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quarta-feira, 1 de março de 2017

CANÇÕES QUE ECOAM SAUDADES

*Rangel Alves da Costa

Gosto de músicas de um repertório mais antigo, que possuem sentido e profundidade nos versos e plangência na melodia. Canções que ao ouvir logo despertam sentimentos, relembranças, saudades.

Gosto de ouvir canções que chegam como retratos, bilhetes, feições. Músicas com tamanha força na interpretação, na letra, na instrumentalidade e na melodia, que balançam sozinhas a rede de dormir, que embaçam as vidraças em noites chuvosas, que fazem o coração mais pulsante e os olhos molhados de tanta saudade.

A cada canção ouvida é como se uma viagem fosse feita no pensamento. Canção que vai abrindo porta, que vai chamando o nome de alguém, que vai em busca dos braços para o abraço, dos lábios para beijar, do olhar para sentir o amor.

Ou mesmo canções que relembrem momentos mais entristecidos e mais dolorosos. Não que sejam temas de angústias e aflições, mas por que fazem recordar instantâneos da vida que tanto procuramos esquecer. Assim como um amor perdido, assim como um adeus forçado, assim como um tempo bom que não volta mais.

“Espere por mim, morena, espere que eu chego já, o amor por você, morena, faz a saudade me apressar. Tire um sono na rede, deixe a porta encostada, que o vento da madrugada já me leva pra você. E antes de acontecer, o sol a barra vir quebrar, estarei nos teus braços para nunca mais voar...”.

Espere por mim, morena, de Gonzaguinha, é uma das canções assim, que fazem viajar, que transformam o instante em realidades outras num tempo de amor e de aconchego. É como se a pessoa estivesse confessando uma saudade grande ao seu amor e dizendo que tamanha é a aflição pela distância que se pudesse voaria ao seu encontro.


“Foi assim, como ver o mar, a primeira vez que meus olhos se viram no seu olhar. Não tive a intenção de me apaixonar, mera distração e já era momento de se gostar. Quando eu dei por mim, nem tentei fugir do visgo que me prendeu dentro do seu olhar. Quando eu mergulhei no azul do mar sabia que era amor, e vinha pra ficar. Daria pra pintar todo azul do céu, dava pra encher o universo da vida que eu quis pra mim. Tudo que eu fiz foi me confessar escravo do seu amor, livre pra amar”.

“Todo azul do mar”, principalmente na voz de Flávio Venturini, é uma daquelas canções cuja leveza e plangência nos fazem verdadeiramente voar. No pensamento logo surge o olhar da pessoa amada, e no olhar o brilho amoroso e encantador, motivo maior para despertar a paixão. E quando esse olhar está distante, então tudo surge como um espelho que se deseja transpor para alcançar aquele azul de mar novamente.

“Na primeira manhã que te perdi, acordei mais cansado que sozinho. Como um conde falando aos passarinhos, como uma bumba-meu-boi sem capitão. E gemi como geme o arvoredo, como a brisa descendo das colinas, como quem perde o prumo e desatina, como um boi no meio da multidão. Na segunda manhã que te perdi, era tarde demais pra ser sozinho. Cruzei ruas, estradas e caminhos como um carro correndo em contramão. Pelo canto da boca num sussurro fiz um canto demente, absurdo. O lamento noturno dos viúvos, como um gato gemendo no porão. Solidão”.

“Na primeira manhã”, de Alceu Valença, é hino à solidão depois do amor desfeito. Aquele que tanto amou e de repente se viu distanciado do seu bem querer, certamente encontrará na letra dessa música todo o doloroso percurso do desamor. Na música, uma fiel descrição de como acordar sem ter ao lado a pessoa amada, vendo-se desnorteado pela vida e amargando os passos errantes da incerteza de si mesmo.

