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terça-feira, 11 de junho de 2013

Historiador e escritor João de Sousa Lima Participará do " Parayba Cangaço"

Por: João de Sousa Lima

As cidades de Sousa e Nazarezinho na Paraíba realizarão o Parayba Cangaço e o historiador João de Sousa Lima será um dos palestrantes.


O escritor falará da importância da restauração do Museu Casa de Maria Bonita.
 Programação do Parayba Cangaço



Escritor, Pesquisador, autor de 09 livros. Membro da Academia de Letras de Paulo Afonso e da SBEC - Sociedade Brasileira de estudos do Cangaço. Telefones para contato: 75-8807-4138 9101-2501 
email: joaoarquivo44@bol.com.br joao.sousalima@bol.com.br

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Breve Glossário do Cangaço

Por: Frederico Pernambucano de Mello

Bornal - bolsa conduzida a tiracolo, em tecido resistente, alça larga, divisões internas, dois, três ou quatro botões na tampa, profusamente enfeitada nas partes visíveis. Dependendo da viagem, os cangaceiros e policiais - o uso era comum - empregavam duas ou quatro destas, com o provisionamento de balas (suplementar), alimentos, remédios e muda de roupa Os bornais de bala ficavam por cima dos demais, com o que o seu peso não feria o corpo na caminhada. 


Ao ser morto, Lampião portava jogo de bornais em tecido verde-oliva claro, inteiramente bordado nas cores amarelo-ouro, rosa, azul-real e vinho. A palavra possui forma variante embornal.

Cabeceira, contra coice e coice - divisão tripartida do grupo de cangaço na marcha e que corresponde à organização militar da infantaria em vanguarda, corpo e retaguarda. São conceitos tomados de empréstimo ao  
ao linguajar do almocreve. Estas seções guardavam entre si curta distância com vistas a neutralizar emboscadas.

Cabra - é termo que, aqui, não tem que ver com o animal ou humano mestiço de negro. Trata-se de uma espécie de exército de reserva de coronéis ou cangaceiros, recrutável junto aos moradores do latifúndio. Representa braço armado eventual dos poderosos do sertão. Repita-se que seu engajamento guerreiro de dava de forma intermitente, alternando com períodos de serventia econômica normal, na agricultura ou na pecuária.

Cachimbo - Civis arvorados na função policial à falta de tropa regular. O conjunto destes, além da designação de tropa de cachimbo, era também conhecido como tropa de barra.

Cangaceiro - Versão regional brasileira, do Nordeste, da figura universal do salteador de estradas. É a expressão individual de uma realidade criminológica necessariamente coletiva e rural, cujo comando se define no âmbito  do próprio grupo.

Cangaço - O termo parece derivar da palavra canga, peça de madeira com que se sujeita o boi pelo pescoço, fazendo-o puxar carro ou uma forma de vida ou profissão, aplicava-se ao conjunto bastante volumoso de equipamentos que os bandidos sertanejos carregavam. Desde fins do século passado significa o modo de vida dos grupos autônomos de salteadores dessa área.

Capanga - Cabra, em sua expressão mais defensiva e íntima. É o que hoje se chama costumeiramente de guarda-costas.

Coiteiro - Protetor do cangaceiro. Primitivamente, só os reis tinham o direito de citar - coutar - terras, tornando invioláveis seus habitantes. A instituição chega ao Brasil através da velha legislação real portuguesa e, se considerarmos que os coronéis sertanejos se tinham na conta de reis, compreenderemos, porque se sentiam prestigiados em poder coitar seus latifúndios e moradores destes. Em sua expressão moderna, o exercício do coito transcendeu dos coronéis para poderosos em geral. No século atual, o termo abrangeria toda e qualquer pessoa que transacionasse com cangaceiros, favorecendo-os de algum modo.

Coronel - Chefe político sertanejo, titular no vazio primordial do poder público, do exercício de poderes absolutos, de cunho patriarcal, podendo seu protagonista ser civil, militar ou clérigo.

Desarvorar - Termo tomado de empréstimo à náutica primitiva portuguesa, onde correspondia à retirada dos símbolos do mastro principal do navio abandonado. No cangaço, correspondia à retirada, por companheiro, dos objetos, utensílios e valores de cangaceiro ferido em combate e já moribundo.

Jabiraca - Lenço de tecido de algodão ou seda, de cor berrante, que o cangaceiro usava ao pescoço, preso por anel. Na fase derradeira e mais rica do bando de Lampião, no final dos anos 30, assinalam-se casos de cangaceiros com mais de quinze alianças de ouro a afivelar a jabiraca.

Jacuba - Último recurso alimentar do cangaceiro circunstancialmente faminto; era a farinha misturada com açúcar.

Jagunço - Salteador rural integrante de grupo comandado por pessoa ou instituição situada fora deste, podendo assumir conotação política ou religiosa.

Macaco - Soldado de polícia na linguagem galhofeira do cangaceiro.

Moca - Tocaia armada pela polícia.

Navegar - Marcha, sem rumo ou limite, do grupo de cangaço pela caatinga. É termo náutico mumificado no sertão.

Paisano - Na visão do cangaceiro, havia três categorias de pessoas na sociedade: este próprio, os macacos e os paisanos, que eram os civis.

Pistoleiro - Assassino de aluguel, agindo isolado e de forma invariavelmente traiçoeira. Trata-se da expressão mais desprezível dos agentes da violência no sertão, opondo-se, por definição, ao cangaceiro, figura ostensiva e escancarada de tal galeria. Sem embargo, o pistoleiro era utilizado pelo chefe de cangaço para o cumprimento de missões em aglomerados urbanos mais desenvolvidos.

