https://www.facebook.com/OCangacoNaLiteratura/posts/1007401536077663/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
https://www.facebook.com/OCangacoNaLiteratura/posts/1007401536077663/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Por Robério Santos
São raros os livros que se atrevem a escrever inteiramente à visão dos Volantes. Luitgar de Oliveira Cavalcanti Barros deu seu ponto de vista histórico no raro “A Derradeira Gesta: Lampião e Nazarenos Guerreando no Sertão”; João Bezerra narrou em primeira pessoa no seu “Como Dei Cabo de Lampião” uma narrativa intimista dos acontecimentos que precederam a morte de Virgulino, o durante e o depois. Marilourdes Ferraz nos mostra as memórias do Coronel Manoel Flor no sensacional “Canto do Acauã” e André Carneiro de Albuquerque faz seu cerco às tropas volantes pernambucanas no “Capitães do fim do Mundo”. Estes são os livros que tenho em minha humilde coleção, não que eu não quisesse mais saber da vida dura dos perseguidores de cangaceiros, fossem eles contratados ou efetivos da polícia, mas vejo uma grande falta de conteúdo do gênero, dada a magnitude do tema e a quantidade exacerbada de livros unicamente sobre cangaceiros.
O nome “Volante” vem do arcaísmo “volar” que na língua galega remete a “voar” ou “sair do lugar em busca de algo” e era esse o perfil deste personagem intrigante onde tão poucos guardaram seus nomes na história, estes que ao lado dos padres, rastejadores, civis, coiteiros, cangaceiros e coronéis (estes que nem sempre eram coiteiros) merecem uma atenção maior nas pesquisas. O termo “macaco” era um xingamento depreciativo para definir de forma pejorativa e racista, uma associação a “bicho da cara feia como um macaco”, às vezes utilizada nos dias atuais, levando muita gente até os estrados judiciais por injúria racial. Chamar alguém de "macaco", em virtude de sua cor, na verdade configura o crime de injúria racial (injúria qualificada), prevista no §3º do art. 140 do Código penal, e não racismo.
Nomes como Odilon Flor, Zé de Rufina e João Bezerra ficaram encravados nos livros de história como “matadores de cangaceiros” e “cortadores de cabeças”, mas muitas vezes esquecemos dos leais soldados que marchavam meses e meses com fome e sede, atiravam da mesma forma e sequer são citados. Este exército anônimo muitas vezes tinha uma importância bem maior que seus líderes, mas mesmo assim a história sempre valorizou o vencedor, o que sai na foto, o que a mídia impõe como o superior, muitas vezes dando a impressão que ele agiu sozinho. Quantas vezes ouvimos frases como “Corisco foi morto por Zé Rufino” e “Lampião foi morto por João Bezerra” e sabemos que, sozinhos, nada poderia ter sido feito.
Em Sergipe, mesmo sendo o menor estado da nação, eu me inclino a dizer que foi o estado mais recheado de fatos interessantes sobre o cangaço. De castrações absurdas como o caso do Pedro Batatinha em Dores à Lampião sendo enganado pelo povo de Frei Paulo que simulou um velório na igreja, fazendo Lampião desistir da entrada; ou do bando ter andado de carro, telefonado e até mesmo ido ao cinema, até sua morte em 1938.
Neste mesmo estado, o povo ainda em 1928, dez anos antes de sua morte, começava a viver dias de terror, com a possível entrada do Rei Vesgo em nosso pequeno espaço de terra, mas que poucos sabiam que aqui Lampião tinha um grande amigo que já o conhecia desde terras alagoanas, era Antônio Caixeiro, pai do médico Eronides de Carvalho, este que anos depois passaria a ser Governador de Sergipe e as coisas iriam melhorar para os cangaceiros.
Dia 1o de março de 1929, Lampião, Volta Seca, Luís Pedro, Virgínio, Ezequiel, Mariano, Corisco e Arvoredo (todos montados à cavalo) entram no pequeno estado pelo município de Carira e atravessam até 27 de novembro quase todo estado, indo fazer uma visita a Eronides em sua fazenda Jaramataia, à norte, perto da cidade de Gararu. Alguns meses antes, dia 20 e 21 de março do mesmo ano, o bando atravessa Maniçoba (atual Nossa Senhora Aparecida) e entra em Saco do Ribeiro (atual Ribeirópolis) ambos povoados de Itabaiana-SE na época. Durante esta passagem, alguns membros do bando tiveram ciência da presença de um comerciante no povoado chamado Cruz do Cavalcante, algumas léguas do Saco do Ribeiro, a Noroeste de onde estavam e no ano de 1930, para ser mais exato, início deste ano, Corisco, Mariano e mais três cangaceiros invadem à noite a casa de meu tio tetravô, José Felipe dos Santos, irmão de meu tetravô Antônio Felipe dos Santos, filhos de Chico Ceará, chegados em 1877 desde o distrito de Cuncas, no Ceará, fugindo da seca.
