Aquele era o homem e aquela era a terra, terra dos escravos recém libertados, terra dos flagelados, dos filhos da desigualdade. Diversas cores e histórias se misturavam na "terra prometida". O "Bom Jesus" trazia ao povo o alento, o sustento, a ajuda e a igualdade que o sistema esquecera que existia. Nas terras de Morais o dinheiro era o imperador, nas terras de Conselheiro todos viviam pela fé. O sonho de um mundo novo e livre germinava nas terras da opressão.
Mas o sistema é como uma locomotiva feita de aço e movida pelo vapor do
capitalismo e do poder, um trem que não pode parar por nada e que atropela e
esmaga tudo que estiver em seu caminho.
Os ideais alimentaram a força da resistência conselheira, mas não foram páreo
para o fogo e as balas, muito menos para a necessidade do sistema de aniquilar
tudo que não esteja subordinado à ele. E assim, Canudos e seu líder entraram
para história quando a terra dos sonhos sucumbiu à realidade.
O município de
Irecê sediará, de 22 a 24 de maio, o II Seminário de Cordel da Uneb/Campus XVI,
que traz como tema “A Arte Cultural Popular em Múltiplas Linguagens no Território
de Irecê”.
Organizado
pelos alunos do 6º semestre do curso de Letras, o evento tem a coordenação do
acadêmico e professor da rede pública, Sandro Gomes Oliveira, e apoio da
diretora do Campus, Helga Porto, e do professor Orlando Freire.
A atividade
vai reunir nomes importantes do cenário cultural do País, a exemplo do cantor,
compositor e repentista Bule Bule. Também agitarão a programação os professores
Antônio Barreto, Helder Pinheiro, Amarino Queiroz, Flanklin Maxado, Ady teles e
Luiz Natividade; além dos poetas Carlos Silva, Felipe Júnior (PE), Lucas de
Oliveira e Janete Lainha. No dia 24, às 19h, haverá a ‘Noite Cultural do
Cordel’com shows de Markinhos Forró Furado e Nelinho e Banda.
Espaço de
Formação e Aprendizagens: De acordo com Sandro Oliveira, o Seminário de
Cordel tem por objetivo despertar o interesse da comunidade acadêmica e do
território pela manifestação cultural do Cordel, bem como fomentar a
importância da Literatura de Cordel no Campus XVI como corpus de pesquisas
acadêmicas no curso de Letras. “Além disso, queremos oportunizar um momento de
significativas aprendizagens na formação dos sujeitos envolvidos,
possibilitando uma real aproximação entre universidade/comunidade”, enfatiza o
coordenador do evento.
Para se
inscrever e obter maiores informações, a organização do evento disponibiliza o
blog http://www.cordeluneb.blogspot.com.br/. Informações também podem ser
obtidas através dos números: 74.3641.3503 e 74.9949.9831 (Sandro).
(João Lima, Gilmar Teixeira, José Carlos e Sônia Célia)
Paulo Afonso
novamente é cenário para documentário sobre a cultura local. A direção do
vídeo está sendo realizada por Gilmar Teixeira. A Usina Angiquinho (que
completa 100 anos de história agora em 2013) foi palco das primeiras imagens
captadas por Gilmar e José Carlos, que entrevistaram o historiador João de
Sousa Lima, que contou um pouco da vida da cangaceira Aristeia Soares. O filme
será apresentado durante o Cariri Cangaço, no Ceará. Gilmar Teixeira também
apresentará o vídeo em alguns festivais do Brasil.
No Museu da Usina Angiquinho a senhora Sônia Célia Borges, coordenadora da
instituição, deu total apoio a equipe.
Os depoimentos
sendo gravados na Usina Angiquinho.
Usina
Angiquinho
Gilmar
Teixeira entrevistando João Lima
Gilmar Teixeira e João de Sousa Lima
Zé
Carlos, João e Gilmar rodado o documentário sobre a vida de Aristeia Soares de
Lima.
João de Sousa
Lima é escritor, pesquisador, autor de 09 livros. Membro da Academia de Letras
de Paulo Afonso e da SBEC- Sociedade Brasileira de estudos do Cangaço.
telefones para contato: 75-8807-4138 9101-2501 email: joaoarquivo44@bol.com.br
joao.sousalima@bol.com.br
Conforme
nos informa o Sr. Everton, em suas montarias,da
direita para a esquerda estão, Ezequiel e Lampeão.
Caros
seguidores e visitantes.
Como podem
constatar nos comentários, o Sr. Everton Francisco nos esclarece acerca do uso
de cavalos pelos cangaceiros. Como não havia encontrado referência a essa
prática, imaginei que se tratava apenas de uma leitura cinematográfica a
caravana que circulava pelo sertão. Para melhor ilustrar o que disse nos
fornece uma rara e bonita imagem do grupo em seus cavalos.
