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sexta-feira, 24 de julho de 2020

TODO SERTÃO NUM SÓ CORAÇÃO

Por Antonio José de Oliveira

Nobre pesquisador Mendes: 

Tive o privilégio (como tantas outras vezes) de ser indicado por você para a leitura do livro "TODO O SERTÃO NUM SÓ CORAÇÃO: Vida e obra de Alcino Alves Costa", de autoria do Advogado e Escritor Rangel Alves da Costa.


Tenha certeza caro amigo que, a leitura desse livro me despertou tanto pelo aprofundamento da pesquisa sobre a Saga do cangaço, como procurar compreender com mais afinco o que acontece na vida de um homem público.

Você que conhece o livro do Rangel, sobre a vida de seu pai, sabe perfeitamente quem foi o mestre Alcino: sua inteligência, dedicação, sofrimento nos últimos dias e, apesar de um grande administrador, (logo que governou sua Poço Redondo por três vezes), a injustiça pela qual fora acometido na sua última gestão.

Alcino filho de um torrão sertanejo que produziu mais de duas dezenas de cangaceiros, e, ele próprio era sobrinho de um deles: O Zabelê, que segundo suas palavras LEVANTOU VOO, NÃO MAIS RETORNANDO ao torrão que lhe vira nascer.

Alcino, que fora escritor, compositor, radialista, político de peso em sua Terra, mas havia estudado somente o curso primário. Era na verdade um autodidata.

Mas, para o leitor conhecer em profundidade quem era o "CAIPIRA DE POÇO REDONDO" e "VAQUEIRO DA HISTÓRIA", faz-se necessário apossar-se da leitura do livro VIDA E OBRA DE ALCINO COSTA, escrito pelo seu filho Rangel e, LAMPIÃO ALÉM DA VERSÃO: Mentiras e mistérios de Angico, escrito pelo próprio Alcino.



Explanar sobre a vida do mestre de Poço Redondo, é sempre motivo de prazer e honra para um iniciante na estrada da Saga do Cangaço.
O meu muito obrigado,

Antonio Oliveira - Serrinha desta nossa Bahia.

Para adquirir esta obra entre em contato com o professor Pereira lá de Cajazeiras no Estado da Paraíba através deste e-mail:

franpelima@blo.com.br

Informação: Se você quiser adquirir livros sobre o cangaço, escrito pelo  saudoso Alcino Alves Costa, entre em contato através dos e-mails abaixo com Rangel Alves da Costa, ou o professor Pereira: 

rangel_adv1@hotmail.com
franpelima@bol.com.br

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LIVROS "PEREIRAS" DO PAJEÚ E "FEITOSAS" DOS INHAMUNS - HISTÓRIA GENEALOGIA


Outra grande obra com a assinatura do Professor Venicio Feitosa Neves que se avizinha, trazendo a história das famílias "Pereira" do Pajeú e "Feitosa" da região dos Inhamuns no Ceará.

Recentemente o Professor Venicio Feitosa Neves lançou o Livro "O PATRIARCA - CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO (IOIÔ MAROTO", um estudo com 712 páginas, focado na saga dos colonizadores, origens das famílias Feitosa dos Inhamuns e Pereiras do Pajeú, coronelismo, biografia e história do patriarca Crispim Pereira de Araújo e narrativas do cangaço.

Adquira-o através deste e-mail:

franpelima@bol.com.br

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ATENÇÃO! LOGO VAI CHEGAR O NOSSO NOVO LIVRO – “1927 – O CAMINHO LAMPIÃO NO RIO GRANDE DO NORTE”

Por Rostand Medeiros

Pelos próximos dias estará saindo da gráfica o nosso novo livro “1927 – O Caminho de Lampião no Rio Grande do Norte”. Esse livro, com quase 400 páginas, é fruto de uma pesquisa de campo detalhada, onde o SEBRAE-RN foi nosso grande parceiro.

