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domingo, 14 de junho de 2015

CHUVA DE BALA NO PAÍS DE MOSSORÓ. AS MINHAS IMPRESSÕES.

Por Professor Francisco Carlos

Gostei da 14º edição do espetáculo Chuva de Bala no país de Mossoró.

Assisti a estreia do espetáculo Chuva de Bala no País de Mossoró nesta quinta-feira. Ao final, algumas poucas pessoas perguntam a minha opinião. Quando não perguntam, ficam por ali, esperando que eu tome a inciativa. Estamos no começo da temporada.

Isso acontece, simplesmente, pela proximidade que mantive com a produção do espetáculo ao longo de oito anos. Só por isso, porque minha avaliação não tem qualquer relevância técnica ou artística. São apenas impressões próprias de um simples espectador. Mas não devo me furtar a elas, a omissão não me é própria.

Sobre o espetáculo, tenho a seguinte opinião: Bom figurino, bom som e boa iluminação.

A trilha sonora supervisionada (ou produzida?) Por Danilo Guanais, provavelmente o maior músico que conheci, cumpriu bem seu papel.


A participação dos artistas mossoroenses, como era de se esperar, também foi muito boa. Talvez um ou outro artista pudesse ter sido escalado para outro papel. Mas, não há nada que comprometa.

Talvez devido às restrições orçamentárias ou mesmo por causa do curto tempo disponível para montagem, a direção optou por substituir os filmes de apoio produzidos por João Marcelino, por recursos de projeção mapeada. Isso agradou bastante. É o aspecto que mais chamou a atenção nesta edição. Contudo, talvez esse recurso de apoio tenha se tornado protagonista.

Senti que o espetáculo perdeu a força do conflito. A encenação começa com uma intensidade que não se mantém.

Os aplausos puxados por alguns grupos foram desnecessários. O espetáculo não precisava daquilo.

O resultado, enfim, foi bom porque repetiu a fórmula vitoriosa de João Marcelino. O estilo Broadway agrada ao público.

Fica, então, meus parabéns.
Professor Francisco Carlos

Jeanne Pontes disse:

Professor Francisco Carlos, respeito muito sua opinião como também a opinião dos demais, entretanto aconselho o senhor assistir outras vezes principalmente a verificar melhor a ficha técnica, só assim o senhor tiraria suas dúvidas citadas.

Não desmerecendo as outras versões, que também agradaram muito, porém nesta versão de 2015 pela primeira vez compreendi melhor o conflito em que o povo de Mossoró sai VITORIOSO e prefeito da época Rodolfo Fernandes sai como HERÓI e não ao contrário.

Acredito que um espetáculo é produzido para o povo e não para egos.

Sobre a sua pergunta a respeito da trilha sonora, segundo ficha técnica a trilha sonora é feita por: Fábio Monteiro, Gideão Lima músicos de Mossoró e Danilo Guanais, arranjos musicais de Paulo Oliveiras e de Eduardo Taufic onde o Eduardo Taufic já foi premiado internacionalmente. O que posso falar sobre a cena da mãe Simplesmente magnifica, pois retrata o amor de mãe querendo proteger seus filhos.

Vi também originalidade, trabalho em equipe, humilde, criatividade, vi a história contada como aprendi, a real história de um povo resistente, de um povo herói e não o contrário.

Sabe o que vi mais, professor, A nobreza do coração da Diretora Diana Fontes, quando ela homenageia todos os artistas, diretores e produções fazendo uma retrospectiva de espetáculos do Chuva de anos anteriores, sabe como eu chamo isso? Ela é livre de vaidade e liberta do ego, onde muitos são escravos. 

Sabe o que vi, Professor, vi dois cangaceiros infiltrados na cidade para colher informações, tem no livro de história, para as pessoas que são presas ao superficial, pouca relevância se dá a originalidade da história. Essa versão 2015 está original, encantadora e minha nota é mil para todos os itens que compõe o espetáculo.

Sabe o que vi mais, professor, vi a vitória de um povo retratado na música final onde tem um trecho que diz: "Que o futuro depende de acreditar, mesmo que diferentes, somos um só"!...

Sabe o que vejo, professor: QUE A POLÍTICA DEVE APRENDER COM A ARTE.