São canções assim que gosto de ouvir. Sofro sim, até sinto um lacrimejar. Mas também é quando reencontro os olhares e as feições, os lábios e o corpo, daquilo que tanto valeu a pena na vida. Entre o amor e a dor, entre a saudade e o sofrimento, assim também a certeza do já vivido.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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PRINCESA DO SERTÃO - DOCUMENTÁRIO DA TV SENADO - BLOCO 1

https://www.youtube.com/watch?v=AHcIY5-0I9o

Publicado em 29 de julho de 2016 TV Senado
No município de Princesa, no sertão da Paraíba, em 1930, o coronel José Pereira entrou em desavenças políticas e econômicas com então presidente da Paraíba, João Pessoa, deflagrando a Revolta de Princesa.
Publicado na internet em 17/12/2010
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GAROTO REALIZA SEU SONHO DE VIAJAR PELO NORDESTE E CONHECE MUSEU DO CANGAÇO EM SERRA TALHADA


Mais uma vez, Serra Talhada foi destaque nacional em uma emissora de TV aberta.

O apresentador da Record, Rodrigo Faro, realizou o sonho do garoto chamado Pedro de conhecer a cidade de Serra Talhada-PE e o Museu do Cangaço. Pedro é descendente de russos e é apaixonado pelo cangaço, vestindo-se de cangaceiro por onde vai. Além disso, ele sabe tudo sobra a história do povo nordestino.

A equipe do programa Hora do Faro, esteve na Capital do Sertão do Pajeú gravando a reportagem com Pedro em agosto do ano passado.

A matéria foi ao ar no último domingo de carnaval (26), confira abaixo no vídeo.

http://jornaldesafio.com.br/garoto-realiza-seu-sonho-de-viajar-pelo-nordeste-e-conhece-museu-do-cangaco-em-serra-talhada/

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PARTE 01 - ANTONIO FERREIRA, PARENTE DO CANGACEIRO "LAMPIÃO"

https://www.youtube.com/watch?v=Xz4GPTrzHiw

Publicado em 16 de dez de 2015

Conheça o Testemunho e desabafo do Pr. Antonio Ferreira Lima Primo Terceiro do Cangaceiro Virgulino "LAMPIÃO". Em 28/Julho/1938,o Cangaceiro Morreu numa emboscada na Grota do Angico em Sergipe-AL e seu avô Acelino Ferreira, primo primeiro do Lampião Assumiu o papel de Vingar a Morte do Cangaceiro. Aos 13 anos já trabalhando na Fazenda, foi atacado pelos inimigos de seu Avô. e Antonio Ferreira cometeu seu primeiro Crime que tirou sua paz. Só aos 42 anos de Idade depois de ter tido uma vida de vinganças e perseguições, encontrou JESUS que mudou o Rumo de sua história. 
Contatos para Agendas: (21) 98185 1825 tim WhatsApp

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UM JAGUNÇO EM PARIS


O escritor Oleone Fontes curtiu o carnaval num prolongamento da Ilha de Itaparica, Berlinque. Levou consigo exemplar do ensaio A História Secreta de Paris, do historiador inglês Andrew Hussey. 

Apaixonado por Paris, onde já esteve algumas vezes, Oleone está relendo, pela terceira vez a magnifica história da cidade, segundo o ficcionista e historiador baiano, mais bonita do planeta.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=956591191143470&set=a.107393372729927.7336.100003777943026&type=3&theater

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“SABONETE": O SECRETÁRIO PARTICULAR DA RAINHA DO CANGAÇO MARIA BONITA.

Por Bethu Maia

"Maria Bonita vivia com algumas regalias no cangaço. Para tanto, possuía o que chamamos de "secretário", o qual tinha a função de prestar-lhe auxílio em algumas tarefas. 

Na foto, acima, o cangaceiro "SABONETE", segura as 07 correntes de ouro, para que Maria enfeite o pescoço.

Adendo - http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Para quem não sabe o Manoel Rosa o cangaceiro Sabonete era irmão de João Rosa o cangaceiro Borboleta ambos de Poço Redondo da Serra do Baixão e da Guia. Eram filhos de Antonia Rosa da Guia e primos de Moeda e Alecrim (Lampião Além da Versão Mentiras e Mistérios de Angico - Alcino Alves Costa pág.: 357).