A obra possui várias e interessantes histórias dos dias marcantes de junho de 1927, quando o cangaceiro Lampião e seu bando palmilharam o Oste Potiguar para realizar o famoso ataque contra a cidade de Mossoró, que soube se defender e venceu o mais famoso bandoleiro do Brasil. Eu segui esse mesmo caminho e agora conto essa experiência!

Muito feliz com esse momento!


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JOSÉ MARIA FILHO DO CANGACEIRO GATO. NOITE ILLUSTRADA, 1940; MANCHETE, JULHO DE 1981.




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ANTÔNIO CORRÊA SOBRINHO NOS ENTREGA ÚLTIMA ENTREVISTA DO CANGACEIRO RIFLE DE OURO



Apresento aos amigos a, provavelmente, última entrevista à imprensa do primeiro Rei do Cangaço, o Rifle de Ouro, ANTONIO SILVINO, concedida ao diário carioca O JORNAL, poucas horas antes de sua morte, publicada na edição de 05.08.1944. SILVINO que completa 76 anos de falecido no final deste mês, e, tal qual o seu êmulo Virgulino Lampião, merece ser lembrado por todos nós que cultivamos o cangaço.


O FAMOSO CANGACEIRO ENTREVISTADO NOS ÚLTIMOS INSTANTES DE VIDA – “DE PÉ NUNCA TIVE MEDO, MAS DEITADO NÃO QUERO MORRER” – “NÃO TENHO MEDO DO INFERNO, MAS NÃO QUERO IR PARA O CÉU” – NUNCA ROUBEI NEM DESONREI NINGUÉM

JOÃO PESSOA, julho (De Luiz Gomes e Abelardo Jurema para a Meridional) – Há alguns meses, correu em Campina a notícia de que Antonio Silvino, o famoso bandoleiro que assombrou as populações de nossas caatingas, cariris e sertões, se achava gravemente doente em uma água-furtada na rua Arrojado Lisboa, atraindo assim a atenção de todos e sobretudo daqueles que ainda se recordavam da história palpitante do cangaceirismo nordestino, da qual aquele homem de 72 anos era um personagem de primeira plana.

NUMA ÁGUA-FURTADA

A rua Arrojado Lisboa passou a ser palmilhada por homens de todas as classes e profissões. Até professores procuravam conhecer Antonio Silvino. O que restava do homem do cangaço era um ancião pendurado numa rede, alquebrado fisicamente, mas com o espírito esclarecido, vivo, respondendo a todas as perguntas e divagando sobre os homens e as coisas com aquela vaidade que possuía de brilhar nas palestras, como um pseudo homem de letras, querendo se fazer de entendido em tudo.

Mas, diga-se de passagem, se Antonio Silvino não era culto, pelo menos mostrava uma inteligência de primeira ordem. Não parecia o bandido que entrou na Detenção de Recife, sem conhecer uma letra de alfabeto.

Quando, setenta e duas horas antes do seu falecimento, estivemos em sua casa, numa tarde álgida e chuvosa dos últimos dias do mês de julho, fomos encontra-lo num estado de profunda dispneia, naquela alforja que dava a impressão de uma furna guardando uma fera que de fora apenas tinha os olhos saltitantes e acesos.

SILVINO, NÃO, CAPITÃO DE CAMPO

Como vai passando, Silvino? Foi a nossa primeira pergunta, que o velho não deixou sem esta advertência, interessante e filauciosa:

“Silvino, não, capitão.”

Mas, interrogamos. Capitão de que milícia, do Exército, da Polícia, da Marinha ou da Guarda Nacional?

Não, respondeu o velho bandoleiro. Capitão de campo, como sempre.

A seu lado, estava uma dama da sociedade de Campina, lendo os Evangelhos, nesses exercícios que ajudam a morrer sem lamentos.

Estranhamos ao capitão de campo que ele, que tinha saído da cadeia de Recife com fama de espírita e posteriormente de protestante, estivesse ali a ouvir com tanto respeito a religiosidade orações dos irmãos de São Pedro, parecendo assim uma conversão ao catolicismo.

NUNCA TIVE MEDO DE MORRER, MAS AGORA...

