Mossoró, visite o blog: www.blogdogemaia.com.
Fonte:
http://www.blogdogemaia.com
Autor:
Geraldo
Maia do Nascimento
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O sertanejo de
então já tinha conhecimento de homens - e caboclos iguais a ele - que se
embrenharam pelas caatingas, armados e perigosos, confrontando os poderosos e
sendo perseguidos pela polícia. Do mesmo modo sabia o que havia acontecido para
que resolvessem resolver os problemas a partir da revolta armada. E, fato
importante, mesmo conhecendo a inglória daquela luta, achava justificada e
corajosa aquela ação. Ele também, na proporção do seu sofrimento, era vítima da
mesma motivação cangaceira.
Que se diga,
entretanto, que a hoste cangaceira foi quase a única opção para muitos de
conturbada vivência em sociedade. A ilusão daquela vida de coragem e destemor,
aliada aos problemas íntimos surgidos, fez com que muitos se embrenhassem nas
matas em busca de refúgio e de suporte para seus sentimentos revoltosos e
vingativos. Desse modo, também uma leva de malfeitores, bandidos cruéis e
fugitivos passou a fazer parte dos primitivos bandos cangaceiros.
Mas os bandos
não eram formados apenas por gente da pior estirpe. Ao menos mais tarde não foi
visto assim. Lógico que continuaram presentes aqueles que haviam acabado de
sair de refregas sangrentas pessoais ou familiares, mas não de modo
generalizado. Tome-se como exemplo aqueles meninos e meninas que arregimentaram
as forças de Lampião. Como será visto mais adiante, muitas vezes não tinham nem
idade para já entrar no bando com qualquer mácula. Diferentemente ocorreu em
ocasiões passadas, com outros grupos cangaceiros.
Os primeiros
cangaceiros foram homens arregimentados no próprio meio sertanejo mais sofrido
e miserável e dentre aqueles que não suportaram mais a situação vigente.
Primeiro através de homens destemidos, de cabras com “sangue no olho”, e estes
acompanhados por aqueles jagunços que saíram das tocaias coronelistas - trazendo
consigo as experiências do gatilho, da atrocidade e da frieza para matar -
para, na maioria das vezes, lutar contra o sistema que brutalmente haviam
alimentado.
Entretanto,
não demorou para que outros cabras da pior reputação também adentrassem no mundo
cangaceiro. Impossível se pensar em antecedentes criminais num sertão tomado
por rixas, vinganças, violências de toda ordem. De modo diverso do que
acontecia no bando de Lampião, onde não era qualquer um que recebia aceitação,
os grupos primitivos não faziam uma avaliação mais aprofundada daqueles
que fossem chegando e se mostrando dispostos à luta.
A derrocada
desses bandos primitivos deve-se muito às desorganizações dentro do próprio
grupo, e tendo essa mistura de homens valentes com bandidos comuns e reles
homicidas uma das causas de sua desestruturação e esfacelamento. Mas a luta
continuava protagonizada por aqueles que sabiam o que queriam com aquela guerra
sertaneja. Neste sentido é a afirmação de que Lampião, como verdadeiro e
capacitado discípulo, levou adiante a luta iniciada por Antônio Silvino.
Contudo, em causa própria.
Talvez fossem
a magnitude e fama alcançada pelo seu grupo, que tornou o Capitão cuidadoso com
a chegada de novos integrantes. Não podia descuidar e infiltrar qualquer um no
seu meio. Ora, se a morte já rondava pelos arredores, descabido seria chamá-la
para o coito. Se as desconfianças já eram existentes diante de determinadas
ações de alguns cangaceiros, de coiteiros e outros colaboradores, mais ainda
quando se tratava de acolher gente nova. Mas nem tudo podia ser controlado como
deveria. Impossível diante de situações inusitadas.
Era difícil
dizer não quando alguém procurava o bando por indicação de um conhecido. E
Lampião tinha amigos que não podia deixar de atender. Desse modo, se um cabra
chegasse desejoso de entrar naquela vida e levando consigo um bilhete rabiscado
por um valoroso conhecido, outra coisa não restava a fazer senão, em primeiro
lugar, tentar dissuadi-lo a não optar por aquela vida de tanto sofrimento e
dor. Mas, se ainda assim, o postulante se mostrasse disposto a ficar, então era
iniciado nos segredos da vivência e luta cangaceira.
Situação
também inusitada ocorria quando um cangaceiro despontava na vereda ou saía de
dentro do mato trazendo consigo uma bela sertaneja. E assim aconteceu
muitas vezes. Famosos, idolatrados e desejados por muitas das mocinhas
caboclas, os rebeldes catingueiros não perdiam tempo quando se engraçavam de
uma ou outra. Algumas delas simplesmente resolveram fugir de casa e seguir seu
escolhido; outras foram praticamente retiradas dos braços das famílias, ainda
que as mocinhas não se mostrassem contrárias ao rapto. Mocinhas não, muitas
ainda meninas, adolescentes de doze ou treze anos.
Lampião não
via com bons olhos essa ação de seus cabras. Achava uma crueldade que aquelas
verdadeiras meninas tivessem deixado suas bonecas de pano pelos cantos dos
casebres e levadas para um meio difícil de ser suportado até pelos mais
valentes e corajosos. Mas acabava reconhecendo que não havia jeito a dar.
Principalmente porque sabia que nenhuma estava ali à força, ainda que não
tivessem nem idade para raciocinar sobre a decisão tomada e muito menos sobre
os sofrimentos que teriam de suportar dali em diante.
Continua...
(*) Meu nome é
Rangel Alves da Costa, nascido no sertão sergipano do São Francisco, no
município de Poço Redondo. Sou formado em Direito pela UFS e advogado inscrito
na OAB/SE, da qual fui membro da Comissão de Direitos Humanos. Estudei também
História na UFS e Jornalismo pela UNIT, cursos que não cheguei a concluir. Sou
autor dos seguintes livros: romances em "Ilha das Flores" e "Evangelho
Segundo a Solidão"; crônicas em "Crônicas Sertanejas" e "O
Livro das Palavras Tristes"; contos em "Três Contos de Avoar" e
"A Solidão e a Árvore e outros contos"; poesias em "Todo Inverso",
"Poesia Artesã" e "Já Outono"; e ainda de "Estudos
Para Cordel - prosa rimada sobre a vida do cordel", "Da Arte da
Sobrevivência no Sertão - Palavras do Velho" e "Poço Redondo -
Relatos Sobre o Refúgio do Sol". Outros livros já estão prontos para
publicação. Escritório do autor: Av. Carlos Burlamaqui, nº 328, Centro, CEP
49010-660, Aracaju/SE.