Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.
Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.
O autor José Bezerra Lima Irmão
Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.
Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.
Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.
Destaca os principais precursores de Lampião. Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.
Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados. O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:
Como se aproxima o ano de 2019, sem mecenas, sem parcerias, sem investidores, vamos pensando em trazer a lume os nove livros nossos que hibernam por um bom tempo. Primeiro desejamos realizar um trabalho diferente e artesanal com os nossos três romances inéditos. Um Kit tipo 3 X 1. Coleção de três livros em um só volume, completando assim cinco romances ciclos do cangaço. Seria a coleção, em formato A4, com a capa das três obras estampadas na capa única. São três obras de primeira qualidade, regionais, realistas, históricas, repletas de tudo que representam os sertões nordestinos. Sexo, amor, emboscadas, aventuras, violência, cangaço, detalhes de usos, costumes, folclore em um colorido geográfico e diálogo entre os personagens, superiores a escritos de muita gente boa.
Piranhas. Agência Alagoas (Foto: Diário do poder/Divulgação).
“Deuses de Mandacaru” tem capa do autor e inicia no tempo da invasão holandesa em Penedo. Depois da introdução, o cenário passa a ser o sertão de cangaceiros, 1920-1938. Grupos antagônicos em busca de uma arca deixada pelos flamengos, onde de tudo acontece, desde Maceió, passando por todas as regiões até à cidade de Piranhas, onde tem encerramento a história.
“Fazenda Lajeado”, capa do autor, mostra com detalhes as lutas de um fazendeiro e tudo o que se passa na fazenda Lajeado. As cenas ocorrem na fazenda, na cidade próxima, na capital e no Baixo São Francisco. Realidade impressionante, fotográfica, de uma fazenda com todos os ingredientes possíveis. Consideramos este o nosso melhor trabalho do gênero.
Finalmente, “Papo-Amarelo” (referência ao rifle de igual nome), um romance quase psicografado, com 37 capítulos, realizados em apenas 30 dias completos (média em seis meses). Trata-se de uma aventura nas caatingas alagoana e baiana quando um grupo é contratado para resgatar uma senhora raptada por um bando de jagunços. A capa é do famoso artista plástico, Roninho.
Caso o plano seja realizado o leitor obterá um Kit de qualidade no miolo e na roupagem, pela metade do preço normal do mercado.
Amanhã, publicaremos trinta linhas do romance Papo-Amarelo, como aperitivo. Queremos vendê-los para seriados à TV.
Este trabalho foi realizado pelo meu filho Samuel Vítor, com 12 aninhos e que mostra-se talentoso com o desenho.
Ele diz que deseja fazer no futuro o curso superior em Arquitetura.
É um aluno aplicado e dedicado (na sua maioria com excelentes notas escolares),
e já goza o aguardado período de férias pois foi aprovado para o 8o.ano do
Ensino Fundamental II.
Meus parabéns meu filho, e que o Senhor Deus (nosso Deus) continue te abençoando!
Francisco Manço de Paiva, 33 anos,entrou desapercebido pela porta da frente do Hotel dos Estrangeiros, localizadona Praça José de Alencar, Lapa, no Rio de Janeiro. Inaugurado em 1849, o hotel era considerado o melhor da cidade, logo, do Brasil. Foi um dos primeiros a ter banheiros com ducha, lavanderia, restaurante e telefone com linha exclusiva para os hóspedes ilustres. Rapidamente, se tornou ponto de encontro de empresários e políticos da capital federal. Por esse motivo, inclusive, Paiva estava lá, esperando. Escondido.
Naquela manhã de 8 de setembro, Pinheiro Machado não teve um dia bom. Estava frustrado porque não conseguiu quórum na sessão que confirmaria o ex-presidente Hermes da Fonseca, seu candidato, como senador pelo Rio Grande do Sul. Depois do almoço, deixou o Palácio do Conde dos Arcos, sede do Senado Federal, no Campo de Santana, para se reunir com o adversário político e ex-presidente paulista Albuquerque Lins. Às 16 horas e 30 minutos, conforme o combinado, chegou ao saguão do Hotel dos Estrangeiros fazendo barulho. Estava em casa. Lá era seu endereço preferido para encontros de política. Segurava o senador Rubião Júnior, do PRP (Partido Republicano Paulista) de São Paulo, pelo braço e era seguido de perto pelos deputados paulistas, Cardoso de Almeida e Bueno de Andrade. O vai e vem dos hóspedes parou quando ouviu-se o grito: “Ah, canalha. Fui apunhalado pelas costas”.