Ainda desta vez Antonio Silvino não deixou passar sem uma explicação, dizendo:

- “Nunca tive medo de morrer em pé, quando campeava pelo Nordeste, e agora, deitado, não quero morrer, se bem que não tenha medo do inferno, pois, se pra lá for, disputarei um lugar de chefe, um posto de comando qualquer. Pro céu é que não quero ir, pois, ao que me consta, lá não há campo pra luta nem para capitão do mato como sempre fui. Quero é viver mais um pouco, mesmo com esta agonia que estou sentindo, com esta falta de ar, com esta falta de conforto. Essas palavras que a menina está lendo são do Evangelho, o que quer dizer que são palavras de Deus. Em todas as religiões do mundo a palavra de Deus é uma só.”

Até parecia que Antonio Silvino já tinha lido o “Paraiso Perdido” de Milton, naquela estrofe que tão bem se ajustava ao seu pensamento naquele minuto: “É melhor ser rei no inferno do que soldado no céu”.

HOMENS DA JUNGLE

Homens como Silvino não aceitam a igualdade. São individualistas por instinto. Querem estar sempre mandando, ainda mesmo que imperando entre naturezas selvagens, sem conforto e sem lei, mas sempre expedindo ordens e forçando o seu cumprimento. Homem da jungle.

Ali estava um homem quase sem vida, porém senhor de si mesmo, cheio de altivez e com o espírito presente à realidade do momento. Via a morte próxima e ainda era o mesmo homem sem o acabrunhamento tão comum entre os mortais nestas horas supremas.

Depois de darmos tempo a ele se perfazer, procuramos detalhes de sua vida pregressa. Era inútil. O homem se aferrava na tese de que o passado o vento tinha levado.

VINTE E CINCO ANOS DE RECLUSÃO

- “Minha vida, disse Silvino, todo mundo conhece. Entre as minhas aventuras e o presente, há vinte e cinco anos de reclusão que alteraram o meu destino. Mas, digam lá fora que nunca roubei nem desonrei ninguém, e se matei alguém, isso foi em defesa própria, evitando cair nas mãos de inimigos e dos macacos.”

Ele batizava de macacos os soldados da Polícia.

Antonio Silvino esquecia-se dos quadros que atestam a sua ferocidade... a paisagem macabra que deixou atrás de si durante vinte e um anos de cavalgada sinistra na trilha do crime. O testemunho dos seus contemporâneos está aí, estigmatizando a sua vida criminosa, de nada valendo as dirimentes que alega nem as lendas que se propagaram, lendas criadas na imaginação popular tão fértil e tão plástica às primeiras impressões e tão facilmente impressionável pelas façanhas novelescas.

No júri popular soberano, dizia-se com muito ajuste à realidade psicológica de nossa gente que se todo criminoso fosse submetido a julgamento imediatamente após o delito, a condenação seria no grau máximo, mas que, se se deixasse o tempo correr, a sua ação cicatrizante se faria sentir e a absolvição viria como veio em casos talvez mais tremendos do que os do próprio Antonio Silvino.

Continuamos o nosso interrogatório. Insistimos ainda em colher de Antonio Silvino algo de novo sobre a sua vida. E a resposta foi inteligente.

CHEIO DE ESPERANÇAS NA JUSTIÇA DE DEUS

- “A justiça dos homens me condenou. A justiça da Revolução de 30 me absolveu, dando-me liberdade. A doença agora me prende e eu só tenho a aguardar o pronunciamento da Justiça de Deus. E ela é maior do que todas as justiças da terra. Levo um consolo, que julgo influir no julgamento divino. Tudo quanto fiz distribuí com os pobres, terra, gado e dinheiro; nada mais tenho hoje, a não ser filhos educados com o meu próprio esforço e que hoje me esquecem inteiramente.

“Faço questão em dizer que vivo abandonado, pois só uma filha que mora em Fagundes, neste munícipio de Campina, veio me ver no estado em que me encontro. Afora este conforto moral, devo o amparo que tenho agora nesta casinha modesta á minha prima Tidula e a este moleque que aqui está, o Francisco Alves, que não me abandona um só momento, como um cão fiel.”

