1- Zé Paulo, primo; 2 -Venâncio Ferreira, tio; 3 - Sebastião Paulo, primo; 4 -
Ezequiel, irmão; 5 João Ferreira, irmão; 6 -Pedro Queiroz, cunhado (casado com
Maria Mocinha, que está à sua frente, sentada); 7- Francisco Paulo, primo; 8-
Virgínio Fortunato da Silva, cunhado (casado com Angélica) 9 - ZÉ DANDÃO,
agregado da família. SENTADOS, da esquerda para direita: 10 - Antônio,
irmão; 11-Anália, irmã; 12 - Joaninha, cunhada (casada com João
Ferreira); 13 -Maria Mocinha, ou Maria Queiroz ,irmã; 14-Angélica,
irmã e 15 - Lampião. Dos
nove irmãos da família Ferreira, dois estão ausentes nesta foto: LEVINO, que
morrera no ano anterior, 1925, no sítio Tenório, Flores do Pajeú/PE, em combate
contra as volantes paraibanas dos sargentos Zé Guedes e Cícero Oliveira. E
VIRTUOSA, que, sinceramente, não sei dizer se simplesmente não quis aparecer na
foto, ou já era falecida.
Naquele tempo,
Lampião sabendo da quantidade de inimigos que tinha, leva sua família, irmãos,
irmãs, cunhados, primos, tios e etc., para Juazeiro do Norte, para ficarem
‘debaixo da asa’ do Padre Cícero.
Ele toma essa decisão e os outros o acatam, pois também existia entre todos o
receio da mão da Força Pública recair em cima deles, como uma maneira de
represália. Assim ele determina e assim se cumpriu.
No princípio de 1927, chega na cidade de Juazeiro do Norte, uma carta
endereçada a Força Pública daquele Estado. Tratava-se de uma Carta Precatória,
que trazia em suas entrelinhas a determinação das prisões de João Ferreira,
irmão de Virgolino, do marido de dona Mocinha, Pedro Queiroz, de Zé Dandão, de
Venâncio Ferreira, tio dos meninos, de Domingos e Sebastião Paulo que eram
primos deles. ( “De Virgolino a Lampião” -2ª edição revisada. Vera Ferreira e
Antônio Amaury).
O restante da família, que já vivia apreensiva quanto a esse tipo de
perseguição, fica com os nervos a flor da pele.
O cunhado de Lampião chamado Virgínio, na época já era viúvo, pois era marido
de Angélica Ferreira e essa havia morrido naquela cidade, junto com o irmão
mais novo dos Ferreira, Ezequiel Ferreira, sentiram que, mais dias menos dias,
suas prisões seriam decretadas, então, tomam a decisão de irem para junto de
Lampião.
O restante da família é presa. Surge então o boato de que, ao serem
transportados para Pernambuco, seriam todos mortos no meio do caminho.
“(...)planejando executá-los durante o trajeto ou, mais exatamente, assim que
chegassem a Salgueiro (PE). O motivo da execução? No final do ano anterior,
Lampião travou um combate em Serra Grande (PE), e muitos soldados foram mortos
e feridos(...).” (Ob. Ct.)
Fora formada uma escolta com soldados da Força cearense e, como comandante da mesma,
foi escalado o sargento Firmino, conhecido na região como “O Gago”. Pois bem, o
próprio comandante da escolta é quem segreda aos prisioneiros da ordem de
matá-los. Porém, que ficassem tranquilos que ele não faria isso. Que estavam
protegidos enquanto em suas mãos estivessem.
A tropa segue escoltando os prisioneiros até a divisa dos Estados, Ceará e
Pernambuco, e lá, o sargento despedi-se deles, entregando-os a Força Pública
pernambucana, que os leva até Vila Bela e os trancafia nas celas da recém construída
Cadeia Pública.
Ainda que pesquisemos profundamente, não conseguimos encontrar os critérios
adotados pelas autoridades pernambucanas quanto do modo de soltura daqueles
prisioneiros. Aos pouco foram sendo libertados.
Todos foram soltos, menos João Ferreira, único irmão de Lampião que não entrou
para o cangaço, pois, tinha sido determinado pelo próprio “Rei do Cangaço”, que
ele seria quem tomaria conta da família, que fora “(...) “requisitado” pela
polícia de Alagoas, permanecendo preso em Maceió durante um ano e nove meses,
sem julgamento. Ao final desse período, foi transferido para Matinha de Água
Branca, também em Alagoas, onde foi levado a júri e absolvido(...)”. (Ob. Ct.)
Até o presente momento, ninguém sabe o porquê dessa prisão e julgamento de João
Ferreira. Que crime cometerá? Nenhum.
Enquanto isso, Ezequiel e Virgínio, já encontram-se ao lado do “Rei Vesgo”,
usando as alcunhas de Ponto Fino e Moderno... nas quebradas do Sertão.
Fonte Ob. Ct.
Fonte do autor: facebook
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