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segunda-feira, 30 de maio de 2022

CANGACEIROS CORTAM A ORELHA DE ZÉ DO PAPEL

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=GbD6VL3RgBk&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Quer ajudar nosso canal? Nossa chave Pix é o e-mail: 

narotadocangaco@gmail.com - 

Vera Lúcia, filha de Zé do Papel, que teve a orelha cortada pelos cangaceiros, diz como esse fato aconteceu, pois ouviu direto do seu pai. - Na época Aquidabã pertencia a Propriá

 Link desse vídeo: 

https://youtu.be/GbD6VL3RgBk

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LIVRO DO ESCRITOR JOSÉ BEZERRA LIMA IRMÃO

    Por José Mendes Pereira

Você leitor, e eu, vamos participar do casamento de José Ferreira da Silva (Santos) com a dona Maria Sulena da Purificação (Maria Lopes) pais dos irmãos Virgolino Ferreira da Silva, Antonio Ferreira da Silva, Levino Ferreira da Silva e Ezequiel Ferreira Silva.

Vamos chegar devagarinho! Pés às alturas, como se nós estivéssemos flutuando em um picadeiro de circo, silêncio total, sem pigarrearmos em momento algum, para vermos o que irá acontecer durante esta união familiar. Não se preocupe, os irmãos Ferreiras não estão aqui entre nós, eles ainda irão nascer, primeiro Antonio Ferreira, depois Levino Ferreira, depois Virgolino Ferreira e por último (dos homens) Ezequiel Ferreira da Silva.

O casamento destes famosos e futuros pais de 4 cangaceiros você irá adquirir toda história no livro: "Lampião a Raposa das Caatingas", do escritor e pesquisador do cangaço José Bezerra Lima Irmão - a partir da página 70.

Esta maravilhosa obra você irá encontrá-la através deste e-mail: franpelima@bol.com.br, com Francisco Pereira Lima, o professor Pereira, lá de Cajazeiras no Estado da Paraíba.

A maior obra já escrita até hoje sobre cangaço, e sobre a família Ferreira, do afamado Lampião.

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Fotos:

1 - Livro: "Lampião a Raposa das Caatingas";

2 - José Ferreira da Silva e Maria Sulena da Purificação os pais de Lampião;

3 - O autor do livro José Bezerra Lima Irmão.

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MORRE O ATOR MILTON GONÇALVES AOS 88 ANOS

 

Morreu nesta segunda-feira, dia 30, o ator Milton Gonçalves aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Segundo a família informou ao G1, o ator morreu em casa, por volta de 12h30, e por consequências de problemas de saúde que vinha enfrentando desde que teve um acidente vascular cerebral isquêmico (AVC), em 2020.

Na época em que sofreu o AVC, Milton ficou três meses internado e chegou a precisar de aparelhos para respirar. Durante o processo de recuperação, o artista ficou com a voz mais baixa que o normal e passou a andar apenas de cadeira de rodas, pois sentia dificuldades na perna esquerda.

O ator esteve no elenco de novelas de grande sucesso como "Rei do gado", "Sinhá moça" e"A favorita", que está sendo reprisada atualmente no "Vale a pena ver de novo". Mineiro, de Monte Santo, o ator estreou na profissão em 1958, primeiro no teatro. A estreia na TV Globo se deu sete anos depois.

O último trabalho na emissora foi a série "Filhas de Eva", do Globoplay, lançada em 2021. A produção será exibida na TV Globo ainda este ano. Viúvo, Milton deixa três filhos e dois netos.

Saiba mais: Milton Gonçalves fez parte do primeiro elenco de atores da Globo, contratado antes de a emissora entrar no ar

Saiba mais: Milton Gonçalves convivia com sequelas na perna e na voz desde o AVC em 2020

Veja também: Grazi Massafera, Ingrid Guimarães e outros famosos lamentam a morte de Milton Gonçalves

Relembre: Relembre a carreira de Milton Gonçalves, que morreu aos 88 anos

https://extra.globo.com/tv-e-lazer/morre-ator-milton-goncalves-aos-88-anos-25519946.html

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FILHAS DE ZÉ CALÚ QUE FOI TORTURADO PELO BANDO DE LAMPIÃO.

 Por Cangaçologia

Maria Calú "Maria Francisca da Natividade"  (Foto 01)

Filhas de Zé Calú a época proprietária da Fazenda Melancias no município pernambucano de Flores, que foi torturado por Lampião e bando no ano de 1925. 