DESTINO DE BANDOLEIRO

Que destino de bandoleiro! Depois de ter o mundo a seus pés, estava vivendo às custas da bondade humana. Eram motoristas, viajantes, pessoas do povo, gente enfim cheia de sentimento de solidariedade humana que estava auxiliando Antonio Silvino, esquecendo-se dos seus crimes, mas assistindo a um enfermo até mesmo com orações.

Ante aquele quadro, têm razão os que pensam que “o crime não compensa”. Ainda há pouco, visitando a Cadeia Pública de João Pessoa, vimos entre os presos comuns, em suas roupas zebradas, o célebre Zé de Totó, que depois de quarenta anos de vida criminosa, perdeu até mesmo a fama, um dos elementos que mais alimentam o instinto criminosos dos homens fora da lei.

“DEUS LHES ABENÇOE”

Estava já escurecendo e o Rei do Cangaço se mostrava cansado e incapaz de continuar a nos prestar atenção. Chegava o moleque Francisco com um cobertor. Fazia frio. Campina estava vivendo a 16 graus acima de zero. Era uma temperatura que não fazia bem a um homem dispneico. Sentimos que poucas horas restavam de vida a Antonio Silvino. Olhamos bem para a sua fisionomia. Cabeça chata de nordestino, cabelos brancos, tão brancos como a sua barba crescida, olhos claros e ainda vivos, parecendo até que daquele corpo eram os últimos órgãos a condensar avaramente as últimas centelhas de vida de Antonio Silvino.

Despedimo-nos dele. Dissemos algumas palavras de conforto. Do fundo da rede, num esforço que bem podemos avaliar pela sua expressão momentânea de aparente robustez, surgiu o busto de Antonio Silvino, lançando-nos um adeus patético: “Deus lhes abençoe e muito obrigado pela visita”.

Setenta e duas horas depois, mal tínhamos chegado de Campina e já a notícia da morte de Antonio Silvino se espalhara.

Obra de pura coincidência. Ele que tanto gostava de publicidade, recebendo na Casa de Detenção de Recife e de Olinda com a melhor boa vontade os repórteres e visitando, quando solto, as redações dos jornais das cidades que percorria, numa tentativa sempre interessada de estar em evidência, até mesmo nos últimos momentos, no fundo de uma cangocha, sentindo-lhe, aos poucos, faltar o contato com o mundo, foi visto por dois repórteres que ali foram sem pensar que iriam divulgar as últimas palavras do abencerragem do cangaceirismo no Nordeste.

Antonio Silvino já não existe. Manoel Batista de Morais dorme para sempre no Cemitério do Carmo de Campina Grande.

O JORNAL (RJ) - 05.08.1944


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A ENDEMIA DO CANGAÇO


Por Assis Chateaubriand

É uma ilusão acreditar que, morto hoje “Lampião” e exterminado amanhã “Corisco”, teremos feito a extirpação do cangaceirismo no Nordeste. A própria impunidade de “Lampião”, por tantos anos evidencia a natureza possante, que o abriga, o deserto generoso que o protege. Só uma autoridade pode estabelecer-se permanente, duradoura, dentro daquelas caatingas agrestes. É a lei do mais forte (...). Pode a polícia volante estabelecer momentaneamente o império da lei em um ponto dado. E matar dez, doze, quinze bandidos. Outros tantos irromperão mais além, polarizando o remanescente do bando militarmente aniquilado, porém não socialmente destruído.