A frase era literal. Aos 63 anos,conhecido por ser a eminência parda da República Velha e um dos mais poderosos políticos do país, o senador gaúcho José Gomes Pinheiro Machado foi ferido de morte pelo jovem Paiva, um padeiro desempregado, desertor do Exército e ex-cabo da polícia, natural do Rio Grande do Sul.
O assassino confesso não fugiu nem tentou se livrar da culpa. Entregou a faca suja de sangue nas mãos de Cardoso de Almeida e esperou a polícia. Foi condenado a 30 anos de prisão e indultado pelo presidente Getúlio Vargas em 1935. Até a morte, na década de 1960, declarou ter agido por conta própria, e não a mando de alguém.
O assassino justificou o crime como a“salvação do Brasil” e se disse inspirado pela leitura de um artigo publicado naquele dia no jornal Gazeta de Notícias. Nele, Pinheiro Machado era acusado deter “braço longo” e de querer mandar em todos os assuntos da República. O padeiro afirmou também que pretendia se vingar do fato de o senador ter sido responsável pela morte de um estudante em Porto Alegre que protestara contra a decisão dele, Machado, de eleger Hermes da Fonseca para o Senado.
Faz 103 anos que essa cena aconteceu. Faz 103 anos, também, que o advogado, general e senador previu a própria morte. Escreveu uma carta-testamento, entregue à sobrinha e afilhada Maria José Azambuja, na qual previa um fim trágico para si. Meses depois, declarou ao jornalista João do Rio, um dos mais influentes de sua época, a seguinte frase: “Morro na luta. Matam-me pelas costas, são uns pernas finas. Pena que não seja no Senado, como César”. Sim, ele era odiado por que tinha poder demais. Era famoso por fazer presidentes, realizar acordos de bastidores impublicáveis e por ser implacável com seus desafetos.
Desde a proclamação da República, nenhum outro senador ou deputado teve, por tanto tempo, igual domínio sobre a política brasileira. O ex-senador gaúcho e fundador do PMDB Pedro Simon, autor da coletânea Discursos de Pinheiro Machado, de 2005, da Editora do Senado, registra: “José Gomes Pinheiro Machado era um político afastado dos holofotes, mais voltado para a atividade de gabinete e totalmente interessado nas manobras de bastidores e na costura dos grandes acordos políticos. Era uma eminência parda. Ruy Barbosa foi o nosso grande patrono no Senado, mas como político foi um homem de derrotas. Perdeu duas vezes a eleição para presidente da República e não tinha influência no governo. Quem mandava e elegia presidentes era o Machado, um dos mais influentes políticos da República, de quem hoje ninguém fala.”
Antes do crime que lhe tirou a vida, Machado foi alvo de protestos populares praticamente diários. O panelaço acontecia na frente do Palácio do Conde dos Arcos, prédio onde hoje funciona a Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele era o tirano-mor da República, acusado de abuso de poder, de desvio de remessas do Exército para tropas sob seu comando, contrabando, fraudes e de até manipular o câmbio. Em um dia muito turbulento, seus assessores aconselharam-no a sair pela porta dos fundos. Fez o contrário. Desceu de cabeça erguida pela escadaria da frente e ordenou ao chofer do seu coche o seguinte: “Siga em uma velocidade nem tão devagar que pareça afronta, nem tão depressa que pareça medo”.
Espada em punho
Pinheiro Machado era filho de um fazendeiro e deputado federal de Cruz Alta, RS. Truculento, cultivou desafetos vida afora e tinha orgulho dessa coleção. O perfil de homem sem limites, sem escrúpulos e de gigantesca força começou a ser desenhado na juventude.
O historiador Cyro Silva, autor da primeira biografia sobre o político, o descreve de modo quase mítico:“Desde a adolescência, deu inequívocas provas de seu mais puro amor à pátria. Aos 15 anos incompletos, aluno da Escola Preparatória, anexa à Escola Militar da Corte, abandonava seus estudos, sem consentimento das autoridades superiores e, com o desconhecimento dos seus pais, alistava-se no legendário Corpo de Voluntários da Pátria, como soldado do 4º Corpo de Caçadores a Cavalo, na luta às hordas paraguaias que haviam invadido o solo brasileiro. Durante quase três anos suportou as dificuldades de uma luta feroz, em clima insalubre,somente dela se retirando quando o seu organismo em formação não pôde resistir por mais tempo aos miasmas pestíferos dos pântanos paraguaios”.
