O livro "O Patriarca: Crispim Pereira de Araújo, Ioiô Maroto" de Venício Feitosa Neves será lançado em no próximo dia 4 de setembro as 20h durante o Encontro da Família Pereira em Serra Talhada.
A obra traz um conteúdo bem fundamentado de Genealogia da família Pereira do Pajeú e parte da família Feitosa dos Inhamuns.
Mas vem também, recheado de informações de Cangaço, Coronelismo, História local dos municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, São Francisco, Bom Nome, entre outros) e a tão badalada rixa entre Pereira e Carvalho, no vale do Pajeú.
O livro tem 710 páginas.
Você já pode adquirir este lançamento com o Professor Pereira ao preço de R$ 85,00 (com frete incluso) Contato: franpelima@bol.com.br
Na certeza de haver gente ruim no mundo, também a certeza de que nunca houve uma pessoa tão ruim igual ao tal do Coroné Pafôncio Cabroeira. A ruindade em pessoa, como se dizia na região de seu feudo e mando.
Um fi da gota serena, dizia um. Uma imundiça das braba, asseverava outro. E mais adjetivos tão mirabolantes emoldurando um quadro verdadeiramente dantesco: um homem nascido para ser a arrogância em pessoa, a brutalidade em forma de gente, tudo o que não presta num só ser humano. Humano? Ora, muita gente assegurava que não.
A Velha Tinhó muita sabia da vida do renegado, como dizia. Segundo a centenária rezadeira, desde que veio ao mundo aquele homem logo se mostrou a nojeira humana que mais tarde seria. A primeira coisa que fez foi dar uma mordida tão grande no peito da mãe que arrancou-lhe o tampo. Como, se criança de pouco tempo nascida? Explica-se.
Como verdadeira aberração, o menino já nasceu com dentes. E afiados. Porém, o mais estranho ainda era que no lugar da língua tinha uma coisa fina e dividida, bifurcada igualmente a língua de cobra, que se estendia horripilante além da boca. Não chorava. O que fazia era sibilar igual serpente.
Uma aberração do outro aquele que mais tarde se tornaria no Coroné Pafôncio Cabroeira. Dizia ainda a Velha Tinhó que o meninote nunca brincava igual a outras crianças de sua idade. Comprazia-se mesmo em arrancar cabeça de calango, em furar olho de preá, em amarrar o rabo do gato ao rabo do cachorro. E depois açoitar.
Certa feita que arranjou uma desavença com um de sua idade e que fez foi morder o calcanhar do menino. Dois dias depois este morreu todo arroxeado, envenenado. Chegou ao ponto de ninguém da região sequer passar perto de sua casa. Todos temiam suas atrocidades. Acertou uma pedrada com baleadeira no jumento montado pelo padre Minervino, que o bicho caiu já despedido de tudo. E por cima do sacristão.
Ao invés de socorrer o sacristão, o endiabrado Pafôncio colocou cansanção dentro de sua batina. O pobre do homem tanto se remexia como gritava por socorro, até que encontrou força para empurrar o jumento e saiu correndo desesperado. Até hoje ninguém sabe o seu paradeiro. Enquanto isso, o terrível menino sibilava com sua língua de cobra ruim. E planejando mais maldade, mais aporrinhação na vida de cada um que pudesse alcançar.
Filho único, seus pais desapareceram misteriosamente. Segundo dizem, ao invés de entristecido pelo ocorrido, o que se viu foi um Pafôncio já rapazote até sorrindo. E foi por isso que Totonho Chibanga logo sentenciou: Aquela cobra ruim deu conta dos pais. Eles num sumiro não, sumiro cum eles. E só pode ter sido o coisa ruim.
Depois disso se mostrou até outro homem. Mostrava-se trabalhador, sempre progredindo na terra e aumentando seu chão. Mas uma coisa continuava atiçando a curiosidade de todo mundo. É que Pafôncio nunca falava, sequer abria a boca. Ninguém sabia, mas ele próprio havia cortado a língua viperina, de cobra peçonhenta.
Queria ser outro homem, imaginando até que no lugar daquela aberração surgiria uma língua igual a de todo mundo. Mas nada disso aconteceu e ele simplesmente resolveu não mais abrir a boca. Daí então, aquele que já carregava em si a maldade do mundo, sentiu-se cada vez mais reprimido, dolorido por dentro. E tudo isso descarregou no lombo dos outros.