A pujança do movimento do cangaço corresponde à vastidão do mundo ermo e abandonado de que ele vive. Para a importância do mal perpetrado pelo banditismo sertanejo, há uma colaboração decisiva do fator meio. Oferece uma medíocre ideia da sua compreensão das causas do cangaço o que tentar apreciá-lo em função exclusiva do coiteiro, da coragem dos bandidos que o exercitam profissionalmente, ou da passividade dos governos dos Estados, onde ele é teatro. Jamais houve maior e mais íntima correspondência entre o crime e a terra que o produz. Vejam em quanto os tesouros pobres dos estados do Nordeste já se exauriram para se libertar de “Lampião”. Só ao de Alagoas essa última campanha lhe custou 400 contos. “Lampião” pode não ter roubado nem cinco mil contos em suas razias. Mas terá custado a sua perseguição aos erários cearense, rio-grandense do norte, paraibano, pernambucano, alagoano, sergipano e baiano mais de vinte a trinta mil contos. Vi um governador em Pernambuco, Herculano Bandeira de Melo, dizer a meu pai esta frase antes de assumir o governo: “Vou consagrar-me ao sossego da família sertaneja. Se prender Antônio Silvino, terei realizado tudo no meu governo. Se o não prender, não terei feito nada.”

Esse homem não mediu esforço numa tenaz campanha exterminadora do cangaço. Antônio Silvino ainda zombou mais de cinco anos de caça policial.

E a verdade é que, encarcerado Antônio Silvino, a sua coroa passava à cabeça de “Lampião”. E com que grandeza esse rei do cangaço trouxe aquele símbolo da sua onipotência malfazeja! Antônio Silvino era um cangaceiro-menino comparado com “Lampião”. Como o cabra alagoano, tombado nos Angicos, dilatou o poder do príncipe do crime sobre as terras viciosas do sertão! Cotejam a corte lampionesca, atingindo até 50 homens, com a rala falange de Silvino. Ao contrário do que se poderia imaginar, preso Antônio Silvino, o seu sucessor reorganizou o cangaço com uma autonomia sertaneja, e uma liberdade de movimentos como não tinha o chefe prisioneiro.

A impunidade do cangaço é uma resultante inevitável do despovoamento dos sertões, do inevitável do coiteiro; pela fraqueza do Estado, da natureza da caatinga onde se acoita o banditismo e da penúria das vias de comunicações de certas regiões do hinterland nordestino. Por que não medra mais quase o cangaço no Rio Grande do Norte, na Paraíba e no próprio Ceará? Por que “Lampião” mal podia operar em incursões rápidas nos territórios destes Estados? É que os sertões deles dispõem de uma rede de comunicações rodoviárias e de núcleos de populações mais densos, como não tem Alagoas, Sergipe e o norte da Bahia. Varei, justo há 21 anos, quase todo o sertão de Alagoas, atingindo as vizinhanças de Piranhas. Quase por toda parte só se me deparava o ermo. Como perseguir um grupo de homens protegido pelo deserto e dispersos dentro da caatinga?

Repeliu o capitão Juracy Magalhães no governo da Bahia, a façanha de Herculano Bandeira. Transformou a liquidação do banditismo em programa de governo. Olhem no mapa a zona do sertão baiano, assolada por “Lampião”. Respira o abandono da planta humana.

A extinção do cangaceirismo é função da posse do habitat sertanejo pelos instrumentos de civilização. Sem o progresso, teremos ali permanente a endemia do cangaço. O crime comum (e o cangaceiro que literatos de latão procuram romantizar é um criminoso vulgar, um ladrão e um assassino) é a diátese inevitável, decorrente da impunidade com que o meio físico abriga o malfeitor.

O Jornal (RJ) – 05.08.1938


Adquirido no acervo do pesquisador Antônio Corrêa Sobrinho

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LAMPIÃO E ANTONIO SILVINO


Por Antonio Corrêa Sobrinho

Lampião cujo nome é Virgulino,

e Manoel que se chamou Antonio Silvino,
fizeram história no sertão nordestino.
Seus nomes terminam em “ino”,
Que rima com libertino, ferino, assassino.
Os dois foram reis do cangaço.
Quis porque quis o destino
suas mortes num 28 de julho,
Virgulino em 1938 e em 44 Silvino.
Um teve morte matada,
Num coito, com muito barulho,
O outro teve morte morrida,
Num canto que fez de regaço.
Os dois foram reis do cangaço.



