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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O PAGADOR DE PROMESSAS E O MOVIMENTO POPULAR EM MONTE SANTO

por José Gonçalves do Nascimento*

Em 1987, foi gravada na Bahia a minissérie da rede Globo de televisão,“O pagador de promessas”. Escrita por Dias Gomes e dirigida por Tizuka Yamasaki, a obra foi rodada em duas fases: primeiro em Monte Santo, depois em Salvador.

A peça já havia sido filmada nos anos sessenta (1962), quando ganhou a Palma de Ouro, no Festival de Cannes, na França, uma das mais prestigiadas premiações do cinema mundial.

A trama, protagonizada por modestos trabalhadores rurais, inicia no interior da Bahia e termina na capital do estado, onde finalmente ocorre seu desfecho. O pano de fundo é o da religiosidade popular, que permeia do início ao fim o comportamento dos personagens.

O personagem principal, Zé do Burro, faz uma promessa à Santa Bárbara, a fim de que Nicolau, seu burro de estimação, seja curado de um grave ferimento provocado durante uma tempestade. Graça alcançada, lá se vai o devotado lavrador cumprir sua longa e amarga penitência.

Portando enorme e pesada cruz, e acompanhado de sua fiel companheira, Rosa, “o pagador de promessas” sai do seu pequeno torrão e segue em direção a Salvador, à procura da igreja de Santa Bárbara, santa esta cujo correspondente no Candomblé é Yansã, a deusa das tempestades.

Chegando ao local da promessa, depara-se o personagem com um cenário completamente hostil à sua presença; longe do seu ambiente familiar, como se fora um corpo estranho em meio à vasta multidão, torna-se logo vítima da curiosidade pública, da perseguição policial e, por último, da intransigência da igreja. Há também, por outro lado, aqueles que o veem ora como um líder revolucionário – na defesa da reforma agrária – ora como um defensor fervoroso da causa do Candomblé.

Acusado da prática de sincretismo religioso, Zé (como Rosa prefere chamá-lo), é impedido de adentrar o interior do templo, o que o deixa por demais enfurecido. Num ímpeto de indignação, tenta em vão arrebentar as portas, e é contido pela polícia com quem trava violento confronto. Acuado de todos os lados, mas irredutível no seu propósito, é assassinado nas escadarias da igreja, sob o olhar espantado de populares e seguidores das religiões afrodescendentes. Morre sem conseguir cumprir a promessa que fizera à santa do milagre.

Para a gravação da minissérie da Globo, novos elementos foram acrescentados ao texto original, de modo a adequá-lo ao contexto sertanejo. O autor, velho conhecedor dos conflitos sociais, já tendo tratado do assunto em obras como “Roque Santeiro” e “O Bem Amado”, foi buscar no sertão da Bahia, em Monte Santo, os elementos de que precisava para recompor seu apreciável drama.

Inspira-se ele na experiência de luta social levada a cabo pelo padre Enoque Oliveira, chegado a Monte Santo em 1981. Luta social que consistiu em amplo e vigoroso trabalho de articulação popular, incluindo desde trabalhadores rurais até jovens, crianças e mulheres. O contexto era o dos movimentos populares, destacando-se as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), a luta pela terra, a reconquista de sindicatos livres, a redemocratização do país. Movimentos populares que, no caso específico de Monte Santo, despertaram a ira das forças reacionárias, fazendo desencadear violenta onda de perseguição contra as atividades da igreja, tendo como alvo principal a figura do sacerdote, que acabaria preso em 1985.

É a reforma agrária um dos temas centrais da edição global de “O pagador de promessas”; tema, aliás, muito em voga no momento em que se deu a gravação da peça, já que eleito como uma das prioridades do governo do então presidente José Sarney. Pela primeira vez, depois do golpe de 64, o assunto entrava na agenda oficial, ganhando até um ministério – o ministério da Reforma Agrária. A questão, todavia, não passava da pura retórica, sendo a realidade do campo completamente diferente daquela apregoada pelos propagandistas da “nova república”. Nos rincões do Brasil o que se viam eram os conflitos de terra, que acabavam, não raro, em mortes e derramamento de sangue.