Fonte: facebook

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LANÇAMENTO LIVRO PAULO MACEDO


Amigo leitor, segundo o presidente da "SBEC" escritor e professor Benedito Vasconcelos Mendes houve uma alteração no horário do lançamento do livro do jornalista Paulo Macêdo, que será a partir das 18:00 às 19:30 horas.

Enviado pelo professor, escritor, e presidente da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Benedito Vasconcelos Mendes

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AS MARCAS DO CANGAÇO

http://pt.wikipedia.org

Mesmo após passados 88 anos da tentativa de invasão por parte de Lampião e seu bando à cidade potiguar de Mossoró, a Igreja de São Vicente de Paula, palco da batalha entre a resistência local e o numeroso grupo cangaceiro, ainda guarda em suas paredes as marcas da batalha.

À frente da resistência da cidade estava o Coronel Rodolfo Fernandes, na época prefeito da cidade, do outro lado estava um forte e armado grupo de cangaceiros, comandado pelo mais temido cangaceiro de todos os tempos, Lampião.

http://verdade-queliberta.blogspot.com

No dia 13 de Junho de 1927, após o prefeito Rodolfo Fernandes se recusar a fazer o pagamento da propina exigida por Lampião, a cidade é invadida e começa uma intensa batalha.

Os resistentes entrincheirados contra-atacam e conseguem atingir ainda nos primeiros momentos do confronto, dois importantes cangaceiros, sendo eles; Colchete e Jararaca, tendo o primeiro caído mortalmente e o segundo ferido, preso e assassinado tempo depois.

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A força e a coragem dos populares fizeram com quê Lampião e seu grupo recuassem e abandonassem a cidade, registrando no currículo de Lampião, uma das maiores derrotas de toda a sua vida cangaceira.

Na fantástica fotografia abaixo registrada por Maxxilendário Barreto, podemos ver claramente as marcas das perfurações feitas à bala nas paredes do campanário da Igreja de São Vicente de Paula em Mossoró, local que foi utilizado durante o confronto como trincheira e que fez toda a diferença para anular o forte ataque dos experientes cangaceiros.

Fonte: facebook

Esse combate aconteceu no dia 13 de Junho de 1927, há 88 anos atrás...
...NAS QUEBRADAS DO SERTÃO.

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

Fonte: facebook

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DURVALINA, VIRGÍNIO FORTUNATO DA SILVA E LUIZ PEDRO


Virgínio Fortunato da Silva, vulgo Moderno era natural do Rio Grande do Norte, e nasceu no ano de 1903, e foi assassinado em combate no ano de 1936. Foi um cangaceiro brasileiro. Era conhecido como o "capador oficial" do bando de seu cunhado Lampião. Foi casado com Durvinha, com quem teve dois filhos.1 Liderou um bando próprio, integrado, entre outros, por Moreno, que acabaria se casando com Durvinha após a morte de Virgínio em 1936.2 3 

Durvinha faleceu em 2008 e o seu segundo companheiro Moreno faleceu em 2010. O cangaceiro Luiz Pedro foi assassinado na madrugada de 28 de Julho de 1938, na Grota de Angico, no Estado de Sergipe, em terras da cidade de Poço Redondo. Entre eles foram assassinados mais 10 cangaceiros, inclusive Lampião e Maria Bonita, além do soldado Adrião.

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EXTRA - CASO CARLINHOS – APÓS 42 ANOS, UM SEQUESTRO QUE PERMANECE INDECIFRÁVEL

Carlos Ramirez da Costa, o Carlinhos

RIO — Era noite de quinta-feira, 2 de agosto de 1973. Maria da Conceição Ramirez assistia à novela das 20h com cinco de seus sete filhos em casa, na Rua Alice, em Laranjeiras. Seu marido, João Costa, havia saído de carro com as duas crianças menores. Uma queda de luz fez da sala um breu, e um homem armado entrou no sobrado. Com o rosto coberto, pediu que a mãe lhe entregasse Carlinhos, de 10 anos. Começava assim um dos mais intrigantes casos de sequestro do país. Quarenta e dois anos mais tarde, o mistério sobre o que aconteceu com o menino depois daquela noite permanece indecifrável.

