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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Lampião de palavras: Graciliano Ramos Publicado em 17 de maio de 2013


Do jornal Valor Econômico
Por IEDA LEBENSZTAYN
Link original

Na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional, encontrei “Dois Irmãos”, artigo de Graciliano Ramos inédito em livro. Saiu em “Diretrizes” em setembro de 1938, um mês e alguns dias depois de terem sido decapitados Lampião, Maria Bonita e cangaceiros do seu bando. Integra uma série de crônicas em que o escritor reflete sobre problemas do Nordeste, do Brasil e da civilização a partir da questão do cangaço: “Lampião”, “Virgulino”, “Cabeças”, “O Fator Econômico no Cangaço”, “Dois Cangaços”, “Antônio Silvino”, “Corisco” e “Desordens”.


A primeira delas, “Lampião”, de 1931, foi publicada na revista alagoana “Novidade” e hoje consta do livro de crônicas “Viventes das Alagoas”. Graciliano já explicitava que não lhe interessava apenas o indivíduo Virgulino Ferreira, mas a motivação do “lampionismo”: a necessidade de viver levava os sertanejos a aderirem ao banditismo.

Posterior à prisão de Graciliano (1936), como os demais textos mencionados, “Dois Irmãos” chama a atenção para as “chuvas de notícias sangrentas” que vinham do Nordeste em 1938: o problema da seca na região, não resolvido até hoje, aponta para o fator econômico e político, fonte de violência. A barbaridade afligia o escritor, então no Rio de Janeiro, migrante forçado, saído da cadeia no início de 1937. A estrutura social fincada em desigualdades, gerando fome e luta por sobreviver, resultava na violência de cangaceiros e da polícia, patente na degola de Lampião e de seu grupo em julho de 1938 e na exposição das cabeças, atrocidades tão noticiadas à época.

Revoltado contra injustiças e desejoso de ação, porém intelectual, afeito à palavra escrita, Graciliano se inquietou com as questões do cangaço e do beatismo. Mais do que meros assuntos na ordem do dia, eles carregam uma rede de problemas que atingiam a sensibilidade do escritor, pedindo-lhe reflexão e forma artística.

O mote de “Dois Irmãos” é “Pedra Bonita”, romance de José Lins do Rego lançado em 1938. Mas Graciliano não trata minuciosamente do livro, e sim de uma divisão nele presente, entre dois irmãos – o cangaceiro e o afilhado do padre. Com agudez, destaca que “a dispersão de forças” entre os irmãos, ambos desgraçados e sequiosos de mudanças, porém adeptos de “processos de salvação contraditórios”, favorecia seus opressores.

É notável a força poética e crítica do artigo de Graciliano. Evocando as imagens de Esaú e Jacó, o bruto e o sonhador, mostra que fome e injustiças levavam sertanejos à brutalidade, à sede de vingança, daí o lampionismo; mas também podiam resultar em resignação, no potencial de piedade e de consciência crítica. Nesses caminhos possíveis dos sertanejos, o leitor reconhece os impasses que dão forma às personagens de Graciliano.

O “Esaú sertanejo” é Lampião: depois de aguentarem injustiças, muitos se entregavam ao cangaço, a assassinatos e roubos – reações violentas à exploração no eito, aos desmandos dos soldados, dos poderosos.

“Esaú é arrojado, tem o coração ao pé da goela e pouco interior. O que vem de fora não o penetra muito: bate e volta, traduz-se em movimento. E como o que recebe de ordinário é brutalidade, a brutalidade faz ricochete e atinge quem o ofendeu. […] Por isso, quando na feira um soldado lhe planta a reiuna em cima da alpercata, apruma-se e rebenta-lhe o focinho com um murro, se o agressor está desacompanhado; se não está, vai esperá-lo numa volta de caminho, passa duas semanas emboscado […]. Mata-o, fura-lhe a carótida com o punhal […].”

Essa imagem do Esaú sertanejo traz à mente o desejo irrealizável de Fabiano, de “Vidas Secas” (1938): tornar-se cangaceiro e se vingar do soldado que o prendera injustamente e o espancara – matar os donos do soldado, os governantes. E como não pensar em Paulo Honório, de “São Bernardo” (1934), cuja realidade de explorado se traduziu em movimento até que, assassino e ladrão, ele se fizesse proprietário explorador? Funcionário humilhado, Luís da Silva respondeu com ódio de “cangaceiro emboscado” a Julião Tavares, redundando no crime de “Angústia” (1936).