Assim, mesclando ficção e realidade, a minissérie destaca a luta pela terra, caracterizada por conflitos constantes entre posseiros e proprietários rurais. Padre Eloy (Osmar Prado) é o líder religioso, comprometido com a causa dos injustiçados e a principal referência no tocante à luta pela posse da terra. Sua prédica, sedimentada na realidade social que o cerca, tem como foco principal a libertação dos pobres e oprimidos.

Durante uma reunião com lavradores na casa paroquial, ele denuncia o sistema opressor que nega o direito à terra e à vida: “o que eu procuro é dar a vocês consciência dos seus direitos. E é por isso que eles querem tapar a minha boca. Mas não adianta. Porque se entre 10 crianças que eu batizo oito morrem de fome antes de completar um ano de idade, a gente tem que denunciar. E se essas duas que ficam não vão ter escola pra estudar, nem um pedaço de terra pra trabalhar, a gente tem que denunciar. A terra é um bem de Deus e a vida é um bem de Deus. Todo homem tem direito a um pedaço de terra e a uma vida decente”.

Em estreita sintonia com a memória regional, busca Eloy inspiração noutro líder popular, Antônio Conselheiro, o fundador do arraial santo de Canudos. Em sermão na igreja matriz, durante os festejos de Todos os Santos, enquanto é insultado pelos representantes do poder local, ele evoca a figura do beato cearense: “há quase cem anos, bem perto daqui, em Canudos, um homem chamado Antônio Conselheiro e seus seguidores ocuparam terras que passaram a cultivar dividindo a colheita entre si. O movimento comunitário de Canudos provocou a ira dos senhores de terra que conseguiram mobilizar a polícia e o exército para destruir a comunidade. Canudos virou cinzas, degolaram até o último sobrevivente. Mas como disse o grande Euclides da Cunha, ‘Canudos não se rendeu’. É neste exemplo que nós temos que nos inspirar”.

Em torno de padre Eloy atuam lideranças camponesas, como Romualdo (Arildo Deda), Lula (Diogo Vilela) e Zé do Burro (José Mayer), que depois partirá para Salvador, carregando sua pesada cruz. São eles os responsáveis por soprar o “vento da meia-noite”, o fantasma aterrador que tanto irrita o fazendeiro Sebastião Gadelha (Carlos Eduardo Dolabela), dono das terras que há em toda aquela redondeza. A ação consiste na derrubada das cercas e na ocupação das terras por parte dos camponeses. Das mesmas terras que um dia pertenceram a eles (camponeses) e aos seus familiares e que agora se encontram em poder do truculento latifundiário.

O conflito se estabelece e, mesmo diante das ameaças do grileiro, os posseiros não desistem da luta. A questão atinge seu ponto crítico no momento em que se dá o assassinato de padre Eloy, a mando do poderoso Sebastião Gadelha.

A figuração foi composta por moradores da localidade e reuniu pessoas dos mais diferentes segmentos sociais, como romeiros, feirantes, artistas, trabalhadores rurais, lideranças comunitárias, dentre outros.

Projetada em 12 capítulos, a produção, que foi exibida no ano seguinte, acabaria vítima do golpe da censura (da própria Globo), sendo reduzida a oito capítulos. As abordagens mais contundentes acerca da reforma agrária e dos conflitos políticos não foram até hoje ao ar, limitando-se a emissora em dispor tais conteúdos em sistemas de mídia de leitura digital.

“O pagador de promessas” é, sem dúvida, um marco da teledramaturgia brasileira. Com a inteligência e maestria dos seus idealizadores, a fita articula de maneira cativante os mais diferentes elementos do cotidiano brasileiro (em especial do universo sertanejo), que vão desde os conflitos sociais, até as manifestações de fé expressas por meio da religiosidade popular.