Leobina Calú (Foto 02).

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A DOÇURA DE ARISTÉIA

Por Manoel Severo - Janeiro de 2010

Aristéia, ex-cangaceira

Estando visitando o município de Delmiro Gouveia, bem próximo da divisa dos estados de Alagoas e Bahia; ali bem pertinho da Ponte Pedro II, vislumbrando o imponente complexo das Usinas de Paulo Afonso, não poderíamos deixar de ir até uma casinha verde, localizada num pequeno conjunto residencial nas imediações também da lendária usina de Angiquinho.

Por várias vezes estivemos, eu e minha família, visitando aquela simpática casinha verde, ali, fomos levados pelo confrade e amigo João de Sousa Lima; naquela primeira oportunidade, João me falava: "Severo quero que você conheça uma querida amiga" e qual não foi minha surpresa ao chegar pela primeira vez à casinha verde e ver que a querida amiga era uma nonagenária encantadora, simpática, cheia de vida e alegria, lúcida por demais, e ainda por cima, ex-cangaceira.

Severo, Aristéia e Danielle, em foto no último dia 10 de janeiro.

Aristéia Soares de Lima, ou simplesmente "vozinha" como todos da casa e da redondeza a chamam, realmente encanta pela doçura e pelo sentimento, sempre voltados a atender a todos que a procuram. A família inteira, filhos, noras, netas e netos, deixam o ambiente sempre cheio, mas com uma harmonia incomum, fazendo com que todos que se chegam, se sintam a vontade.

Severo, Aristéia e Danielle, em foto no último dia 10 de janeiro.

Aristéia passou cerca de oito meses no cangaço, já no final do ciclo do fenômeno. Não chegou a conhecer Virgulino, nem Maria... era integrante do grupo de Moreno e Durvinha, e confessa "era a mais bonita do cangaço". Teve seu companheiro Catingueira e uma irmã, Eleonora, abatidos em combates. E até hoje ainda nos traz a partir de sua memória espetacular, momentos daqueles tempos "de uma correria danada".

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A GROTA DO ANGICO, CENÁRIO DO ÙLTIMO ATO DO REI

 Por Manoel Severo


O Velho Chico que nos leva a Angico

Dia 14 de janeiro, pelas oito e meia da manhã, partimos do pequeno porto de Piranhas, à bordo do "Cangaceiro" do comandante Célio, rio abaixo; rumo ao município de Poço Redondo em Sergipe, na margem direita do grande rio, destino: Trilha do Angico.

Não é necessário dizer que sempre que se fala em Angico, deve-se reservar pelo menos "um montão de tempo a perder de vista"... e ainda mais acompanhado pelos pesquisadores e queridos amigos Jairo Luiz e Alcino Costa. Foi uma festa; é verdade que vez por outra precisei entrar "no meio dos dois" para separar os sopapos, rsrsrsrs.

Mas, visitar Angico é sempre enriquecedor, podemos voltar ali por milhares de vezes, mas o que mais me encanta e chama a atenção é que sempre vamos encontrar, por incrível que possa parecer, novas impressões, percepções, versões e até...informações. E dessa vez também não poderia ser diferente. A companhia qualificada de Jairo Luiz e Alcino Costa nos garantiram, a mim, Danielle e Gabriel, que formávamos a pequena caravana, a certeza de um dia extremamente agradável e cheio de "polêmicas" como o próprio Caipira de Poço Redondo nos alerta: Mentiras e Mistérios de Angico!



Aqui temos a satisfação de postar muitas fotografias de nossa visita ao Angico. Recomendamos a todos os interessados na temática cangaço que ainda não tiveram a oportunidade de ir até lá, que o faça; hospedando em Piranhas em uma de suas acolhedoras e simpáticas pousadas e ainda reservando vaga em um dos passeios de catamarã, sempre saindo às 8:30h da manhã, fazendo o mesmo percurso feito pelo Tenente João Bezerra e seus comandados. Para o passeio procurem o amigo Célio, proprietário do barco "Cangaceiro", o resto é só descoberta e encantamento.

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QUEM FOI DELMIRO AUGUSTO DA CRUZ GOUVEIA

 Por David Bandeira


Delmiro Gouveia, o coronel dos coronéis

Filho de um caso extraconjugal; Delmiro Augusto da Cruz Gouveia nasceu em Ipu , Ceará, em 5 de junho de 1863; transferiu-se, em 1868, junto com a mãe e a irmã Maria Augusta, para o Estado de Pernambuco. O pai, Delmiro Porfírio de Farias, faleceu em combate na Guerra do Paraguai, em 1867; a mãe, Leonila Flora da Cruz Gouveia, morreu em 1878.