ACSobrinho


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PADRES DA PARÓQUIA DE SANTANA

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de julho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.352

Ao completar mais uma noite de festejos em homenagem a nossa padroeira, o livro “o Boi, a Bota e Batina; História Completa de Santana do Ipanema”, mostra que alguns padres se destacaram   em tempos idos em nossa região. Entre eles, o evangelizador primeiro padre Francisco José Correia de Albuquerque, cujas virtudes e feitos deslumbravam um futuro cheio de êxito para o nosso catolicismo em terras da Ribeira do Ipanema.


De 1884 a 1888, tivemos o padre Teotônio Ribeiro e Silva, natural de Traipu. Foi ele quem escreveu a biografia do padre Francisco Correia, tudo que se tem até hoje. Era poliglota de muitas línguas, uma surpresa em sabedoria numa época tão difícil.

Tivemos ainda o padre Veríssimo da Silva Pinheiro entre 1888 a 1892, tudo indica, substituto de Teotônio. Foi ele quem construiu o primeiro cemitério da Santana do Ipanema na parte alta, espaço atual entre a Igreja Sagrada Família e a EMATER.

Foi também padre em nosso município, Manoel Capitulino de Carvalho, natural de Piaçabuçu, terra ribeirinha do São Francisco. Permaneceu entre 1898 a 1919. Entrou na política chegando a ser “prefeito” de Santana. Foi ele quem fez a primeira reforma da igreja fundada pelo padre Francisco Correia. Foi governador interino de Alagoas e elevou à cidade a vila de Santana. Ainda construiu a igrejinha de Nossa Senhora da Assunção como marco de passagem de século.

Padre José Bulhões, 1919 a 1952, filho de Entre Montes, povoado ribeirinho do São Francisco. Fez a segunda grande reforma da igreja central, deixando-a como hoje se apresenta no todo. Adoecendo perto do final da obra, foi auxiliado pelo padre Medeiros, de Poço das Trincheiras.

Destaque também para o padre Luís Cirilo Silva, 1951 a 1982, sendo natural da serra da mandioca em Palmeira dos índios. Oriundo de linhagem holandesa. No seu período o teto da Igreja Matriz veio abaixo, faleceu pouco tempo depois e a igreja sofreu uma grande reforma interior.

Padre Delorizano Marques, construiu o santuário Guadalupe, marco do século e reformou a Matriz que era de estilo tradicional. Delorizano era natural de Major Izidoro.

Atualmente, comanda a paróquia de Senhora Santana, o padre Jacyel Soares Maciel, santanense do sítio Olho d’Água do Amaro, o que representa motivo de orgulho para a “rainha do Sertão.


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O PODER DAS ONDAS CURTAS DE UM RÀDIO GENUINAMENTE BRASILEIRO FABRICADO NO BRASIL PELA FORD E A PHILCO O GIGANTE PORTÀTIL O TRANSGLOBE.

Por Guilherme Machado

O objetivo deste projeto é o de trazer até você informações sobre o TRANSGLOBE, um receptor de rádio multibanda fabricado pela Philco Brasileira entre as décadas de 50 e 80 e que é muito querido entre os radioescutas e dexistas de todo o Brasil.

O dexista é um tipo de radioescuta que se interessa principalmente em captar emissoras de rádio à longas distâncias. Nesta atividade é comum o uso de receptores multibanda, como é o caso do Transglobe. O termo multibanda surge do fato de o receptor de rádio possuir muitas faixas de ondas, possibilitando a escuta de longínquas emissoras de rádio, situadas à milhares de quilômetros, em qualquer horário do dia ou da noite.

O Transglobe oferece a possibilidade de escuta destas emissoras, por possuir várias faixas de Ondas Curtas. Foram fabricadas diversas versões deste rádio, apesar de a maioria dos radioescutas só conhecerem uma ou duas versões existentes.

Ao longo dos anos, no desenvolvimento do meu hobby, tenho procurado identificar todas as versões deste magnífico rádio que é motivo de orgulho, pois conseguiu alcançar um padrão de qualidade comparável à bons rádios multibandas estrangeiros, como é o caso do Zenith Trans-Oceanic e outros multibandas americanos, europeus e japoneses. O modelo que aparece na foto acima é um B-481, que é uma versão da década de 70. É importante salientar que o Transglobe, que possui um nome muito sugestivo, pelo fato de ser um receptor que nos "transporta ao redor do Globo", teve sua criação, assim grande parte dos receptores multibanda, inspirada no modelo norte-americano fabricado pela Zenith echamado de Trans-Oceanic.


