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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Soldados da borracha pressionam autoridades por pensão digna

Soldados_da_Borracha

O Ginásio do Sesi, em Rio Branco, será o ponto de encontro de milhares de soldados da borracha e seus familiares, no próximo dia 10. Eles se juntarão em assembléia convocada pelo sindicato acreano da categoria, que também representa todos os aposentados. 
Será um momento esperado por todos para chamar a atenção da classe política no Acre, onde mora a metade dos 12 mil soldados da borracha cadastrados no Ministério da Previdência Social.
O que se espera desta grande reunião é que, na prática, todos os 24 deputados estaduais, os 8 federais, os 3 senadores e os vereadores rio-branquenses sejam sensibilizados a ajudar na pressão para o Congresso Nacional votar logo a PEC que eleva a pensão dos ex-seringueiros. Também estão convidados o governador Tião Viana, o prefeito da capital, Raimundo Angelim, representantes das justiças estadual e federal e da Defensoria Geral da União, além do superintendente regional do INSS, Elias Evangelista, e representantes do sindicato nacional dos aposentados.


A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM), autora da PEC, que também estará em Rio Branco, disse que “já tem quase uma década de espera por uma resposta do legislativo. A angústia destes honrados brasileiros só aumenta. É hora de mudar isso”, opinou a senadora. “O parlamento estadual acreano dará apoio incondicional a estas pessoas”, disse o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Elson Santiago. Ele também estará presente.
O apelo dos seringueiros será revelado numa carta aberta aos parlamentares e ao governador. “Vamos sugerir que eles assinem o documento num sinal de compromisso. Espero sinceramente que sejamos atendidos”, comentou Luziel Carvalho, coordenador da comissão organizadora do evento.
Atualmente, o maior reconhecimento aos soldados da borracha é a inclusão de seus nomes no Livro dos Heróis da Pátria, fruto de uma lei de autoria da deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB), sancionada pela presidenta Dilma Rousseff no mês passado. O ato para formalizar a inscrição dos ex-seringueiros como heróis brasileiros está marcado para o dia 16 de novembro, e também oficializará o nome do sindicalista assassinato Chico Mendes nos anais do Panteão da Pátria e da Liberdade. Este será o primeiro ato após a reforma do monumento que leva o nome do ex-presidente Tancredo Neves.


“As vezes a gente se cansa de brigar sozinha. Preciso de ajuda, afinal falta muito pouco para fazer justiça a essa gente. Só iremos vencer este desafio com o envolvimento de todos. É questão de honra inclusive da Bancada Federal lutar por esse reajuste”, comentou a deputada, que é autora de um relatório aprovado, em comissão especial, que equipara o benefício ao que é pago aos ex-combatentes de guerra. A deputada, que confirmou presença na assembléia do dia 10, também garantiu, num voto apensado à PEC, uma gratificação natalina no mesmo valor da aposentadoria.
O documentário “Soldados da Borracha”, de autoria do cineasta acreano César Garcia Lima, será exibido. A peça mostra a vida de quatro cidadãos de diferentes origens, todos moradores do Acre, e narra a luta deles por uma aposentadoria melhor.
A justificativa assinalada na PEC, já aceita pelas comissões do Congresso Nacional, diz o seguinte: “após relevantes serviços prestados aos país, na defesa da Pátria e da Segurança Nacional, os seringueiros recrutados para trabalhar na Amazônia, no período que durou a Segunda Guerra Mundial, estão vivendo de forma quase miserável, sem terem reconhecidos de forma realmente merecedora os seus atos de heroísmo. Hoje lutam para ter garantido os mesmos direitos que os ex-combatentes de guerra conseguiram na Constituição Federal de 1988”. 

Fonte: www.agazetadoacre.com

Quem tiver sido soldado da borracha, se liga.

RAÍZES - FAMÍLIA PIANCÓ



UM COMENTÁRIO E UMA SAUDADE DE 
QUEM FOI NA VIDA UM AMADO E QUERIDO PAI, FILHO, TIO, AVÔ...

João de Sousa Lima (Sobrinho) 

João escreve com o coração de filho saudoso, com beleza e musicalidade própria da alma de poeta que carrega consigo.
Leva-me às lágrimas ao descrever a tragédia que se abateu sobre a casa da minha avó, Conceição Piancó, naquele fatídico dia em que meu avô João Inácio de Lima perdeu a vida deixando 8 filhos pequenos, entre eles, meu inesquecível pai Antônio Piancó.