*Poeta e cronista
josegoncalves@portalmontesanto.com

Enviado pelo autor José Gonçalves

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SERTÃO, LUA E CANDEEIRO

Por Rangel Alves da Costa*

Em muitos lugares os postes de luz elétrica ainda não chegaram. Em muitas distâncias interioranas, a vida continua com a mesma feição de cem anos atrás. Não há fogão a gás, geladeira, televisão, bico de luz, inovação tecnológica alguma. Celular é bicho desconhecido, coisa digital é alma do outro mundo.

Por lá ainda se avista o pote na trempe, o fogão de chão, o feixe de lenha pelos cantos da cerca, a moringa de barro cozido, a caneca de alumínio, o prato de estanho, o aió pendurado no armador de rede, o embornal e o caçuá, o facão e a enxada, a espingarda de caça perto da cumeeira, o cantil de couro cru e a cumbuca vazia.

E também um velho pilão no quintal, um gibão carcomido de mato e suor, estribo e arreio, chicote sebento de tempo, esteira de se espalhar pelo chão, tamborete de três pernas, banco de varanda que cupim não rói, um oratório passado de geração a geração, um santo de madeira que ninguém sabe mais o nome. E ainda a lamparina, o candeeiro, o alguidar, a bacia de lavar mão, o radinho de pilha.

Um sertão assim ainda existe. Ainda existe um sertão onde na escuridão só se avista uma luz fraca e amarelada após a porta. Um sinal de vida no meio do desolado mundo. É a luz fraquejante do candeeiro, no seu bailado manso de sopro de vento, permitindo divisar o casebre em meio ao breu sertanejo. Mesmo a porta entreaberta, é o candeeiro ainda aceso que testemunha a presença de vida. Até mesmo pelas frestas do barro se avista o vaga-lume de lata e pavio.

Dizem que nos tempos da escuridão total, quando somente os vaga-lumes, a mula-sem-cabeça e outras aparições chispando fogo pelas ventas, vagueavam iluminando aquele mundo hostil, a lua, mesmo cheia e fulgurante, evitava descer por ali. E assim fazia para que as noites sertanejas não perdessem seus mistérios e sua magia. E então, aquele mundo de breu se fazia chamejante sem candeeiro aceso. Até que alguém fincou moradia e dividiu com os seres da noite a faísca de luz. Então a lua cortou o seu véu e por isso mesmo brilha tão majestosa e mais bela que em qualquer outro lugar.


Dois candeeiros acesos, quando muito. Um na sala outro na cozinha. Mas nem sempre assim, pois em muitas moradias, naquelas que quando se entra pela porta da frente já se vista a porta de trás, basta um aceso para tudo ficar iluminado. E de sobre. Não há vão escurecido, praticamente não há quarto nem portas e divisórias separando espaços, apenas as quatro paredes de barro e cipó e alguns arranjos por dentro.

Mas também moradias com varanda, sala, quarto e cozinha. Ainda assim nem sempre mais de dois candeeiros são acesos após a noite abrir sua boca sombreada. Quando a luminária matuta é colocada num lugar mais alto no meio da casa, então a luz se espalha de modo suficiente por quase todas as dependências. Também uma questão de gastar menos gás e pavio. Ademais, até mesmo na escuridão é possível encontrar o que resta esquecido desde muito.

O senso de percepção é sempre mais forte que qualquer luz. O sertanejo sempre sabe onde deixou seu cachimbo, sua palha de milho, sua agulha, seu frasco de xarope de tacho. Daí não precisar de luz acesa para colocar a mão no que desejar. Contam até que a Velha Purcina colocava linha na agulha, costurava e pregava botão, sem ter qualquer claridade por perto. E não errava uma linha nem pinicava um dedo. Também debulhava feijão sem que um só grão caísse fora da bacia. Mas vivia se batendo pelos cantos diante do candeeiro.