Zezé morava um pouco afastado do perímetro urbano de Cruz do Cavalcante, onde estava sendo instalado um vapor para descaroçar algodão. O velho Zezé foi aprisionado, roubado e levado com o grupo pelas estradas desconhecidas. Outro rapaz, de prenome Meliano, já vinha preso com o grupo. Os estranhos seres que mais pareciam vindos de outro mundo, à visão popular, exigia pagamento para a libertação de ambos, ou era isso ou a morte deles. A população do vilarejo os viu passar caminhando com armas apontadas para suas cabeças. Efetuaram pequeno saque e partiram para o desconhecido. Maria das Graças Barreto, esposa de Zezé, agoniada despachou o jovem José Mesquita até o Saco do Ribeiro para levantar a quantia. O grupo foi alcançado nas proximidades do Alagadiço, devidamente pago e libertado. Por pedido desesperado de Zezé, o jovem que estava preso também foi libertado.
Passado o susto, Zezé foi até a sede do município, Itabaiana, ter uma conversa com o chefe de polícia, Othoniel Dórea, o famoso “Dorinha”, este mesmo que recebera um ano antes, ligação de Lampião desde o Saco do Ribeiro. Foi enfim pedido um contingente policial para proteção local. Conseguindo isto e passando três meses no povoado, retornaram para Itabaiana, levando a população temer novo ataque de cangaceiros. Com isso, temendo nova represália de Corisco, se mudara em definitivo para o Saco do Ribeiro, povoado este que se separaria de Itabaiana pouco tempo depois, virando enfim cidade no ano de 1933.
Em 1934 o cangaceiro Zé Baiano se instala na Região de Alagadiço, perto de Cruz do Cavalcante, voltando a aterrorizar as populações de São Paulo (Frei Paulo), Itabaiana, Ribeirópolis, Maniçoba e Pinhão.
O ano decisivo para a criação da volante de Baltazar e seu irmão Perciliano foi 1935. Como estava acontecendo em várias partes do estado, forças paramilitares de contratados foram sendo criadas para o combate do cangaceirismo, deixando Lampião acuado e outros subgrupos passaram a agir menos em nosso estado.
Logo após a morte de Zé Baiano, seu primo Zé Sereno começou a fazer incursões pelo estado, principalmente pelo agreste e boca do sertão. Numa dessas passagens na proximidade de Ribeirópolis, o grupo tático de Baltazar foi acionado e se dirigiram para lugar chamado Lagoa da Mata, mais a norte do município. Alega-se que haviam mais de vinte cangaceiros, inclusive Sila, que em seu livro autobiográfico “Sila, memórias de Guerra e Paz (1995)” comenta:
“Quando nos aproximamos da casa por um lado e íamos chegando ao terreiro do outro lado, estava cheio de macacos. Eram os macacos de Baltazar. Começou então o tiroteio”.
Seguiram os cangaceiros mata adentro e foram parar em Nossa Senhora das Dores, nas redondezas, onde cercando uma casa num lugarejo de nome Salobro, mataram o negro cangaceiro de alcunha Zumbi, onde cortaram a cabeça e expuseram em várias cidades. Era um prêmio conquistado e a volante ganhara fama sutil após este episódio.
Na data de 23 de junho de 1937, Baltazar e seu grupo entraria em definitivo para a história ao se agrupar à famosa volante dos nazarenos, comandada por Odilon Flor em busca do bando do cangaceiro Mané Moreno, que estava agindo no Sertão sergipano. As duas volantes se encontraram em Monte Alegre e Cansanção, rastejador de Baltazar, foi o responsável por levantar as pistas deixado pelo bando. Pergunta ali e aqui, perceberam que o grupo seguia para nordeste do ponto onde estavam, iam em direção ao Rio São Francisco. Odilon percebe Cansanção parado olhando uma clareira e rapidamente dá um passo á frente, saca o revólver, olha nos olhos do jovem rastejador e diz:
- Tá cum medo?
- Não, saugento.
- Intonce, pru que ta aí parado... feito istauta?
- Daqui pru diante num vai.
- Num vai o que, macho frouxo? Odilon foi avançando.
Baltazar vendo a discussão, se intromete e pergunta ao rastejador.
-Tem o quê?
- O rastro si acabô, parece qui eles subiro num carro di boi a gente segue o rastro do carro.
- Eu acho que o carro já tava isperano, aqui fizero a curva.
Caminharam até noitinha a uma região chamada Poço da Volta, atual Palestina na cidade Gararu-SE e chegaram até o fim do rastro das rodas de madeira, numa casa onde tinha um homem com um pequeno acordeão tocando. Odilon avança com toda fúria para cima do homem.
- O que é que há? Diga logo, se não tu morre!