— Eu era repórter de polícia do GLOBO e tinha ido cobrir um caso de assassinato no Leblon. De repente toca o rádio no carro e falam sobre um suposto sequestro na Rua Alice. Naquela época, a palavra sequestro não era comum. Mudamos de rumo na mesma hora — lembra o jornalista Gilson Rebello, que foi o primeiro repórter a chegar à casa da família. — Na parede da sala havia dois pôsteres: um com a imagem de todos os filhos juntos, e outro somente com o Carlinhos. Ele se destacava, era o mais bonito dos sete. Pedi ao fotógrafo que fizesse uma foto do menino. Foi aquela imagem que rodou o Brasil.

CR$ 100 MIL DE RESGATE

No dia seguinte, o rosto de Carlinhos estava na primeira página do GLOBO. Na reportagem, havia uma reprodução do bilhete, também obtido por Rebello. Nele, o sequestrador exigia que Cr$ 100 mil fossem deixados em um ponto da Rua Alice na madrugada do dia 4 de agosto. A sociedade se mobilizou para ajudar. No dia e na hora marcados para o pagamento do resgate, o pai levou o dinheiro ao local, mas o menino não apareceu.

— Lembro que um repórter foi escondido no chão do carro da polícia até o local combinado — conta Rebello. — Os próprios policiais foram pegos despreparados, não sabiam como proceder em um caso de sequestro.

O primeiro suspeito seria um homem com quem o pai de Carlinhos teria uma dívida. A família de João possuía uma indústria farmacêutica em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e ele estaria passando por dificuldades financeiras. Na época, a polícia também investigou a versão de que João teria um caso com a secretária, e os dois teriam planejado o crime.


Em janeiro de 1974, um homem chamado Adilson de Oliveira confessou o sequestro e apontou João como mandante. O pai de Carlinhos foi preso, mas, no dia seguinte, recebeu habeas corpus. A confissão de Adilson era falsa, mas os boatos abalaram a família. Pouco depois, os pais do menino se divorciaram.

INVESTIGAÇÃO REABRIU O CASO

Paralelamente, o detetive particular Bechara Jalkh investigava o sequestro. Em maio de 1977, ele fez ao GLOBO a revelação que levaria à reabertura do caso: o pai de Carlinhos teria forjado o sequestro do próprio filho para conseguir dinheiro da família. O delegado Gomes Sobrinho, titular da delegacia de Roubos e Furtos, que tratou do sequestro, seguiu as pistas encontradas por Jalkh. Exames grafotécnicos apontaram que a letra do bilhete deixado pelos sequestradores era de Silvio Pereira, que trabalhava na empresa do pai de Carlinhos.

— Fizemos várias perícias no bilhete e não houve dúvidas de que a letra era do Silvio — afirma Jalkh. — O João estava completamente falido, com o nome sujo. Doaram mais de Cr$ 300 mil para pagar o resgate, e nunca se soube para onde foi essa quantia.


Em novembro de 1979, a irmã mais velha de Carlinhos, Vera Lúcia, disse com exclusividade ao GLOBO que reconhecera Silvio no momento do sequestro, mas seu pai não deu importância à informação na época. O funcionário foi condenado em primeira instância, mas recorreu e foi absolvido.

Nunca foi provado qualquer envolvimento de João com o sequestro. Ele chegou a ir até a Europa atrás de um vidente que pudesse descobrir o paradeiro de seu filho, sem sucesso. Hoje, aos 92 anos, ele mora com a segunda mulher no Andaraí, Zona Norte do Rio.

Mais de dez homens já se apresentaram a Conceição como sendo o filho desaparecido. A cada nova tentativa, ela afirmava ter certeza de que ainda encontraria Carlinhos vivo, mas exames de DNA provaram que nenhum deles era o menino. Até hoje, um advogado a ajuda voluntariamente com os processos movidos contra ela em ações de reconhecimento de maternidade. Apenas um dos supostos Carlinhos continua a visitá-la.

— Ele acha que é meu filho. Eu sei que não é, mas não discuto, pois entendo a dor dele. Eu perdi o meu filho, e ele não sabe quem são os seus pais — diz Conceição, que, aos 77 anos, mora com a filha mais velha em uma quitinete no bairro da Glória.

