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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

A CHACINA DO COURO - A chacina do Couro Entre a ficção e um dolorosa realidade

Por Rangel Alves da Costa

"Abri a porteira e caminhei por uma estradinha de chão. Logo adiante avistei uma moradia de fazenda e um curral logo ao lado. Tanto a casa como o curral em silêncio absoluto, ouvindo-se apenas o murmurejar do vento e do balançar de folhagens. Pelas portas e janelas fechadas, pela quietude do lugar e também pela ausência de qualquer vestígio de presença humana, então resolvi observar se havia pegada recente de animais pelo curral, mas apenas o barro duro e o estrume de canto a outro. Segui adiante. Somente após abrir o primeiro colchete é que tudo começou a mudar. 

Aquele silencio e aquela mansidão de mais atrás, de repente começaram a totalmente se transformar. Após o segundo colchete, então o mato pareceu se agitar, a ter olhos, a guardar segredos perante seus tufos, a dialogar com alguma presença humana. Não há que se negar que tal situação causa espanto e medo em qualquer um. 

Mas eu tinha de prosseguir, pois sabia muito bem o que queria encontrar. Pelas histórias muitas vezes ouvidas, logo nas proximidades daquele local, no ano 32, havia começado um dos mais terríveis episódios da história do Cangaço, ou uma das maiores covardias já perpetradas por cangaceiros liderados por Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Caminhei um pouco mais até me deparar com uma lagoa seca em meio aos descampados. 

Lancei o olhar de canto a outro e foi como estivesse na presença de terríveis e sanguinários cangaceiros, depois um sopro voraz de ventania me contou que aqueles desumanos bandoleiros eram Gato, Azulão, Suspeita, Medalha e Cajueiro, todos liderados pelo primeiro. Eu já nem sabia em que mundo, tempo ou realidade estava. E mais estranho ainda quando comecei a ouvir uma voz que começou a relatar todo o acontecido naquelas distâncias dos sertões de Poço Redondo.

Com sotaque de velho sertanejo, mas sem aparecer fisicamente, então contou-me: ‘O ano era 32. Montados em cavalos, Lampião e seus cabras chagaram na região do Couro, já na divisa de Sergipe e Bahia. Umas selas e uns arreios dos cangaceiros foram enterrados, mas depois encontrados por um rapazote que por ali residia. 

Como os apetrechos haviam sumido, então a fúria tomou conta de Lampião, que logo resolveu culpar aquele mundo sertanejo pelo sumiço dos couros. 

E deu ordens para que Gato e seus comandados fizessem uma investida pela região e passassem a punhal e a mosquetão o que encontrassem. E assim a fúria perversa e sangrenta começou a agir. Mataram logo dois e depois seguiram matando, mais três e mais dois. Sete ao todo. Morreram os inocentes Antônio Monteiro, o menino Galdino, de apenas sete anos, Alfredo, Clemente e seus filhos Doroteu e João, ainda um doidinho chamado Zé Bonitinho. 

- E o que você está procurando está logo ali, depois daquele embrenhado de mato. Não é a capelinha que você está procurando, a capelinha levantada em memória dos dois primeiros mortos da Chacina do Couro, que foram Antônio Monteiro e o menino Galdino? Tá tudo já caindo, mas vá até lá e reze por aquelas pobres almas. Vá rezar, vá orar por mim, pois sou uma daquelas almas ali esquecidas no tempo’. 

E depois apenas o silêncio. 

E a minha entristecida presença ao lado dos restos dos restos, do que amanhã talvez nada reste, senão as memórias de um tempo de dor e de sofrimento”.

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2024/11/a-chacina-do-couro.html

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SERTÃO VIRGOLINO...

Por Volta Seca

É com grande satisfação que participei como entrevistado na série documental Sertão Virgulino, abordando a vida cangaceira de Antônio Silvino, o Rifle de Ouro, e sua atuação nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. Este documentário será exibido em todo o Brasil, o que reforça a importância desse trabalho para a preservação da memória do cangaço.

Foi uma honra destacar quem foi Antônio Silvino em seu período áureo no cangaço e evidenciar a vasta rota percorrida por ele dentro da Paraíba. Aproveito para agradecer à equipe de Sertão Virgulino pela oportunidade de compartilhar o resultado das minhas pesquisas sobre aquele que, em minha opinião, foi o maior cangaceiro da história do Nordeste brasileiro.