O homem estremecido de medo, aponta uma casa adiante onde saía um som de um baile, os cangaceiros estavam se divertindo e bebendo. Odilon se une a Baltazar, separa o grupo e faz o cerco. Não se demorou e Mané Moreno recebe tiro e cai junto à sua esposa Áurea (esta que estava grávida) e também desaba morto o cangaceiro Cravo Roxo. Gorgulho, mesmo ferido, escapa do tiroteio. Um pandemônio. Baltazar entra na casa primeiro, pega um candeeiro, vê sangue para todo lado, seis moradores escondidos em um quarto e os três corpos já imóveis. Odilon chega em seguida, toma o candeeiro de Baltazar, se aproxima dos mortos e diz.
- É Mané Morenu, primo de Zé Baiano, mais um qui vai pru quinto dus inferno. Cortem as cabeças, vamos leva pra tirá retrato e mostra pru povo qui num se dá abrigo a bandido.
E assim foi feito, diversas fotografias se espalharam pelo sertão daquelas três cabeças sinistras que eram comercializadas nas feiras livres, elevando cada vez mais a fama de Baltazar e Odilon Flor.
Ainda no segundo semestre deste mesmo ano de 37, o governador pelo PST, Eronides de Carvalho envia um comunicado a Baltazar para um debate particular sobre as ações das volantes no interior do estado. Sabendo previamente das relações diplomáticas dos Carvalhos com Lampião, era de se esperar a dissolução da Volante, pois suas ações estavam chamando muita atenção, até mesmo do próprio Virgulino. Eronides, ao receber o amigo diz logo.
- Então, Ceará, como vão as coisas no sertão?
- Vão bem, Dr.
- Tô informado que lá perto de seu município tem um vaqueiro de nome Dorinha, vaqueiro de Antônio Franco que vem dando coito a Lampião, quero que o prenda. Estamos conversados?
- Sim sinhô, vô cumpri as orde.
Baltazar percebeu que nada se relacionava a cangaço, mas intrigas políticas entre os Francos e os Carvalhos, mas mesmo assim foi à busca do vaqueiro, mas também subiu até Borda da Mata e prendeu todos os vaqueiros do pai de Eronides, estes sim tinham ligação clara com Lampião. O ato aborreceu o governador, levando Baltazar a libertar os presos, contradizendo novamente a autoridade máxima sergipana. Nada podia fazer a não ser voltar à Ribeirópolis e esperar a notícia trágica que viria em poucos dias. Após receber o telegrama das mãos de seu irmão Fenelon, chamou todos os seus cabras, também seu irmão e se dirigiram com todo armamento e munição até o povoado Lagoa da Mata e, ao lado da igreja, dispararam todos os tiros possíveis, gastando a munição.
- Meus amigos, vamos gastar as balas antes que vão parar nas mãos dos cangaceiros através de Antônio Teixeira, Fonsequinha e Etelvino Mendonça, o Governador não quer mais a gente sangrando esses miseráveis aqui nas terras dele.
O escrivão Jardim de Brito providenciou o recolhimento das armas, após tumulto gerado pelos tiros de desagrado no povoado no dia anterior. O agreste estava com medo, os cangaceiros voltariam a agir por conta deste ato dos poderosos. Baltazar Francisco dos Santos, nascido em 9 de julho de 1914 e falecido a 9 de julho de 1999, estava incomodando muitos políticos e cangaceiros.
Após a morte de Lampião, Baltazar e seu irmão entram definitivamente para a política e lá ficam até o final de suas vidas, revertendo à máxima “se não pode com eles, junte-se a eles” e assim foi um pouco a saga deste personagem pouco conhecido na história do cangaço, que quem sabe, mereça um livro futuramente.
https://www.facebook.com/OCangacoNaLiteratura/posts/1007401536077663/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Por Dinho Tour
Excursão no feriadão de Carnaval!
Piranhas Alagoas, Canindé de São Francisco Sergipe e Petrolândia Pernambuco.
Data: 12 a 14 de fevereiro de 2021
Valor: R$ 750,00 a vista ou R$ 300,00 entrada + 05 de R$ 100,00
incluso no pacote:
* Transporte em veículo Turismo;
* Hospedagem com café da manhã;
* City Tour na cidade histórica de Piranhas Alagoas;
* City Tour na cidade de Canindé de São Francisco em Sergipe;
* City Tour na cidade de Petrolândia Pernambuco;
* Passeio de Catamarã nos Cânions do Rio São Francisco;
* Passeio de Catamarã na Rota do Cangaço;
* Passeio de Catamarã na Ilha de Rarrá em Petrolândia Pernambuco
* Trilha da Rota do Cangaço onde conhecerão a grota onde Lampião, Maria Bonita e 11 cangaceiros foram mortos (opcional);
* 01 Almoço no Restaurante Castanho às margens do velho chico;
Vagas limitadas: Garanta logo as suas
Reserve e garanta logo suas vagas fone Whatsaap 75 99105 5716
Imagem de uma das excursões da Dinho Tour para este paraíso.
https://www.facebook.com/groups/508711929732768
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Rostand Medeiros – IHGRN
Existe uma falsa ideia que na época dos nossos avós e bisavós a única droga que existia era o álcool, com preferência no Brasil para a cachaça.
Isso é um engano!’