Já no Recife, analfabeto e sem dinheiro, foi atrás dos primeiros trocados em modestos empregos: aprendiz de tipógrafo, bilheteiro, despachante, mascate e, finalmente, comerciante. Empregou-se em firmas do comércio de “courinhos” (pele de bode e cabra), no qual enriqueceria, mas em nenhuma delas conseguiu os objetivos que pretendia; por não se abater com fracassos, identificando oportunidades de negócio e procurando experiências similares, estava sempre disposto a assumir compromissos. Logo, cuidou de realizar vários empreendimentos de vulto, por exemplo, o contrato firmado com o Prefeito de Recife, Coelho Cintra, para a construção de um mercado – algo sem similares até então – no bairro do Derby. Arrematou a maior refinaria da América do Sul, a Usina Beltrão, para refino e embalagem de açúcar, mas, não levando muito a sério o negócio, fechou-lhe as portas pouco tempo depois.


Delmiro e Eulália, filha do Governador Sigismundo Gonçalves

Combate a oligarquia rosista em Pernambuco, logo sofrendo perseguições políticas que lhe prejudicaram os negócios. Impulsivo e temperamental, acometiam-no acessos de ira que faziam dele um homem temido, tendo colecionado, inclusive, agressões contra o vice-presidente da República (Rosa e Silva), ex-sócios, além do rapto da filha do Governador de Pernambuco Sigismundo Gonçalves. Assim, tornando sua permanência no Recife insustentável.

Visando se restabelecer financeiramente, Delmiro sai de Recife rumo a Alagoas, no final de 1902, onde, em companhia dos sócios, oficializa a firma Iona & Cia., antes denominada Iona & Krause, procurando reorganizar em Maceió, meses depois, o comércio de peles. Instalou-se no vilarejo chamado Pedra, pertencente à Matinha de Água Branca. Para tanto, valeu-se da boa acolhida de grandes chefes políticos locais: o Governador Euclides Malta e o coronel Ulisses Luna. Aos poucos, renovava a fortuna.

Tinha mesmo o dom de atrair várias senhoritas, possuiu várias namoradas, inclusive uma linda italiana. Rico, famoso, era natural que assim acontecesse. Todavia, teve seus 3 filhos com a moça que raptara, a bela Carmela Eulina do Amaral Gusmão que o abandonou junto aos filhos tempos depois.Talvez desentendimentos políticos, elevação de alíquotas e carência de uma fiscalização mais rígida levaram-no a solicitar aos empregados de sua firma de “courinhos” que averiguassem a possibilidade de trazer algumas peles, para seu curtume, sem que tivesse de pagar tributos na fronteira dos Estados de Pernambuco e Alagoas. Logo, foi acusado de contrabando pelos idos de 1909/10. No sertão alagoano, construiu a primeira hidrelétrica do Nordeste, chamada Angiquinho; uma das primeiras fábricas de linhas do Brasil, a Fábrica da Pedra, cujos trabalhadores possuíam atendimento médico, moravam na Vila Operária e despendiam serviço com carga horária de 8h diárias, com descanso semanal. Todavia, a condução dos negócios a mão-de-ferro e a disciplina na fábrica considerada rígida foram al guns dos seus registros no mundo das organizações empresariais.


Professor David Bandeira

A uma vida como a sua não podia faltar mistério. Justo no momento em que Delmiro mais crescia nos negócios, para suprir a falta de investimentos na região sertaneja, foi assassinado em seu chalé, na Vila da Pedra, na noite de 10 de outubro de 1917, aos 54 anos de idade, em condições misteriosas, atingido por uma bala no coração. A sua morte, envolta em mistério, assegurou-lhe um lugar no hall dos industriais visionários.
  
