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terça-feira, 20 de setembro de 2022

A MORTE DO CANGACEIRO - UMA CRUZ À BEIRA DO CAMINHO

 Por Fatos na História

https://www.youtube.com/watch?v=zU00EsGQvgc&ab_channel=FatosnaHist%C3%B3ria-Canga%C3%A7oeNordeste

"...Ali estava sepultado um tipo de sertanejo que já não existia mais. Pelo menos como nos moldes de antigamente. Um cangaceiro. Menino de Ouro? Alagoano? Dois de Ouro? Ás de Ouro? Não é provável que sejam os dois primeiros, porque há relatos de fontes primárias quanto à presença deles em episódios posteriores envolvendo o cangaço. A dúvida é: qual dos dois restantes? Dois de Ouro ou Ás de Ouro?..."

Referências:

."A Morte do Cangaceiro - Uma cruz à beira do caminho", por Honório de Medeiros .Cariri Cangaço .Blog Honório de Medeiros Fotos: .Benjamin Abrahão C. Botto .Blog Lampião Aceso .Blog do Mendes e Mendes .Cariri Cangaço .Pinterest .Internet Ajude o canal, doando qualquer valor através do botão "Valeu", que está abaixo do vídeo. Obrigado.

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SETE DIAS COM VOLTA SECA O CANGACEIRO MENINO - PARTE I.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=aHdBXVjBpJM&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

"MISÉRIA E ABANDONO É QUE GERAM O CANGAÇO".

Para se ajustar às normas e regras da plataforma tive que fazer alguns ajustes e agora volto a apresentar a série COMO SE FORJA UM CANGACEIRO que trata-se de uma reportagem que foi realizada entre dezembro de 1949 e janeiro de 1950 com o polêmico cangaceiro Volta Seca, com os devidos cortes e ajustes necessários.

Uma entrevista inédita e exclusiva fornecida por Antônio dos Santos o cangaceiro Volta Seca e que vocês acompanharam a partir de hoje em 22 capítulos.

CONHEÇAM A NOSSA LOJA: https://www.lojaodonordeste.com/
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FÉLIX CABOJE " CABRA " DE LAMPIÃO - MAIS UMA HISTÓRIA DE UM DOS CANGACEIROS DE LAMPIÃO: FÉLIX DA MATA REDONDA!

Por Cangaço Eterno 

https://www.youtube.com/watch?v=ZVD6l1wA-Ww&ab_channel=Canga%C3%A7oEterno

Conheça a história do cangaceiro Félix Caboje ou Félix da Mata Redonda, que fez parte do bando de Lampião. Cabra alto, forte, destemido que não levava desaforo para casa. #lampião #cangaço

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FIGURAS DO CANGAÇO ( 02 )

THEOPHANES FERRAZ TORRES : Nasceu na cidade de Floresta - PE, aos 27 de dezembro de 1894.

Desde muito cedo, segundo parentes e amigos, Theophanes tinha intuições, como se aquilo fosse uma missão estabelecida para ele, uma delas é que entraria na polícia e prenderia o cangaceiro Antônio Silvino, que, por sinal, vinha a ser o ídolo de alguns moleques da sua turma.

E em 1914 suas intuições se realizaram e Theophanes prendeu Antônio Silvino, além do rifle de ouro em meados da década de 20, Theofanes comandou uma ação da polícia que prendeu e matou mais de 100 cangaceiros.

Theophanes lutou contra os revoltosos, manteve suas convicções, foi preso, e em 11 de Setembro de 1933, doente, depressivo veio a falecer.

Você conhecia esse bravo combatente?

Deixarei a baixo um vídeo onde mostro a ação que Theophanes Ferraz Torres comandou que prendeu e matou para mais de 100 cangaceiros. Para assistir basta clicar no link abaixo 👇

https://youtu.be/jLixkc9J7QY

Edição : Helton Araújo ( Acervo Digital)

Foto : Via Blog Tok de História do amigo ROSTAND MEDEIROS (deixo claro que as fotos não me pertencem, apenas o trabalho de edição para meu acervo digital).

 https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste

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CARIRI CANGAÇO SERRA TALHADA 2022

Por Odilon Nogueira

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?multi_permalinks=1996727880536146&notif_id=1663687885447263&notif_t=feedback_reaction_generic&ref=notif