A família de Carlinhos já perdeu as esperanças de encontrá-lo vivo. Seus irmãos e o pai preferem não tocar no assunto, mas Conceição conta com detalhes sua saga em busca do paradeiro do filho. Para ela, a angústia terminou na noite de réveillon de 2007, quando, num sonho, uma mulher lhe disse: “seu filho está no céu”.

— Acordei chorando, porque tinha a esperança de vê-lo ainda uma vez. Mas, desde então, meu coração se acalmou. Eu fui até o fim. Não guardo mágoas de ninguém. Só queria saber o que aconteceu com o meu menino.

Fonte – http://oglobo.globo.com/rio/o-globo-90-anos-apos-42-anos-um-sequestro-que-permanece-indecifravel-16396944?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=O

Adquiri no blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros

http://tokdehistoria.com.br/2015/06/13/caso-carlinhos-apos-42-anos-um-sequestro-que-permanece-indecifravel/

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OS ESPÓLIOS DE LAMPIÃO- Jornal "A NOITE ILUSTRADA" de 09 de Agosto de 1938.


A caçada chegava ao fim, afinal o cangaceiro mais procurado de todo o Nordeste, tombava sem vida, naquela manhã fria de 28 de julho de 1938 em Angico.

Lampião, Maria bonita, nove cangaceiros e um Soldado Volante foram mortos durante o confronto, o Rei do Cangaço tombava sem dar um único tiro.

Os bens e objetos pessoais dos cangaceiros mortos são repartidos e exibidos como troféu pelos Soldados, uma demonstração de supremacia da polícia em relação aos abatidos.

Enfim os espólios deixados pelos cangaceiros mortos são divididos entre seus algozes.

Na imagem abaixo podemos ver o Soldado Antônio BERTOLDO da Silva, um dos participantes do confronto, exibindo em seu corpo alguns pertences de Lampião (Chapéu, Punhal, Cartucheira, Lenço, entre outros).

Foto: Jornal "A NOITE ILUSTRADA" de 09 de Agosto de 1938.

Fonte: facebook
Página: O Cangaço - Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

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O PEQUENO PEDRO MOTA POPOFF










Fonte: facebook
Página: Carla Motta
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LEMBRANÇAS DE DOIS HOMENS SOBRE O BANDO DE LAMPIÃO

    Foto: Carla Carneiro - Zé Daniel narrando os fatos no Sítio Poço Redondo

Moradores mais antigos de sítios, na velha estrada entre Umarizal e Apodi, relembram fatos da passagem do bando liderado por Lampião a caminho do ataque frustado à cidade de Mossoró. (Pesquisa de Dudé Viana, publicada no jornal Tribuna do Norte, Natal, em 20 de junho de 2010; e no jornal Zona Sul, edição mensal, Natal, julho de 2010).

José Daniel Carneiro, o Zé Daniel, ex-vaqueiro, nasceu no Sítio Língua de Vaca, no município de Caraúbas-RN, em 14 de maio de 1922, e desde os dois anos de idade é morador do Sítio Poço Redondo, a 32 km do centro urbano. José Sena de Lima, o Zé Sena, ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, nasceu em 28 de novembro de 1922, na Fazenda Sabe Muito, também em Caraúbas, onde o seu pai era vaqueiro, e desde 1930 mora no Sítio Chique-Chique, a 30 km do centro da cidade. Os dois contam como foi a passagem aterrorizante do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e seu bando, pela velha estrada de Umarizal a Apodi.

Foto: Carla Carneiro - Zé Sena mostra a garagem, no local da mercearia que foi saqueada pelo bando de Lampião.

Cooptado com Massilon Benevides Leite, potiguar da cidade de Luis Gomes, para invadir Mossoró e se beneficiar do impressionante capital acumulado, graças a dinâmica econômica da maior cidade da Região Oeste potiguar, em 10 de maio de 1927, depois de ter atacado a cidade de Belém do Rio do Peixe, na Paraíba, Lampião e cerca de 57 homens entram no Rio Grande do Norte, pela cidade de Luis Gomes, invadem sítios, espalhando medo e terror por onde passam, destruindo tudo que encontram à sua frente, cometendo os piores atos de violência como sequestrar, saquear, incendiar casas, estuprar e matar.