Foi resgatado do pântano pelo pai. Depois de tratado, mudou-se para São Paulo para estudar direito no Largo de São Francisco. Lá, sucumbiu ao vírus da política, herança de família. Tornou-se fanático defensor do estabelecimento da República no país. Conquistou seu diploma em 1878 e casou-se com a paulista Benedita Brazilina da Silva Moniz, que seria sua companheira pela vida toda. Nos primeiros anos de casados, viveram no Rio Grande, onde Pinheiro Machado advogou e articulou sua futura carreira política ao lado de outros republicanos, como Venâncio Aires e Júlio Prates de Castilhos, este seu grande amigo.
O fim do Império coincidiu com sua primeira eleição para o Senado, em 1890. Nascia ali um articulador das oligarquias regionais com casaco de general. A República Velha, vale lembrar, é o período que começa com a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, e termina com a Revolução de 1930. Ela teve 13 presidentes e é dividida pelos historiadores em dois períodos: República da Espada, dominado pelos setores mobilizados do Exército apoiados pelos republicanos, e República Oligárquica, quando o poder passou às mãos das elites regionais do Sul e Sudeste.
Machado foi senador por 25 anos, com uma breve interrupção. Em 1893, deixou a cadeira para tomar a frente do comando da Divisão Norte e combater, em seu estado, a Revolução Federalista (1893-1895). De espada em punho, lutou pela recém-nascida República e derrotou os revolucionários monarquistas e separatistas comandados por Gumercindo Saraiva, na Batalha de Passo Fundo. Mereceu pela bravura a fama de degolador e a patente de general de brigada honorário, que lhe rendeu o título de condestável da República. Ele era da turma da espada. Tanto que em 1897 foi acusado de ordenar o atentado contra o então presidente Prudente de Morais, o primeiro civil eleito para governar o país. Ficou preso alguns dias,mas, por falta de provas, foi liberado. Nunca perdeu os modos de general de fronteira. Nas brigas com seus desafetos, era comum atiçá-los a resolver o assunto na mão, na espada ou na bala. Num desses duelos, feriu com um tiro o diretor do jornal Correio da Manhã, Edmundo Bittencourt .
O jornalista e historiador gaúcho Luiz Antônio Farias Duarte corrobora a visão do político todo-poderoso.Em sua tese de mestrado Imprensa e Poder no Brasil –1901-1915 – Estudo da Construção da Personagem Pinheiro Machado pelos Jornais Correio da Manhã (RJ) e A Federação (RS)analisa como o político foi protagonista na mídia durante os primeiros 15 anos do século passado. Por ter debutado jovem, em 1890, tem o crédito e a fama de ser um dos pais da República. A sua primeira articulação famosa foi com o presidente Deodoro da Fonseca.
A pedido de Júlio de Castilhos, Machado procurou o marechal para convencê-lo a moderar o relacionamento com os políticos, apelando em nome do Rio Grande para que não fechasse o Congresso Nacional. O diálogo não logrou sucesso, mas impressionou o então presidente. “Esse fato significou a sua emergência na vida nacional. Ele que havia lutado como voluntário da pátria aos 14 anos e quando estudante de direito fora um dos fundadores do Clube 20 de Setembro, inspirado nos ideais republicanos dos revolucionários farroupilhas de 1835-1845, iniciava no Rio de Janeiro uma influência política que se prolongaria por mais de duas décadas e meia”, descreve Farias Duarte.
Ao se tornar vice-presidente do Senado em 1902, Pinheiro Machado descobriu sua vocação para eminência parda da República. Ele controlava a Comissão de Verificação de Poderes. A sua função era decidir quais candidatos eleitos pelo povo poderiam ou não tomar posse. Como um Nero, levantava ou abaixava o polegar para matar no berço novos mandatos parlamentares. Cultivou ódio e abusou do poder que possuía.
No período da República oligárquica (1894-1930), o senador atingiu o ápice de seu poder. Ultra-articulado e visionário,em 1910 criou o Partido Republicano Conservador (PRC), que se destacou diante do Partido Republicano Paulista, o primeiro do Brasil, e do Partido Republicano Rio-Grandense, também fundado por ele, ambos com viés regionalista. Manobrava com maestria as leis, as verbas e os subsídios para acumular poder para si e enfraquecer as poderosas bancadas de São Paulo e Minas. Na época, as oligarquias dominantes eram desses dois estados, compondo a famosa política do café com leite, por causa da importância da produção de café paulista e do leite mineiro para a combalida economia agrícola e industrial da época.