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PERSEGUIÇÃO AO CANGAÇO NO ESTADO DE PERNAMBUCO EM 1927

Do acervo do José João Souza

O Governo do Estado imprime uma impetuosa repressão no combate aos cangaceiros atingindo frontalmente toda população sertaneja, arrancado famílias inteiras de dentro de suas residências e sendo espancadas no meio da rua, velhos e crianças tratados na lei do chicote. Próximo a localidade de São João do Barro Vermelho, município de Vila Bela, residia um coiteiro chamado Cícero Nogueira, que vez por outra pegava em armas e participava dos combates ao lado de Lampião. No final de abril um grupo de soldados, entre eles, Augusto Gouveia, o prenderam em uma ação de surpresa. No meia da caatinga, arrodeado pelos praças, levando empurrões, murros e pontapés, diz que quer conversar sozinho com o soldado Augusto, para informar os nomes de outras pessoas daquela região. O pessoal aceita e os dois afastam-se alguns metros e começam a cochichar, quando o cangaceiro tira seu chapéu da cabeça, de dentro saca uma arma e atira no rosto do interrogador, mas a bala atinge a face de raspão, mesmo assim o prisioneiro escapa em debandada. Os outros soldados entraram no mato e logo adiante uma rajada de balas nas costas põe fim a vida de mais um cangaceiro.

Em 11 de abril de 1927, apresenta-se em rendição, sob a garantia do padre José Kerhle, na cidade de Villa Bella, o cangaceiro Francisco Miguel, vulgo Pássaro Preto, que abandonou o grupo de Lampião. Na mesma ocasião, membros da família Pereira celebram o acordo para entregar os irmãos cangaceiros Luiz Batista Gaia e Antônio Batista Gaia, este último conhecido por Açucena, e do parente Sebastião Raimundo Gaia, o popular Três Cocos.

Por essa época, chegou a cidade de Villa Bella o Chefe da Polícia de Pernambuco, Eurico de Souza Leão, para uma visita de inspeção às tropas de combate. Juntamente com o prefeito e outros comandantes de polícia regional visitam a cadeia recentemente construída e a encontra abarrotada de prisioneiros, em meio a sujeira, piolhos e pulgas, uma fedentina insuportável. Assustado com a quantidade de pessoas e a situação deprimente, pergunta se são todos cangaceiros.

-Não, responde um dos presentes, completando: Aí dentro tem gente de toda espécie, tem pessoas que deu água ou comida a cangaceiros, cabra safado que levava ou trazia fuxico de Lampião, desordeiro que faz baderna e gente desaforada. Em seguida a comitiva estadual seguiu para Belmonte, Salgueiro e Petrolina.

Os cangaceiros Jatobá e Pinga Fogo são mortos no Logradouro, povoação de Villa Bella, pela volante do tenente Arlindo Rocha, no dia 30 de julho.

Inicia o mês de agosto com mais dois cangaceiros entregando as armas e rendendo-se ao suplente de delegado Antônio Silveira. São eles: João Mariano, vulgo Andorinha e João Guida. Ainda no mês de agosto, a Volante do sargento João Gomes prende os cangaceiros Antônio Terto, apelidado de Cobra Verde e Camilo Domingos, Pirolito.

Na primeira semana de setembro, após intenso tiroteio entre os cangaceiros e a força comandada por Arlindo Rocha deixa como saldo as mortes de Hortencio e Manoel Vale, que tinham como cognome Craúna e Lavandeira, respectivamente. Na ocasião foi preso o Caboclo da Serra do Uman, chamado Bispo dos Anjos, homem forte e astuto, da confiança absoluta de Lampião. Na mesma investida consegue prender também Benedito Domingos, Fortunato Domingos, apelidado de Guará, Antônio Quelé, vulgo Candeeiro e Albino Rodrigues. Foram recolhidos a cadeia de Villa Bella, onde todos os dias chegavam mais prisioneiros, inocentes ou não.

Antes de finalizar setembro Arlindo Rocha captura Manoel Monteiro, Torquato, Gabriel Pereira Barbosa e Antônio Gregório, este último era apelidado de Braúna. Todos eram gente de Lampião que estavam em debandada perambulando pela caatinga. Nessa mesma ocasião prendem os coiteiros David Dudo e Tiburtino Lucas, por possuírem armas em suas casas, pois nem isso era mais permitido.