Quem desejava utilizar cocaína em Natal e em outras cidades brasileiras na metade da década de 1920, nem precisava comprar essa droga em algum lugar sombrio (algo que hoje é conhecido como “boca”), ou negociar com gente perigosa e inescrupulosa (os atuais traficantes). Para “abrir as portas da percepção”, como foi dito metaforicamente pelo escritor inglês Aldous Huxley, a situação nessa época era muito mais tranquila.
Bastava ir a alguma farmácia na Rua Dr. Barata, no bairro da Ribeira, ou na Avenida Rio Branco, na Cidade Alta, pois a cocaína era vendida basicamente em estado líquido e em pequenos frascos. E a cocaína nessa condição e nessa época chegou até mesmo ao sertão potigar, mais precisamente em Caicó, conforme podemos ver nas propagandas abaixo.
Não sei como começou esse consumo de maneira mais forte, mas imagino até a cena – Um dia, certamente em outras freguesias (até porque Natal jamais foi moderninha a esse ponto), alguém foi medicado com algum preparado de cocaína. Aí o doente achou legal o efeito daquele remédio e, certamente impaciente antes da próxima colherada, a figura entornou o frasco goela abaixo e ficou muito doido. Pronto, começou a desgraça!
Como notícia do que não presta corre mais rápido que as boas novas, provavelmente toda rapaziada descolada e moderninha da época partiu célere para uma “bad trip” líquida e transparente nas boticas e farmácias pelo mundo afora. E a cocaína passou a ser consumida como alucinógeno desde a segunda metade do século XIX, passando pela “Belle Èpoque” e chegando a louquíssima década de 1920. Alguns de seus consumidores desse período vinham sempre com seus vistosos bigodes, elegantes ternos, camisas de colarinho duro, gravatinhas borboleta, bengalas de madeira nobre, chapéus cocos ou de palhinha e lenços coloridos nas lapelas.
Não tenho detalhes quando e como a galera de Natal começou a consumir cocaína, mas uma pequena nota jornalística aponta que em Maceió, capital das Alagoas, o desmantelo rolava principalmente nas “pensões”[1]. Aí vale uma explicação – Nos jornais antigos esse termo muitas vezes não designava apenas um local de repouso temporário, como uma pousada, mas era também utilizado para descrever locais conhecidos como prostibulo, meretrício, cabaré e por aí vai!!!
Conforme podemos ver na foto que abre esse texto, a polícia em Natal não reprimia a venda. Mas os homens da lei não podiam realizar seu trabalho porque a cocaína era um produto liberado, utilizado em toda parte, receitada por médicos e farmacêuticos para vários males, além de ser fabricada por respeitadíssimas indústrias farmacêuticas. Até Sigmund Freud usou!
O Decreto Nº 14.969, de 3 de setembro de 1921, assinado pelo Presidente da República Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa não criava maiores restrições para a venda, mas regulamentava a entrada no país das substancias tóxicas, onde as penalidades impostas aos contraventores eram apenas multas e nada de cadeia. Para os consumidores essa Lei criou no Rio de Janeiro o “Sanatorio para toxicômanos – um estabelecimento para ministrar tratamento medico e correccional, pelo trabalho, aos intoxicados pelo alcool ou substancias inebriantes ou entorpecentes”.
Mas como esse produto se tornou um grande problema na década de 1920 em Natal e em outras partes do Brasil?
Uma Droga Antiga
Na atualidade, basicamente conhecemos a cocaína como um estimulante, sendo atualmente considerada uma droga ilegal. É extraída a partir das folhas da planta da coca, vegetal da família Erythroxylaceae, cujo nome científico é Erythroxylum coca. Possui porte arbustivo, pode ficar frondosa e suas flores são amarelo-alvacentas.
Cientistas acreditam que a cerca de 4.000 ou 5.000 anos que a coca vem sendo utilizada como um remédio e estimulante no que hoje é a Colômbia, Peru e Bolívia. a partir do século XVI viajantes europeus descreveram a prática dos povos sul americanos de mascar uma mistura de tabaco e folhas de coca. Esse consumo tradicional da coca pelos povos andinos possui certas características que o distinguem nitidamente do consumo da cocaína. Ao introduzir a folha de coca oralmente, suas propriedades psicoativas são absorvidas lentamente através do sistema digestivo, sem causar efeitos nocivos.
Visitantes ilustres que já estiveram na Bolívia, incluindo o Papa João Paulo II e a princesa Anne da Inglaterra beberam chá de coca (mate de coca), pois é a maneira tradicional na região andina para evitar a doença da altitude (hipóxia). Investigações imparciais e científicas demonstraram que o uso regular da folha de coca não é prejudicial.
No início do século XIX pesquisadores europeus começaram a fazer experiências para descobrir os segredos da planta mágica, mas foi o cientista alemão Albert Niemann, da Universidade de Gottingen, que em 1859 isolou com sucesso o alcaloide da planta de coca responsável por seu efeito estimulante.