Inspirada, MAS NÃO COPIADA. O Transglobe tem suas próprias características, e seus circuitos não tem absolutamente nada a ver com os do Trans-Oceanic. A verdade é que os dois são excelentes rádios.

Falando mais sobre o Transglobe, sabemos que é um rádio conhecido pela maioria dos dexistas. O que muita gente não sabe é que a história do Transglobe começa muito antes daquele rádio de nove faixas, AM-FM, com a caixa de plástico preto e grade na cor marrom. Ainda no final dos anos 50, com a intensificação da fabricação de rádios transistorizados, a Philco iniciou a fabricação de modelos com seis faixas de onda e que foram chamados de Transglobe.

Os primeiros Transglobe não eram portáteis, ou seja, eram rádios de mesa, com caixa de madeira e com painéis típicos de modelos deste tipo, cujos modelos: B-457, B-458, B-466 e B-467 possuíam gabinete de madeira e eram dotados de 6 faixas de onda. Ainda no final dos anos 50 iniciou-se a fabricação do primeiro modelo portátil "TRANSGLOBE II" cujo gabinete ainda era feito de madeira e o acabamento em vinil preto.

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EU E O CANGAÇO COM CRISTIANO FERRAZ

Fonte You Tube   Canal Aderbal Nogueira

Hoje traremos mais uma entrevista dentro do universo de pesquisadores da temática cangaço e nordeste. A iniciativa é do grande documentarista Aderbal Nogueira que desta vez nos traz o pesquisador e escritor florestano, uma das maiores revelações da literatura do cangaço dos últimos anos; Amigo do Cariri Cangaço, co-autor de "As Cruzes do Cangaço - Os Fatos e Personagens de Floresta"; Cristiano Ferraz.

Fonte: YouTube    Canal:Aderbal Nogueira


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MESTRE LUCIANO CARNEIRO VIROU FOLHETO ETERNO


Por Cacá Araújo

"E hoje o Mestre Luciano Carneiro virou folheto eterno, desses que traduzem toda a humanidade na rima mais definitiva: o trabalho, o amor, a justiça, a liberdade. Foi-se o poeta mais completo que minha vista alcançou. Aqui, a minha reverência!" Cacá Araujo - Crato-CE.

NOTA DE PESAR

O Conselho Alcino Alves Costa do Cariri Cangaço se solidariza com o sentimento de pesar dos familiares,amigos e admiradores do grande Poeta Luciano Carneiro; Mestre da Cultura Popular, Amigo do Cariri Cangaço; paraibano de nascença e cratense de coração. 

Vá em paz poeta e leve sua arte e poesia para alegrar ainda mais o céu estrelado de nosso amado sertão.


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CEARÁ, O REFÚGIO SEGURO DE LAMPIAO



De todos os Estados nos quais esteve, o Ceará foi, de longe, o que menos sofreu com a violência imposta por Lampião. Ele dizia textualmente que preservava o território. O motivo principal era o padre Cícero. Além disso, tinha boas relações com políticos e a policia local não costumava importuná-lo. Possuía também importantes aliados. Diante dessa equação, praticamente não há registros de episódios de violência relevantes provocados por Virgulino no Estado.

Lampião visitou frequentemente o Estado quando procurava descanso ou a perseguição crescia em outros lugares. Em outubro de 1925, por exemplo, o bando foi visto em Mauriti, onde fizeram compras na feira e pagaram tudo que consumiram. Como as passagens eram pacíficas, é provável que tenha visitado o Ceará em muitas ocasiões sem que se tenha tido noticias, eram os episódios de violência que faziam com que circulassem as noticias de sua presença.