Nessa época, chegou à sala de comando da polícia notícias de Lampião e seu grupo transitando pelas fazendas Buenos Aires, São João do Barro Vermelho e Cipós, maltrapilhos e com fome. Tamanha é a sujeira que cheirava mal, com barba e cabelos crescidos, poucas armas e quase sem munição. As Volantes entram em alerta e são reforçados os roteiros que poderiam tomar, montando emboscadas, principalmente nos acessos a São Francisco, Nazaré e Betânia. Todas as estradas foram piquetadas pela polícia.

No dia 13 de outubro o valente cangaceiro poeta e aboiador, Genésio Vaqueiro, acompanhado por seu irmão, João Vaqueiro, entra em Villa Bella e procura o Comandante da Força Pública, major Teófanes Tôrres, para se entregar. Em depoimento diz que Lampião está adoentado, passando dias sem ter água para beber, alimentando-se apenas de algum fruto da caatinga, sem dormir a noite, vivem apenas fugindo de qualquer chiado, carregando alguns companheiros feridos. No final de outubro Lampião passou na casa de José Guedes, na fazenda Escadinha, conforme foi descrito para o major Teófanes Tôrres, Lampião estava mancando do pé, o olho lacrimejando e ardendo, magro e cansado, mas animado para a luta. Findado o mês de outubro os cabras de Lampião se alojaram na fazenda Pitombeira, propriedade de Izidório Conrado, um dos principais chefes da família Pereira, recebendo guarida para reposição das energias, com arma e munição. As autoridades de Villa Bella denunciam que a família Pereira protege Lampião, permitindo que circule livremente pelas propriedades. O Chefe de Polícia, Eurico Souza Leão, manda cercar a fazenda Pitombeira. Enquanto isso, o coronel Manoel Pereira e o Dr. Santa Cruz vão a Recife dar explicações, negando tudo. Mesmo assim o tenente Higino efetuou busca na fazenda e apreendeu 11 rifles e 725 cartuchos, além de una carabina mauser e uma espingarda de caça.

Ainda na primeira semana de novembro, o primeiro suplente de delegado de Villa Bella captura no Sítio Nevada, em Flores, o comerciante Paulino Donato da Silva, por ter vendido 335 cartuchos de fuzil a Lampião.

Em boletim geral n° 264, do dia 22 de novembro o major Teófanes Tôrres apresenta o saldo de cangaceiros mortos e aprisionados no período de junho a novembro desse ano em todo sertão pernambucano, desde quando começou a repressão: 14 mortos e 82 capturados sob seu comando. No dia 19 de dezembro o major Teófanes Tôrres escreve ao Chefe de Polícia do estado, Eurico Souza Leão, denunciando, o juiz de direito, Dr. Augusto Santa Cruz, como protetor de cangaceiro e de dificultar a ação da polícia. No dia 20 de dezembro o Chefe de Polícia envia um telegrama ao major em resposta ao que recebeu, dizendo: "Não desejo discutir com Lampião togado desse município. E o outro Lampião?".

Na noite de Natal, os cangaceiros participam da celebração da Missa do Galo em Villa Bella, todos de roupas paisanas, comendo e bebendo na fazenda Caxixola, cercado de rapazes e moças da cidade, com várias autoridades relatando os acontecimentos da sociedade e da política local.

Do livro: LAMPIÃO E O SERTÃO DO PAJEÚ

De: Anildomá Willans de Souza

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LAMPIÃO E ZÉ BAIANO EM CANINDÉ – O CARRASCO FERRADOR

 Por No Rastro do Cangaço

https://www.youtube.com/watch?v=2qVfxWQ_Udo&t=1160s&ab_channel=NoRastroDoCanga%C3%A7o

Virgulino Ferreira da Silva, Lampião, o rei do cangaço, juntamente com seu Bando, do qual fazia parte cangaceiros afamados do cangaço nordestino como Zé Baiano, Luiz Pedro, Zé Sereno, Mariano e outros cabras, após deixar Maria Bonita, Lídia de Zé Baiano, Otília de Mariano e outras mulheres de cangaceiros no coito da fazenda Maranduba, resolvem invadir o povoado de Canindé, e para isso Lampião usa um coiteiro de sua confiança para enganar o chefe da Volante Policial local, fazendo com que eles se deslocassem, deixando o Povoado sertanejo totalmente desguarnecido, ocasião em que o cangaceiro Zé Baiano aproveitou para vingar-se da família Marques, ferrando cruelmente, com ferro de marcar gado, três mulheres, entre elas a Maria Marques, num episódio terrível que lhe rendeu o título de O Carrasco Ferrador.