Meu tio Raimundo (in memoriam), pai do escritor, por pouco também não perdeu a vida, embora tenha perdido para sempre a companhia do seu irmão mais querido e mais amado.





Essa tragédia na nossa família foi pranteada por todos, por muitos anos, e, ainda hoje, ao relembrá-la, grossas lágrimas escorrem dos meus olhos, pois, por causa dela não conheci meu avô João, que tão cedo foi privado de dar seu carinho aos netos que nasceram posteriormente.

A João de Sousa Lima, meu primo, e a José Mendes, autor desse blog, meus agradecimentos pelos relatos referentes as minhas (e as do escritor)raízes.


RAÍZES


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

No tempo do “OVO”

Por: José Mendes Pereira
Minha foto
Que Deus o mantenha vivo por muitos e muitos anos, mas longe de nós
Nunca o Rio Grande do Norte elegeu um governador tão perverso e arrogante quanto o senhor Geraldo Melo. Usineiro que acumulou tantas riquezas (parabéns), que pobre para ele, tem que ser pisado e repisado com sapato de aço.
Para que valem estas mãos póstumas, se não sabe respeitar os pobres?
 Foi o período em que nós, professsores, vivemos  mais aperreados. Foi o tempo em que proprietários de granjas venderam mais ovos, já que o ovo era o nosso  bife, contra gosto e contra vontade; bife do olho grande. No seu tempo, o funcionário menos valorizado, sem dúvida, era o miserável professor.  
Pagamentos atrasados, e quando resolvia entregar o nosso soldo, jogávamos lá para o "Estádio Leonardo Nogueira" em Mossoró, e lá, sol, chuva, poeira,  eram os nossos alimentos. Todos teriam que ser pagos durante às 24 horas daquele dia.
E ainda mais para infernizar a vida do professor, um avião sobrevoava a área do Estado Leonardo Nogueira. Se ele estava dentro do avião, é outra história.


Veja como eram magros os professores, no tempo de Geraldo Melo

Lembro-me das dificuldades que me visitaram, quando uma roupa eu não podia comprar; vivia na base do Chico tira, Mané veste. Muitas vezes, alguns alunos chegaram a me perguntar, porque eu só usava aquela roupa. Para não deixar lacunas, eu lhes dizia que era uma farda. Mas que farda que nada! Dinheiro pouco, atrasado, inflação absurda.

O único sapato que eu tinha, eu me privava de passar a perna sobre a outra dentro da sala de aula, com medo que os alunos vissem o seu solado, que era tão fino, que se eu pisasse em uma moeda de cinquenta centavos, dava para saber o lado pisado, se era cara ou coroa.
Geraldo Melo foi o governador dos atrasos. A educação se atrasou por mais de vinte anos. Não valorizou nenhum pouco. Sempre usava o seu ridículo bordão: "Quem manda no Rio Grande do Norte sou eu"

O professor que por uma razão qualquer, "negar isto", é porque vivia de outra  fonte de renda e tinha a educação como bico, ou certamente é um verdadeiro apaixonado pelo partido que Geraldo Melo participa.


Sua vida política sempre foi em Ceará-Mirim, colaborou com o governo de Aluísio Alves, (grande político), (1961-1966), foi funcionário do DNOCS. Foi indicado vice-governador do Rio Grande do Norte, quando o titular era Lavoisier Maia Sobrinho (1978-1983).
Havia saído do grupo de Aluízio Alves. Mas lá por onde andou, não achou apoio, voltou se humilhando aos  Alves. Coordenou a campanha vitoriosa de Garibaldi Alves Filho, para a Prefeitura de Natal, no ano de 1985. Isso lhe serviu de credencial para disputar o Governo do Estado do Rio Grande do Norte, em 1986. Com o slogan "Novos Tempos, Novos Ventos" e uma maioria de 14 mil votos, conseguiu eleger-se.

Em paralelo a isso, montou uma estação de Rádio Novos Tempos AM, em Ceará-Mirim e obteve uma concessão de emissora de TV, a TV Potengi, ligada à Rede Bandeirantes de Televisão, ao término dos anos 1980.