Já o outro irmão, o Jacó sertanejo,, é o homem capaz de sonhos, gentileza, piedade e paciência. A miséria o acompanha: “Jacob, homem de sonho, diverge muito do irmão. É doce, resignado, constrói escadas que anjos percorrem, aguarda longos anos a realização de promessas que julga ter recebido. Como as promessas não se efetuam, fica outros anos encolhido, espiando o céu. […] esse homem piedoso continua miserável, habitante duma região medonha que certa literatura tem revelado indiscretamente”.

Diversa dessa divisão de caracteres de “Pedra Bonita”, a arte da personagem Fabiano é carregar em si a tensão entre os “dois irmãos”. Esaú e Jacó sertanejo, embora bruto e sedento de se vingar das injustiças, o retirante não mata o soldado: “guarda a sua força”, é ético em sua resignação e apego aos sonhos de mudança junto à família. Também Paulo Honório e Luís da Silva têm uma face de Jacó: narradores de suas tragédias, doçura e piedade convertidas em angústia, são homens de sonhos frustrados.

Ressaltam do artigo a sensibilidade e o olhar crítico às incongruências do país, em que o intelectual, Lampião de palavras, entre o ímpeto revoltoso de Esaú e o sonhar compungido de Jacó, é combatido como “extremista”. Graciliano alude com ironia à sua prisão (1936): a denúncia dos problemas da realidade brasileira, tornada chavão com a revolução de 1930, redundou em sofrimento para quem denunciava de fato, sem enfeites, os molambos.

Assim, “Dois Irmãos” expressa o desejo do escritor de que se observasse o cangaço em sua complexidade: propalado como heroico pela imprensa, o assassinato de alguns bandoleiros pela força policial não significava o fim da miséria no Nordeste.

Em sua arte, assim como ao dirigir a Instrução Pública de Alagoas, Graciliano agiu contra a miséria, a ignorância e os preconceitos gritantes. Esse “extremismo” seria repreendido com a prisão do escritor, e a ironia da carta (não enviada) a Getúlio Vargas, igualmente de 1938, nos cala.

“[…] Como disse a V. Excia., a comissão repressora dum dos extremismos […] achou inconveniente que eu permanecesse em Alagoas, trouxe-me para o Rio e concedeu-me hospedagem durante onze meses. Sem motivo, suprimiu-se a hospedagem, o que me causou transtorno considerável. Agora é necessário que eu trabalhe, não apenas em livros, mas em coisas menos aéreas. Ou que o Estado me remeta ao ponto donde me afastou, porque enfim não tive intenção de mudar-me nem de ser literato. […] ignoro as razões por que me tornei indesejável na minha terra. Acho, porém, que lá cometi um erro: encontrei 20 mil crianças nas escolas e em três anos coloquei nelas 50 mil, o que produziu celeuma. Os professores ficaram descontentes, creio eu. E o pior é que se matricularam nos grupos da capital muitos negrinhos. Não sei bem se pratiquei outras iniquidades. É possível. Afinal o prejuízo foi pequeno, e lá naturalmente acharam meio de restabelecer a ordem.”

Ieda Lebensztayn, autora de “Graciliano Ramos e a Novidade: o Astrônomo do Inferno e os Meninos Impossíveis” (Editora Hedra), é doutora em literatura brasileira pela USP e pós-doutoranda no IEB-USP, bolsista da Fapesp

http://graciliano.com.br/site/2013/05/lampiao-de-palavras-graciliano-ramos/

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Livro "Lampião a Raposa das Caatingas"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua, porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

Alcino Alves Costa

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.
Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.

O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.

http://araposadascaatingas.blogspot.com.br 
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ESCRITOR DISTRIBUI LIVROS EM POVOADO

Por Clerisvaldo B. Chagas, 28 de agosto de 2014 - Crônica Nº 1.249
Escritor Clerisvaldo B. Chagas distribui livros a estudantes.

Ontem, quarta-feira (27), houve uma importantíssima palestra  no povoado São Félix, a 12 km do centro de Santana do Ipanema. O evento aconteceu no ginásio de esporte da Escola Municipal de Educação Básica João Francisco Cavalcante. Os Guardiões do Rio Ipanema que fazem a AGRIPA, representados pelo escritor Clerisvaldo B. Chagas, Manoel Messias, Ariselmo de Melo, Sergio Soares de Campos (e sua esposa Sueli, representante municipal da Educação) e Cícero Ferreira foram surpreendidos pelo número de participantes. Entre 250 e 300 alunos aguardavam ali numa região circundada por famosas serras verdejantes que caracterizam o inverno sertanejo.

Manoel Messias e Ferreirinha.

Na presença do diretor da escola, Aloísio Raimundo Gomes, professores e demais funcionários da unidade, o guardião Manoel Messias, que também é diretor municipal do Meio Ambiente, falou sobre resíduos sólidos e a importância da preservação do riacho Gravatá, afluente do rio Ipanema e que banha aquela região serrana.