Início do Uso Comercial
Em 1860, Ângelo Mariani introduziu o Vin Mariani, um vinho tinto com a nova droga na sua composição. Mariani acumulou uma fortuna a partir desta bebida, com a venda sendo divulgada por pessoas notáveis, como a atriz francesa Sarah Bernhardt, a rainha Vitória da Inglaterra, o inventor americano Thomas Edison e até o Papa Leão XIII.
Não demorou para empresas farmacêuticas americanas começassem a explorar a folha de coca e em pouco tempo os Estados Unidos se tornaram o maior importador e principal mercado legal de cocaína no planeta.
Por volta de 1880 a cocaína na terra do Tio Sam era receitada livremente pelos médicos em doenças como a exaustão, depressão e estava disponível em muitos medicamentos patenteados. Como a cocaína era amplamente disponível neste país, não é difícil de entender porque o xarope da primitiva Coca-Cola continha aproximadamente 4,5 mg/180 ml de cocaína até os primeiros anos do século XX.
A História desta famosa bebida tem início indireto em 1879, quando a cocaína foi usada até mesmo para tratar o vício da morfina. Após o fim da Guerra Civil Americana, um veterano chamado John S. Pemberton começou a usar morfina para diminuir a dor dos seus ferimentos e ele rapidamente tornou-se viciado. Ele leu em uma revista médica que a cocaína poderia ajudar a curar o “morfinismo” e passou a produzir seu próprio tônico à base de vinho que continha cocaína. Quando o Estado da Geórgia impôs a proibição do consumo de álcool, ele começou a misturar cocaína com extrato de noz de cola e água de soda. Depois comercializou o produto e este se tornou um sucesso instantâneo. Pemberton vendeu sua fórmula a outro farmacêutico, que fundou a Coca-Cola Company em 1892.
Uso Médico
A cocaína foi introduzida como um anestésico em 1884 pelo Dr. Karl Koller. Este era um estagiário de oftalmologia no Hospital Geral de Viena e em um experimento público, ele aplicou no seu próprio olho uma solução de cocaína e depois, para espanto da plateia, o picou com alfinetes sem problemas.
O Dr. Koller escreveu sobre as propriedades anestésicas da cocaína e pouco tempo depois esse medicamento foi manchete em todo o mundo e os médicos começaram a prescrevê-la em larga escala. A fabricação do medicamento envolvia um processamento onde entrava na composição um determinado número de outras substâncias químicas, formando um pó branco vulgarmente conhecido como cloridrato de cocaína. Como fármaco os efeitos da dosagem podiam variar significativamente. A cocaína foi considerada primeiramente um estimulante seguro e um ótimo tônico para os nervos.
Consta que nessa época Sigmund Freud, o pai da psicanalise, usou cocaína em seus pacientes e através da auto experimentação escreveu um tratado sobre o tema. Freud era conhecido por levar cocaína para suas idas ao teatro, locais de danças, esportes e passeios. Ele se tornou um viciado contumaz até que finalmente parou de usar cocaína em 1886. Apesar do uso da cocaína, Freud acabou por morrer de uma overdose intencional de morfina em 1939, atormentado pelas dores de um câncer.
Não demorou muito para os usuários e os médicos começassem a perceber que as propriedades da cocaína causavam dependência e logo vários regulamentos limitantes ao uso foram introduzidos. Um dos primeiros, o Food and Drug Act americano (Lei Federal sobre Alimentos e Drogas), de 1906, ainda não instituía a proibição, mas regulamentava a produção e venda, inaugurando a intervenção governamental no tema.
No Nosso Brasil Tropical
Eu não sei quando a cocaína chegou ao Brasil, mas sei que ela já estava no país nos trinta anos finais do século XIX.
Encontramos em antigos jornais da década de 1880, ainda no período do Império, a propaganda de um armazém de secos e molhados da cidade mineira de Juiz de Fora, Minas Gerais, onde na sua parte destinada a bebidas, vemos que ali aparentemente se vendia uma bebida à base de cocaína. Seria uma percursora da famosa Coca-Cola, ou do Vin Mariani?
Além da importação como bebida, a cocaína evidentemente também aportou no Brasil como um medicamento.
Em 1890, na Rua dos Ourives, atual Rua Miguel Couto, no Centro do Rio de Janeiro, que na época era a Capital Federal, havia a “Pharmacia Central do Brazil”, que vendia medicamentos manipulados. Conforme a foto que segue, a mistureba de produtos medicamentosos parece mais uma receita de algum caldeirão de bruxa.
Entre os ditos medicamentos encontramos as “Pastilhas de Clorato de Potássio e Cocaína”, que serviam para as moléstias bucais e da laringe.
Interessante esta ideia de pastilhas com cocaína e clorato de potássio, pois até onde eu sei esta última substância foi um ingrediente utilizado nas antigas espoletas de armas de fogo, chamado então de clorato de potassa e quando misturado com outros materiais, pode gerar explosivos de forte potência.