O cangaceiro Borboleta está nesta foto, mas não marcaram cada um com o seu nome - Zé Sereno, Criança, Balão, Jurity, Novo Tempo, Pernambucano, Laranjeira, Candeeiro, Ponto Fino II, Quina-quina, Marinheiro, Cacheado II, Beija-Flor, Devoção, Borboleta, Chá Preto, Penedinho, Cuidado, Azulão.

Borboleta é aquele que se entregou ao capitão Aníbal Ferreira lá em Jeremoabo, quando todos os cangaceiros resolveram irem aos pés das autoridades para uma possível negociação sobre os seus crimes. Nesse dia estavam presentes também o cangaceiro Juriti e sua companheira Maria de Juriti.

Foto do capitão Aníbal Ferreira gentilmente cedida para o nosso blog pelo professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio.

Segundo os pesquisadores o capitão Aníbal Ferreira usou uma maneira para que os cangaceiros fossem liberados, mas em uma condição: aquele que voltasse a praticar crimes seria perseguido e morto. 

Todos aqueles que foram presos e posteriormente liberados não voltaram mais a praticarem nenhum tipo de crime, ao contrário, foram colocados no meio da sociedade, e morreram velhos sem mais praticarem crimes. Foi muito bem pensado o que fez o capitão Aníbal Ferreira. 

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=218112665260512&set=gm.1484891388190641&type=3&theater

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LIVRO “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”

Por Antonio Corrêa Sobrinho

O que dizer de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”, livro do amigo Ruberval de Souza Silva, obra recém-lançada, que acabo de ler, senão que é trabalho respeitável, pois fruto de muito esforço, dedicação; que é texto bom, valoroso, lavra de professor, um dizer eminentemente didático da história do banditismo cangaceiro na sua querida Paraíba. É livro de linguagem simples, sucinto e objetivo, acessível a todos; bem intitulado, pontuado, bem apresentado. E que capa bonita, rica, onde nela vejo outro amigo, o Rubens Antonio, mestre baiano, dos primeiros a colorizar fotos do cangaço! A leitura de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO” me fez entender de outra forma o que eu antes imaginava: o cangaço na terra tabajara como apenas de passagem. Parabéns e sucesso, Ruberval!

Adendo: José Mendes Pereira

Eu também recomendo aos leitores do nosso blog para lerem esta excelente obra, e veja se alguns dos leitores  possam ser parentes de alguns cangaceiros registrados no livro do Ruberval Souza.

Entre em contato com o professor Pereira através deste 
e-mail: 

franpelima@bol.com.br

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1022616384533904&set=gm.554349684773980&type=3&theater

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LAMPIÃO E PE. CÍCERO - 80 ANOS DEPOIS