A palestra do guardião Manoel Messias foi ilustrada também pela participação musical própria e do outro cantor Cícero Ferreira, o Ferreirinha, que mostrou o Xote dos Guardiões, sendo ambos bastante aplaudidos pela plateia.

Complementaram o evento os oradores Clerisvaldo B. Chagas, Sérgio Soares de Campos, Ariselmo de Melo e o diretor Aluísio Raimundo Gomes.

Plateia atenta e educada de São Félix.

Enquanto o momento musical acontecia, o escritor Clerisvaldo B. Chagas distribuía gratuitamente 100 exemplares do livro “Santana do Ipanema, conhecimento gerais do município”, da sua autoria e lançado em 2011, pela Grafmarques.

A palestra no povoado São Félix, complementa o projeto Lagoa Viva que vem sendo realizado naquela comunidade.

Satisfeitos, retornaram os guardiões à sede com mais uma missão cumprida voltada para a juventude, a Natureza e a qualidade de vida.
* Fotos: Agripa/assesoria.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2014/08/escritor-distribui-livros-em-povoado.html

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VOCÊ CONHECE OS AQUISITORES?

Por Rangel Alves da Costa*

O termo Aquisitores certamente soará com estranheza para grande número de pessoas. De fato, são poucos aqueles que se voltam para escritos sobre o tema e mais difícil ainda encontrar pessoas falando acerca de seu conceito e atuação. Desse modo, para de logo espantar o desconhecimento de alguns, eis uma primeira pista: há sempre alguém ou algum grupo se aproximando e interferindo no poder, senão atuando com influência no próprio Estado, para atrair para si todos os tipos de lucros e benesses, sejam políticos, de mando ou meramente econômicos.

Uma segunda pista: existem forças poderosas, porém agindo nas sombras ou mesmo ocultamente, de modo a não deixar que se reconheça sua influência no curso dos fenômenos, mas que sempre estão presentes para moldar as situações ao seu modo e conveniência. E tais forças agem nos partidos políticos, nas esferas governamentais, perante os políticos, nas casas legislativas, em qualquer lugar que lhes garanta lucros nas suas diversas feições e modos.

Uma terceira pista: grupos, setores, lideranças empresarias, representantes de clãs ou oligarquias, a burguesia econômica e tantas outras influências, sempre possuem interesses que precisam ser preservados ou alimentados. E para tal destinam volumosas quantias para o financiamento de campanhas políticas ou mesmo para que as votações legislativas e os gastos governamentais estejam coadunados com seus interesses. Não raro que se arvoram de serem os verdadeiros fazedores de governantes.

Última pista: grandes grupos empresariais investem em regiões ou setores que lhes garantam não só grandes lucros financeiros, mas também de dominação política e administrativa. Contudo, tais investimentos são realizados em grande parte pelos governantes, que não podem negar a realização de tais gastos por já estarem atrelados aos interesses daqueles grupos. E atrelados porque tiveram suas campanhas financiadas pelos grandes grupos, nada podendo negar sob pena de serem destruídos pelos seus próprios sustentáculos.

Tudo acima exposto leva a um só nome: Aquisitores. Desse modo, tem-se pela denominação de Aquisitores grupos de poder que agem com o único intuito de dominação, seja atuando no meio político, governamental, religioso ou perante a sociedade civil. Formam algo como um governo oculto, não raramente mais forte e influente que o governo institucionalizado, conduzindo a vida estatal em prol de seus interesses. Os seus membros, originários de poderosos setores empresariais ou de grupos familiares tradicionais, atuam de modo a manipular as esferas política, econômica e social. Uma prática usual é não permitir o progresso indistinto, vez que quanto mais desenvolvida sua esfera de interesse mais difícil será de controlá-la.


Parece contraditório delimitar o progresso para dele extrair dividendos, mas não o é. Os avanços descontrolados e os desenvolvimentos sem rédeas tendem a tirar dos grupos, das famílias e das pessoas poderosas o poder de abarcamento sobre tudo. Quanto mais a sociedade se desenvolve mais tende a fragilizar as velhas ferramentas de manipulação e submissão, daí que buscam refrear as ações e reorientá-las a seu modo a partir dos governos, dos partidos, das casas legislativas, da igreja e das sociedades organizadas. E nisso tudo a força oculta e poderosa dos Aquisitores.

A força dos Aquisitores é tamanha que fabrica governadores, senadores, deputados, vereadores e ainda mantém sob suas rédeas inúmeras lideranças políticas e de todos os setores. Também indicam ministros, secretários, dirigentes estatais, toda uma gama de pessoas que certamente agirão segundo suas ordens ou sem se contrapor aos seus desejos. Há grandes investimentos nas ações, mas plenamente justificados diante dos objetivos de continuidade de dominação. O cidadão comum geralmente vê tal atuação como expressão de força política ou econômica, mas sequer imagina como tudo é forjado e quais os reais objetivos.