A chegada cocaína ao Brasil não ficou restrita apenas a região centro sul do país. A droga extraída da folha de coca também chegou ao caloroso Nordeste.
Em um jornal pernambucano de 1900 temos na Rua Barão da Vitória, número 51, atual Rua Nova, no tradicional bairro de Santo Antônio, no centro de Recife, a antiga botica do Sr. Idelfonso de Azevedo, que vendia cocaína misturada com salsa, caroba, elixir de antipirina e esmaltina. Podendo o cliente escolher esta mistura liquida ou em pó.
Bem, mesmo sem ser farmacêutico, realizando uma rápida pesquisa, descobri algo interessante sobre este medicamento. O sumo de salsa (em dosagem dupla, como diz o anúncio) é rico em vitaminas B e C e a sua celulose ajuda o movimento intestinal. Já a planta caroba (também conhecido como caroba-do-mato, marupá, simauba-falsa, caraúca, carabussú, caruba, curoba, marupauba e parapará) é o que podemos chamar de um santo remédio, pois suas propriedades medicinais são adstringente, aperiente, cicatrizante, depurativo, diurético, emético, laxante, sudorífera, tônico. As indicações da caroba são para as afecções da pele, artritismo, blenorragia, cancro, catarro crônico da bexiga e uretra, coriza, dispepsia, dor (reumática, muscular), estômago, febre, gases, inflamação (próstata, rins, garganta), picada de insetos, mau hálito, sífilis, úlcera estomacal e até no combate as vermes.
Bem, junto a misturada de salsa e caroba vinha o elixir de Antipirina, que é uma substância medicamentosa usada como antitérmico e um sedativo utilizado para identificar o efeito de outras drogas. No meio desta mistura o Sr. Idelfonso de Azevedo acrescentava esmaltina, que é um mineral de cor cinza claro, uma combinação de cobalto e arsênico, utilizado na fabricação de esmaltes azuis. No final de tudo isso vinha a cocaína.
As duas próximas propagandas são respectivamente de 1900 e 1901. Originalmente publicadas em jornais baianos, estão bem explicativas na composição e servem para se conhecer o uso medicinal da cocaína no Brasil. O interessante nestas duas propagandas é que estes remédios à base de cocaína vinham da França.
Arrancar Dente Com Cocaína Era Normal
O leitor pode perceber que a cocaína chegou ao grande país tropical e simplesmente não havia restrições a sua importação, manipulação e venda. Era tudo liberado. Daí para começar o consumo no sentido alucinógeno foi um passo. Correto? Aparentemente não!
No início do século XX vemos as notícias antigas se referindo basicamente a cocaína como um produto ligado a área médica. Praticamente não se encontra uma utilização ilícita do seu uso. Se havia era algo privado, talvez restrito a determinados ambientes (cabarés, prostíbulos, lupanares, etc.), sem aparentemente afetar o dia a dia da sociedade, sem atrapalhar a vida das comunidades, principalmente nas maiores áreas urbanizadas do país.
Logo um outro tipo de profissional brasileiro passou a utilizar a cocaína; os dentistas. Voltando um pouco no tempo, sabemos que em 1884 a cocaína foi inicialmente utilizada em cirurgias oftalmológicas pelo Dr. Karl Koller Consta que neste mesmo ano um médico chamado R. J. Hall solicitou ao seu dentista que utilizasse cocaína como um anestésico para tratá-lo e aparentemente funcionou.
Na virada do século, por volta de 1903, a cocaína foi misturada com epinefrina, de modo a melhorar a sua eficácia clínica e ser utilizada para amortecer as gengivas. Mas devido a várias mortes ligadas à combinação de cocaína e epinefrina, este foi descartado por volta de 1924. No entanto, a cocaína continuou a ser utilizada e considerada uma droga útil para anestesia tópica na região do ouvidos, nariz e garganta.
Na imagem que apresentamos acima temos uma propaganda do dentista Paulo (ou Paul) Kieffer, que coincidentemente atendia na mesma área onde estava estabelecida a Pharmacia Central do Brazil, na Rua dos Ourives, atual Rua Miguel Couto, no Centro do Rio de Janeiro. O Dr. Kieffer aplicava anestesia local com cocaína, ou “nevarnina” (talvez um subproduto), ao preço de 2$000 réis.
Morrer Com Cocaína Era Moda…
Mas observando os jornais antigos das décadas de 1900 e 1910, é claramente perceptível que nesse período começou a existir o consumo de cocaína, tanto para aqueles que desejavam criar seus próprios “paraísos artificiais”, mas principalmente para se matar!
Nos periódicos brasileiros do limiar do século XX, o que não faltam são inúmeras notícias de homens e mulheres, que utilizavam a cocaína pura, ou misturada com todo tipo de material, para simplesmente darem fim as suas vidas. E a imprensa da época era de uma sutileza de fazer dó e piedade. Nas páginas antigas lemos que estes desesperados eram os “decaídos”, os “desgraçados”, os “transloucados” (isso quando eram pobres), que buscavam no suicídio o fim a uma vida sem perspectivas. Este tipo de notícia era um “ótimo” incentivo para quem estava em depressão.