David Bandeira

NOTA CARIRI CANGAÇO: O professor David Bandeira é Administrador e autor do livro “Ousadia no Nordeste: a saga empreendedora de Delmiro Gouveia”; é um dos conferencistas do Cariri Cangaço 2010; ao lado da professor Eloisa Farias, desenvolverão o tema: Delmiro o coronel dos coronéis.

http://cariricangaco.blogspot.com/2010/01/quem-foi-delmiro-gouveia-por-david.html

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HISTORIADOR FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELLO RESGATA HISTÓRIA DE DELMIRO

 Por Renata Arruda/Agência Alagoas

O visionário do Sertão, Delmiro Gouveia, será tema da palestra do historiador Frederico Pernambucano nesta terça (10) sobre os cem anos de morte do desbravador do NE, dentro das comemorações do Bicentenário de Alagoas, no município de Delmiro Gouveia

O historiador dedicado ao Nordeste brasileiro Frederico Pernambucano de Mello, ex-superintendente do Instituto de Documentação, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), dará palestra nesta terça-feira (10), às 19h30min, na Escola Estadual Delmiro Gouveia. O evento faz parte da agenda do Bicentenário da Emancipação de Alagoas e ocorre no município de Delmiro Gouveia.

Para o historiador, a comemoração do centenário de morte do desbravador do Sertão nordestino, Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, é de grande importância. “É uma grande emoção voltar a Alagoas nesta data, uma vez que sou um grande admirador da figura de Delmiro. Um homem que teve tantas oportunidades, poderia ter seguido funções formais, seguir no caminho pré-determinado do Direito, mas seguiu pelo caminho oposto. Num universo latino, onde se via pouco trabalho e dedicação, Delmiro seguiu a linha anglo-saxônica, era um visionário e se tornou um grande empreendedor, urbanista e empresário. Lembrar tal exemplo é de grande importância nos dias de hoje. Com suas ideias, Delmiro poderia ter criado até um partido político de tão atual”, afirma Mello.

Autor do livro “Delmiro Gouveia: Desenvolvimento com impulso de preservação ambiental”, Mello dará palestra em função do centenário de morte do pioneiro da industrialização do Sertão nordestino e explanará sobre a vida e morte do desbravador e visionário.

“Graças a Delmiro, Recife pode orgulhar-se de ter um estabelecimento hoteleiro de grande porte por causa da vinda do Grande Hotel Internacional, inaugurado em 1899, junto com o Mercado Modelo. Ele ainda trouxe o primeiro shopping center brasileiro para a cidade. Montou o complexo de lazer conhecido como Pensão Derby, que tinha uma inspiração: a chamada Cidade Branca de Chicago, cenário construído para abrigar a Exposição Internacional em 1893. No Sertão, manteve o mesmo empreendedorismo, quando protagonizou a saga da construção da primeira hidrelétrica no semiárido brasileiro, aproveitando as águas do São Francisco.

Cangaço

Frederico Pernambucano de Mello ressaltou ainda os avanços da Segurança em Alagoas, ao lembrar o grande feito da polícia alagoana que começou pelo desmonte do maior grupo criminoso de uma época, o cangaço. “Ano que vem vamos comemorar 80 anos que a polícia alagoana frustrou os planos das polícias da Bahia e Sergipe ao eliminar o cangaço. Era o fim do grupo no Nordeste. Lampião, Maria Bonita e seu bando estavam mortos crivados de balas de fuzil modelo 1908, da Polícia Militar de Alagoas”, lembra.

No ano em que são comemorados os 200 anos de emancipação política do Estado, e também o centenário de morte do pioneirismo de Delmiro Gouveia, o Governo de Alagoas fará o memorial em homenagem ao desbravador do Sertão. “É extraordinário destacarmos os relevantes serviços prestados por Delmiro Gouveia para toda a população alagoana. Neste sentido, o memorial irá eternizar a história de um homem que num período de 20 anos transformou a região em uma área próspera”, enfatizou.

Trajetória

Frederico Pernambucano de Mello nasceu no Recife, em 2 de setembro de 1947. Graduou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1971, tendo exercido as funções efetivas de procurador federal até o ano de 2008, quando se aposentou.

Possui pós-graduação em Administração de Assuntos Culturais: Política e Gerência, pela Organização dos Estados Americanos/Universidade de Brasília/Centro Nacional de Referência Cultural, sob a direção do designer Aloísio Magalhães.

Na Fundação Joaquim Nabuco, integrou a equipe do sociólogo Gilberto Freyre, de 1972 a 1987, período em que, sob a orientação deste, direcionou seus estudos para a História Social da região Nordeste do Brasil, com foco nos aspectos de conflito, tendo publicado os seguintes livros:

Rota Batida: Escritos de Lazer e de Ofício, Recife, Edições Pirata, 1983, prefácio de Alberto da Cunha Melo.

Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste do Brasil, Recife, Editora Massangana/Fundação Joaquim Nabuco, 1985, prefácio de Gilberto Freyre (ora em 5ª edição pela Editora A Girafa, de São Paulo).