Já era grande latifundiário, senhor de meio mundo de terras, quando começou a exasperar todo o aprisionado dentro de si. Em suas mãos, trabalhando em suas terras, o ser humano era bicho. Como não abria a boca pra gritar, ou dava chibatada ou ferroada no lombo. Pobre do trabalhador tendo de suportar tudo isso.
Mas suportava para não morrer de fome naquele mundo sem nada. Suportava para não ser pior, pois sabia que corria até risco de morte se retrucasse, sem ao menos pensasse em dar o troco. O patrão era grande, era forte, era poderoso, era coronel.
O troco, contudo, foi dado um dia. Tonico Pilica amolou a faca e só esperou que o seu algoz chegasse de chibata à mão e a lançasse sobre seu lombo. E Pilica chamou a presa à lâmina afiada. Fez um trabalho mal feito e ficou esperando. O homem chegou já soltando fogo pelas ventas. Assim que levantou a chibata recebeu uma pontada. Depois mais outra e mais outra. Ali mesmo se findou.
Nenhum urubu apareceu para comer da carniça. Nenhum carnicento quis provar daquele resto imundo até na morte. Depois disso e até agora o lugar se tornou mal-assombrado. Depois do anoitecer então. Até mesmo de longe se ouve grunhidos seguidos de terríveis gemidos, como se alguém estivesse sendo ferozmente chibatado. O mal pagando ali mesmo pelos seus pecados.
A desgraça do
Cangaceiro Zé Baiano ao assassinar a sua companheira Lídia...Uma das maiores
tragédia na vida de Zé Baiano, foi a morte de sua companheira Lídia Pereira
filha caçula do casal de fazendeiros, Luiz Pereira e dona Maria Rosa ( Baló)
dona Baló era costureira e fez muitos serviços para Lampião... Ao saírem de
Alagoas Lampião juntamente com Zé Baiano e outros Cangaceiros, quando o Zé
Baiano começou a passar mal e Lampião foi até a casa dos amigos que ficava no
Povoado Salgadinho em Santo Antônio de Gloria Bahia atual Paulo Afonso, em
busca de remédios e ajuda para Zé Baiano, ao descobrirem que o Cangaceiro tinha
um tumor no pescoço Lampião pediu que ao amigos cuidasse do rapaz, Zé Baiano
ficou 15 dias na casa do casal que tinha várias filhas, e quem cuidou do
Cangaceiro foi a caçula Lídia de 15 anos de idade e muita beleza e formosura.
Quando melhorou o Cangaceiro fugiu com a garota jurando lhe dar vida de rainha,
sem saber o que era a vida no Cangaço a garota acompanhou o Cangaceiro mundo
afora... Quando passou a viajar de um lado para o outro dormir ao tempo sem
teto e nem moradia ao lado do Cangaceiro Zé Baiano. Este fazia de tudo para
agradar a moça, mais de nada adiantava para conquistar seu coração, dava-lhe
joias perfumes as melhores comidas e nada!!! Sempre chorosa a garota não via a
hora de voltar para o seu pai e sua mãe. Certo dia Zé Baiano teve que viajar
com Lampião e outros Cangaceiros e deixou Lídia com outras mulheres e homens do
bando, foi quando Lídia teve a oportunidade de reconhecer um Cangaceiro por
nome de Ademórcio de vulgo Bem-te-vi que trabalhou como vaqueiro na fazenda do
seu pai! Ademórcio tinha a mesma idade que Lídia. Foi quando despertou o lado
feliz e infeliz da jovem amante de Zé Baiano os dois começaram a se darem bem!
E vieram a trair Zé Baiano com o suicida Bem-te-vi as escondidas! Um dia foram
flagrados despidos no mato pelo Cangaceiro Coqueiro, este ao ver o retrato do
casal delineou suas chantagens! Se não me der também??? Vou falar tudo pro Zé
Baiano, a Lídia respondeu por mim você fala para quem você quiser! Cabra safado
mais a mim você não come! Ao retornar da viagem Zé Baiano notou que sua
companheira estava estranha e o Cangaceiro Coqueiro fez o que tinha
prometido... Contou tudo a Zé Baiano que decepcionado a perguntou é verdade
Lídia ??? Sim Zé é verdade!!! Mais pergunta a este cabra safado porque ele está
te contando tudo!!! Ao relatar o acontecido aos presente Lampião ordenou que
Gato matasse sem piedade o Cangaceiro Gato disparou o parabelo na cabeça de
Coqueiro que caiu sem vida. Ao procurarem Bem-te-vi o cabra já tinha dado no
pé... E Lampião falou!!! Lídia é mulher de Zé Baiano ele que cuide dela!