Registro ainda meu agradecimento especial ao grande ativista cultural João Dantas, que também participou das entrevistas e cedeu gentilmente as dependências da Vila São João para servir de cenário a essa importante produção.

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste

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HERMANO ALMEIDA - O GÊNIO DOS OSSOS DE VIDRO

 Por Epitácio de Andrade Filho

Hermano Almeida – O Gênio dos Ossos de Vidro Hermano Almeida nasceu aos 9 dias de outubro de 1964, em João Pessoa. Possui graduação em Medicina (1991) pela Universidade Federal da Paraíba.

Hermano com professor Beltrão Castelo Branco

Concluiu Mestrado em Filosofia pela UFPB (2006) e doutorado pela UFPE/UFPB/UFRN (2010).

Tem Residência Médica em Psiquiatria e Pediatria. É médico psiquiatra da infância e adolescência.

Ao ser inquerido numa entrevista à Revista Divulga Escritor, maior rede de propaganda literária da lusofonia, sobre as razões para o título de seu quinto livro, “Anjo de Vidro”, respondeu:

Tenho uma doença genética, a osteogênese imperfeita. Tive, até hoje, 35 fraturas. O termo anjo de vidro é uma mistura dos filmes de Win Wenders, “Asas do desejo” e “Tão perto e tão distante” com o nome com o qual a doença é conhecida popularmente “ossos de vidro”.

Médico concursado do Hospital Universitário “Lauro Wanderley”, o genial e exemplar servidor público aguarda sua merecida aposentadoria.

A fotografia que ilustra esse post-homenagem registra um encontro casual do escritor (sentado no veículo) com o professor de pneumologia Beltrão Castelo Branco.

Enviado pelo autor.

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O ESPETACULAR CARIRI CANGAÇO - PIRANHA 2014

 Por Benedito Vasconcelos

Benedito Vasconcelos e Manoel Severo

"Prezado Manoel Severo, desejo externar a minha opinião sobre o espetacular evento turístico-cultural Cariri Cangaço Piranhas-AL 2014.

Durante toda minha militância cultural, poucas vezes participei de um evento tão organizado e proveitoso como este. A divulgação prévia, feita por você , as palestras escolhidas, o cenário do local; a bela e cativante cidade histórica Piranhas-AL; e a organização impecável, feita pelo pessoal da Comissão Organizadora, capitaneada pelo incansável amigo Jairo Luis, fizeram do Cariri Cangaço Piranhas , um marco difícil de ser repetido. 

Parabéns pelo evento e um 
grande abraço extensivo ao Jairo Luis."

Benedito Vasconcelos Mendes
Presidente da SBEC
Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço

http://cariricangaco.blogspot.com
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EM AGOSTO DE 2014, ÁGUA BRANCA RECEBIA O CARIRI CANGAÇO DE MANOEL SEVERO.

 Por Manoel Severo


Água Branca sem dúvidas é uma das mais aconchegantes cidades de nossa Alagoas, sua tradição e memória podem ser testemunhadas pelo imenso e espetacular patrimônio arquitetônico, testemunhas vivas, embora mudas de um passado cheio de história e cultura. Água Branca está localizada na micro-região do Sertão Alagoano, sua altitude de 550 metros acima do nível do mar nos permite "enxergar" de um belíssimo mirante, boa parte das divisas com Pernambuco e Bahia.

Ali, a Caravana Cariri Cangaço foi recebida pelo historiador, pesquisador e escritor Edvaldo Feitosa, grande confrade e amigo, que a cada passo nos presenteava com um pouco da história de sua bela cidade. O nome Água Branca tem origem pelo conjunto de fontes naturais existentes na região; inicialmente fora Mata Pequena, depois Matinha de Água Branca, e atualmente Água Branca.

Jadilson Ferraz, Manoel Severo e o famoso Casarão da Baronesa de Água Branca
Manoel Severo, Edvaldo Feitosa e Jadílson Ferraz em Água Branca
Edvaldo Feitosa E Manoel Severo
Edvaldo Feitosa, Manoel Severo e Heldemar Garcia.