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Vejam também:

https://youtu.be/hEZ9Ifp0AFI https://youtu.be/VIn8lXYp1N0 https://youtu.be/-C9qLrDZLog https://youtu.be/LDmStNyCsoI https://youtu.be/5PjciJIQhUM https://youtu.be/sG61afBs_Ow https://youtu.be/z9cwGeBK6xE https://youtu.be/TEreny0RV_4 https://youtu.be/uiSBbaQq9Zk https://youtu.be/YcUuF392894

UM FORTE ABRAÇO!

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TRAIPU

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.770

Os três rios mais importantes do Sertão alagoano são: Traipu, Ipanema e Capiá, pela ordem: início de Sertão, médio Sertão e Alto Sertão.

LEITO SECO DO RIO TRAIPU VISTO DA BR-316, EM 2016 (FOTO: B. CHAGAS/REPENSANDO A GEOGRAFIA DE ALAGOAS). INÉDITO.

“O rio Traipu nasce no extremo ocidental da serra do Gigante, a noroeste de Bom Conselho, em Pernambuco. Vem para o sul e é atravessado pela BR-316 junto à fazenda São Francisco, a oeste da serra do Gravatá, continuada pela da Brecha. Este rio marca, embora grosseiramente, no trecho inicial, o sertão e o agreste alagoanos, mesmo que uns poucos quilômetros abaixo entre em plena caatinga, pois o sertão e o agreste alagoanos interpenetram-se numa forma ondulante de avanços e recuos, dificultando uma determinação precisa de suas áreas.

Por se encontrar nas proximidades deste limite, apresenta um vale com certa umidade e, ao lado da dessegregação mecânica do seu leito rochoso, já se nota a influência de processos de decomposição química dos minerais menos resistentes a ação das águas. Mas é um rio sertanejo autêntico, mesmo com mais resíduos de água acumulada nas aluviões do vale.

A conquista das suas margens pela pecuária, com a palma da fazenda aludida vem explicar esta condição de umidade de seu vale.

Sua extensão fica em torno de 80 quilômetros e tem como afluentes da margem direita, os rios: Mares, Torta, Galinha e riacho do Sertão; Pela esquerda: Salgado, Campos, Tingui, Craíbas, Sal e Priaca.

Deságua junto à cidade de Traipu, recebendo a invasão do rio São Francisco, pela formação de alagado na sua parte baixa”.

(prof. Ivan Fernandes Limas -1965).

Aprecia-se melhor o rio Traipu, ao se passar pela BR-316, na entrada de acesso a Minador do Negrão. Ali, uma ponte proveniente da antiga estrada de rodagem foi descartada e substituída por uma nova para acompanhar a pista. A ponte descartada continua servindo a carro de boi, burros, cavalos e pedestres, ao lado da outra. De ambas as pontes se avista bem a calha do rio Traipu.

Também pela Al-220, Batalha – Arapiraca, a estrada corta o rio. O seu afluente riacho do sertão, ali abastece um dos maiores açudes de Alagoas: o açude de Jaramataia.

 http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2022/09/traipu-clerisvaldo-b.html

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OS MISTÉRIOS DA TRAMA E MORTE DE DELMIRO GOUVEIA

Olho no Olho...Por Gilmar Teixeira.

 

Pesquisador Gilmar Teixeira


No ano de 2008 iniciei um projeto para realizar um documentário sobre a Usina Hidroelétrica do Angiquinho, encomendado pela Fundação Delmiro Gouveia, que administra o sítio histórico. Durante a organização do acervo histórico enviado de várias partes do Brasil e do mundo, como objetos, jornais, cartas, livros, vídeos e fotografias, tive acesso a algumas informações sobre o assassinato do empresário Delmiro Gouveia, que ocorreu em 1917.

Como historiador e pesquisador do cangaço deparei-me com algumas informações até então desconhecida de todos as literaturas que havia tido acesso. Não que os historiadores do cangaço e biógrafos de Delmiro Gouveia tenham se omitido aos fatos, mas diga-se que os mesmos não tiveram em seu tempo a reunião destas informações como foi a mim oportunizado. E foi destas revelações, obscurecidas pela pouca preocupação no nosso país em preservar a história, que resolvi escrever este livro, fruto da pesquisa e do amor pela cultura e memória do sertanejo.