Coqueiro já acertei as contas com ele! Bem-te-vi é cabra de Corisco que
acerte-se... Zé Baiano muito triste pegou Lídia pelos cabelos e a amarrou em pé
de marmeleiro brabo, a moça pedia e rogava que o Capitão pedisse pela sua vida
a Zé Baiano, pediu também a Maria Bonita que pelo o amor de Deus pedisse a Zé
que a deixasse a viver, Maria respondeu que o Cangaço não perdoa traição...
Desolado e muito triste Zé não dormiu a noite toda pensando em sua bela amada e
em sua tragédia praticada por ela, ao amanhecer Zé se levantou as 5 da manhã
pegou um cacete e desamarrou Lídia e começou a bater de cacete em sua cabeça
até que a moça caiu sangrando por todos os orifícios do corpo... Ao terminar de
matar Lídia Zé Baiano cavou uma cova e a enterrou, o Cangaceiro corava como
criança pela perca de sua amada! Desde então nada mais deu certo na vida do
Cangaceiro Zé Baiano que começou a beber muito e perder o tino das coisas... Em
Canindé do São Francisco Zé Baiano ferrou com ferro quente de ferrar animais 4
mulheres de vez, uma delas, Maria Marques, foi ferrada porque ele não encontrou
seu irmão um soldado que este tinha uma rixa com ele e se vingou-se ferrando
sua irmã no rosto! E as outras três não se viu motivo para tanta maldade do
Cangaceiro Lampião viu toda a barbárie e pensou em impedir mais para não
desfazer do companheiro se calou... Zé Baiano era um temível Cangaceiro que
juntou uma fortuna em dinheiro emprestando a juro a fazendeiros e a coiteiros,
depois da morte de sua mulher o homem perdeu o gosto pela vida, se desentendia
fácil com qualquer um exemplo foi a perrenga que ele teve com Lampião e um outo
Cangaceiro no trecho de Cansanção a Queimadas na Bahia... Zé Baiano foi morto
morto por uma emboscada armada por um amigo dele o Antonio de Chiquinho e mais
quatro comparsas que matou o Cangaceiro e o esquartejou pregado os seus membros
viscéreas em pontas de estacas e cercas de arame farpados este caso se deu em
1936 no Povoado de Alagadiço em Frei Paulo Sergipe... Observação a fotografia
acima é da irmã da Cangaceira LÍDIA! porque a Cangaceira Lídia não foi
fotografada no Cangaço e por enquanto a sua imagem é desconhecida.
Foto Fonte:
Blog do Mendes, Fonte de pesquisa livro Lampião a raposa das caatingas. texto Guilherme Machado.
No Nordeste, o
sistema de pesos e medidas usado no tempo do cangaço tinha basicamente a
seguinte nomenclatura:
a) medidas de
comprimento: légua (mais ou menos 6km), vara (5 palmos = 1,10m), braça (2 varas
= 2,20m), polegada (0,0275m), palmo (8polegadas = 0,22m), pé (1,5 palmo ou 12
polegadas = 0,33m);
b) medidas
agrárias ou de área: tarefa (3.000m2; 900 braças quadradas = 43,56 hectares; 3
tarefas equivaliam mais ou menos a 1 hectare) e conta (unidade convecionada de
área na qual devia ser executado um serviço agrícola por empreitada, variável
de caso a caso);
c) medida de
capacidade para secos: salamim ou celamim ( 0,431 litro; noutras regiões, a 16a
parte de um alqueire, ou seja, 2,2668 litros; ou ainda 20 litros);
d) medida de
líquidos (vinho, azeite, etc.): canada (que equivalia a quatro quatrilhos);
e) medidas de
massa: libra (unidade de valor variável, sendo a mais comum equivalente a 500
ou a 459,05 gramas), arroba (equivalente a 15kg, ou, mais precisamente, a
14,688kg, porém variando segundo a região, conforme se tratasse de algodão, de
carne ou de gado em pé) e quarta ( a quarta parte de qualquer coisa).