Publicação: Diário do Nordeste de 04/03/2006
Antônio Vicelmo

No dia 2 de janeiro de 1926, o deputado federal Floro Bartolomeu, eleito com os votos do Padre Cícero, chegava de trem a Juazeiro do Norte, designado pelo presidente da República, Arthur Bernardes, para impedir que a Coluna Prestes invadisse o Sul do Ceará. Vinha acompanhado pelo major Polidoro Coelho que, no mesmo dia, partiu para Campos Sales à frente de 360 soldados do Exército. Floro ficou no Juazeiro para organizar os chamados Batalhões Patrióticos, exército particular com mais de mil jagunços. No dia 9 de janeiro de 1926, a tropa irregular partiu para Campos Sales. Chegando àquela cidade, muito cedo, Floro desentendeu-se com o major Polidoro que retirou-se com sua tropa para Fortaleza, deixando os patriotas sozinhos para lutarem contra os mais de 2.000 soldados invencíveis da Coluna. Foi nesse momento de apreensão que o coronel Pedro Silvino, chefe do Estado maior de Floro, trouxe à sua presença João Ferreira dos Santos e seu irmão Ezequiel Ferreira. João era um dos contratados para transportar os carregamentos de munição, mas o que era mais interessante é que ele era irmão do mais célebre dentre todos os cangaceiros do sertão, Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião. Chegou-se à conclusão que o cangaceiro, cujo nome era uma legenda de valentia, deveria ser convocado. O posto seria de capitão comissionado e, se bem sucedido na campanha, receberia do presidente da República o indulto pelos seus crimes. O convite veio de Campos Sales para Juazeiro, em mãos do rábula José Ferreira de Menezes. Lampião era muito sagaz e se, além da assinatura de Floro, a carta não tivesse a do Padre Cícero, ele jamais atenderia ao convite. Um dos empregados de João Ferreira, por nome Zé Dandão, viajou então para a Fazenda Piçarra, em Macapá, hoje Jati, onde morava Sebastião Paulo, primo legítimo de Lampião e juntos, com o convite a tiracolo, foram para o Pernambuco à procura de Lampião. Ainda hoje, há quem afirme que foi o tenente Francisco das Chagas o encarregado de procurar Lampião, o que não é verdade. Esse senhor ficou em Campos Sales e no dia 22 de Janeiro de 1926, quando a Coluna Prestes invadiu o Ceará pela região dos Inhamuns, participou da perseguição aos revoltos através do Ceará, Paraíba e Pernambuco indo encontrar-se com o célebre cangaceiro somente em fins de fevereiro daquele ano, quando então falou com Lampião sobre o assunto. No dia seguinte, Floro telegrafou para o rábula José Ferreira em Juazeiro: “comunique ao nosso amigo, que não é preciso mais Lampião, povo já seguiu perseguição revoltosos”. No mesmo dia, gravemente enfermo, empreendeu sua última viagem, de Campos Sales para o Rio de Janeiro, aonde viria a falecer às 5 horas da tarde do dia 8 de março de 1926, com 50 anos de idade. Lampião recebeu o convite ainda em Janeiro. Conversou sobre o assunto com o célebre coronel Manoel Pereira Lins, vulgo Né da Carnaúba, líder da família Pereira do Pajeú, seu amigo, que confirmou a autenticidade do documento. Por isso, quando se encontrou, por acaso, com o tenente Chagas, que voltava com seus homens para Juazeiro, resolveu acompanhá-lo. Seria mais seguro ir àquela cidade em companhia de uma das tropas do Batalhão Patriótico. Por essa época, a Coluna Prestes já estava atravessando o rio São Francisco em direção à Bahia. No dia 2 de março de 1926, Lampião, vindo de São José de Belmonte, entrou no Ceará pelo distrito de Macapá, hoje Jati, aonde confraternizou com um destacamento da polícia do Ceará, sob o comando de tenente Veríssimo, que o presenteou com um Smith & Weston “novinho em folha”. No dia seguinte, amanheceram na Fazenda Piçarra, de Antônio Teixeira Leite, onde almoçaram mais de 100 pessoas entre cangaceiros e soldados do Tenente Francisco Chagas. Daí rumaram para o Sítio Laranjeiras, de Antônio Pinheiro, onde todo o grupo pernoitou. No dia seguinte, uma quinta-feira, ainda escuro, a tropa mista prosseguiu viagem para a serra-do-mato, do coronel Antônio Joaquim de Santana, amigo e coiteiro de Lampião. Ainda em Barbalha Lampião recebeu uma carta de Juazeiro do Norte enviada por um certo Dr. Pedro de Albuquerque que dizia não ser mais necessária a sua presença naquela cidade. O cangaceiro ignorou a mensagem e, à tardinha, chegou aos arredores da Meca do Cariri ainda acompanhado do tenente Chagas, ao todo 23 cangaceiros e mais de 70 patriotas. Acomodou-se, então, com seus homens, na Fazenda Nova, pertencente a Floro. O delegado local, sargento José Antônio da Coan, começou a reunir homens armados para atacá-lo, mas foi, de imediato, repreendido pelo Padre Cícero que lhe disse que Lampião estava ali a convite do Dr. Floro para prestar seus serviços ao governo federal. Na verdade, já se havia preparado, com antecedência, um sobrado na rua da Boa Vista para acomodar o bando. Na calçada em frente ficava a casa do seu irmão João Ferreira, casado com dona Joaninha, quase vizinho às casas de dona Maria Ferreira, sua irmã, casada com Pedro Queiroz, onde moravam também Ezequiel e Anália, solteiros, e de Angélica Ferreira, casada com um rapaz do Rio Grande do Norte chamado Virgílio Fortunato. Já tarde da noite, o bando veio hospedar-se no hotel improvisado que pertencia ao poeta João