Alguns historiadores afirmam que os Aquisitores surgiram como um braço de atuação dos Illuminati. Esta é a denominação de uma sociedade secreta que age mundialmente e cujo objetivo maior é controlar secretamente os assuntos que envolvem as nações, de modo a estabelecer uma nova e única ordem mundial sob o seu império e mando. Pessoas infiltradas no governo e nas demais instituições acabam conspirando contra a própria nação em nome dos interesses ocultos dos Illuminati. E que não são tão ocultos assim, vez que buscam moldar o mundo segundo suas aspirações. Saliente-se que ao renunciar, Jânio Quadro se referiu a forças terríveis que o impediam de governar. Anteriormente, Getúlio Vargas, na famosa carta-testamento, já afirmava que as forças e os interesses contra o povo o condenavam.

Quais forças ocultas, quais as forças terríveis que condenavam os governantes e os impediam de governar com as suas próprias forças? Ora, as poderosas e ocultas forças de dominação mundial, as mesmas forças que fazem, depõem e destroem governantes. Basta que se contraponham aos interesses das reais forças que se escondem sob seus escudos e estarão fadados ao desprezo, à ineficácia administrativa, ao descalabro total. E, o que é pior, forçados a se submeterem às ordens ocultas. E na submissão do governante o jugo de toda a nação e de seu povo.

Mas, como afirmado, não somente perante as nações agem os Aquisitores, segundo as lições aprendidas dos Illuminati, pois também a nível local, regional, estadual. E não será surpresa alguma encontrar sombras desses poderes também em Sergipe. Basta imaginar quantas pessoas e famílias poderosas estão por trás dos financiamentos de campanhas políticas, atuando em setores sociais e religiosos, firmando suas presenças, ainda que agindo silenciosa e ocultamente. E nada é feito apenas por serem boazinhas. É bom que se saiba disso.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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Feira do Livro de Mossoró - Programação do Stand da Editora SARAU DAS LETRAS


- Quinta, dia 04

- Tarde de autógrafos do livro À Flor da Pele, autoria de Fátima Feitosa ( 16h às 18h).
- Noite de autógrafos do livro Contrapontos, autoria de Antônio Alvino (19h às 21h).

- Sexta, dia 05

- Tarde de autógrafos do livro Perdão, autoria de Francisco Rodrigues da Costa 
(16h às 18h).
- Noite de autógrafos do livro Bicicletas de Papel, autoria de Dulce Cavalcante.

(19h às 21h).
- Sábado, dia 06,

- Tarde de autógrafos do livro Rock´n Roll, autoria de Ugo Monte 
(16h às 18h).
- Noite de autógrafos* do livro Gozando, Rimando e Rindo, autoria de José Acaci 
(19h às 21h).
* Haverá uma apresentação cultural do cordelista José Acaci, recitando poesias do livro Gozando, Rimando e Rindo e de outros trabalhos.
- Domingo, dia 07

- Tarde de autógrafos da Antologia Poética Mossoró e Tibau em Versos, organizada por David Leite e Edilson Segundo 
(16h às 18h).
- Noite de autógrafos do livro Capela de São Vicente, Fé e Bravura, autoria de Eriberto Monteiro 
(19h às 21h).

Fonte: facebook

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AS INCURSÕES DE LAMPIÃO NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DO RIO DO PEIXE.

Por Antonio Nogueira da Nóbrega

Da lavra do são-joanense Professor, Pesquisador e Historiador ANTÔNIO NOGUEIRA DA NÓBREGA, falecido recentemente deixou um legado de histórias frutos de suas pesquisas as quais se dedicava com afinco e publicadas no blog “Um olhar sobre São João do Rio do Peixe”.



“Ainda hoje - quase 75 anos depois de sua morte - Lampião é uma figura lendária em torno da qual permanece vivo o interesse popular. Para uns, o rei do cangaço não passou de um bandido cruel e sanguinário; já para outros, foi e continua sendo um grande herói nordestino”.


“Era então o ano de 1927, quando Lampião, por insistência do cangaceiro Massilon Leite, entendeu de assaltar a cidade de Mossoró, no vizinho Estado do Rio Grande do Norte, traçando seu itinerário por São João do Rio do Peixe, cujo território, na época, compreendia os atuais municípios de Uiraúna (antigo Belém); Triunfo (antiga Picada); Santa Helena (antigo Canto de Feijão) e Poço de José de Moura, entre outros”.