Os primeiros a chegar e a desbravar essas terras foram Vieira Sandes, oriundos de Itiúba, pequeno povoado próximo a Porto Real do Colégio, em Alagoas, atraídos pelas riquezas da região e fertilidade de seu solo. Em 1770 foi construída a capelinha bem no meio "do nada", que até hoje se mantém viva. 

Edvaldo Feitosa, recentemente lançou sua obra "Água Branca, História e Memória" onde nos traz toda a história da bela cidade. Até o século XVII, o território de Água Branca pertencia a Paulo Afonso, que era província de Alagoas e era conhecida pela denominação de Mata Grande. À sesmaria de Paulo Afonso conhecida por Mata Grande, pertencia também o território do município de Piranhas, e hoje os atuais municípios de Delmiro Gouveia, Olho D'água do Casado e Pariconha. 

Em 24 de abril de 1875, o povoado foi emancipado e instituído a Vila de Água Branca. Por divergências políticas, a Várzea do Pico, onde se realizava as grandes feiras de gado, foi chamada Vila do Capiá e em 1893 passou a ser sede da vila de Água Branca. Em 1º de junho de 1895 a sede passou definitivamente à Vila de Água Branca. Somente em 02 de junho de 1919, através da Lei nº 805, a vila passa a categoria de cidade de Água Branca.

Capela construída ainda no século XVI
O fabuloso casário, patrimônio arquitetônico de Água Branca


Água Branca foi cenário do primeiro ato Rei do Cangaço, Virgolino Ferreira; aqui, em 1922, Lampião, recém "nomeado" líder do bando de Sinhô Pereira ataca Água Branca e assalta o casarão da Baronesa Joana Vieira, viúva do Barão de Água Branca. Água Branca, também vem a ser o berço de um dos mais destacados cangaceiros da história: Cristino Gomes da Silva Cleto, Corisco - O Diabo Louro; quando ainda se chamava "Matinha de Água Branca" ,ainda povoado de Mata Grande. 

Do espetacular Mirante de Água Branca se vislumbra boa parte dos territórios de Paulo Afonso, Delmiro Gouveia, Mata Grande...
Das Virgens, Edvaldo Feitosa, Manoel Severo, Heldemar Garcia, Ingrid Rebouças e Jadilson Ferraz
Edvaldo Feitosa, Felipe Falcão, Manoel Severo e Reinaldo Falcão

Água Branca sem dúvidas é roteiro obrigatório de todos aqueles que pesquisam não só a temática do cangaço, mas as coisas do sertão. Sua tradição e história fazem parte do manancial de riquezas, tão próprias de toda a região. Água Branca recebeu a visita  da Caravana Cariri Cangaço no último mês de Julho de 2014. 

Manoel Severo
Curador do Cariri Cangaço

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UMA VOLANTE DE RESPEITO.

 


Na caça ao cangaceirismo no Nordeste, foram criadas várias volantes / policiais. A da foto abaixo era chefiada por SINHOZINHO ALENCAR. Nome de respeito no sertão pernambucano. Observem, o traje, armamentos, e, as crianças.

Foto de Valdir Nogueira

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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CARTÃO DE VISITA DE LAMPIÃO - (Cópia do Original)


CARTÃO DE VISITA DE LAMPIÃO - (Cópia do Original)

Para evitar falsificações, ele possuía cartão de visita, com sua imagem, em que tratava de negócios com as pessoas; pedia dinheiro (extorsão), além de outros assuntos.


A ideia da confecção desses CARTÕES, foi do esperto árabe, Benjamin Abrahão, que os confeccionou, na cidade de FORTALEZA., e, presenteou o Rei do Cangaço.

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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OS TIROS QUE ATINGIRAM LAMPIÃO, EM 28-7-1938 (Grota do Angico

Por Volta Seca

 


No Instituto Histórico de Maceió, existem as CARTUCHEIRAS (De Ombro e cintura), do Rei do cangaço, as quais, mostram as marcas de perfurações de balas. 


Um dos tiros, o atingiram na região peitoral, próximo ao mamilo esquerdo (coração), enquanto o outro (na cartucheira de cintura), o atingiu na região do baixo ventre.


Local do tiro na cartucheira da cintura que sofreu Lampião quando foi atacado pela volante do tenente João Bezerra da Silva, na Grota de Angico, no Estado de Sergipe, na madrugada de 28 de Julho de 1938.

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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