Em 1993, rompeu com o PMDB e passou para o PSDB,onde foi presidente estadual, em seguida migrou-se  para o PPS. Elegeu-se senador em 1994 e tentou renovar seu mandato em 2002 e 2006. Contudo, não obteve êxito, pois a maioria dos funcionários públicos não lhe deu chance.

Se era desonesto, isto não me pertence, mas, malvado, vingativo, autoritário, isto eu sei, e mais outros e outros adjetivos que ele merece.
Como político,  estar sempre montado no galho mais forte. Se perceber que um determinado grupo político fracassará, já prepara o seu pulo para o galho mais resistente.

Certa vez, ele disse em seu programa de  rádio:



"-Dizem que todo político calça 40, mas não é verdade. Eu calço 39".
"-Nunca vi ninguém morrer porque não estudou"

Ao ex-governador do Rio Grande do Norte, eu desejo:
Saúde, paz, muita rigueza e muitos anos de vida. Mas nunca mais seja eleito para qualquer cargo público, e longe de nós.   

MÁRIO MORENO - CANTINFLAS


Fortino Mario Alfonso Moreno Reyes, era o seu verdadeiro nome, mas ficou conhecido no mundo inteiro por Cantinflas. Nasceu na cidade do México, no dia 12 de agosto de 1911, e faleceu no dia  20 de abril de 1993. Foi um  grande ator e humorista do méxico mexicano.

Nasceu em uma família muito humilde. Cantinflas nascera numa numerosa família,  12 irmãos. Teve uma adolescência marcada pela pobreza o que o levou a começar a trabalhar muito cedo.  Primeiro como engraxate e depois como aprendiz de toureiro. Foi motorista de táxi e também pugilista.
A sua vida mudou quando aos vinte anos, trabalhando como empregado em um teatro popular, teve a oportunidade de substituir o apresentador do espetáculo que adoeceu. Ao inverter frases, trocar palavras e abusar do improviso, Cantinflas, conquistou o público hispânico.
As suas origens inspiraram várias personagens, entre eles o famoso "El Peladito". A sua maneira de falar acabou por prejudicar a sua carreira internacional. Dos mais de 40 filmes que fez, a maior parte foi produzida pela sua própria companhia.


Em Hollywood ele teve apenas dois filmes: A Volta ao Mundo em 80 Dias, um sucesso de bilheteria e vencedor do Óscar de Melhor Filme em 1956, e Pepe, um fracasso de público e crítica. A sua carreira durou até a década de 80. A crítica, porém, destaca que os melhores filmes do comediante foram feitos nos anos 40 e 50. Entre os seus trabalhos mais elogiados deste período estão, Os Três Mosqueteiros (1942), O Circo (1943), El Supersabio, O Mágico (1948), O Bombeiro Atômico (1950) e Se Eu Fosse Deputado. Todos escritos para ele pelo seu amigo Jaime Salvador.
Recebeu o Golden Globe Award para Melhor Ator (comédia ou musical) em cinema por A Volta ao Mundo em 80 Dias em 1957.






CAVERNA DA CARIDADE, CAICÓ, SERTÃO DO RIO GRANDE DO NORTE – ANTIGO ESCONDERIJO DE CANGACEIROS

CONHEÇA AQUI A HISTÓRIA DESTA INTERESSANTE CAVERNA SERIDOENSE ASSISTE A UM VÍDEO SOBRE O LOCAL

Já tínhamos ouvido vários comentários sobre a Gruta ou Caverna da Caridade, em Caicó, mas nunca tinha tido oportunidade de visitar este local. Ela esta localizada nas proximidades da Fazenda Caridade, na Serra da Cruz, já próximo a área territorial do município de Jucurutu. É uma caverna com água constante, em pleno sertão, muito interessante e difícil no seu deslocamento interno.

Salão principal da Caverna da Caridade, onde provavelmente se esconderam os cangaceiros de Antônio Silvino em 1901
Antigo local onde viveram os primeiros habitantes do sertão, possui muitas histórias e pode ter sido esconderijo de membros do grupo do cangaceiro Antônio Silvino, que esteve na região em 1901, após o famoso “Fogo da Pedreira”.


Os índios e a ocupação dos europeus

Os antigos que deixaram registros na Caverna da Caridade, formaram os grupos indígenas que durante séculos viveram da caça e da coleta no sertão potiguar.