“Concluindo, afirmamos que, durante o seu reinado, Lampião passou três vezes pelo território de São João do Rio do Peixe, mas nunca atacou a sua sede-municipal”.

Fonte principal:


Fonte: facebook

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O SALTO ANTES DO TRAMPOLIM DA VITÓRIA

Publicado em 23/08/2014 por Rostand Medeiros

 O SALTO ANTES DO TRAMPOLIM DA VITÓRIA


NATAL CIDADE MODERNA – Final da década de 1930 e Natal cada vez mais próxima do Velho Continente pelas asas do Sindicato Condor/ Lufthansa…

Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros
http://tokdehistoria.com.br/author/tokdehistoria

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O CANGAÇO - MANOEL BENÍCIO DA SILVA - UM VOLANTE PARAIBANO



Manoel Benício da Silva, nascido em 17 de novembro de 1884 na cidade de Santa Luzia do Sabugi na Paraíba, Tenente-Coronel da reserva (falecido). Ingressou na Polícia Militar da Paraíba, logo como Aspensada em 1908 (antigo posto entre o soldado e o Cabo), o presidente do estado era o Dr. João Machado. Foi Delegado em quase todas as cidades do interior do Estado e desde o posto de Sargento comandou o banditismo no sertão do Estado. Sempre falou com euforia de suas constantes lutas contra os cangaceiros, que infestavam a Paraíba e o Nordeste na época de sua mocidade, e cada episódio é um motivo de glória pela sua tenacidade e coragem; porém não se sentiu realizado, apenas por não ter completado o rosário de 100 orelhas de bandoleiros.

Com Lampião teve dezoito combates e em um deles chegou a brigar duas vezes no mesmo dia, foi na cidade de Princesa Isabel-PB, onde o Rei do cangaço perdeu dois de seus cabras: Jararaca e Coruja, sendo que esse Jararaca foi o primeiro integrante do bando e não o José Leite de Santana que morreu em Mossoró-RN. 

O Tenente-Coronel Manoel Benício alcançou quase todos os degraus hierárquicos da Polícia Militar sem possuir nenhum curso de especialização exigido para o oficialato de hoje; subia de posto pela sua inédita coragem pessoal. Em 1912 o então Sargento Benício à frente de 22 comandados encontrou um grupo de cangaceiros do Dr. Augusto Santa Cruz no município de São João do Cariri-PB, tal fato se deu por ele ter perdido a trilha no meio do mato. Usando de sua astúcia ao encontrar os cangaceiros foi logo dizendo: “Somos seus companheiros é que perdemos a trilha!”

Enquanto isso o Cabo Damião avançava com onze homens fingindo ser do mesmo bando, em meio a conversa apareceu um negro forte que desconfiou da atitude do Sargento, gritou: - São “macacos” e não amigos, ameaçando-o com um fuzil, então fez com que Benício tomasse uma atitude decisiva quando falou com serenidade, porém pronto para tudo: - Sou o Sargento Benício, da força do tenente Raimundo Rangel. E juntando a ação à palavra fulminou com um tiro o atrevido cangaceiro dando início a um intenso tiroteio, conseguindo sair ileso devido à debandada dos cangaceiros.

Manoel Benício quando já estava com idade avançada e sofrendo a sexta intervenção cirúrgica mantendo o bom humor disse ao médico que o assistia: “Pode cortar doutor, pois todo tipo de operação eu já fiz sem nunca ter sido médico”. 

Numa apreciação mais rigorosa, em qualquer tempo se poderá verificar que naquela época do trabuco não havia muita diferença entre cangaceiros e policiais, não somente no modo rústico de guerrear, mas porque tanto uns como outros pouco sabiam o significado da palavra “crime”. Manoel Benício ganha posição de destaque entre os bravos militares combatentes do cangaceirismo na Paraíba. Esse estado de tranqüilidade passou, mas não passará tão cedo a preocupação dos estudiosos do assunto em pesquisar com profundidade esses fatos que se transformaram em fenômeno social na história do nordeste brasileiro.

Fonte principal: “CANGACEIRISMO DO NORDESTE” de Antonio Barroso Pontes

Página: Geraldo Júnior

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Falar com Deus é bom, ouvindo João Mossoró

Por Higino Canuto Neto

João Batista Lopes ou simplesmente João Mossoró é um forrozeiro dos bons, remanescente do antigo Trio Mossoró que se projetou à sua época como um dos grandes precursores do forró autêntico, tradicional em sua nordestinidade.

Trio Mossoró

João, juntamente com seus irmãos que formavam o Trio Mossoró (Oséas Lopes e Hermelinda) gravou 12 LP ́s ao longo da carreira do Trio, com tal expressividade, que receberam no ano de 1966 em cerimônia no Teatro Municipal no Rio de Janeiro, o prêmio “Cidade do Rio do Janeiro”, representado pela estatueta de Euterpe (a musa da música na mitologia grega) como o melhor disco de música regional.