Floriano só permitia candeeiro aceso até encerrar o café, quando tinha. Como gostava de farinha seca com pedaço de preá assado na brasa, precisava enxergar a comida para não perder o prumo no arremesso da farinha. Assim mesmo, pois apanhava um punhado de farinha e arremessava na boca. Não errava uma. Em seguida mordia um pedaço do assado e derramava café por cima. Daí a necessidade da luz de candeeiro por perto.

Mas após o café e o prato lavado, pedia à mulher que apertasse o pavio com os dedos da mão. Era sinal para que tudo voltasse à escuridão. A mulher até gostava que fosse assim. Estava acostumada com a noite, com o breu, com a aquela cor misteriosa e encantadora. E também porque a casa ficava mais refrescada e chamativa para a chegada do sono. Contudo, principalmente pela outra luz que logo iam atrás. A luz da lua sertaneja.

Do lado de fora da casa o encontro com a luz maior. A lua grande, cheia, transbordando luz, descendo toda sua força naquele mundo com pouca riqueza a iluminar. A meninada correndo pela malhada como se fosse dia, a mulher ecoando a velha canção de reisado enquanto penteia os cabelos: “Oi de casa oi de fora, Maria vá ver quem é. Somos cantador de Reis, quem mandou foi São José...”. E o homem olhando para o alto, lendo na linha do horizonte o destino de todos: “Amanhã vai chover. Amanhã vai chover...”.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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O JORNAL “A NOITE” DO RIO DE JANEIRO EM SUA EDIÇÃO NÚMERO 7.034 DE 26 DE JUNHO DE 1931... PUBLICOU A SEGUINTE MATÉRIA... DOIS OFFICIAES DA RESERVA QUEREM DAR CABO DE LAMPEÃO.

Abaixo (Foto) os Voluntários o 1º Tenente Pedro Salustiano dos Santos (Fardado) e o 2º Tenente Custódio da Silva Fontes, ambos oficiais da Reserva.

O plano dos dois officiaes, eles o afirmam, é maduramente estudado, e, por isso mesmo, não o podem revelar. Estão é certos de que não falhará.

- Precisamos é de uma solução prompta, por isso mesmo que, agora dispostos a emprehender essa campanha (e poderíamos partir até hoje mesmo, se o governo o resolvesse), ficamos com a nossa vida suspensa, sem poder, em virtude do nosso offerecimento, tomar qualquer attitude que nos impeça de attender de qualquer modo, á ordem que nos der o governo.

Os dois officiaes empenhar-se-ão por trazer “Lampeão” vivo, embora julguem isso um pouco diffícil, pois o temível facínora, mesmo, não se entregará senão depois de morto em combate.

- Resta-me, no entanto, a esperança de que elle caia ferido, não mortalmente, e que, tratado, possa se restabelecer e ser apresentado á população carioca.

Tem a palavra, agora o governo. Não se trata de dois exploradores, antes de dois homens dispostos a lutar para livrar o sertão do Nordeste de um grande flagello.

Tanto assim que elles não pedem dinheiro e solicitam, apenas 52 nordestinos, á sua escolha, aqui residentes e, pois sem ligações com o facínora, bem armado e bem municiados.

Cumpre o governo chamar os dois officiaes e dar-lhes o pouco elemento que julgam necessitar. A convicção firme de ambos e de que pegarão “Lampeão” vivo ou morto.”

Na teoria e no papel tudo parecia ser muito simples, mas esses bravos homens esqueceram que iriam enfrentar um cangaceiro inteligente, estrategista em combates e possuidor de inúmeras vitórias contra Forças Militares do Governo e ainda por cima na caatinga, seu habitat.

Fonte: facebook - O cangaço
Página: Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

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ESCRITOR SABINO BASSETTI PÕE NA PRAÇA O SEU MAIS NOVO TRABALHO SOBRE CANGAÇO - LAMPIÃO O CANGAÇO E SEUS SEGREDOS


Através deste e-mail sabinobassetti@hotmail.com você irá adquirir o  mais recente trabalho do escritor e pesquisador do cangaço José Sabino Bassetti com o título "Lampião - O Cangaço e seus Segredos".