Dentre tais, os membros da nação Tarairiús habitaram a região, fazendo parte as tribos dos Paiacus, os Jenipapos, Canindés, Pegas, Sucurus e outros. É provável que membros desses grupos tenham se utilizado da cavidade, em algum momento, principalmente pela fonte de água.

Registros rupestres na área externa da Caverna da Caridade
Entretanto, sem uma exploração arqueológica no sítio, é impossível firmar certezas.
Quase duzentos anos após o descobrimento, os primeiros habitantes brancos chegaram à região das ribeiras dos rios Seridó e Piranhas. Durante a ocupação, os colonizadores encontraram as aguerridas tribos indígenas da nação Tarairiús. O Seridó vivenciou, então, a terrível e pouco conhecida Guerra dos Bárbaros, o conflito provocado pela ocupação europeia e a resistência indígena no Nordeste do Brasil.
Mas essa oposição, ainda que heroica, mostrou-se infrutífera diante da enorme superioridade militar do colonizador, como também as dificuldades dos indígenas de se unirem contra o inimigo comum. Nos raros momentos de união contra os brancos, os silvícolas criaram as chamadas “Confederações”, dispensando aos conquistadores muito trabalho para dominá-los.
Com o fim da guerra, o Seridó passou a ser sistematicamente ocupado pelos portugueses, que rapidamente se misturaram com as índias da região e trouxeram seus gados.

Casa da Fazenda Caridade. Típica da região
A Serra da Cruz, onde está a caverna, passou a receber colonizadores entre a segunda metade do séc. XVII e o início do séc. XVIII, sendo construídas fazendas para criação bovina. As casas principais eram sempre edificadas próximas a água, em terrenos elevados, sobre plataformas, com paredes apresentando pé-direito alto, utilizando-se pedra e adobe na sua construção, bem como a técnica da “taipa de sopapo”. As cumeeiras mostravam-se altas para amenizar o calor, sendo, normalmente, em “duas águas”.
Isoladas e com dificuldades de abastecimento e comunicação, as casas possuíam grossas paredes para defesa. Imprescindível, ainda, era o alpendre, para receber os raros visitantes.
As residências rurais remanescentes do período, mesmo estando muitas em deplorável estado de preservação, pressupõem imponência e força. As propriedades mais antigas construídas no entorno da cavidade natural foram a própria Fazenda Caridade, a Inês dos Ferreiras (ou Inês Velha) e, mais ao sul, a imponente Fazenda Dominga.
A “Caverna Esconderijo” de Nobres e Cangaceiros
Na região da Caridade o passado e o presente parecem confundir-se, sendo comum encontrar pessoas que narram a  principal marca das antigas gerações; as suas histórias.

Serra da Cruz, onde se localiza a caverna
Segundo o senhor Nelson Soares de Medeiros, o “Nelson Carneirinho”, os mais antigos comentavam que a fazenda foi construída nesse local por estar próxima a um sítio fértil, além de existir água na Caverna da Caridade, explicando-se o nome da propriedade e da cavidade natural. Para ele “É uma caridade que um lugar como aquele nunca deixou de ter água”. Os relatos dos habitantes corroboram que, mesmo nas piores secas, a fonte da Caridade jamais deixou de verter.
Há uma notícia sobre a Caverna da Caridade no livro “Acari – Fundação, História, Desenvolvimento” de Jayme da Nóbrega Santa Rosa, de 1974. O autor comenta, mesmo sem citar fontes, nem fornecer maiores detalhes, que, durante a passagem pela região dos revoltosos pernambucanos da Confederação do Equador, no ano de 1824, tendo como um dos seus comandantes o


Frei Caneca do Amor Divino, o lugar teria servido de esconderijo para o padre caicoense Francisco de Brito Guerra e o poderoso fazendeiro acariense Tomás de Araújo Pereira.


O Padre Brito Guerra foi o primeiro senador do Rio Grande do Norte e Tomás de Araújo, após a proclamação da independência em 1822, foi o primeiro governador da província potiguar.
O autor do livro informa que conheceu a caverna na década de 1920, junto com seu pai e um guia da região, fornecendo interessantes detalhes do interior e fazendo uma razoável descrição do local.