Nos sítios Aroeira e Bom Jardim roubam dinheiro e jóias, prendem dona Maria José, de 70 anos de idade, esposa do proprietário do sítio Aroeira, exigindo resgate de 30 contos, e cangaceiro Graúna mata José Silva, um morador do sítio. No Sítio Bom Jardim, de Cassiano Benício, o susto do cangaceiro mata Moisés Boágua, avô materno de Antônia Ayres Viana, a futura esposa do então menino Zé Daniel. Este, que passou toda a infância vivenciando este fato, e até os dias atuais, vez por outra, lhes pede para contar a mesma história. 

As pessoas, de tanto medo, saíam de suas casas, sempre que surgiam rumores da aproximação de Lampião por esses lugares, e deixavam as portas abertas, porque o cangaceiro ficava muito furioso quando encontrava portas fechadas. No Sítio Ação, de Chico Neco, onde comboieiros que vinham de lugares mais distantes sempre pernoitavam, aconteceu um episódio: a família correu ao perceber a chegada de Lampião, e os comboieiros, que também correram preocupados em salvar os seus pertences, fecharam as portas da casa antes de fugirem; só um dos moradores da casa, de nome Evaristo, por ter pouca visão, não correu.

Lampião enfurecido, depois que seus cabras comeram e beberam, mandou botar querosene nas cangalhas, nos caçoais e na casa, tocar fogo em tudo, e soltar os animais. Vendo o Evaristo em pé parado e sem nenhuma reação, Lampião perguntou: E você, seu cabra, não correu por quê? O Evaristo, que não enxergava quase nada, lhe respondeu: Não, Capitão, eu não vi porque correr!

Lampião achou que era um afronte à sua pessoa e ordenou que o amarrasse e o levasse com o bando, para ser morto depois.

Saíram do Sítio Ação para o Sítio Barro Vermelho, do cel. Joaquim Pereira, onde foram recebidos com tranquilidade pelo dono da casa, se abancaram, comeram, olharam as armas, expostas por todos os cantos da sala, e o cel. Joaquim, vendo o Evaristo amarrado no tronco de uma árvore, mandou lhe servir comida, e na hora de Lampião ir embora, o cel. Joaquim lhe perguntou: Capitão, por que está levando o Evaristo? Respondeu-lhe Lampião: Para do veneno dele fazer sabão. Este cabra é tão ruim, que não correu quando todos correram; por isso, vou matá-lo e dele fazer sabão!

Vizinho do Evaristo há muitos anos, Joaquim Pereira disse ao Capitão: Eu o conheço, é o Evaristo, um pobre coitado e zanoio, que não enxerga quase nada. Solte ele! Lampião, atendendo ao pedido do cel. Joaquim Pereira, soltou Evaristo, que pelo o resto de sua vida foi sempre muito grato ao seu salvador.

Do Sítio Barro Vermelho, Lampião e seu bando de criminosos foram para o Sítio Umari, onde sequestraram o coronel Antônio Gurgel e sua esposa, dona Neném do Mari (o coronel Antônio Gurgel foi levado até Mossoró). Do Umari foram para a Fazenda São Vicente, na qual o grupo de bandidos praticou roubos e estuprou dona Mariquinha Moreira, esposa do senhor Pedro Canapum. Da fazenda São Vicente, Lampião foi para o Sítio Chique-Chique, aonde já chegaram saqueando a mercearia que existia. O seu Zé Sena conta que quando Lampião passou por aqui, ele morava no sítio vizinho de nome A Volta do Juazeiro, e se lembra de tudo, da correria das pessoas deixando suas casas para se esconderem nas caatingas...

Foto: Carla Carneiro - Casa grande do Sítio Chique-Chique, vista lateral... 
Foto: Carla Carneiro - José Sena sentado na cajarana centenária, no pátio do Sítio Chique-Chique

Do Chique-Chique, Lampião foi para o Sítio Santana, onde Zé Pequeno escondeu o dinheiro no buraco de um andaime e quase morre de tanto apanhar para dizer onde estava o dinheiro, mas não disse. Lampião, seguidamente, abaixava e levantava a cabeça de Zé Pequeno, e perguntava: Zé Pequeno, cadê o dinheiro? Zé Pequeno olhava para o dinheiro, bem no alto do andaime, e respondia: Capitão, eu não tenho dinheiro, não!