Pois bem. Ao ler uma matéria do jornal carioca Última Hora que fez a cobertura da saída da prisão do principal acusado e sentenciado pelo assassinato de Delmiro, o pistoleiro Róseo, que concedeu entrevista ao impresso. Na entrevista destacou que quando foi a Água Branca-AL fazer o acerto para assassinar Delmiro, já estavam lá os cangaceiros Luiz Pedro e Sebastião Pereira na casa da baronesa Dona Joana Vieira Sandes de Siqueira Torres, prontos para matar o empresário da Pedra. Porém, antes do serviço os mesmos são mandados para Sergipe para fazer um serviço para o Coronel Neco de Propriá, mas chegando lá o serviço é suspenso e ficam por lá trabalhando na usina do coronel.

Como pesquisador do cangaço imediatamente liguei os nomes dos dois cangaceiros citados por Róseo, e através de uma foto tirada na cidade da Pedra, datada de 1917 (ano da morte de Delmiro)...

eram eles Sinhô Pereira e seu primo Luiz Padre; Sinhô foi o chefe de Lampião. A foto em questão foi a única foto destes dois cangaceiros que se tem registro.

Continuando a pesquisa, descubro que os dois cangaceiros são primos do Capitão Firmino, e estiveram hospedados em sua fazenda na Pedra-AL, que havia sido vendida a Delmiro. Não por coincidências os dois cangaceiros saem em fuga para o Estado de Goiás na companhia de Zé Gomes, cunhado de Firmino, logo após o assassinato. O compadre de Delmiro Cap. Firmino é então acusado de ser o mandante do assassinato do amigo, visto a relação com Gomes e sua fuga, e foi preso. A sua prisão e soltura rápida com a influência de Lionelo Iona, sócio de Delmiro, e membros da família Torres, revelou um grande complô, que esse livro, através de documentos, reportagens e fotos da época busca retratar quase um século depois, as motivações, encenações e tramas para o assassinato de Delmiro Gouveia.


Os fatos documentados apontam que membros da família Torres e Lionelo Iona orquestram uma trama espetacular, fazendo com que vários desafetos de Delmiro Gouveia se interessassem após uma reunião, por assassiná-lo, criando diversos álibis para os interesses escusos envolvidos neste crime. Partindo do princípio de que, realmente os assassinos foram os cangaceiros Luiz Pedro e Sebastião Pereira, a sequência dos fatos a seguir permitirão ao leitor identificar em meio aos fatos, o desenrolar deste mistério secular, tornando cada um dos leitores investigadores e, certamente, novos elementos serão revelados a cada leitura. Nesta investigação histórica deve ser observado pelos leitores as seguintes condições:

1.Lionelo Iona, sócio e administrador das empresas de Delmiro, que antes de sua morte deixa testamento, onde Iona seria o tutor da herança deixada para os filhos de Delmiro até completar a maioridade, além de um seguro onde eras beneficiários. Essa fortuna seria administrada por ele. Veja que os filhos de Delmiro eram crianças na época, então imagine quanto tempo o mesmo teria até passar o controle aos herdeiros. Quando finalmente os filhos assumem os bens, depois de anos, Iona volta rico para Itália.

2.A família Torres tem seu poder político na região ameaçado pela presença forte de Delmiro que detém grande poder econômico e influência política. Os Torres participam e influem no julgamento dos acusados, o Juiz era membro da família e facilita para os interessados a condenação dos réus.

3.O Capitão Firmino, amigo e compadre de Delmiro tem sua filha difamada na cidade por conta da sedução de sua filha por Delmiro, e fica responsável pela contratação dos cangaceiros já famosos no Pajéu, Sinhô Pereira que vem a ser chefe de Lampião depois dessa morte junto com seu primo Luiz Padre (pai do deputado federal Hagaus de Tocantins). Seu futuro genro falava para todo mundo que só voltava para casar com sua filha, se ele matasse Delmiro, após a morte ele retorna e se casa. O Cap. Firmino estava na hora do crime com Delmiro e usava uma camisa escura, pois Delmiro só usava branco isso facilitou o alvo, só Firmino viu os três assassinos. Por que três? Era a quantidade que interessava, mas foram cinco, pois dois davam cobertura aos executores.