Notícia original do "Fogo da Pedreira", fevereiro de 1901
Já em relação a utilização desta cavidade natural como esconderijo de cangaceiros, Seu Nelson comenta que o caso se deu após o famoso combate ocorrido entre o grupo de cangaceiros de Antônio Silvino e polícia paraibana, na Fazenda Pedreira, do coronel Janúncio Salustiano, no dia 15 de fevereiro de 1901 (Sobre este combate ver - http://antonioadrianomedeiros.blogspot.com/p/curiosidades.html).
Em meio a uma festa, a polícia paraibana cercou o local e abriu fogo. Morreu no primeiro momento o cangaceiro Pilão Deitado, mas logo depois os policiais Nestor e Estolão morriam varados de balas quando foram saquear os bornais do cangaceiro anteriormente morto.
Logo os cangaceiros se dispersaram pela região rural de Caicó e paulatinamente vários deles foram sendo mortos a mando da elite agrária da região. Foi um corretivo pela afronta de Antônio Silvino em vir a região e um aviso para que estes guerreiros das caatingas não voltassem mais ao Seridó.
Um dos mortos foi Felix José da Costa, mais conhecido como Azulão, um negro alto, forte e valente, nascido na Fazenda Dominga, localizada nas proximidades da Caverna da Caridade.
Segundo Seu Nelson, o cangaceiro Azulão conhecia a localização da Caverna da Caridade e sabia que no local havia água. A ideia do foragido era “dar um tempo” e procurar os amigos que tinha naquele setor e assim escapar daquela situação.
Na caverna, junto com Azulão,  estava o cangaceiro conhecido como Moreninho.

Notícia da morte de Azulão na Fazenda Dominga

Consta que após o tiroteio na Pedreira, os dois cangaceiros vararam o sertão em direção Norte/Nordeste, passando pela região onde hoje se encontra o Açude Itans, mantendo a cidade de Caicó a esquerda deles. Seguiram então pelas proximidades das Serra da Bernarda e da Formiga, até a região da Serra da Cruz, em um estirão comprido, mas que o desespero ajudava a amenizar a distância.
Segundo Seu Nelson, antes dos fugitivos chegarem a caverna, passaram na casa de conhecidos, se abasteceram e seguiram para Serra da Cruz, onde passaram cerca de dez dias e noites na cavidade, logo no salão frontal do local.
No dia 25 de fevereiro eles saíram do abrigo rochoso e foram em busca da Fazenda Dominga, do tenente-coronel Gorgônio Ambrósio da Nóbrega, algum apoio.
Mas o que encontraram foi bala. A polícia, avisada pelo pessoal da propriedade, deram cabo dos dois homens.
Segundo Seu Nelson, ele sabe bastante desta história pois um dos um dos homens que participaram da ação foi seu pai. Ele comenta que sabe até mesmo onde os homens estão enterrados a sombra da Serra da Cruz.
A Caridade
Quem chega à Caverna da Caridade depara-se na entrada com vastos painéis de gravuras rupestres. As fantásticas sequências se iniciam nas margens rochosas do pequeno córrego que escorre da entrada da caverna e desce pela Serra da Cruz, passando, inclusive, pela entrada de outra cavidade, a chamada Falsa Caridade, uma pequena gruta a poucas dezenas de metros da entrada principal da Caridade.

Um astro celeste?
Os registros rupestres são um forte indicativo da evolução das manifestações artísticas dos povos primitivos. Para melhor entendimento, os arqueólogos definiram que as pinturas e gravuras fossem agrupadas em “Tradições”. No Nordeste brasileiro existem três grandes Tradições: Nordeste, Agreste e as Itaquatiaras, as quais são subdividas em outras classes.
Itaquatiaras, ou “pedras pintadas” em língua tupi, conhecidas pelos sertanejos como “pedra de letreiro” ou “pedra lavrada”, são gravuras feitas em rocha, ou petróglifos, possuindo como principal característica o fato de serem encontradas nos afloramentos rochosos próximos a locais que concentram água.
A Caridade é, basicamente, uma caverna formada por um pequeno rio. O vão interno é bastante sinuoso, repleto de curvas que a água incessantemente, ao longo de milhares e milhares de anos, esculpiu na pedra. Há poucas passagens laterais, podendo ser descrita como um longo corredor. Essas características facilitam qualquer topografia, mas, por outro lado, existem lá algumas sérias dificuldades. A primeira dela é que, praticamente, o tempo inteiro o avanço ocorre por dentro d’água, molhando-se todo o equipamento. Há passagens extremamente apertadas, as quais um sujeito magro transpõe com dificuldades.