Nos jornais das décadas de 1900 e 1910 percebemos que a quantidade de suicídios chegou a um ponto tal, que virou uma espécie de “moda” se matar com cocaína.
As mulheres eram o grupo majoritário que recorriam a cocaína para dar cabo de suas vidas. Não podemos esquecer o quanto era terrível a situação das mulheres nesta época. Criadas para serem exemplares donas de casa, servir aos maridos, trabalharem pesado pelos filhos e pela casa, em uma sociedade onde trabalhar fora, ou ser separada, era uma distância mínima para serem consideradas vulgares, ou algo pior. A perda da virgindade sem que houvesse a consumação do casamento, ou um filho indesejado, era um verdadeiro suplício, principalmente para as mulheres mais pobres. Para muitas o suicídio era a solução dos seus problemas.
Em relação à maneira de morrer com cocaína, chama atenção o fato dos jornais comentarem que os suicidas faleciam ingerindo quantidades que poucas vezes ultrapassam cinco gramas da droga. Não tenho base de conhecimento para saber se na atualidade esta quantidade de cocaína é capaz de matar uma pessoa, mas no passado era normal misturar a cocaína com outros produtos, até mesmo benzina, um líquido obtido na destilação fracionada do petróleo e utilizado, entre outras aplicações, como solvente.
Pelo que pude compreender não havia a figura clássica do traficante. O comércio era exercido pelos funcionários das farmácias, ou por algum um farmacêutico, certamente com a anuência e o beneplácito do proprietário.
Tudo leva a crer que de um pseudo modismo para se alcançar a morte, restrito aos ambientes privados, logo o consumo de cocaína no Rio de Janeiro passou a ser algo que passou a chamar atenção do dia a dia da sociedade carioca.
Venda e Consumo da Cocaína no Rio de Janeiro
Em 4 de janeiro de 1913, jornalistas do periódico carioca A Noite, em um interessante trabalho investigativo, apresentaram os processos do consumo de cocaína na primeira metade da década de 1910 na cidade do Rio de Janeiro. Foram noticiados que vários jornalistas compraram em meia hora 37 gramas de cocaína sem maiores problemas, sem nenhum estabelecimento farmacêutico exigir uma receita médica.
Consta na reportagem o preço dos frascos variou de 1$000 a 2$500 réis (um mil a dois mil e quinhentos réis). Para efeitos de comparação, no mesmo exemplar de A Noite encontramos o anúncio da Cervejaria Tolle, instalada na Rua Riachuelo, 92, onde cada garrafa da cerveja neozelandesa “Bismarck Brown” custava $300 réis (trezentos réis).
Ou seja, pelo preço médio de um frasco com uma grama de cocaína, podia se comprar de três garrafas de cerveja importadas da Nova Zelândia. Talvez isso explique porque era tão fácil morrer com cocaína.
Para os jornalistas, só “uns 20 %” do pessoal das farmácias trabalhavam corretamente. O resto vendia cocaína aos cariocas sem problemas. As notícias apontaram que junto aos profissionais dos estabelecimentos farmacêuticos trabalhavam os “rápidos”, ou seja, as figuras que entregavam rapidamente a cocaína, daí o nome!
A reportagem escancarou geral. Deu nome das farmácias que venderam as drogas e quem não vendeu. Foram publicados os endereços dos estabelecimentos, as quantidades vendidas em cada local e, num verdadeiro escândalo, até uma criança na Rua do Estácio comprou cocaína sem nenhum problema a pedido dos jornalistas. Um atendente afirmou que vendia de setenta a cem gramas da droga por dia.
As matérias de “A Noite” foram bem denunciativas, mas parece que não obteve maiores resultados.
Ampliação e Declínio do Uso da Cocaína
Nesta história toda descobri que a repressão não era tanto pelo lado policial, mas praticada pelo pessoal da Saúde Pública. Eram os funcionários desta repartição que fiscalizavam os estabelecimentos farmacêuticos e a atuação dos funcionários destes locais.
A polícia participava quando havia denúncias de venda e consequente morte de alguém, mas era difícil provar a participação deste pessoal nesse tráfico. Quem comprava cocaína para se matar e por um erro na aplicação sobrevivesse, tinha pouco interesse em denunciar seus fornecedores diante da vergonha do seu ato. Normalmente estes suicidas, conforme já foi dito aqui, eram das classes mais humildes da sociedade carioca e ninguém os escutava. Se morressem eram enterrados e ficava por isso mesmo!
Provavelmente como um resultado paralelo da investigação jornalística de A Noite contra o consumo de cocaína, foram publicadas algumas cartas denunciando o uso de cocaína em locais públicos. No dia 12 de abril de 1913 esse jornal trouxe na sua segunda página o relato enviado por um leitor, que apontava a condição degradante das mulheres viciadas em cocaína, que se prostituíam pela droga nas praças do centro do Rio de Janeiro, como elas eram aliciadas e como se encontravam em franca decadência física e moral.