O Livro custa apenas R$ 40,00 (Quarenta reais) com frente já incluído, e será enviado devidamente autografado pelo autor, para qualquer lugar do país.

Não perca tempo e não deixa para depois, pois saiba que livros sobre "Cangaço" são arrebatados pelos colecionadores, e você poderá ficar sem este. Adquira já o seu.

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QUE MEMÓRIA. CRISTIANO, EU E ZUCA.


No dia 23/04/1938, Zuca encontrou-se com Américo de Cirilo, por volta das dez horas da manhã, na Fazenda Pai Mané de Antônio Panta, pela última vez. Ele brincou com Zuza: 

"- E você Zé ODILON, (Zuca) num têim mêdu dus cangaceiros não?" 

Por volta das 17:30, Américo, Manoel Caetano e Luiz Ferraz foram capturados pelo subgrupo de Moreno, acontecendo um triste fim de Manoel e Américo. 

Todos os DETALHES NO LIVRO, AS CRUZES DO CANGAÇO, OS FATOS E PERSONAGENS DE FLORESTA. LANÇAMENTO MAIO DE 2016.

Fonte: facebook

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CRIADOR E CRIATURA... PAULO MEDEIROS GASTÃO

Esta foto foi feita no Therma em Mossoró por Maristela Mafuz esposa do cineasta Aderbal Nogueira

Escritor/Pesquisador do fenômeno Cangaço, autor de vários livros relacionados ao tema, entre os livros de sua autoria está "ANGICO - 1938" (Foto).

Paulo Gastão como assim é conhecido é sócio fundador e ex-presidente da SBEC - SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DO CANGAÇO, além de ser um imenso conhecedor ao que se refere a passagem de Lampião no estado do Rio Grande do Norte e em especial a incursão do grupo cangaceiro pela cidade de Mossoró no ano de 1927, naquele estado.

Fonte: facebook
Página: Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

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FIQUEI MUITO TRISTE COM ESSA NOTÍCIA.

Por Lindomarcos Faustino

O Jornal "O Mossoroense" deixará de circular em 2016, confirma editor Cid Augusto. Jornal seguirá na web e ganhará versão digital em PDF
Definido.

O Jornal O Mossoró, o terceiro periódico mais antigo do Brasil, deixará de circular em 2016. A confirmação é do jornalista e editor do jornal, Cid Augusto Rosado.

A nossa versão impressa deixará de circular logo no início do próximo ano, mas vamos manter o jornal online (web) e editar uma versão em PDF (imagem), que poderá ser impressa pelos leitores nas impressoras domésticas _, anunciou Cid Augusto.

Cid não confirmou, mas um dos funcionários do jornal, indica que a última versão impressa de O Mossoroense será publicada no dia 31 de dezembro de 2015.

A história – A trajetória de O Mossoroense é contada em fases. A atual começou em 1985, quando o jornal voltou a circular, depois uma de suas interrupções.

Essa nova fase revelou uma das mais promissoras gerações de jornalistas. Dessa safra de profissionais de mídia despontaram nomes como os “3S” (Phabiano Santos, Carlos Santos e César Santos), Gutemberg Moura, Isaías Garcia (Hoje Dr Shao-lin); um pouquinho mais adiante Pedro Carlos, entre outros nomes. E diagramadores extraordinários ...Augusto Paiva, Sales Júnior, Paulo César e Zé Antônio!!!!

A esperança - Que as dificuldades de hoje possam ser superadas no futuro, e o O Mossoroense possa se reerguer e voltar a ter o seu papel importante na mídia de Mossoró e do Estado.

Fonte: facebook

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QUE FOTO É ESTA?

Por Sálvio Siqueira

Jornal do Recife

Infelizmente os jornais escritos, veículos de comunicação de maior extensão nos idos tempos do cangaço, usavam de falcatruas e outras ideias, afim de 'vender' seu produto. Na prisão do chefe cangaceiro Antônio Silvino, Manoel Batista de Moraes, não foi diferente. Após ter sido baleado na altura do tórax, parte posterior e lateral direita, o "Rifle de Ouro", chega a decisão de que chegou o momento de sair de cena...