Até 1834, a
moeda brasileira era o real ( plural réis). De 8 de outubro de 1834 até 1 de
novembro de 1942, a moeda passou a ser o mil-réis. Mil-réis constituía a base
unitária prática do meio circulante, mas a base efetiva continuava sendo o
real, tanto assim que as frações do mil-réis eram quantificadas em réis. Um mil
réis escrevia-se assim: 1$000. Um milhão de réis (mil mil-réis) constituíam um
conto de réis, escrevia -se 1:000$000. Para se registrar, por exemplo, três
contos e duzentos e setente e cinco mil réis, escrevia-se: 3:275$000 (três
milhões e duzentos e setente e cinco mil réis). Um bilhão de réis ( um milhão
de mil-réis- mil contosde réis) era escrito assim: 1.000:000$000.
Quantia inferior a mil réis, por exemplo,cento e vinte e cinco réis,
escrevia-se: $125. A moeda de 400 réisdenominava-se cruzado; a de 200 réis,
doistões; a de 100réis, tostão; a de 40 réis, pataca ou dobrão; a de 20 réis,
vintém; a de 10 réis, dérréis.
Fonte: Lima
Irmão, José Bezerra. Lampião a Raposa das Caatingas. Salvador, JM Gráfica e
Editora, 2014.
Satisfação
enorme em conhecer no dia de hoje (17/05/2018) aqui na cidade de São Paulo/SP o
amigo cangaceirólogo paraibano Ruberval Sousa autor do imprescindível livro
PARAHYBA - NOS TEMPOS DO CANGAÇO que em pouco tempo se tornou uma das
referências sobre o cangaceirismo em terras paraibanas.
Um sujeito
batalhador e de uma inteligência rara que vem resgatando e expondo em seus
trabalhos fatos inusitados e detalhados ao que se refere ao cangaço nordestino
e em especial ao acontecido na Paraíba.
Desejo todo o sucesso
possível em sua caminhada e espero que seu trabalho continue sendo reconhecido,
principalmente, pelas pessoas que realmente importam e te consideram, como é o
meu caso.
Reitero que
foi uma grande satisfação conhecê-lo pessoalmente e espero que esse seja o
primeiro de vários outros encontros que acredito que ainda acontecerão.
Faleceu neste
domingo (20), em Mossoró, Sandra Mendes da Loja Di Ron Pop, tradicional loja
comercial de Mossoró.
O seu velório
está acontecendo no Centro de Velório Sempre, em frente ao Tiro de Guerra. O
sepultamento acontecerá hoje às 17h, No Cemitério São Sebastião, centro de
Mossoró. Vai aqui os votos de pesar aos familiares.
Após ouvir a
narrativa do fugitivo, identificado no processo como José Gomes, o major Manuel
Pereira, então chefe de polícia, partiu para a sede da Comarca (Flores), onde
comunicou os fatos ao juiz de Direito, que ordenou a mobilização de alguns
homens para, juntamente com a força policial, seguir para o local dos
acontecimentos. O major Manuel Pereira convocou seus três irmãos, Simplício,
Cipriano e Alexandre, e mais 30 moradores da cidade, os quais, ao todo,
formaram uma força de 60 combatentes.
No dia 18 de maio, a tropa deslocou-se em cavalgada, atingindo a região dos
eventos ao entardecer do dia seguinte. Foi cerrado, então, grande combate.
Depois de mais de uma hora de luta corpo-a-corpo, inúmeros cadáveres jaziam no
chão, dentre eles, dois irmãos do major Manuel Pereira: Alexandre e Cipriano.
Foram feitos também muitos presos. Alguns fugitivos foram chacinados pela força
do capitão Simplício Pereira da Silva.
A maioria dos homens teve que enfrentar a justiça. Alguns foram levados
acorrentados em lúgubre procissão de sombras esqueléticas e esfarrapadas, para
os cárceres da ilha de Fernando de Noronha. As mulheres tiveram penas variadas,
em função dos crimes apurados, e as crianças foram postas em liberdade e
distribuídas com a população de Flores para que as criassem.