Lampião passou pelas cidades de Felipe Guerra, depois São Sebastião, atual Gov. Dix-sept Rosado, onde, juntamente com seu bando, depredam a estação de trem e matam um jovem. O cangaceiro chegou a Mossoró em 13 de junho de 1927. Oito moradores da passagem das oiticicas são aprisionados como reféns. Mas Lampião foi surpreendido por cerca de trezentos bravos defensores, que atiravam de todos os cantos da cidade; então, a partir da derrota em Mossoró, Lampião começou a perder forças e acabou fugindo para a Bahia com poucos homens. Sua saga completou-se em 28 de julho de 1938, no lugarejo de Angicos, no Estado de Sergipe.

Zé Daniel cresceu cuidando de gado e outros animais no Sítio Poço Redondo, de Hermano Fernandes, onde foi o principal vaqueiro. Casou-se com dona Antônia Ayres Viana e tiveram nove filhos. Este que vos escreve é um deles.

Foto: Carla Carneiro - Ruínas da casa grande do Sítio Poço Redondo...

Zé Sena foi convocado para a Segunda Guerra Mundial, em outubro de 1943, aos 21 anos de idade. Como oficialista do Batalhão, trabalhava como sapateiro, profissão que aprendeu com seu pai. Conta que foi a cavalo do Sítio Chique-Chique até a cidade de Caraúbas, de lá foi de trem até Mossoró e de caminhão pau-de-arara até Natal.

Lembra que ainda não existia a ponte do Rio Assu, então atravessaram o pau-de-arara num pontal de madeira, uma balsa grande, e todos empurrando. Ele ficou nove meses no 2º Batalhão de Carros de Combate, em Natal, quando chegou o chamado para o Rio de Janeiro. Todo o batalhão viajou de navio durante oito dias e oito noites até Cabo Frio-RJ. Eram 10 navios de carga levando as armas e dois navios com o batalhão inteiro de três mil soldados.

De Cabo Frio foram de trem para o 6º RI - Regimento de Infantaria, em Caçapava, no Estado de São Paulo, e de lá, soldados eram enviados para o centro de batalha em Berlim, na Alemanha. Mas foi em Cabo Frio que o seu Zé Sena teve muito medo de morrer, porque os alemães enviavam submarinos na tentativa de matar a todos.

Foto de Carla Caneiro sobre pintura - Zé Sena, em São Paulo, 1945.
Foto de Carla Carneiro sobre pintura - José Sena, em São Paulo, 1945.
Foto de Carla Carneiro sobre pintura - Zé Sena, em São Paulo, 1945.

Com o fim da segunda guerra em 1945, ele voltou para o Sítio Chique-Chique, onde serve como fonte de pesquisa para estudantes etc.. Casou-se com dona Maria Auxiliadora Praxedes, com quem teve uma filha; e em segundo casamento, com dona Eliete Martins da Fonseca, teve oito filhos.

Foto: Carla Carneiro - Outra imagem do Zé Sena na sua cajarana centenária do sitio Chique-Chique

O Zé Daniel que nunca fez mal a ninguém, mas por ser da família Carneiro, quase sempre que acontece um crime na Região Oeste potiguar, a polícia bate a sua porta a procura de possíveis criminosos, mas nunca encontra um sequer em sua casa. São dois amigos, de 88 anos, dois homens unidos numa história: “o susto de Lampião”, na estrada velha do Apodi. 

Foto: Carla Carneiro - Outra imagem do Zé Daniel narrando os fatos no Sítio Poço Redondo

P.S.: Nesta postagem o texto está como foi publicado em 2010. Mas Zé Daniel e Zé Sena, de 88 anos, agora estão com 93 primaveras. Que maravilha!