Procurando a casa de um 'amigo', coiteiro, ele manda que o mesmo vá chamar a força policial para que ele se entregue. O comandante dessa força, na época, era o Alferes Theófhanes Ferraz Torres, prisão essa que lhe deu a promoção para Tenente. Fazendo parte da tropa, além dos Praças, o sargento José Alvino, o qual sua família tinha sido vítima das ações do bando do cangaceiro, queria terminar o 'serviço' naquele instante, porém, contam os pesquisadores, que fora impedido pelo Alferes.

Matéria de capa do "Jornal do Recife", ODYSSÉA DE UM BANDIDO - A PRISÃO DE ANTÔNIO SILVINO - "o destemido Theófhanes e seus companheiros de armas".

Muitas fotografias foram tiradas e recortadas por outros, mudando sua forma íntegra, com propósito que sabemos bem quais...Os registros das capturas fotográficas que veremos abaixo, mostram a realidade e a não realidade de como foi 'criado' certos 'furos jornalísticos'. Há, na maioria das informações sobre esse registro, citações de que seja o Grupo de Cangaceiros de Antônio Silvino...

Mostraremos que não, que são seus capturadores, inclusive os dois comandantes, O Alferes e o sargento, ladeando o grupo...Em conversas com alguns amigos e amigas, comentários que fiz em determinada matéria, sobre a realidade da foto, quase que retiram meu couro...mas eu tinha a foto no inteiro, eu sabia o que estava dizendo, porém, na ocasião, resolvi ficar calado, prevendo fazer uma matéria sobre ela... E chegou o momento. É chegada a hora...

Então, quando citarem o recorte dessa foto, não mais dirão que trata-se do grupo de cangaceiros de Antônio Silvino e sim da Força Policial que o prendeu. Mistério desvendado... 

O 'erro' inicia-se em uma foto do periódico "O Malho", quando o mesmo posta a foto citada, só que 'recortada'. Ou já a obtiveram com o recorte ou fora feito por ele. A parti de então, haja citações controversas sobre a dita imagem. O periódico citado, citando a foto, ou melhor, quem na foto encontra-se, suas imagens, escreve em seu rodapé, o nome do Alferes Theófhanes, que encontra-se de um lado, e do sargento Alvino do outro. No entanto, não notamos a 'presença' desses dois personagens no registro. Ha não ser em 'quadros' na dita matéria.

A partir daí, começa minha pesquisa. Vários e vários foram os dias e noites, a 'visitar' sites, sítios e blogs a procura de desvendar o 'porquê', ou os porquês... tinha que haver algo. Por fim a encontro... Vejam meus amigos(as), que na maioria das vezes, vemos apenas quatro pessoas em pé e três agachadas, quando na verdade são seis pessoas em pé e três agachadas. Do lado esquerdo de quem olha a foto, encontra-se Theófhanes Tores, o Alferes, e, na outra extremidade, o sargento José Alvino... A terceira pessoa, muito se parece com o chefe cangaceiro, com uma arma, se trata-se dele, com certeza, foi apenas para posar para a captura... isso se tratar-se de Manoel Batista.

Sálvio Siqueira 
Ofício das Espinguardas
Foto Jornal do Recife

http://cariricangaco.blogspot.com.br/

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HISTORIADOR JOÃO DE SOUSA LIMA É NOTICIA NA REVISTA MAIS DESTAQUE



A revista Mais Destaque trouxe esse mês de dezembro de 2015 uma entrevista com o Historiador João de Sousa Lima, relatando sua trajetória de longa pesquisa sobre o tema cangaço e falando de suas participações em entrevistas de televisão, revistas e documentários.




A revista que é um dos fortes meios de comunicação e informação de Paulo Afonso retrata sempre temas atuais da região.