Na mesma cerimônia, apenas para ilustrar a importância da premiação que equivalia a um “Oscar” da MPB, foram também contempladas as artistas Elis Regina como melhor cantora popular e Elizete Cardoso como melhor sambista. Foram anos de sucessos até quando o grupo se desfez em 1972 deixando um lastro de canções que mereceram elogios de artistas da magnitude de Tom Jobim e dos irmãos Dori e Nana Caymmi.


Após a dissolução do Trio, João Mossoró construiu uma carreira sólida tendo se mantido fiel à sua trajetória de cantador identificado às raízes populares. Mesmo quando gravou o disco “Como é Linda a Minha Aldeia”, composto somente por músicas portuguesas, o fez com toda a essência e originalidade lusitana que o trabalho mereceu, manifestando a universalidade do seu canto nativista.


Nos discos mais recentes homenageou em dois belíssimos álbuns o Mestre Luiz Gonzaga, com quem também trabalhou como competente Zabumbeiro, e se fez “O Arauto das Raízes Nordestinas” gravando no CD “Conexão Nordeste” canções de consagrados compositores como Belchior, Gonzaguinha, e Dominguinhos.

E nesse cenário repleto de forrós e toadas, João Mossoró apresenta o seu mais recente trabalho intitulado “Falar Com Deus é Bom”, onde cânticos tradicionalmente religiosos se fundem a ritmos nordestinos num forrozeio que surpreende pela voz privilegiada e pelo inusitado da proposta musical. Sem seguir a modismos, João Mossoró pratica sua fé como outra missão que carrega.


Diz: “Aqui no Rio de Janeiro, frequento diversas igrejas fazendo eventos e são muitos os religiosos que me prestigiam, inclusive um deles, o Padre Ranilson, gravou uma musica de minha autoria intitulada “Minhas Janelas”. Também faço parte da caravana do Pedro Augusto, da Rádio Tupi, onde semanalmente participo das apresentações em Praça Publica interpretando canções contemplativas.


No edifício onde moro tem uma Capela dedicada à Nossa Senhora de Aparecida, e sempre quando lá eu estava me vinha uma inspiração divina para gravar um cd com músicas religiosas. E assim, com o incentivo de todos, concretizei esse projeto onde interpreto canções que falam do nosso Pai Maior. E, inclui ainda, outras que fazem parte do nosso cancioneiro popular que considero, pelas mensagens que transmitem, como que falassem mais perto ao coração”, conclui.


No repertório do CD, músicas como “Falar com Deus é Bom” (Francisco Saulo), Noites Traiçoeiras, Oração de São Francisco, “Tocando em Frente” (Almir Sater e Renato Teixeira) e “Súplica Cearense” (Gordurinha e Nelinho) dão o tom maior do disco, afinal, se “Falar Com Deus é Bom”, melhor ainda ouvindo canções que elevam a alma na voz de João Mossoró.

CD-João Mossoró – Falar Com Deus é Bom - 2014

1- Falar com Deus é Bom (Francisco Saulo)
2 - Tocando em frente (Renato Teixeira / Almir Sater)
3 - Súplica Cearense (Gordurinha / Nelinho
4 - Noites Traiçoeiras (Direitos Reservados)
5 - Majestade o Sabiá (Roberta Miranda)
6 - Não Tenho Culpa de Nascer Assim (João Mossoró / João do Vale)
7 - O Milagre da Flecha (Moacyr Franco / Marcos Silvestre)
8 - Romaria (Renato Teixeira)
9 - Segura na Mão de Deus (Direitos Reservados)
10 - Meu Amor Chorou (Paulo Diniz)
11 - Pegadas na Areia (Direitos Reservados)
12 - Oração de São Francisco (Direitos Reservados)
13 - Liberdade ou Servidão (João Mossoró / Fernando Santos)

Contatos: E-mail: joaomossoro@yahoo.com.br Telefones: (21) 2213.7702 / (21) 9782.2960
Fonte: Texto Higino Canuto Neto-Juazeiro Ba.

Enviado pelo poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueana Kydelmir Dantas
MOSSORÓ - RN
Fone: (0xx - 84) - 3323 2307

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PRIMEIRO CARRO DE MOSSORÓ


Foi exatamente no dia 11 de maio de 1911 que chegava ao município o "Westinganse, veículo de fabricação alemã, comprado no Rio pela firma Tertuliano Fernandes e Cia, para estabelecer linha mais fácil de comunicação entre Mossoró e cidades do oeste", conforme descrevera Lauro da Escóssia, em O Mossoroense de 24 de dezembro de 1977.