Quanto a João Antônio – o primeiro rei da Pedra Bonita – foi perseguido e
capturado no Estado de Minas Gerais, juntamente com sua mulher, Maria.
Algemados foram transportados de regresso a Pernambuco. Todavia, durante a
viagem, a polícia com medo que os presos sucumbissem de uma febre palustre que
foram atacados, resolveram matar João Antônio. Quanto a Maria, foi levada para
a prisão, sendo posteriormente indultada por decreto do presidente da Província
de Pernambuco, o barão Francisco do Rego Barros (futuro conde da Boa Vista).
No dia 25 de maio de 1838, o então prefeito de Flores, o coronel Francisco
Barbosa Nogueira Paz, escreveu uma carta ao presidente da Província de
Pernambuco, Francisco do Rego Barros, dando-lhe ciência do “Caso mais extraordinário,
mais terrível, nunca visto, quase incapaz de acreditar-se”, ocorrido na Pedra
Bonita. Essa carta foi publicada no Diário de Pernambuco, em 16 de junho de
1838.
O padre José Francisco Correia, o mesmo que tentara demover João Antônio de
suas idéias, esteve no local dois meses depois, reuniu as ossadas das vítimas e
lhes deu sepultura. Sobre elas levantou uma cruz de madeira e rezou uma missa.
Encerrou a cerimônia com um pedido de perdão para os sebastianistas.
Estes fatos aconteceram há 180 anos.
Valdir José
Nogueira de Moura
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
Visitei
o jardim pela manhã
E notei ao chegar descolorida
Cada uma das rosas do jardim
Como gente humana entristecida.
Antes, lindas, agora todas feias.
Com profundo cuidado interroguei-as: -
O que houve? Me digam, por favor! –
É que um anjo com traços de princesa
Nos venceu num concurso de beleza.
Disse-me com ciúmes uma flor.
Perguntei:
- Como é o jeito dela?
Disse-me outra flor de baixo astral: -
Ela tem a beldade das estrelas
E a voz do orvalho matinal,
Tem os seios ninfa sedutora
E o corpo de virgem sonhadora,
Que só Deus tem noção do seu valor,
A não ser um poeta de prudência,
Outro ser não teria sapiência
Pra falar do poder do seu amor.
Em
seguida um apanhador de flores
Disse-me demonstrando preferência: -
Essa mesma rainha idolatrada
Preencheu os seus cântaros com essência
Das roseiras do meu pomar sublime,
Se furtar para Deus for mesmo crime,
Eu a ela darei todo perdão!
Meus desejos por ela ninguém soma
Só queria que invés de todo aroma
Me tivesse levado o coração.
Rostand Medeiros – Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
Faleceu ontem, sábado, 19 de maio de 2018, por volta das nove e meia da noite, aos 76 anos de idade, o ex-subsecretário de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, delegado aposentado da Polícia Civil, Maurílio Pinto de Medeiros.
Maurílio estava internado, desde o dia 22 de março, por complicações do diabetes na UTI da Casa de Saúde São Lucas.
Segundo declarou a imprensa natalense Ana Cláudia Medeiros, filha mais velha de Maurílio, desde que seu pai se aposentou, em 2011, ele vinha mantendo uma rotina tranquila. “Devido à limitação de mobilidade, por conta do AVC, que comprometeu os movimentos do lado esquerdo, meu pai preferia ficar em casa, curtindo os filhos, netos e a bisneta. Sempre estava lendo alguma coisa em seu escritório, recebendo amigos e se atualizando nos fatos cotidianos. Nunca deixou de ajudar a quem lhe pedisse um favor”.
O delegado Maurílio Pinto de Medeiros seguramente ficará como a maior referência da Polícia Civil do Rio Grande do Norte. Quando era criança sonhava em ser aviador e chegou a servir Força Aérea Brasileira, mas logo cedo estava na luta contra a bandidagem, onde começou sua carreira policial em 1964, como motorista do seu pai, o acariense Bento Manoel de Medeiros, coronel da Polícia Militar.
Passou no vestibular de jornalismo em 1971, onde se formou em 1975, mas nunca atuou atrás das câmeras e microfones, só diante destes instrumentos onde realizou milhares de entrevistas ao longo de sua carreira.