Continuo sem o meu computador. O que eu tenho feito é através de lan house, e mesmo assim, muito difícil, por eu não ter intimidade com alguns teclados. Tudo diferente do meu.
Cada vez mais descobrem-se pessoas e fatos que elevam Paripiranga à categoria de palco de uma das páginas mais estudadas e dolorosas do Brasil contemporâneo: O Cangaço.
Desta vez, a surpresa veio por conta de uma conversa com um amigo que também pesquisa a nossa História e que revelara através de relatos orais de pessoas que viveram nas décadas de 1920 e 1930. Catando informações aqui e ali, ficou constatado que Paripiranga foi um pequeno celeiro dos cabras de Virgolino e dos seus subgrupos aqui de passagem, além de ser também referência de algumas pessoas que davam apoios chamados pelas volantes de "coiteiros".
Saracura em tempos de Paz.
Uma dessas personagens foi o natural de Paripiranga, (BA) de nomeBenício Alves dos Santos que recebeu a alcunha de "Saracura".
Nascido na região chamada de Curral, perto da comunidade Maritá, divisa com os municípios de Carira e Pinhão no estado de Sergipe.
Em entrevista ao jornalista Joel Silveira em Março de 1944, na Penitenciária de Salvador, Saracura conta como entrou para o bando de Virgolino, grupo de Zé Sereno e depois seguiu com Angelo Roque, o "Labareda", que assim como Corisco tentaram manter viva a chama do Cangaço após o passamento de Lampião em 1938.
Veja a seguir, um trecho desta conversa interessante com alguns cangaceiros sobrevieventes:
O próprio Saracura parece, agora, sair do seu sono triste. Pede a palavra e conta:
-"Posso falar do meu caso. Peguei na espingarda quase obrigado, para mim vingar das misérias que fizeram com meu pai. Um dia, no Coité, uma volante invadiu o nosso sítio. Queriam à força que meu pai desse notícia dos cangaceiros, como se ele fosse um coiteiro. O velho não sabia de nada, e então os "macacos" começaram a supliciar o pobre: arrancaram as barbas dele, fio à fio, arrancaram suas unhas com alicate; se o senhor pensar que estou mentindo, vá lá no Coité e procure André Paulo Nascimento, que mora nas redondezas. É o meu pai. Ele dirá ao senhor se estou ou não falando a verdade. Ele mostrará ao senhor o estado em que ficaram seus dedos. E eu próprio, antes de pegar na espingarda, fui um dia violentamente espancado na Fazenda Curral, perto do Coité. Os "macacos" haviam dito que eu era coiteiro, mas na verdade é que, até então, eu nunca vira um bandido na minha vida ".
Saracura me revela mais que é casado e tem três filhos, que de vez em quando o visitam.
Essas duas imagens do Benicio foram feitas em Salvador, 1964, onde ele trabalhava no necrotério do Instituto Nina Rodrigues. Emprego arranjado pelo amigo Dr. e escritor Estácio de Lima. Um cargo que poucos ou quase ninguém aceitaria, mas como se tratava de um ex cangaceiro de Lampião... Só tinha medo dos vivos.
O termo dito pelo cangaceiro Saracura que relaciona Coité como sua terra está correto, pois Paripiranga antes chamava-se de Patrocinio do Coité. Como está contida na seguinte informação tirada no WIKIPÉDIA:
Saracura é o nº 2 quando atuou no grupo de Zé Sereno, o nº 1.
Cortesia de Ivanildo Silveira
Nos seus primórdios, a povoação de Malhada Vermelha foi premiada pelo cidadão José Antônio de Menezes, que construiu uma capela sob a invocação de Nossa Senhora do Patrocínio, filiada à Freguesia de Nossa Senhora do Bom Conselho dos Montes do Boqueirão. A dita capela foi elevada à categoria de freguesia pela Lei Provincial 1 168, de 22 de maio de 1871, com o nome de Nossa Senhora do Patrocínio do Coité.
Patrocinio do Coité, inicio do século XX.
Acervo: Marcos Aurélio Carregosa Lima
Foi o Arraial de Patrocínio de Coité elevado à categoria de vila pela Lei Provincial 2 553, de 1º de maio de 1886, que criou o município de Patrocínio de Coité, com território desmembrado do de Bom Conselho (atual Cicero Dantas), que se instalou a 1º de fevereiro de 1888. Pelo Decreto Estadual 7 341, de 30 de março de 1931, o município teve o seu nome mudado para Paripiranga.
Acompanhe os primieros dois minutos do vídeo abaixo com relatos de Saracura, Angelo Roque, tenente Zé Rufino e imagens do bando de Virgolino.
OBS. Com exceção do video, as imagens e algumas informações foram inseridas por nós a fim de enriquecer a matéria. Até o momento não temos qualquer informação sobre a causa e data da morte de Saracura.