O jornalista informou que quando da chegada do carro, o comércio fechou suas portas para que todos tivessem oportunidade de vê-lo. Acrescentou que muita gente se ajoelhou nas calçadas ao ver o veículo.

O carro "desembarcou no Porto de Santo Antônio, até ali trazido por navio de pequeno calado, em maré alta. Não veio funcionando por ter quebrado uma de suas peças ao desembarcar. Acompanhou um mecânico motorista do Rio, Cesário Martins, contratado pela firma para instruir alguém capaz de servir de motorista em sua substituição", descrevera Lauro da Escóssia, na seção "Mossoró no Passado".

Sobre a movimentação com a chegada do automóvel, ele assim escreveu: "Foi um deus-nos-acuda, sua entrada na cidade pela praça da cadeia, rua Ulrich Graff, praça da Redenção, ruas Almeida Castro até a praça do Coração de Jesus, onde ficou adaptado um prédio para servir de garagem, com porta larga, fosso de cimento para lavagem e reparos nos baixos da carroceria (pouco se falava em macaco para levantá-lo). 

Fonte/Créditos.JORNAL O MOSSOROENSE.

Extraído do facebook
Página: Eliete Pereira

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O grande coiteiro "Manoel Félix" - Parte II


Viajou com Lampião

Manoel Félix que já conquistara a confiança de Lampião, teve oportunidade de fazer algumas viagens em companhia do famoso bandoleiro, a última das quais à localidade conhecida como Capoeira, às margens do Rio São Francisco, fato ocorrido após sua chegada à Gruta do Angico.


Em meio à viagem, pegaram uma cabra, do que se encarregou o próprio Manoel Félix, com ela preparando o almoço, já por volta das quatro horas da tarde. Propositadamente, tendo em vista que o encontro se daria à beira do rio, por onde navegavam muitas canoas, "Lampião" permaneceu escondido no mato até o cair da noite, quando foi se avistar com o fazendeiro Joaquim Rizério, com quem fizera as pazes após longos anos de feroz inimizade. O que conversaram ninguém veio a saber, pois a reunião entre ambos foi sigilosa, em local reservado.

Poupava as cobras

Já de retorno à gruta, um fato chamou a atenção de Manoel Félix: a preocupação de Lampião e seu bando em não matarem cobras por mais venenosas que fossem. Disso, aliás, o próprio coiteiro teve provas quando, distraidamente, ia pisando uma cascavel que surgira em meio ao caminho. Pegando de um pau para matá-la, foi impedido por Zé Sereno, que não permitiu, procurando, com muito jeito, fazer com que a cobra retornasse aos matos de onde havia saído. Em outra, oportunidade, quatro ou cinco dias antes da chacina, Manoel Félix, em companhia do seu irmão Adauto, foi até a gruta levar para Lampião certa quantidade de doce de coco, por ele muito apreciado, tendo o cangaceiro, bastante satisfeito, agradecido o presente, logo distribuído em pequenas quantidades com algumas mulheres do grupo, como Maria Bonita, Enedina, Cila, Maria, Dulce e Maria, mulher de Juriti.

Nesse dia, havia chegado um sobrinho de Lampião, chamado de “José” – de 18 anos, a fim de integrar-se ao bando, tendo "Lampião" encarregado o coiteiro de comprar na feira de Piranhas/AL, do outro lado do rio, a mescla para preparar o bornal do jovem, o que, entretanto, não chegou a acontecer, como veremos mais adiante.

Fonte principal: Não tenho, mas me parece ser do jornalista Juarez Conrado
Fonte: facebook

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OS "BILHETES" DE LAMPIÃO..


Acima, cópia INÉDITA, de um "bilhete enigmático" de Lampião endereçado a um remetente desconhecido, pedindo que deixe uma LICENÇA para o coiteiro Pedro de Cândido.

 Pedro de Cândido é o da esquerda - Acervo João de Sousa Lima

Esse último foi o mesmo que o delatou ao Tenente João Bezerra da Silva, causando-lhe a morte, na madrugada do dia 28 de Julho de 1938, na Grota do Angico, no Estado de Sergipe.

Fonte: Doc. Autógrafos brasileiros

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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O cangaço - O último cangaceiro


Há algum tempo atrás produzi um pequeno filme (amador) apresentando um pouco da biografia do senhor José Alves de Matos, que durante o período do cangaço de Lampião era conhecido como "Vinte e Cinco".

Vinte e Cinco foi o cangaceiro com maior longevidade entre aqueles que pertenceram ao bando de Lampião.

No último dia 15 de junho de 2014 faleceu o ex-cangaceiro, fechando assim mais uma importante página da história do cangaço e do nordeste.