João de Sousa Lima é escritor, pesquisador, autor de 09 livros. Membro da Academia de Letras de Paulo Afonso e da SBEC- Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço. Telefones para contato: 75-8807-4138 9101-2501 email: joaoarquivo44@bol.com.br joao.sousalima@bol.com.br

http://joaodesousalima.blogspot.com.br/2015/12/historiador-joao-de-sousa-lima-e.html
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RELEMBRANDO MOSSORÓ


Quando se fala da criação da ESAM (atual UFERSA), três nomes são relegados ao esquecimento: O Prefeito Raimundo Soares de Souza e os Drs. Lídio Luciano de Góes e João Batista Cascudo Rodrigues. O primeiro foi a mola mestra da estruturação de todo o processo, tecnicamente operacionalizado pelos dois últimos. É claro que Vingt-un e Dix-huit Rosado foram a base e o alicerce de uma obra construída por várias mãos. Para recuperar a memória dessa grande “criação”, vejamos duas matérias por mim públicas no Diário de Natal nos anos 1960:

DECRETO DÁ A MOSSORÓ ESCOLA DE AGRICULTURA

MOSSORÓ, 20 – Decreto do Ministro de Educação criou a Escola Superior de Agricultura de Mossoró. Vários “considerando” justificaram a criação dessa unidade de nível superior, destacando-se a realização de metas da nova política de desenvolvimento rural do governo central da República a ser implementada por órgãos federais, a importância da formação de técnicos de nível superior para atuar no meio rural, a necessidade de incentivos para a região de Mossoró intensificar sua produção agropecuária e, ainda, formar especialistas para criar na região uma estrutura para desenvolver uma forte industrialização de produtos de origem rural. 

A FACULDADE – Decreto do prefeito de Mossoró, Raimundo Soares de Souza, nomeou uma comissão para a organização da Escola Superior de Agricultura de Mossoró. O decreto assinala, também, que as despesas com a instalação da nova escola correrão por conta do orçamento do Município, nas rubricas próprias ao registro dos valores destinados à FUNCITEC-Fundação Para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia. A contratação de pessoal para preencher as vagas de trabalho na nova unidade de nível superior será realizada observando-se a legislação trabalhista em vigor no país (Diário de Natal – 22.04.1967).

ESCOLA DE AGRICULTURA DE MOSSORÓ SERÁ EM 1968

MOSSORÓ, 18 – A FUNCITEC-Fundação Para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia, organismo da iniciativa privada que colabora com a Prefeitura Municipal de Mossoró na manutenção das escolas de nível superior existentes nesta cidade, vem ampliando o seu campo de ação, visando a ampliar a disponibilidade de novas tecnologias para os empresários, trabalhadores e órgãos de governo na Região Oeste do Estado.

Mantendo três escolas de nível universitário – as Faculdades Ciências Econômicas, de Filosofia, Ciências e Letras e a de Serviço Social –, a FUNCITEC está na contagem de largada para inaugurar mais unidade de ensino superior, a Escola Superior de Agricultura de Mossoró. Por outro lado, já está em fase de elaboração a documentação necessária para a criação da Faculdade de Enfermagem de Mossoró. Todas essas escolas serão funcionalmente mantidas pela FUNCITEC, fundação criada pelo Prefeito Raimundo Soares de Souza.

O PRESIDENTE – “Realmente agora estamos em um período de grande atividade, desenvolvendo vários projetos ao mesmo tempo. Somente vemos possibilidade de êxito para nossas propostas devido ao apoio, indispensável mesmo, que nos vem sendo dado pelos líderes da comunidade, pelos homens de visão, pelos estudantes e, com grande destaque, pelo homem comum. Neste último caso está um agricultor do Alto Oeste que me escreveu somente para parabenizar pela criação da Escola Superior de Agricultura de Mossoró” – Palavras do doutor Lídio Luciano de Góes, presidente da FUNCITEC, à nossa reportagem. 