Rapaz - Termo pelo qual o chefe de grupo de cangaço chamava os seus subordinados. Nesse âmbito, a palavra cabra era considerada ofensiva.

Rastejador - Membro da volante ou do grupo de cangaço encarregado, graças a uma habilidade desenvolvida sobretudo na caça, de levantar rastros e indicar o roteiro do inimigo. Trata-se de figura militarmente, apreciada desde as guerras, contra os holandeses, sendo, ao tempo do cangaço, o principal fator de orientação dos grupos de combatentes.

Retaguarda - Movimento de contra-ataque ao inimigo feito pelas costas e por pequena fração do grupo de cangaço, poucos instantes após o grupo principal ter sido acometido. Com Lampião, ao longo do tempo, destacaram-se nessa função os cangaceiros Esperança, Sabino, Corisco e José Sereno.

Sertão - Porção semi-árida do Nordeste, representativa de 49% do território deste. Na Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, chega à beira do mar.

Valentão - Também conhecido como homem de questão, esta figura se arvoraria na instância única da justiça no sertão primitivo, considerando-se parte em qualquer disputa para a qual lhe invocassem a presença justiceira. Com apoio no bacamarte, resolveria questões de terra, de honra de donzela, de contrato quebrado, de inventário de acomodações, de débito não pago e outras tantas do velho mundo rural. Houve casos de limites de terras serem fixados pela simples mijada do valentão.

Volante - Força policial de composição numérica incerta e sem destacamento fixo. Na forma regular, é realidade tomada comum apenas no século presente, seu espaço sendo ocupado primordialmente pela tropa de cachimbo recrutada, em regra, pelas câmaras municipais ou juízes de paz. Com intenção pejorativa, Lampião dava o nome de volante às incursões exclusivamente de rapina que promovia.

Frederico Pernambucano de Mello

Fonte:

Diário Oficial
Estado de Pernambuco
Ano IX
Julho de 1995

Material cedido pelo escritor, poeta e pesquisador do cangaço:
Kydelmir Dantas

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Roberto Rodrigues de Carvalho - o Robertão

Por: José Mendes Pereira

Roberto Rodrigues de Carvalho era natural de Mossoró, mas era conhecido por Robertão. Nasceu no dia 03 de Outubro de 1961, e faleceu no dia 02 de Janeiro de 2008. Filho do comerciante Francisco Rodrigues de Carvalho e de Antonia Rodrigues de Carvalho. Ele era primo legítimo do escritor 

David de Medeiros Leite

David de Medeiros Leite e sobrinho de segundo grau da primeira motorista de Mossoró, Francisca Rodrigues Duarte, conhecida por dona Chiquinha Duarte.

Dona Chiquinha Duarte

Roberto Rodrigues de Carvalho tinha duas personalidades. Uma delas era ser homem, homem do trabalho, homem da confiança de todos. Homem que respeitava homens e mulheres. Homem que andava na linha, bem vestido, cabelo cortado e barba feita. Homem que frequentava os amigos como qualquer outro. Homem que não decepcionava ninguém. Com estas características era o Roberto Rodrigues de Carvalho. 

A outra personalidade do Roberto Rodrigues de Carvalho era não querer ser homem de responsabilidade, nem para o trabalho, nem tão pouco, homem da confiança de todos. Homem que não respeitava homens e nem mulheres. Homem que não andava na linha, mal vestido, cabelo arrepiado e barbudo. Homem que não podia frequentar as casas dos amigos como qualquer outro. Homem que decepcionava as pessoas pelo seu jeito de ser. Com estas características quem era Roberto Rodrigues de Carvalho, agora era o Robertão, o grande homem das cavernas. 

Andava sujo, sem camisa, bêbado, drogado e sobre os ombros, uma pequena bolsa a tiracolo, como se ali fosse a sua mala, para guardar suas vestes, seus cigarros, seus chinelos, seus trocados.  

Ele não era valente, apenas se defendia com palavras duras e críticas. Poucas pessoas davam-lhe confiança; passavam e o via caído nas calçadas, no meio da rua, nas portas de bares, todo imundo, fedorento... No período em que ele era o Robertão algumas vezes fora preso, por desrespeito à polícia, por não querer obedecê-la. Mas por infelicidade, o Robertão adquiriu fama de estuprador, mas isso nunca ele praticou com mulher nenhuma. Apenas fizera alunas correrem com medo de si próprio, no intuito de fazer graça. E com isso, Robertão se tornou um homem temido pelas mulheres do grande Alto de São Manoel, em Mossoró.

Certa noite, enquanto ele caminhava pelas ruas do conjunto Walfredo Gurgel, no grande Alto de São Manoel, uma estudante pediu a sua ajuda, para chegar até em casa, porque um senhor chamado Robertão estava atormentando a vida das mulheres. E assim fez. Acompanhou-a até certo ponto, quando um sujeito que o conhecia, vendo ele ao lado daquela bonita jovem, enciumado, gritou:

- Que sorte hein, Robertão! Descolou uma linda garota!

A estudante que não esperava que ele fosse realmente o tão falado Robertão, fez carreira aos gritos, para que as pessoas a defendessem das garras do Robertão.  

Robertão querendo que a menina entendesse que ele não iria lhe fazer nenhum mal, saiu correndo, tentando alcançá-la. A sua fama cresceu mais ainda.

Minhas Simples Histórias

Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.

Fonte:
http://minhassimpleshistorias.blogspot.com