Sempre que posso agradeço à família Matos, por todo apoio e colaboração que sempre nos prestou durante o decorrer de nossos trabalhos.

Muito obrigado a todos (as) os familiares de "Vinte e Cinco", ciente de que nossa amizade continua e sempre continuará.

Assistam.

Fonte: facebook

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A FAMOSA CASA DE "DONA GENEROSA" QUE NO PASSADO FOI PALCO DE GRANDES BAILES FREQUENTADOS POR LAMPIÃO E SEU BANDO. CONHEÇAM A HISTÓRIA...


Um pequeno e belo conjunto de construções populares, em meio à paisagem rústica do semiárido baiano, descortina-se com a visita ao Riacho, povoado distante 25 quilômetros de Paulo Afonso, situado à beira da Rodovia BR-110. Ali se encontram as ruínas da casa de dona Generosa, conhecida coiteira de Lampião, famosa por promover bailes perfumados que atraiam os cangaceiros pelo sertão.

O conjunto engloba ainda uma capela com um cruzeiro em frente e cemitério contíguo. Logo adiante, mais três casas deterioradas, tudo emoldurado pela imponente Serra do Umbuzeiro, o ponto mais alto do município, com mais de 500 metros acima do nível do mar. Um prato cheio para historiadores, estudiosos e pesquisadores do cangaço.

Diz a lenda que o perfume usado por Lampião era tão forte que todos se escondiam quando percebiam sua presença pelo cheiro vindo lá da serra. E dona Generosa então preparava o baile para o rei do cangaço e seu bando, que andaram também pelo Raso da Catarina, reserva ecológica e indígena que serviu de abrigo para os cangaceiros e também integra o roteiro do cangaço em Paulo Afonso.

CENÁRIO

Generosa Gomes de Sá, que morreu na década de 1950, aos 114 anos de idade, “contratava as mulheres e os músicos e fazia os bailes.

O que a gente chama de forró, eles chamavam de baile.

Mas tudo era feito no maior respeito”, informa o historiador e escritor João de Sousa Lima, que pesquisa o cangaço há 18 anos. Ele destaca os símbolos esculpidos pela coiteira na capela, que são as mesmas estrelas que aparecem nos chapéus dos cangaceiros.

“Tanto as orações quanto esses símbolos eram para pedir proteção divina”, completa.

Autor de nove livros, o historiador conta que as casas e a capela foram construídas por dona Generosa em 1900, que contratou pedreiros de Pernambuco para fazer o adobe, pois na região se erguiam imóveis apenas de taipa.

Tudo aquilo, acrescenta, “forma um dos mais espetaculares conjuntos arquitetônicos”. Um cenário cada vez mais determinante em meio à rota que define, pelos nove estados da Região Nordeste, os caminhos percorridos por Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, morto na Grota do Angico, em Canindé de São Francisco (SE), em julho de 1938.

AS CASAS

As construções de alvenaria erguidas em um sertão remoto chamam a atenção por assumirem certa imponência em meio à vegetação típica.

Restam poucos paredes em pé, sobretudo da casa onde aconteciam os bailes perfumados, que sobressaem pela espessura e formato, em contraposição à taipa usada normalmente naquela época e lugar.

Dona Generosa não teve filhos, mas construiu as outras três casas para os adotivos, conta João de Sousa Lima. Um imóvel apresenta desenhos nas paredes, criados por um artista do município alagoano de Delmiro Gouveia.

Uma das poucas imagens de dona Generosa compõem o acervo de fotos do casal Maria Madalena Azevedo da Silva e Liberato Araújo, que moram ali perto do conjunto arquitetônico, às margens da BR 110. Ela é um dos sete filhos de Terezinha Gomes de Sá (Terezinha Azevedo, depois de casada), que foi criada por Generosa, e neta de Afonso Júnior de Carvalho, também adotado pela coiteira.

Ao lado do marido, Madalena pouco sabe da história da avó e dos bailes por ela promovidos. Mas espera ver a história da sua família resgatada.

“Falta recurso para restaurar as casas, mas esperamos que o poder público interfira para preservar as construções”, frisa.

Outro detalhe no roteiro do cangaço é a cruz no local onde Generosa enterrou o coiteiro Zé Pretinho, em 1931.

João de Sousa Lima conta que houve um tiroteio, na Lagoa do Mel, em que foi morto o irmão mais novo de Lampião, Ezequiel.

Mas a volante, polícia da época que caçava os cangaceiros, também sofreu 18 baixas e atribuiu a reação do bando do rei do cangaço ao alerta feito por Zé Pretinho, que foi perseguido, feito de tiro ao alvo e esquartejado em frente à casa de Generosa.

Fonte: facebook

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