A ESCOLA DE AGRICULTURA – Prosseguindo, disse-nos o entrevistado:

“A Escola Superior de Agricultura de Mossoró foi pensada por um idealista, o doutor Vingt-un Rosado, e criada por iniciativa de nossa fundação, recebendo o indispensável apoio do presidente do INDA, senador Dix-huit Rosado, e do prefeito Raimundo Soares de Souza. Contamos inicialmente com uma NCr$ 30.000,00 e depois mais NCr$ 200.000,00, resultante de um convênio assinado entre aquela autarquia federal e a Prefeitura local. Esses recursos garantirá a conclusão do prédio da nova faculdade em dezembro próximo e o funcionamento normal dos seus cursos já em 1968. A verba de NCr$ 200.000,00, em que houve a intervenção da Prefeitura Municipal em repasse, está sendo aplicada na construção a qual já se encontra em adiantada fase. O edifício está localizado no quilômetro cinco da rodovia Mossoró-Areia Branca, em terreno adquirido para este fim. Vale ressaltar que a obra está sendo executada mediante contrato aprovado pela municipalidade, a qual fiscaliza a aplicação dos recursos, para o que conta com o trabalho do engenheiro Carlos Alberto Liberato. Resta salientar que a FUNCITEC é um organismo de direito privado”.

OPORTUNA? – Com relação à oportunidade de necessidade de criação de uma escola de nível superior, voltada para o ensino da agricultura e da pecuária, localizada na zona oeste do estado, disse o Dr. Lídio Luciano de Góes: 

– “Sendo preponderantemente voltada para as atividades agropecuárias, havendo industrialização apenas como consequências dessas mesmas atividades (afora indústria do sal), não poderia ser mais adequado o nosso quadro para nele figurar uma escola desse tipo, pois nela serão formados os técnicos que estão sendo reclamado pelo grande mercado de trabalho existente no Oeste Potiguar, Alto Sertão Paraibano e Região Jaguaribana do Ceará, onde Mossoró possui ramificações de ordem econômica, cultural e social.

No que se relaciona com aquisição de professores para o ensino na nova escola – prosseguiu – aqui mesmo em Mossoró contamos com cerca de 10 profissionais aptos a exercer essa função, enquanto que no primeiro ano existirão apenas seis cadeiras. Esses profissionais já estão inscritos como candidatos a docentes. Entretanto estamos fazendo uma pesquisa no mercado Nordestino dessa espécie de trabalho e, pelos dados que já dispomos, podemos assegurar que contamos com nada menos de oito outros candidatos às futuras vagas, principalmente de profissionais da capital cearense, onde temos encontrado grande apoio para as nossas iniciativas” (Diário de Natal – 18.08.1967).


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FOTO INÉDITA.....NOS RASTROS DO CANGAÇO - PERSEGUINDO A CANGACEIRA DULCE

Por: João De Sousa Lima


Dulce Menezes é a última cangaceira viva.

Dos que seguiram os caminhos incertos do cangaço, só ela sobreviveu. Em recente visita a suas filhas Luci (em Vitória da Conquista) e Martha Ruas e seu marido Tião Ruas (em Jordânia) e ainda o filho Jacozinho, tive o privilégio de conhecer a fazenda Jacobina, de João Anastácio Filho "Jacó".

Sede da fazenda

Nessa fazenda chegaram fugindo do nordeste, os cangaceiros Marinheiro (irmão de Sila), Sila, Zé Sereno, Criança e Dulce. Dulce acabou ficando na fazenda e teve 18 filhos com Jacó, dos quais sobreviveram 10.

Em breve o Tião Ruas e a Martha lançarão um livro contando toda essa história.

Por enquanto estamos aqui tendo a honra de conhecer os escombros da fazenda, na companhia dos filhos Jacozinho e Martha, lugar nunca explorado por nenhum outro historiador e pesquisador.

OBS1: NA FOTO (inédita), acima, vê-se: Dulce - Jacó e alguns filhos na faz. Jacobina, Jordânia, Minas Gerais.

Fonte: facebook
Página: Volta Seca

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