Quem foi Lampião, Recife-Zürich, Stähli Edition, 1993, prefácio de Mário Souto Maior (ora em 3ª edição).

A Guerra Total de Canudos, Recife-Zürich, Stähli Edition, 1997,prefácio de Manuel Correia de Andrade (ora em 3ª edição pela Escrituras Editora, de São Paulo).

Delmiro Gouveia: Desenvolvimento com Impulso de Preservação Ambiental, Recife, Editora Massangana/Fundação Joaquim Nabuco-CHESF, 1998, prefácio de Fernando Freyre.

Guararapes: Uma Visita às Origens da Pátria, Recife, Editora Massangana/Fundação Joaquim Nabuco, 2002.

Tragédia dos Blindados: A Revolução d 30 no Recife, Recife, Editora Massangana/Fundação Joaquim Nabuco, 2007, prefácios de Paulo Cavalcanti e Socorro Ferraz.

Estrelas de Couro: A Estética do Cangaço, São Paulo, Escrituras Editora, 2010, prefácio de Ariano Suassuna.

Benjamim Abrahão: Entre Anjos e Cangaceiros, São Paulo, Escrituras Editora, 2012, prefácio de Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes.

Na Trilha do Cangaço: O Sertão que Lampião Pisou, São Paulo, Editora Vento Leste, 2016, livro de arte com fotografias de Márcio Vasconcelos e curadoria de Maureen Bisilliat.

Guerra em Guararapes & Outros Estudos, São Paulo, Escrituras Editora, 2017, prefácio de Anco Márcio Tenório Vieira.

Possui diversos prêmios literários, a exemplo dos concedidos pela Fundação Joaquim Nabuco (Prêmio Casa-Grande & Senzala de Interpretação da Cultura Brasileira – 1986/7); pela Academia Pernambucana de Letras (Prêmio Othon Bezerra de Mello – 1987) e pelo Governo do Estado de Pernambuco (Prêmio Especial Governo de Pernambuco – 1990); pelo Festival de Cinema de Brasília (Melhor Pesquisa, destinada ao longa-metragem Baile perfumado – 1996); pelo Conselho Estadual de Cultura (Diploma Gilberto Osório de Andrade – 1996); e pela Câmara Brasileira do Livro (Finalista do Prêmio Jabuti – 2011, área de Ciências Humanas).

Frederico Pernambucano de Mello recebeu ainda diferentes distinções honoríficas civis e militares, dentre as quais a Ordem do Mérito Capibaribe da Cidade do Recife, no grau de Grande Oficial, 1985; a Medalha Pernambucana do Mérito Policial-Militar, 1986; a Medalha do Mérito da Fundação Joaquim Nabuco, 1988; o Diploma de Colaborador Emérito do Exército Brasileiro, 1994; a Ordem do Mérito Militar do Exército Brasileiro, grau de Comendador, 1995; a Medalha do Pacificador, do Exército Brasileiro, 1997; a Medalha do Mérito do Servidor da Fundação Joaquim Nabuco, classe Ouro, 2002; e a Comenda da Ordem do Mérito Literário Jorge de Albuquerque Coelho, da União Brasileira de Escritores, Seção de Pernambuco, 2012.

É membro dos Institutos Históricos de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte, do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, e da Academia de História Militar Terrestre.

9 de outubro de 2017 Valderi

 https://www.correiodosmunicipios-al.com.br/2017/10/historiador-frederico-pernambucano-de-mello-resgata-historia-de-delmiro/

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ESPERANÇA NA ESPERANÇA

Clerisvaldo B. Chagas, 30 de maio de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.707

No meu sertão, geralmente não se mata lavandeira, beija-flor, bem-te-vi, cancão, espanta-boiada (quero-quero) e o inseto conhecido como esperança. A tradição deixou muitas lendas, superstições e experiências e que perduram por séculos e séculos. Mas não é somente no sertão nordestino ou no Brasil onde essas particularidades existem é no mundo inteiro. Lavandeira e bem-te-vi, estão muito ligados a uma lenda que fala em Nosso Senhor Jesus Cristo. O cancão e o espanta-boiada, não são atrativos para a espingarda, a peteca, a armadilha, porque são muito magros para um bocado, a ponto de haver o ditado popular: “magro que só um cancão”. A esperança é blindada contra investidas humanas porque representa bom augúrio. Alguma coisa boa irá acontecer com você quando a esperança pousar na sua casa, em você, no seu quarto...