No ano seguinte, pouco antes do ataque a Mossoró, em maio de 1927, Lampião esteve de novo no Ceará. Foi em Aurora e, conforme noticiaram os jornais, teve encontro e tomou café com o chefe de policia. No mês seguinte, já ao deixar Limoeiro do Norte, Lampião tomava a direção de Aurora quando foi alvo de inesperada hostilidade de policiais cearenses. aparentemente, tomavam as dores do ataque à Mossoró, sobretudo pelo ataque ter ocorrido tão perto e em cidade tão ligada ao Estado. Os cangaceiros ficaram acuados e quase sem comida, mais conseguiram escapar, em episódio que rendeu duas criticas aos policiais cearenses e sérios questionamentos por parte das tropas de outros Estados.

Mesmo sem a repressão ter sido bem-sucedida, a inusual hostilidade em território cearense parece ter sido determinante para uma guinada na trajetória de Lampião, e dos sertões. Em agosto de 1928, numa canoa, Lampião cruzou o rio São Francisco. A região ao sul do rio se tornaria a base de suas operações dali em diante. O cangaço na Bahia conheceria nova era. E Lampião passou a ter como refúgio preferencial outro Estado, Sergipe, onde um dos seus protetores seria o médico e capitão do exército Eronildes de Carvalho, em meados de 1930, Eronildes tornou-se governador do Estado.

Paradoxalmente, Lampião veio a morrer justo em Sergipe, mais não pela polícia sergipana:

(Fonte, "o povoolline"", em 27-07-2018).


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SEM QUERER...

Por Carla Motta

Sem querer achamos esta matéria do UOL, tão bacana ver que todo o esforço e lutas valeu a pena. Espaço lindo, mantido por nós, encontros com alunos, oficinas, palestras. Muitas promessas políticas, mas muitas mesmo em vão. Ainda bem que não desistimos.

Um espaço de cultura e de valorização da cultura em Bauru. Notícias boas, Bauru é famosa. Às vezes pipocam seu nome nacionalmente. Às vezes com notícias inspiradoras como essa. 

Carla Motta.

MENINO DE 13 ANOS CRIA UMA BIBLIOTECA ESPECIALIZADA EM LITERATURA DE CORDEL EM SÃO PAULO.

Por Caroline Passos, Filha de Maria Aparecida e Agnald
Pedro do Cordel (Foto: Reprodução/ Facebook/ Acervo Pessoal)

Pedro Popoff conseguiu reunir 2 mil cordéis para sua ‘cordelteca’, compartilhando com os moradores de Bauru a cultura nordestina tão presente em todo o Brasil. 

Pedro Popoff desde os cinco anos de idade, admira a cultura nordestina. Após assistir ‘Lampião, o Rei do Cangaço’ (1964), ele começou a desbravar as diferentes manifestações artísticas do Nordeste brasileiro, principalmente o cordel. Atualmente, com 13 anos, Pedro decidiu compartilhar sua paixão com os moradores de Bauru, município onde vive no interior de São Paulo. Para isso, decidiu criar uma biblioteca específica para obras de literatura de cordel, em abril desse ano, a qual batizou de Gonçalo Ferreira da Silva, homenageando o poeta de Ipu, no Ceará, conhecido por ser um dos criadores da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
Sua biblioteca fica na Rua Treze de Maio, 12-45, na região central de Bauru e já recebeu muitas doações de cordéis. Boa parte vinda de autores, poetas e academias especializadas.


Além do acervo literário com mais de 2 mil obras, a ‘cordelteca’ também conta com objetos de origem nordestina, como uma coleção de chapéus e um gibão doado pelo poeta Chico Neto Vaqueiro, de Fortaleza.

O adolescente foi apelidado de Pedro do Cordel e ficou muito popular na região especialmente por usar roupas características e acessórios típicos do sertão. Ao lado dos pais, ele desenvolveu o projeto chamado “Brincando de Cordel”, em que visita escolas e participa de eventos para falar sobre a cultura nordestina.


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PADRE CÍCERO, LAMPIÃO E CORONÉIS.


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e veja se o professor Pereira é um dos vendedores deste livro.


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