Mendes. Na noite seguinte, o Padre Cícero foi ao seu encontro, em um automóvel dirigido por Mestre Luiz, em companhia do rábula José Ferreira e de José Gonçalves, chefe de sua segurança pessoal. Depois de muito conversarem, o Padre mandou convidar o funcionário do Ministério da Agricultura, Pedro de Albuquerque Uchoa, pessoa muito querida da sociedade local, muito culto era, quase que o orador oficial de todas as solenidades importantes da cidade, para participar da reunião. Em uma folha de papel almaço foi elaborado um documento que nomeava Virgulino Ferreira da Silva capitão comissionado dos Batalhões Patrióticos. Tal patente seria obviamente de caráter provisório e teria a duração da finalidade e da existência dos referidos Batalhões. Na verdade, a patente era semelhante as que haviam sido entregues aos demais oficiais comissionados na época assinadas por Floro, mas como o deputado não estava presente, a mesma teve que ser assinada por Pedro Uchoa, único funcionário federal presente. Redigida em 5 de março de 1926, foi datada de 12 de março do mesmo ano, assim só teria validade quando o agora defensor da legalidade estivesse com seus homens longe do Juazeiro cumprindo a missão assumida, eufórico, mostrando por onde passava o documento que, para bem da verdade, esteve nas mãos de muitos homens de bem que confirmariam depois a sua real existência. Louvável a atitude do Padre Cícero sob todos os aspectos, senão vejamos: Como político, o referido sacerdote foi prefeito do Juazeiro de 1911 a 1929, com breve período de ausência durante o Governo Franco Rabelo. Correligionário do presidente Arthur Bernardes, e maior líder político do Ceará, não poderia deixar de lançar mão de todo e qualquer recurso necessário ao combate eficiente ao avanço da Coluna Prestes. Como amigo não poderia deixar de colocar sua assinatura ao lado da de Floro, a pedido deste, nem na sua ausência deixar de substituí-lo na recepção a Lampião, nem na concessão da patente por ele prometida. Afinal Lampião nas estradas era uma ameaça constante para milhares de romeiros que lhe faziam doações de centenas de contos de réis todos os anos para suas obras de caridade cristã. Existem estudiosos, no entanto que afirmam que um santo como o Padre Cícero seria incapaz de tal atitude e afirmam que tudo foi uma brincadeira urdida por Benjamim Abraão, secretário do Padre Cícero, e Pedro Uchoa para enganar Lampião. Na verdade ninguém no Juazeiro, por medo de Floro, por respeito ao Padre Cícero, enfim por termos de uma reação futura do Rei do Cangaço teria coragem de fazer tal brincadeira de mau gosto. Mas, voltemos ao fio à meada, no dia seguinte Lampião recebeu dezenas de fuzis do Exército e farta quantidade de munição, além da indumentária necessária e demais equipamentos indispensáveis a sua tropa. A tarde concebeu uma demorada entrevista ao médico cratense, Dr. Otacílio Macedo, irmão do brigadeiro Macedo, e se deixou fotografar com seus familiares e com seu bando pelo senhores Lauro Cabral de Barbalha e Pedro Maia do Crato. No dia seguinte, um domingo, deixou a cidade do Padre Cícero rumo a Pernambuco, passou pelo Caldas em Barbalha, por Jardim e, enfim, entrou na sua terra natal pelo município de Serrita. Agora acompanhado por quase 100 homens armados. Em pouco tempo desistiu de perseguir a Coluna Prestes, quando foi informado que, por uma boca só, todos os oficiais da Polícia pernambucana afirmava que o atacariam aonde quer que o encontrassem. Inconformado com a situação, o capitão Virgulino Ferreira atravessou novamente a fronteira para o Ceará para pedir o apoio do Padre Cícero, às 8 horas da noite do dia 8 de abril, acompanhado por oito homens e, a cavalo, atravessou o município de Barbalha em direção a Juazeiro do Norte e só na tarde do dia 10 de abril de 1926 estava de volta. Para a imprensa, o Padre Cícero, que vinha sendo muito criticado pela recepção ao cangaceiro, afirmou que se recusara a recebê-lo embora admitisse seus bons propósitos. Para Antônio da Piçarra, Lampião afirmou que foi recebido pelo Padre Cícero na noite do dia 9 de março de 1926, noite de muita chuva em que a água dos pequenos riachos encostava na barriga dos cavalos. O padre que veio de automóvel dissera-lhe que não podia obrigar a polícia de Pernambuco a aceitar a sua patente e que não podia fazer mais nada; Floro morrera, os batalhões tinham sido desmobilizados e que a Coluna Prestes se encontrava em Goiás, que ele deveria dissolver o bando e ir embora para bem longe, recomeçar a vida e ser feliz e que, se assim não o fizesse, que pelo menos não mais bulisse com seus romeiros nem com o estado do Ceará. A imprensa da época noticiou que o bandido voltou furioso para o Pernambuco ameaçando atacar Barbalha na sua passagem por aquele município, o que não passou de alarme falso. Quando chegou à terra natal, já estava roubando e seqüestrando por resgate. Voltara a ser o Rei do Cangaço no Sertão, embora durante o resto da sua vida tenha se autodenominado Capitão Virgulino Ferreira da Silva. Em toda sua carreira de cangaceiro, Lampião chegou ao Juazeiro com o Padre Cícero, ao ponto mais próximo de sua reabilitação: a regeneração do cangaceiro, que teria sido uma das estrelas mais brilhantes da coroa do venerado sacerdote.