Fontes de apoio: Carla Carneiro (fotos) e Nanô Carneiro (transporte). 

http://alodudeviana.blogspot.com.br/2015/06/lembrancas-de-dois-homens-sobre-o-bando.html?spref=fb

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GAZETA DE ALAGOAS - MACEIÓ, 10/SETEMBRO/1967 - SÉRGIO DANTAS

Por Angélica Bulhões

Estava conversando sobre fontes orais com o amigo Sérgio Dantas. Ele me disse que não basta apenas entrevistar pessoas que presenciaram este ou aquele evento ligado ao cangaço, pois o testemunho isoladamente, pode favorecer erros e/ou obstáculos históricos, é o que se tem em demasia por aí. Disse ainda, que o pesquisador comprometido, além da memória oral, vai aos arquivos, um bom exemplo segundo ele, aqui no meu Estado, é o Instituto Histórico de Alagoas, pois ali tem documentos, que podem ser confrontados com outras fontes, o problema é que para tal ambiente o acesso é limitado, apenas para pesquisadores com obras publicadas, não há espaço, ainda bem, para protótipos de pesquisadores. 

Segue abaixo, publicação de Jornal, com meu avô Sílvio, devidamente cuidada na Hemeroteca do IHG/AL e que somente pesquisadores tem acesso. O mesmo ocorre com a platina de capitão que foi concedida a Virgulino Ferreira, o Lampião, cuja relíquia está sob vidro à prova de bala e só pessoas autorizadas a podem ver e tocar, o chapéu deste e outros materiais do acervo da instituição.




Fonte: facebook

Para você que não sabe Angélica Bulhões é neta de Sílvio Bulhões e bisneta dos cangaceiros Corisco e Dadá

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DELMIRO GOUVEIA E O PRIMEIRO SHOPPING DO BRASIL


O cartão postal, datado de 1904, traz lembranças do imponente Mercado do Derby, na cidade do Recife. Foi uma criação de Delmiro Gouveia, sua construção teve iniciou em 1898, ficando as obras concluídas em sete de setembro de 1899. Com seus 129 metros de comprimento, dividida em dois corpos principais com pavilhões em suas extremidades. Voltado para o nascente, o Mercado do Derby dispunha de 18 portões e 112 janelas, localizando-se no centro um pavilhão em dois pavimentos onde funcionava a administração, com uma vista de todo o movimento dos corredores centrais. 


As cobertas dos dois corpos principais eram suspensas por quatro linhas e 16 colunas em ferro, sendo o pavilhão central cercado por ventiladores que se encarregavam da renovação do ar e da luminosidade do ambiente. Possuía o mercado 264 compartimentos, dispostos em forma de três ruas paralelas, sendo servido por água encanada, esgotos e uma central de energia elétrica, a grande novidade da época. Um imponente prédio onde se vendia de tudo, de carne, artigos importados, verduras, gelo e jornais. Em frente à fachada principal, tinha uma área ajardinada com 400 metros quadrados de extensão, onde eram disputadas corridas de bicicleta e, mais adiante, à direita, foi erguido um luxuoso hotel com vários salões para jogos, cafés, restaurantes e outros divertimentos. A luz elétrica proporcionou aos comerciantes estenderem o horário comercial de suas lojas até às 8h da noite, com a realização de festas para crianças e adultos, que atraíam multidões. Era o ponto mais concorrido do Recife na época, sendo todo o conjunto servido por uma linha da Companhia de Ferro Carril, que administrava o transporte coletivo por tração animal. Era uma espécie de precursor dos atuais shoppings. O Mercado do Derby foi destruído por um incêndio, na madrugada de 1º de janeiro de 1900. 

Dizem que o incêndio foi criminoso e seus autores foram os inimigos políticos de Delmiro Gouveia, na época, chefiados pelo vice-presidente da República, o Conselheiro Rosa e Silva. Desde 19 de novembro de 1925 que o prédio do antigo Mercado do Derby é ocupado pelo Comando Geral da Polícia Militar de Pernambuco.
Fonte: Jornal da Besta Fubana

Fonte principal: 

Fonte: facebook

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O ATAQUE A ITUMIRIM, ATUAL JUACEMA

Por Rubens Antonio
Nesta imagem, os nomes que encontrei, constituindo os dois subgrupos.

O ATAQUE A ITUMIRIM, ATUAL JUACEMA

Conforme minhas leituras de material da época... foram 13 cangaceiros.

Dividiram-se em dois subgrupos. Um grupo principal, formado por oito atacantes. O outro subgrupo, apesar de menor, formado pelos cinco restantes, era liderado pelo próprio Lampeão.

Fonte: facebook

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