Fonte http://revistaalfa.abril.com.br/
Assim, o grande Gerson, carrega, desde então, o estigma da suposta
lei que enunciou, deturpada, talvez no inicio, pelo seu conteúdo
subliminar de incentivo ao vício do cigarro, mas logo usada para
exprimir traços bastante característicos e pouco lisonjeiros do caráter
midiático nacional, associados à disseminação da imoralidade e ao
desrespeito a regras de convívio para a obtenção de vantagens.
A lei de Gerson funciona como mais um elemento na definição da
identidade nacional e o símbolo mais explícito da nossa falta de ética.
Na arraigada cultura brasileira, a famigerada lei de Gérson é uma norma
não-escrita, não oficial, segundo a qual a pessoa que gosta de levar
vantagem em tudo segue-a no sentido negativo de se aproveitar de todas
as situações em benefício próprio, sem se importar com questões éticas,
morais ou legais.
Francamente arrependido das suas palavras Gérson tentou por muito
tempo se desvencilhar da fama de patrocinador dos espertalhões, patrono
dos corruptos, professor dos desonestos, propagandista dos canalhas… Mas
não teve jeito. A lei de Gérson pegou, grudou e ficou. Crucificaram-no,
como antes já crucificaram outros inocentes. Cravaram-no em uma cruz
pelas suas palavras, não pelos seus atos. Atos esses já devidamente
comprovados, que são e sempre foram de um homem honrado, moral,
cumpridor dos seus deveres, das verdadeiras leis vigentes e também
preocupado com o bem estar e com o futuro daqueles mais necessitados.
O cidadão Gerson (para os hipócritas, insensatos, maledicentes,
ignorantes…) execrado e crucificado como sinônimo de ardil, na verdade,
além de ser defensor da moralidade e dos bons costumes é Diretor do
“Projeto Gerson” e Presidente de Honra do Instituto Canhotinha de Ouro,
com sede na cidade de Niterói (mas atuante noutros municípios do Rio de
Janeiro), e atende cerca de 3.000 crianças e adolescentes que vivem em
situação de risco social, por vezes tirando-os das ruas, dos sinais de
trânsitos a esmolar, das marquises, das drogas, fornecendo-lhes
esportes, alimentação, planos médico e odontológico, acompanhamentos
pedagógico, nutricional e psicológico.
Tais planejamentos e projetos, sem dúvidas, além de tudo, ocupam o
tempo ocioso das crianças e adolescentes que deles fazem parte.
Fornece-lhes cidadania, e também dá oportunidade do primeiro emprego aos
jovens maiores de 16 anos de idade, vez que há convênios entre o citado
Instituto e várias empresas dos municípios onde atua, enfim,
oferece-lhes uma nova oportunidade para as suas vidas que quase sempre
descambariam para a criminalidade. Além desses pontos positivos que só
merecem aplausos e reverências de todos, o Instituto Canhotinha de Ouro,
há cinco anos consecutivos, vem realizando um intercâmbio
sócio-esportivo com grupos de meninos e meninas, vindos de Utah , nos
Estados Unidos da América, o que tem proporcionado aos seus alunos uma
troca de experiências e contatos com outros povos e culturas, ou mesmo o
alcance de futuras e melhores oportunidades técnicas e profissionais a
tais brasileirinhos.