A esperança verde e real é tão apreciada quanto a esperança sentimento presságio de coisa boa. É um inseto verde, romântico, que pode causar grande alegria ao pousar por perto. É como se fosse um aviso, uma mensagem direta dos céus que vem aí uma coisa boa desejada por você. A esperança ainda tem parentesco com os grilos e gafanhotos e acha-se espalhada em todos os continentes habitados. Às vezes a esperança chega de repente e a pessoa procura matá-la por causa do susto pensando tratar-se de um gafanhoto. Mas a esperança é bem delicada, suave e silenciosa como deve ser uma mensagem de paz enigmática. Seu verde agradável acende o outro verde que carregamos dentro de nós. Impossível ficar indiferente à esperança.

Lampião era um ótimo observador da Natureza, assim como outros sertanejos do seu bioma. Graças a isso, teve sua vida salva diversas vezes com indicativos de pássaros com aproximação e cantos que demonstravam perigos imediatos, posição de inimigos e muito mais, até mesmo o voo inesperado do urubu, mostrava o perigo na área.  Assim é o canto da acauã, da ema, do pavão e do voo rasgando da coruja. Tudo absorvido pelo sertanejo atento.

Uma cigarra entrou no meu quarto e permaneceu quieta e no mesmo lugar durante o dia e só foi embora à noite. Sertanejo da cepa, aguardei. Logo no dia seguinte, após o café da manhã, recebi na porta de casa duas notícias boas e fui apressado realizá-las mesmo com a chuvarada mansa que caía em Santana do Ipanema;

Obrigado esperança, obrigado a quem te enviou.

ESPERANÇA (FOTO: RAPADURA CULT.).

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NO XAXADO COM LAMPIÃO A OCTOGENÁRIA ALZIRA MARQUES RECORDA OS BAILES ANIMADOS, ORGANIZADOS PELO REI DO CANGAÇO

Por Denize Guedes*

Noite de sábado para domingo, fim de setembro de 1936. Faltava só passar o pó no rosto, espalhar o perfume atrás da orelha e calçar as alpercatas. Cabelos negros e encaracolados na altura da cintura, dentro do seu melhor vestido, a menina de 12 anos, que, se os pais se descuidassem, trocava o estudo pela dança, estava pronta para o seu primeiro baile no alto sertão sergipano com o bando do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.

Não havia escolha, só mesmo confiar na bênção da tia de criação antes de sair de casa engolindo o medo.

“Eles mandavam apanhar a gente. Vinha aquela ordem e tinha de cumprir. Se não, causava prejuízo depois”, conta Alzira Marques, que completa 86 anos em agosto. Ela lembra detalhes das incontáveis festas cangaceiras a que foi em fazendas que já não existem mais e que deram lugar à planejada Canindé de São Francisco, com o início da construção da hidrelétrica do Xingó, em 1987. Canindé Velho, como a sertaneja chama o local onde nasceu, à beira do Velho Chico, foi demolida por conta da usina, hoje fonte de renda para a cidade – atrai quase 200 mil turistas por ano com o Cânion do Xingó.

O auge de Lampião em Sergipe vai de 1934 a 1938, quando o cangaceiro foi morto ao lado de Maria Bonita e outros nove do bando, em 28 de julho, na Grota do Angico, município de Poço Redondo. “Este é o estado onde ele encontrava mais proteção, aliando-se aos poderosos locais, como o coronel Hercílio Porfírio de Britto, que dominava Canindé como se fosse um feudo”, explica Jairo Luiz Oliveira, da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço. “São os chamados coiteiros (quem dava proteção ao cangaço), políticos de Lampião. Melhor ser seu amigo que inimigo.”

Foi nas terras de Porfírio de Britto que Alzira mais arrastou as sandálias. “Na primeira vez, encontrei Dulce, que foi criada comigo em Canindé Velho e tinha virado mulher do cangaceiro Criança. Eles também eram de muito respeito e nunca buliram com gente minha. Pronto, não tive mais medo”, relembra. Temporada de baile era fim de mês, quando as volantes da Bahia e Pernambuco – as polícias mais algozes no rastro de Lampião – voltavam a seus estados para receber o soldo. “Aí os cangaceiros viam o Sertão mais livre para fazer festa”, diz.