Paisagem da região da Serra da Cruz
Analisando o local, no caso de Azulão e Moreninho terem utilizado a cavidade como abrigo, sem dúvida que o local ideal deve ter sido o primeiro salão, apresentado na foto inicial deste artigo.
Infelizmente concluímos nossa visita a noite, sem tempo de visitar a Fazenda Dominga.
Filmagem
A filmagem realizada no local teve como objetivo fazer um registro visual simplificado da cavidade e desta visita, cuja realização e edição ficaram a cargo de Ricardo Sávio Trigueiro de Morais.
Os participantes deste grupo fazem parte da SEPARN – Sociedade para Pesquisa e Desenvolvimento Ambiental do Rio Grande do Norte e da SEP – Sociedade Espeleológica Potiguar, duas ONGs que batalham pelo conhecimento e preservação das cavernas potiguares. Participaram desta visitação, além de Ricardo, Sólon Rodrigues Almeida Netto, André Mota e Rostand Medeiros.

Fato normal para quem anda pelas estradas do sertão
Para acessar o vídeo da visita à Caverna da Caridade, clique no link abaixo;

http://www.youtube.com/watch?v=OY8D2H7vjPs&feature=autoplay&list=HL1315178711&lf=mh_lolz&index=2&playnext=1


Raimundo Piancó

       Por: Luza Vilar

[lusa.JPG]

Este é um comentário de Luza Vilar, no dia 29 de dezembro de 2009, Recife-Pe, sobre a foto de Raimundo Piancó, pai de João de Sousa Lima

[Raimundo+Piancó.JPG]


Copiei a foto sem  autorização, suponho que guardá-la nos meus arquivos significa pouco se comparado ao tempo em que o trago no meu coração. Sangue do meu sangue, doce lembrança dos velhos tempos em que frequentava a minha casa. Certo que o conheci já bem mais velho, pois em 1940 ainda não era nascida, mas na minha casa relatos do meus antepassados substituiam as novelas da globo que hoje mantém as famílias ocupadas por demais para prosearem com seus membros.

A propósito, certo dia li um artigo sobre uma criança que gostaria de ser uma televisão, pois, dizia ela, só assim todos a escutariam e ela teria prioridade sobre todas as coisas. Muitas vezes, nascer em uma pequenina cidade, onde só tinha energia elétrica de 6 às 10 da noite, nos dá o privilégio de ouvir a palavra dos nossos pais, dos nossos avós, que nos passam suas experiências de vida, seus princípios e seus valores.   Saudades, muitas saudades dos velhos tempos, velhos dias!

[Jo%C3%A3o+de+s.+lima.JPG]

João de Sousa Lima é escritor e pesquisador do cangaço. Autor de 09 livros. Membro da Academia de Letras de Paulo Afonso e da SBEC- Sociedade Brasileira de estudos do Cangaço.

Telefones para contato:
75-8807-4138 - 9101-2501

email:


Quem matou Delmiro Gouveia ? - Por: Gilmar Teixeira


Um dos mais esperados lançamentos dentro da Programação do Cariri Cangaço será sem dúvidas o "Quem Matou Delmiro Gouveia?" do pesquisador e escritor Gilmar Teixeira. A obra promete trazer luz à um dos mais polêmicos episódios do começo do século passado, quando o um dos mais ousados empreendedores da história do nordeste, o cearense de Ipu, Delmiro Gouveia é alvejado a bala na varanda de seu chalé, no final da tarde, na localidade de Pedra, atual Delmiro Gouveia.

Chalé de Delmiro Gouveia

O livro é uma verdadeira odisséia na busca da elucidação dos fatos, confrontando depoimentos e notícias da época, rastreando fatos que passaram despercebidos quando ainda no calor dos acontecimentos. Vale a boa leitura e o conhecimento dos registros. Agora é esperar o lançamento do livro de Gilmar Teixeira e colocar mais lenha na fogueira das "mentiras e mistérios" das histórias do nordeste.

Gilmar Teixeira, o homem das "Mentiras e Mistérios" sobre a morte de Delmiro Golveia

SERVIÇO
Lançamento do Livro
"Quem Matou Delmiro Gouveia?"
Pesquisador e escritor Gilmar Teixeira
Dia 23 de setembro em Crato-Ce