Dos pampas ao Cariri
Esse poderio foi construído sempre do Senado. Pinheiro Machado investiu na constituição de uma bancada periférica que, sob sua permanente liderança, passou a ser crucial nas votações. Deu tão certo que ele estendeu a iniciativa à Câmara, o que lhe garantiu uma expressão política e um poder incomparáveis.
Outro exemplo emblemático da sua força política conecta o senador gaúcho ao Cariri de Padre Cícero Romão Batista. Líder inconteste da sua região, prefeito de Juazeiro e suspenso das ordens sacerdotais, Cícero foi aclamado pela convenção do PRC (Partido Republicano Conservador) como candidato à terceira vice-presidência do Ceará, cargo que aceitou de bom grado. As eleições aconteceriam em abril de 1912. No meio do caminho, o presidente do Ceará, seu padrinho político, Nogueira Accioly, também conhecido como Coronel Babaquara por sua fama de apalermado e roceiro, foi obrigado a renunciar por causa de um massacre de sua polícia contra uma passeata de mulheres e crianças. Parecia o fim. Não foi.
O escritor Lira Neto destaca o episódio na biografia Padre Cícero, Poder, Fé e Guerra no Sertão: “Por uma dessas circunstâncias que somente a política é capaz de explicar, um acordo de bastidores terminou por garantir a manutenção do nome de Cícero na terceira vice-presidência estadual. Foi um acerto de cúpula, firmado no Rio de Janeiro, com a bênção do chefe nacional do PRC, o senador Pinheiro Machado, considerado à época o homem mais poderoso da República e candidato declarado à sucessão de Hermes da Fonseca. Machado, que mantinha sua influência nacional à custa do apoio das oligarquias estaduais,providenciou em seu laboratório político o antídoto contra a derrocada de Accioly”. Na marra, Cícero ocupou uma das três vagas de vice-presidente doestado.
Pinheiro Machado X Ruy Barbosa
Sua influência no executivo cresceu em 1909, quando o vice Nilo Peçanha assumiu a presidência após a morte de Afonso Pena. Foi um período de conflitos e disputas. Ambos, no entanto, apoiaram a candidatura do marechal Hermes da Fonseca à Presidência da República contra o baiano Ruy Barbosa, em 1910.
Foi uma disputa desigual, que revelou a força do filho de Cruz Alta. Conhecido como o “Águia de Haia”, Ruy Barbosa era uma figura notável. Diplomata, jurista, jornalista, escritor, tradutor e espetacular orador, tinha tudo para ser eleito presidente não houvesse um Pinheiro Machado em seu caminho. Hermes recebeu 403 mil votos, enquanto Ruy mereceu 222 mil. Na época, essa diferença não era normal.
Quem estava na oposição recebia, no máximo, 20 mil votos. Na tribuna do Senado, as rusgas entre o Águia de Haia e o “quero-quero dos pampas”, apelido de Pinheiro Machado, eram exóticas e divertidas. Brigavam por causa do estouro do tempo das falas,trocavam ofensas infantis e se enfrentavam por causa até de conjugação verbal.Sempre que Machado atropelava o português em suas falas – como quando disse “Eu me defenderei enquanto vossa excelência se manter na tribuna” – Barbosa retrucava, professoral: “Perdão, enquanto eu me mantiver é o que o nobre senador quer dizer”.
Machado e Ruy Barbosa foram adversários notórios e permanentes. Tipo gato e cachorro, embora sempre unidos pela causa republicana. A briga, a propósito, é anterior à disputa eleitoral. Começou quando Barbosa, então ministro da Fazenda, exagerou na política de crédito em favor das elites regionais. A medida pressionou a dívida pública e gerou uma crise inflacionária. O presidente Campos Salles, quando assumiu, pediu ajuda de Machado para acalmar os descontentes com a nova política econômica de rédeas curtas.
Por essas e outras, o primeiro mandarim da república tornou-se uma figura legendária, influente e ao mesmo tempo alvo de todos os ódios e críticas. Ao assumir, o marechal Hermes da Fonseca achou que poderia livrar-se do padrinho político ao criar a política salvacionista, na qual por meio de intervenções militares cassava os governadores para nomear pessoas da sua confiança. Não deu certo. Recuou. A fraqueza do marechal, vale dizer, tinha também razões pessoais.