Dia de dança, Alzira tinha de sair e voltar à noite para não levantar a suspeita dos vizinhos. Às 22 horas, punha-se a andar 2 quilômetros até o local onde um coiteiro escondia os cavalos. Outras meninas iam junto. Montavam e seguiam morro acima por uns 15 minutos. “Quando a gente chegava, ia direto dançar o xaxado, forró, o que fosse, até 4 horas da manhã.” Mesmo caminho de volta, chegava com um agrado do rei do cangaço: uma nota de 20 mil réis. “Era tanto do dinheiro, mais de 300 reais na época de hoje. Dava tudo para minha tia.”

Apesar de festeiro, não era sempre que o líder do bando dava o ar da graça. Quando ia, porém, não se fazia de rogado: no mato à luz de candeeiro, onde o arrasta-pé comia solto, brilhantina no cabelo, dançava com as moças do baile sem sair da linha. Média de 20 homens para 15 mulheres. “Ninguém era besta de mexer com a gente. Eles nos respeitavam demais. Lampião era o que mais recomendava: ‘Olha o respeito!’” Maria Bonita – que para Alzira “não era lá essa boniteza, Maria de Pancada era mais bonita” – não tinha ciúme.

O cangaceiro mais conhecido do Brasil gostava de cantar e levava jeito para compor. Quem não se embalou ao som de Olé, mulher rendeira / Olé, mulhé rendá? Ou de Acorda, Maria Bonita / Levanta, vai fazer o café? Alzira conta que era comum ele pedir ao sanfoneiro Né Pereira – outro intimado do povoado – para tocar essas canções, enquanto ele mesmo cantava. “Letra e música dele, além de ser um exímio tocador de sanfona”, confirma Oliveira.

Os bailes eram como banquetes. “Tinha comida e bebida de toda qualidade. Peixe, galinha, porco, carneiro, coalhada, bolo, cachaça limpa”, diz Alzira. Outro ponto que se notava era o aroma: os cangaceiros, que podiam passar até 20 dias sem tomar banho, gostavam de se perfumar. O coronel Audálio Tenório, de Águas Belas (PE), chegou a dar caixas de Fleurs d’Amour, da marca francesa Roger & Gallet, para Lampião. “Era perfume do bom, mas misturado com suor. Subia um cheiro afetado. A gente dançava porque era bom”, afirma a senhora, que se entrosava mais com Santa Cruz e Cruzeiro.

Mais de 70 anos depois, Alzira ainda sonha com aquelas noites e sente falta da convivência com os amigos: muitas festas aconteciam em Feliz Deserto, fazenda que Manuel Marques, seu então futuro sogro, tomava conta. Não raro, o brilho da prata e do ouro das correntes, pulseiras e anéis dos cangaceiros visitam sua memória, assim como a imagem de Lampião lendo a Bíblia num canto da festa. “Ele era muito religioso.” No seu pé de ouvido fica o xa-xa-xá das sandálias contra o chão, som que deu nome ao xaxado, segundo Câmara Cascudo, ritmo tipicamente cangaceiro que não se dança em par.

Testemunha de um período importante da história do País, conta que nunca teve vontade de entrar para o cangaço nem considerava Lampião bandido: “Não era ladrão, ele pedia e pagava, fosse por uma criação, por um almoço. Agora, se bulissem com ele, matava mesmo”. Na cidade é conhecida como a Rainha do Xaxado. No último São João, que antecipou as comemorações do centenário de nascimento de Maria Bonita (8/3/1911), foi uma das homenageadas.

Balançando-se na rede na entrada de sua casa, satisfeita com os dez filhos, 40 netos e 37 bisnetos, Alzira aponta para um dos locais onde dançou com Lampião: uns 100 metros adiante, a Rádio Xingó FM. “Continua lugar de música.” Mas e Lampião, dançava bem? “Ah, ele dançava bom.”

(Foto: Cesar de Oliveira)

*A repórter viajou a convite do Ministério do Turismo e da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa).

Publicado originalmente na coluna Brasilianas, edição nº 604 da essencial revista Carta Capital. 
link para conteúdo online: CLIQUE AQUI

Publicado em 2010 pelo blog Lampiaoaceso.blogspot.com

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LAMPIÃO EM CANSANÇÃO-BA:

NO DIA 22 DE DEZEMBRO DE 1929, AS 7 DA MANHÃ, LAMPIÃO E OS CABRAS EMBOCARAM NO POVOADO DE CANSANÇÃO, LAMPIÃO GRITOU EM VOZ ALTA:

"quem quisesse fugir podia fugir, quem ficasse morria".