Dentre as diversas funções que exerceu, destaca-se a de subsecretário e secretário adjunto de Segurança Pública do Estado. Após participar de um curso no estado do Texas, Estados Unidos, Maurílio Pinto recebeu o título de Xerife e por este nome passou a ser chamado pelos colegas de trabalho e pela imprensa especializada.
Maurilio dedicou 47 anos à Polícia Civil, onde deixa para seus pares e para a sociedade potiguar uma memória e um legado sempre marcado pelo êxito no seu trabalho de investigar e elucidar crimes diversos, desde assassinatos a sequestros. Comandou a Delegacia Especializada em Capturas e Polinter (DECAP) e também coordenou a Central de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte.
Participou de ações que ficaram célebres na imprensa potiguar, levando à prisão, inúmeros criminosos de alta periculosidade. Como, por exemplo, em 1982, nas investigações do assassinato do médico Ovídio Fernandes, que movimentou intensamente a crônica policial potiguar. No ano seguinte atuou intensamente nas prisões de pistoleiros do “Sindicato do Crime”, na região entre as cidades de São Miguel (RN) e Pereiro (CE), cujo comando foi atribuído ao fazendeiro Mardônio Diógenes.
Inclusive em 2011 declarou aos jornalistas Thyago Macedo e Sérgio Costa que em sua opinião o criminoso mais perigoso que atuou no Rio Grande do Norte foi o pistoleiro cearense chamado Edmar Nunes Leitão, conhecido por “Antônio Letreiro”, ou “Tonho do Letreiro”, que tinha esse apelido porque atirava tão bem que diziam que ele escrevia o nome à bala. Além dele, Maurílio Pinto afirmou aos dois jornalistas que o pistoleiro Idelfonso Maia Cunha, o “Mainha”, oriundo da região Oeste do Estado, era igualmente perigoso. Diziam que a esse último tinham sido atribuídas mais de 100 mortes em todo Nordeste e chegou a ser capa da Revista IstoÉ.
O jornal AgoraRN informou que em 2001, o ex-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos do Rio Grande do Norte, Roberto de Oliveira Monte, já falecido, acusou Maurílio Pinto de chefiar um grupo de extermínio responsável por dezenas de mortes, entre as quais a do advogado Gilson Nogueira Carvalho, morto com 17 tiros no dia 20 de outubro de 2001, após denunciar assassinatos e torturas cometidas supostamente por agentes policiais.
A partir daí, o Ministério Público criou uma comissão de investigação independente que, após ouvir mais de 100 testemunhas, teria concluído que “a Polícia Civil e funcionários da Secretaria de Segurança Pública haviam cometido os crimes investigados” e classificou os acusados como integrantes de um grupo de extermínio conhecido como “Meninos de Ouro”, comandado por Maurílio, na época secretário-adjunto de Segurança Pública.
Em 1997, o então ministro da justiça, Nelson Jobim, pediu ao governador Garibaldi Alves Filho, a exoneração de Maurílio da chefia da Polícia Civil. A solicitação foi atendida pelo chefe do Executivo.
O delegado admitiu alguns erros – “mesmo sem maldade” -, fazer escutas telefônicas sem autorização judicial, mas negou veementemente comandar o suposto grupo de extermínio, conhecido popularmente como “Mão Branca”.
Em 2014, ele foi inocentado da denúncia de improbidade administrativa em consequência dos grampos telefônicos.
Afirmou sobre o caso que tinha a consciência tranquila, de ter agido no estrito cumprimento do dever, com o objetivo de ajudar a sociedade e que nunca levou nada para o lado pessoal.
Maurílio Pinto de Medeiros deixa mulher (Clarissa) e quatro filhos (Ana Cláudia, Adriana, Maurílio Júnior e Fabiana).
É lamentável
que ainda existem pessoas que se manipulam por qualquer informação,
principalmente sobre a não acontecida morte do rei Lampião e a sua amada rainha
Maria Bonita na Grota de Angico, no Estado de Sergipe, na madrugada de 28 de
julho de 1938.
Homens
inteligentes, sábios, donos de grandes conhecimentos sobre o movimento social
dos cangaceiros, mesmo comprovado por pessoas do seu tempo e que viram as
cabeças, ainda escrevem livros afirmando que Lampião e Maria Bonita escaparam
do cerco policial feito pelo tenente João Bezerra da Siva.