Em novembro de 1912, com a morte da primeira-dama, Orsina da Fonseca, Hermes passou a se mostrar alheio a questões políticas e administrativas. Apaixonado pela cantora e artista Nair de Tefé, com quem viria a se casar em 1913, encaminhou as atribuições do cargo a auxiliares diretos. O expediente burocrático ficou a cargo do mordomo oficial, Oscar Pires. Já o político caiu nas mãos de Machado. Um ano antes de passar a faixa presidencial para o mineiro Venceslau Brás, uma piada publicada pela revista O Gato resumiu e fez justiça ao poder do senador gaúcho. Na charge, Hermes da Fonseca diz ao sucessor: “Olha, Venceslau, o Pinheiro é tão bom amigo que chega a governar pela gente”.
Extraído do blog do pesquisador e historiógrafo rostand medeiros - https://tokdehistoria.com.br/2018/11/28/pinheiro-machado-o-chefao-secreto-da-republica-velha/
Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em 13 de dezembro de 1912, no município de
Exu (Pernambuco), e faleceu em 2 de agosto de 1989. Foram 76 anos de vida
marcados por muita música e obstinação, no intuito de alcançar seus objetivos.
A fim de
traçar seu destino, Luiz Gonzaga, aos 17 anos, mudou-se para Fortaleza, onde
sentou praça no 23º Batalhão de Caçadores (23º BC), atual Batalhão Marechal
Castelo Branco, a 5 de junho de 1930, sendo conhecido pelos colegas de farda
como “Recruta 122”.
Logo depois,
estourou a Revolução de 1930 nos Estados do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais
e da Paraíba. Luiz foi transferido para o 22º Batalhão de Caçadores, em João
Pessoa, para combater os revoltosos na cidade de Sousa (PB) e, em seguida,
movimentado para o 25º Batalhão de Caçadores, em Teresina, para lutar na
revolução no interior do Ceará e Teresina.
No Piauí,
conseguiu engajamento e foi para o centro-sul do País: Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Campo Grande e, finalmente, Juiz de Fora, no então 10º Regimento de
Infantaria, onde ganhou fama no Exército e o apelido de “bico de aço”, pela
habilidade como corneteiro.
“Eu fui
soldado durante nove anos e eu sentia naquele meio um engrandecimento muito
grande para com a minha pessoa. Eles me chamavam para cantar para eles e eu me
apresentava diante de vinte, trinta generais, cantando coisas do sertão, porque
militar gosta muito de música que decanta o trabalho, a força, a coragem, a
capacidade de desenvolver a terra, tudo que minha música cantava. Uma vez eu
cantei para Castello Branco numa festa grande que houve em Fortaleza. No final,
ele me cumprimentou e disse: ‘gosto muito de você, Luiz’”, narrou Luiz Gonzaga,
no livro da jornalista Regina Echeverria, Gonzaguinha e Gonzagão, Uma História
Brasileira.
Em seu livro
“Luiz Gonzaga, o Rei do Baião”, o autor José de Jesus Ferreira relata alguns
trechos marcantes da passagem do sanfoneiro pelo Exército. “Sua permanência nas
fileiras do Exército foi pontilhada de constantes movimentações. Nos princípios
de julho de 1930, ainda com as insígnias da unidade cearense cingidas na
túnica, participou, sob o comando do coronel Pedro Ângelo, de algumas incursões
a municípios sertanejos, como Princesa e Cajazeiras, na Paraíba, e Cariri, no
Ceará. A partir de outubro daquele ano, com a explosão do movimento
revolucionário, liderado pelos Estados do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e
da Paraíba, e a consequente deposição do presidente Washington Luís, o pracinha
Gonzaga, já militarmente aprimorado, deixou as fronteiras cearenses".
Em 27 de março
de 1939, entretanto, recebeu a sua baixa no Exército, depois que foi sancionada
uma lei que impedia o reengajamento de cabos e soldados com mais de dez anos de
atuação. Por conta disso, partiu rumo ao Rio de Janeiro, com a intenção de
poder voltar para casa.
Luiz Gonzaga
ficou no Batalhão de Guardas do Rio de Janeiro, enquanto aguardava um navio
para Pernambuco, e foi aconselhado por um soldado sobre a possibilidade de
ganhar dinheiro por sua habilidade.