ATÉ O SARGENTO OTAVIANO QUE COMANDAVA UM GRUPO DE CONTRATADOS QUE ESTAVA AQUARTELADO, CORREU PARA O MATO.

ANTONIO PRIMO QUE ERA BARBEIRO E ALFAIATE, JÁ TINHA ENCONTRADO LAMPIÃO EM OUTRA OCASIÃO, EM ALGUM LUGAR, CONFIANDO NISSO, NÃO FUGIU. E DE FATO LAMPIÃO O RECONHECEU, APROVEITOU PRA FAZER A BARBA, SENDO SEGUIDO POR OUTROS CANGACEIROS.

ENQUANTO UNS TIRAVAM A BARBA, OUTROS BEBIAM, ACABARAM TODA BEBIDA QUE TINHA NAS BODEGAS ABANDONADAS, LAMPIÃO MAIS REFINADO, PREFERIA CONHAQUE. ACABARAM TAMBÉM O ESTOQUE DE PERFUMES, ALGUNS CANGACEIROS FEDENDO E SUADOS, DERRAMAVAM TODO FRASCO DO PERFUME EM SUAS CABEÇAS, DEIXANDO O LIQUIDO DESCER PELO CORPO, IMPREGNANDO-SE NA ROUPA JA SUJA.

COLOCARAM PERFUMES ATE NAS CRINAS E NOS RABOS DOS CAVALOS.

NA SAÍDA DO POVOADO, OS CANGACEIROS ENCONTRARAM UM CAMINHÃO CHEVROLET PERTENCENTE A "IFOCS" (INSPETORA FEDERAL DE OBRAS CONTRA A SECA), O MOTORISTA CHAMAVA-SE NAPOLEÃO. LAMPIÃO MANDOU OS CABRAS SUBIREM NO CAMINHÃO E PAGOU UM HOMEM CHAMADO MIGUEL CALIXTO PARA IR TANGENDO OS CAVALOS, SEGUINDO O RASTRO DO CAMINHÃO. LAMPIÃO TINHA SAÍDO DE CANSANÇÃO DIZENDO QUE IA PRA MONTE SANTO, MAIS ORIENTOU O MOTORISTA PRA SEGUIR PRA QUEIMADAS, ERAM AO TODO 18 CANGACEIROS: LAMPIÃO, EZEQUIEL, VIRGÍNIO, LUIS PEDRO, ANTONIO DE ENGRAÇA, ANTONIO DE SEU NARO, ZÉ BAIANO, AZULÃO, MOURÃO, GAVIÃO, VOLTA SECA, ÂNGELO ROQUE, GATO, ARVOREDO, ZÉ FORTALEZA, REVOLTOSO E ZAMBELÊ.

QUANDO FORAM CRUZANDO O RIO JACURICI, QUE FICA A MEIA LÉGUA DE QUEIMADAS, HOUVE UM BATE BOCA COM ZÊ BAIANO E VIRGÍNIO (CANGACEIRO MODERNO, CUNHADO DE LAMPIÃO, ERA VIÚVO DE ANGELICA), LAMPIÃO IA NA BOLEIA, NOTOU O REBULIÇO E MANDOU PARAR O CAMINHÃO. ZÊ BAIANO ESTAVA COM A PISTOLA APONTADA PRA VIRGÍNIO, LAMPIÃO SUBIU NA CARROCERIA TOMOU A PISTOLA DE ZÊ BAIANO E JOGOU NO RIO, ZÊ BAIANO FICOU ABORRECIDO E DISSE:

"capitão o sinhô ficou do lado dele porque ele é seu parente, jogou minha pistola na água, num lhe acompanho mais".

RESPONDEU LAMPIÃO:

"joguei, ta jogado, mi acumpanhe se quisé ".

ZÊ BAIANO SALTOU DO CAMINHÃO, SEU PRIMO ANTONIO DE SEU NARO, SALTOU TAMBÉM, ESPERARAM SEU TIO ANTONIO DE ENGRÁCIA LHE DESSEM APOIO, MAIS ANTONIO DE ENGRÁCIA NEM OLHOU PRA ELES.

LAMPIAO ENFURECIDO, ENTROU NA BOLEIA DO CAMINHÃO E DISSE AO MOTORISTA:

"toque essa giringonça pra frente antes que eu faça uma besteira".

(FONTE, ESCRITORES ESTÁCIO DE LIMA, PAG. 223/224.

NONATO MARQUES, PAG. 135/136.

OLEONE COELHO, PAG. 129 E 132).

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