4.Herculano Soares (fazendeiro) apanhou de Delmiro no meio da rua e prometeu vingança, foi ele juntamente com seu cunhado Luiz dos Anjos que deram cobertura aos criminosos a mando do Cap. Firmino, pois eram amigos e o capitão já havia morado por muitos anos em Água Branca, terra de Herculano.

5.Zé Gomes (cunhado do Cap. Firmino), além de adversário político de Delmiro, tinha uma grande rixa com o empresário que apoiava em Jatobá (hoje Petrolândia) seu inimigo político Lero, que veio a derrotá-lo em eleição para prefeito. Após o crime foge para Goiás na mesma data que os cangaceiros e, passa a morar na mesma cidade.

A partir dos fatos aqui relatados, onde muitas coincidências se tornam suspeitas, toda a relação entre estas famílias e a acusação recaindo sobre Rósea é possível perceber que caso esta história revelada hoje, houvesse sido na época do assassinato muitos interesses políticos econômicos, que perduram até hoje, teriam os rumos alterados. Outros nomes ainda podem ser incorporados a trama, mas ao fim se revela que Rósea não foi o único executor, nem tão pouco o Cap. Firmino o único interessado nessa morte.

Gilmar Teixeira
Pesquisador, escritor e documentarista
Feira de Santana - Bahia


NOTA CARIRI CANGAÇO: Essas e outras revelações polêmicas a cerca do assassinato do grande coronel do sertão, um dos maiores empreendedores do inicio do século XX, Delmiro Gouveia, na edição 2011 do Cariri Cangaço com o pesquisador e documentarista de Feira de Santana, Gilmar Teixeira.

http://cariricangaco.blogspot.com/2011/02/os-misterios-da-trama-e-morte-de.html

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O ARTESÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.769

Fiz uma nova visita de cortesia ao artista plástico Roninho Ribeiro. Sua oficina, localizada à avenida Castelo Branco, Bairro São José, estava repleta de peças encomendadas e à venda ocupando todos os recantos das prateleiras e do piso. Fiquei admirado com o volume produtivo do artesão que hoje tem preferência pela sucata, embora seja pintor chargista em tela e mexa com os mais diferentes tipos de matéria-prima. O mundo preferencial de Roninho é o Sertão Nordestino, assim como o meu mundo, porém, repleto de cangaceiros e tipos esquisitos que povoam a mente fértil do artista. Vizinho ao seu local de trabalho, está sendo construída há, alguns meses, o complexo da Praça São José, em reforma profunda, talvez isso seja um estímulo para tanta produção em benefício da Arte pelo escultor santanense.

ARTESÃO RONINHO RIBEIRO (FOTO: B. CHAGAS).

Quase sempre Roninho estar viajando para expor seus trabalhos em inúmeras cidades de Alagoas. Piranhas e Maceió têm sido praças muitas vezes visitadas pelo artista, aproveitando cada evento relacionado à arte. RR é irmão de outra fera da arte, Roberval Ribeiro, hoje estabelecido com a Empresa ROBRAC, continua em pleno vigor esbanjando talento sob encomenda. Os estilos são diferentes entre os irmãos Ribeiro, o que proporciona muito mais opções para o belo mundo das incríveis transformações. Mas ainda na Oficina ou Atelier do Roninho, vejo as novidades entre as peças de cangaceiros, heróis, bandidos e tipos populares, são as      esculturas em madeira representando gamelas que atualmente são modas no ambiente de apartamentos.

Na esquina entre a CONHB e o conjunto São João, o alto da residência de Roninho deslumbra na paisagem possante da margem direita do rio. As barreiras paralelas ao Ipanema e o casario rumo ao Hospital e a serra da Remetedeira, parecem inspirar o dia a dia do artesão do cangaço. Interrompo o artista que não pode perder tempo, pois vai aperfeiçoando as peças de encomendas coestaduanas e a expectativa aguçada de novas visitas. Aproveito o ensejo e encomendo duas peças para futuro ex-votos. O artista abraça o desafio e eu desço a colina montado na esperança do seu manuseio.

Como é fácil para Roninho fazer um mundo de faz de conta!

Encontro nas obras da praça, personagem semelhante aos do atelier.

É a vida que imita a arte ou a arte que imita à vida?

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