Magérbio de Lucena médico e escritor, autor do livro “Lampião e o Estado Maior do Cangaço”



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A SENHORA QUE SEGURA A CRIANÇA ROMERO CARDOSO ASSISTIU O ASSASSINATO DO SEU PAI JOAQUIM LAURINDO DE SOUSA VINGANÇA IMPLACÁVEL DE LAMPIÃO


José Romero Araújo Cardoso Júnior nos braços de Madalena de Sousa. Madalena era nossa vizinha no Conjunto Castelo Branco II, em João Pessoa/PB. Filha de Joaquim Laurindo de Sousa e Luisa Alves de Sousa, Madalena encontrava-se com os pais quando concretizou-se a vingança implacável de Lampião contra seu genitor, o cangaceiro Moreno, assassinado na noite do dia 13 de fevereiro de 1936 na fazenda Croatá, pertencente a João Marques Sandes. Fatos e episódios que culminaram na tragédia do cultivado cangaceiro que integrou o bando de Sinhô Pereira e que desertou do logo após a ascensão de Lampião à chefia foram narrados em artigo intitulado MORENO E A VINGANÇA IMPLACÁVEL DE LAMPIÃO.

Crédito da foto: José Romero Araújo Cardoso

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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“GUERRA AO FANATISMO”


Para adquirir esta obra entre em contato através destes emails: 
  
cartaxorolim@gmail.com 
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O CANTOR JOÃO MOSSORÓ ESTARÁ NO SÁBADO, DIA 04 DE MARÇO DE 2017 NO MERCADÃO CADEG


O cantor João Mossoró fará show sábado, dia 04 de março de 2017, no Rio de Janeiro, no bairro Benfica no"Mercadão Cadeg". Você que mora no Rio de Janeiro prestigie o artista, participando do seu show.

https://www.youtube.com/watch?v=_OfXk5C9Mu4

https://www.youtube.com/watch?v=eXIvaa6MuoU

https://www.youtube.com/watch?v=vZEHc7Ir310

https://www.youtube.com/watch?v=oz_oFVg-aJY

Você que é nordestino, do Rio Grande do Norte, e principalmente de Mossoró, e que mora aí no Rio de Janeiro, não se esqueça de participar do show deste grande artista e nosso conterrâneo o João Mossoró de corpo e alma, no sábado próximo.

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JOANA GOMES DE JACARÉ OU MOÇA DE CIRILO? - ...DA SÉRIE “PERSONAGENS POUCO CONHECIDAS!”