O fotógrafo e
escritor José Geraldo Aguiar segundo ele, conviveu alguns meses com um suposto
Lampião, conhecido como Lampião de Buriti, lá pras bandas de Minas Gerais,
afirmando ele que era o verdadeiro Lampião do Nordeste do Brasil, e que
conseguiu furar o cerco policial na madrugada de 28 de julho de 1938, em
Angico-SE, e se mandou para Minas.
Lá em baixo
tem a foto do suposto Lampião do Nordeste do Brasil (o Lampião de Buriti) e que
não há nenhuma semelhança com Lampião, e acredito que se Lampião tivesse
chegado a velhice não teria esta aparência, segundo foto.
Não tenho
grande conhecimento sobre o cangaço, apenas me divirto com esta fascinante
literatura, mas não sou tão leigo assim, aceitar que estas duas fotos não são
as cabeças de Lampião e Maria Bonita.
Para isso, não
será necessário ser profundo conhecedor, basta comparar as duas fotos com fotos
do casal de cangaceiros quando era vivo. Com isso, cabe a pergunta:
Por que ainda
não foi feito o exame de DNA do cadáver de Lampião, que segundo o fotógrafo
José Geraldo Aguiar (já falecido) afirmou em seu livro "Lampião o
invencível, duas vidas, duas mortes..." que Lampião morreu no Estado de
Minas Gerais, e está lá no seu livro o cemitério e a cidade onde o suposto
Lampião foi enterrado.
Os restos
mortais existem, e fazendo o exame de DNA, tirará a dúvida que a nação
brasileira tem sobre a não acontecida morte do cangaceiro Lampião.
Este exame de
DNA deveria ser custeado pela Prefeitura Municipal de Serra Talhada, ou
custeado pelo governo de Pernambuco, na finalidade de tirar estas dúvidas que
estão na mente da nação brasileira e resto do mundo que estuda Lampião.
Afirmar em
livros que Lampião escapou da chacina de Angico-SE, na madrugada de 28 de julho
de 1938, nada mais é do que contrariar e prejudicar todos os trabalhos que os
outros fizeram durante longos anos, com amor, com dificuldades, sofrendo nas
caatingas, subindo serras e mais serras, noites sem dormirem, talvez até
levando consigo boias-frias, a ausência de água potável, arriscando os perigos
que os serrados oferecem, enfrentando pessoas mal educadas, que muitas vezes
negam informações, fazendeiros que por uma razão qualquer, não deixam os
pesquisadores entrarem em suas propriedades.
Dizem que dinheiro
tem uma cruz, e é imagem do cão. Nunca se viu uma cruz impressa numa cédula,
quer seja cruzeiro, cruzado, real... Quem quiser ver Satanás, esteja liso. Aí
não há dúvida, o verá de todas as formas; e fazendo os seus livros com
pesquisas fantasiadas, cairá dinheiro, e poderá ter um bom lucro com histórias
inventadas, fundidas nas fundições "do que eu quero é dinheiro e mais
nada". A verdade ficará para depois.
Quantos
pesquisadores levam a vida envolvidos neste estudo, desprezando seus familiares
por alguns dias, apanhando datas, reconhecendo cangaceiros em fotografias,
levando porradas de ignorantes quando são solicitados uma informação?
Outros não
saem para lugar nenhum, apenas registram em livros o que ouviram dizer sobre o
cangaço, "que fulano me disse que sicrano lhe falou, que Lampião e seu
bando era assim, assado".
Vamos deixar
que estas pessoas responsáveis pela literatura lampiônica montem-na, não vamos
mais colocar ingredientes que não são necessários em determinados fatos que
aconteceram durante a existência do cangaço nordestino.
Nunca foi tão
fácil escrever um livro de acordo com os acontecimentos, mas com mentiras,
basta dormir, ao acordar, o livrinho está todo prontinho para quem quiser o
ler. Não vamos desmoralizar a "Empresa de Cangaceiros lampiônica &
Cia" com fatos que não aconteceram.
Quem quiser se
opor ao que escrevi tem toda liberdade e será respeitada a sua opinião.
Para adquirir
livros sobre "Cangaço" aqui está o e-mail do professor Pereira lá de
Cajazeiras, no Estado da Paraíba: franpelima@bol.com.br