Em 1940,
passou a apresentar-se em programas de rádio como calouro. Com repertório
variado, que ia desde músicas estrangeiras, que lhe renderam críticas, às
músicas populares brasileiras. Mas foi a partir de suas músicas, algumas
compostas em parceria, que o “Lua”, apelido dado pelo então radialista Paulo
Gracindo, que o sanfoneiro arretado conseguiu sucesso.
Em 1949, Luiz
Gonzaga é consagrado o Rei do Baião, gênero que praticamente introduziu e
divulgou no centro-sul do País.
A partir dos
anos 80 do século XX, algumas iniciativas foram adotadas no intuito de
reconhecer o homem e a arte de Luiz Gonzaga do Nascimento, insigne brasileiro
nordestino.
O Exército
Brasileiro, em 1982, lhe concede a Medalha do Pacificador, em 2001, in
memorian, o homenageia com uma placa, com a réplica da corneta usada à época no
23º BC e com a cópia do Boletim de Incorporação pelo Comando Militar do
Nordeste, e, em 2006, por proposta do Comando Militar do Nordeste, o Comandante
do Exército lhe outorga, post mortem, a Medalha da Ordem do Mérito Militar, que
foi entregue a irmã, Francisca Gonzaga.
Fonte: site do Exército Brasileiro
Ruy Lima – 18/12/2018
Rodrigo Maia, repórter da Rede Gazeta, afiliada da Rede Globo no Espírito Santo, se envolveu em briga e foi afastado (Divulgação/TV Gazeta/Reprodução/Youtube)
Confusão foi
registrada pelas câmeras de videomonitoramento do condomínio, que fica na Praia
do Canto, em Vitória.
Por G1 ES
A Rede Gazeta
decidiu afastar, nesta quinta-feira (20), o repórter Rodrigo Maia, que se
envolveu em uma briga no condomínio onde mora, na Praia do Canto, em Vitória. A
confusão aconteceu na terça-feira (18).
As imagens das
câmeras do prédio mostram a confusão, que começou no elevador.
Rede Gazeta
afasta repórter da TV que se envolveu em briga em prédio
Uma mulher de
camisa vermelha assiste à discussão do homem de camisa azul com o repórter
Rodrigo Maia, de camisa mais clara.
Rodrigo
filmava com um celular. O homem de camisa azul tenta empurrar e chutar o
repórter. Rodrigo coloca o celular no chão e parte para cima do homem. A mulher
sai e os dois brigam no elevador.
Depois eles
vão para fora e caem no chão. O homem fica deitado. Rodrigo, ajoelhado, dá
vários socos. Depois, com o homem já caído, Rodrigo o arrasta pela camisa. Fala
com o homem e volta a agredi-lo várias vezes.
A Rede Gazeta
repudia qualquer tipo de violência e tão logo tomou conhecimento dos fatos
decidiu imediatamente pelo afastamento do repórter Rodrigo Maia e aguardar a
apuração completa dos fatos.
O aposentado
Nildo Ferreira, 69 anos, conversou com a reportagem do Gazeta Online após
prestar depoimento na Delegacia do Idoso, na manhã desta quinta-feira (20).
Segundo Nildo, que é vizinho de Rodrigo, as discussões entre os dois começaram
por causa de barulho vindo do apartamento do repórter.
Segundo Nildo,
as discussão no elevador aconteceu por esse motivo, já que o aposentado
novamente questionou o repórter dizendo que ele continuava fazendo barulho.
O G1 ainda
não conseguiu falar com o repórter.
A Polícia
Civil disse que o caso foi registrado na Delegacia Regional de Vitória, na
quarta-feira (19), como lesão corporal.
O caso é
investigado na Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso.
Posicionamento
da Rede Gazeta
A Rede Gazeta
decidiu afastar de suas funções o repórter Rodrigo Maia, que se envolveu numa
briga no condomínio onde mora, em Vitória. As agressões foram filmadas pelas
câmeras de segurança do prédio. A Rede Gazeta repudia qualquer tipo de
violência. E tão logo tomou conhecimento dos fatos decidiu imediatamente pelo
afastamento do repórter até apuração completa do ocorrido.
Lampião era muito Supersticioso, e vai usar objetos
necessários para minimizar o TOC - rezas, orações, símbolos, tudo com temor de
não ser preso pelo Estado. Cria assim um estilo UNIGÊNERO.