Por Sálvio Siqueira

O nome da cangaceira que viveu com o cangaceiro "Jacaré", era "Moça", com o nome de registro Joana Gomes dos Santos, que antes fora companheira do cangaceiro Cirilo de Engrácia. Tanto Cirilo quanto Jacaré, foram dois 'cabras' que foram abatidos, e não mortos através de 'sucesso'. “(...)"Moça (Joana Gomes dos Santos), de Cirilo de Engrácia (Cirilo Aleixo Ribeiro da Silva), e depois de Jacaré (Ademórcio)". Mais adiante, na página 379, o ilustre autor nos mostra, "(...) Quando um cangaceiro casado morria, a mulher geralmente se juntava a outro cangaceiro. Caso curioso foi o de Joana Gomes, que viveu quatro anos com o citado Cirilo de Engrácia e quando ele morreu se juntou com Jacaré(...)". ("Lampião - A Raposa das Caatingas", 2ª edição de 2014 - José Bezerra Lima Irmão).

Adquira-o através deste e-mail: franpelima@bol.com.br

"Sucesso", propriamente dito aqui no sertão, é quando, por uma eventualidade qualquer, menos em um combate, luta, ocorre um disparo e o mesmo atinge uma pessoa que pode ir a óbito. 

Antonio Ferreira da Silva

Temos como exemplo o fato da morte do cangaceiro "Esperança", Antônio Ferreira irmão de Lampião e o seu lugar tenente, o cangaceiro 'Caititu', Luiz Pedro, na fazenda do coronel Ângelo da Gia. 

O cangaceiro Luiz Pedro

Ela nasceu em oito de fevereiro de 1912, numa casa do sítio Santo Antônio, próximo ao povoado de Várzea da Ema, no município de Chorrochó, no Estado baiano. Era filha do casal de roceiros, Sr. Antônio Gomes dos Santos e de D. Joviniana Gomes Varjão. Desse casal, geraram-se nove filhos vivos, se teve abortos e/ou mortes prematuras, não dispomos de tais informações. Os pais do Sr. Antônio Gomes, foram O Sr. Justino e D. Brasilina e de D. Joviniana, o Sr. Cláudio Cardoso Varjão e D. Tereza do Bonfim Varjão. Dentre os filhos do casal Antônio Gomes e Joviniana, uns foram fazer parte da Força Pública, outros seguiram outras veredas e, especialmente, Joana, foi trilhar o caminho árduo e incerto do cangaço. 


Quanto ao rumo que a Joana tomou, tem-se sim seu rumo. Convive com o cangaceiro Jacaré por um determinado período e, quando o mesmo é abatido, Moça é mandada de volta para casa de seus pais. Joana segue sua vida e vai morar na cidade de Uauá, BA. Passa grande tempo nesse lugar. Arranca-se dali e vai para o povoado do mocambo na Barra do Tarrachil, onde consegue trabalho em uma pensão. Dali vai para Bendengó, trabalhar em um hotel. Nesse lugar, Joana “junta-se” e vive como companheira de um Soldado de Polícia. 

Há notícias de que Joana Gomes teve um filho, Petrônio, e que o mesmo fora enviado para um comandante da Força Pública, o comandante Gama. 

O mesmo aceita a criança e contrata para que cuide dela, da criança, a D. Arcanja. (...) (Joana) adoeceu e a doença lhe causava dores fortíssimas, tendo ela que ficar de cócoras pra aliviar-se. Descansou(morreu) em um domingo, às cinco horas da manhã do dia 26 de abril de 1953 (...)”. ( Lampião – O Cangaceiro!” - João De Sousa Lima). 


Quanto a usar armas de fogo, só temos o registro de Dadá ter usado, menos um fuzil, mas, uma pistola onde, corajosamente, entra em combate com o soldado volante João Torquato em defesa do seu esposo, o cangaceiro Corisco, quando o mesmo encontrava-se baleado nos dois braços por um tiro de fuzil dado pelo soldado citado.

https://www.facebook.com/groups/545584095605711/785526058278179/?notif_t=like&notif_id=1488282430562970

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