Concluía o leitor pedindo aos jornalistas que realizassem um trabalho investigativo.
O relato desta denúncia é bastante similar ao que ocorre atualmente com as jovens que se prostituem para consumir cocaína e o seu nefasto “filhote”, o crack.
Percebemos através da leitura dos jornais antigos que entre as décadas de 1910 e 1920 passou a existir uma maior preocupação, um maior debate, até mesmo uma maior repressão a compra e venda de cocaína no Brasil.
No início da década de 1920 o consumo de cocaína começou a diminuir no Brasil. Mas não foi por campanhas governamentais, ou pelo endurecimento da repressão e combate ao consumo da droga. A farra diminuiu porque simplesmente o produto foi escasseando no mercado externo.
Para os pesquisadores do tema os fatores deste declínio estavam no surgimento de leis restritivas e punitivas que baniram a cocaína e a heroína do mercado livre em vários países, principalmente nos Estados Unidos. Maior controle da importação e exportação desta droga, perseguição aos médicos que prescreviam tais substâncias indiscriminadamente, além do surgimento na Europa de medidas socioeducativas e de saúde pública, visando à prevenção e ao tratamento desses pacientes. O próprio advento da depressão econômica, com a quebra da Bolsa de Nova York em 1929, deixou o mundo com menos dinheiro para gastos supérfluos. E por fim, o surgimento das anfetaminas em 1932, como um novo e potente estimulante de longa duração, ajudou em certo ostracismo da cocaína.
Mas aparentemente estas situações não significaram o fim total da vinda e do consumo da cocaína no Brasil antes da Segunda Guerra Mundial. Tanto assim que o popular cantor Francisco Alves intitulou a sua música para o carnaval de 1937 como “Cocaína”.
Não Baixem a Guarda, esta Epidemia Está Aí e Não vai Acabar tão Cedo e Nem Existe Vacina
Sabemos que foi na convenção internacional realizada pela Organização das Nações Unidas em 1961, que estabeleceram regras que pautariam as políticas sobre drogas em vários países entre o final do século XX e os dias atuais. O critério principal foi proibir drogas que não tinha uso médico e essas substâncias passaram a ter um maior controle e repressão. Na sequência os Estados Unidos assumiram a dianteira da cruzada antidrogas, fortalecendo o combate ao tráfico, com operações internacionais de alcance cada vez maior e impondo aos demais países na Europa e nas Américas Latina e do Sul convenções que dariam origem à chamada “guerra às drogas”, que foi declarada pelo presidente americano Richard Nixon em 1972.
Nesse meio tempo a cocaína voltou à cena como estimulante em um mercado de trabalho cada vez mais frenético. A economia do tráfico, então, assumiu um novo circuito. Tradicionais regiões de plantação de coca na Bolívia e Peru aumentaram sua produção para o mercado ilícito; a pasta produzida era repassada a principalmente a vendedores colombianos, que era encaminhada aos centros consumidores nos Estados Unidos e Europa. Países como o Brasil serviam apenas de entreposto logístico da droga e eram centros de consumo de menor importância. Mas com o crescimento econômico do país, deixou de ser apenas um corredor para o tráfico internacional de drogas, mas como um grande mercado consumidor.
Os jovens com poucas oportunidades de educação e trabalho dignos foram atraídos pelo poder e dinheiro dos traficantes de cocaína, crack e armas. Muitos foram (e ainda são) assassinados em guerras de gangues que se seguiram e que conhecemos bem dos jornais.
Amigos e amigas queiram vocês ou não, as drogas como a cocaína, crack, heroína, anfetaminas, maconha, lança perfume, álcool e outras desgraças estão nas ruas, nas portas das escolas, nas casas de espetáculo, na porta da sua casa, nos locais de trabalho e por aí vai. Não conheço outra maneira de livrar nossos filhos deste problema do que sendo seus maiores amigos, confidentes, tendo tempo para estar ao lado deles.
E não custa nada conhecer o que são estas drogas através de leituras e de outras formas de informação, assim é possível debater melhor sobre os malefícios que estes produtos geram.
Não baixem a guarda, esta epidemia está nas ruas tanto quanto o COVID-19. Mas para o COVID já existem vacinas e para as drogas não e seu consumo não vai acabar tão cedo!
Todos os direitos reservados
NOTA
[1] Não era apenas a cocaína que preocupava as autoridades, mas a morfina também estava na alça de mira. Descoberta pelo farmacêutico alemão Friedrich Wilhelm Adam Sertürner em 1817, a morfina é um analgésico processado quimicamente a partir do látex seco obtido das cápsulas das sementes de uma planta chamada papoula (Lachryma papaveris), sendo e desse látex conhecido como ópio.
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros
https://tokdehistoria.com.br/2021/01/23/em-1925-a-cocaina-era-vendida-livremente-nas-farmacias-de-natal-e-preocupava-as-autoridades/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com