Por Hélio Xaxá
Um homem cria os filhos
Com um amor sobre-humano
Comparado apenas ao Divino...
À imagem de herói ou anjo
Pelo menos enquanto meninos...
Eles vão crescendo
E vão perdendo a inocência
E em vão perdem o fascínio...
O pai vai percebendo
A mudança na adolescência
E acompanha o seu raciocínio...
"A vida toda lutei
Para que tivessem o melhor
E me dessem orgulho no fim...
Só hoje eu notei
Na solidão ao meu redor:
Meus filhos têm vergonha de mim."
Esqueceram meus conselhos
Preferem ver meus defeitos
Seguem exemplos alheios
Pois os meus são imperfeitos
Reclamam do meu gênio
Condenam a minha cachaça
Sou um homem heterogêneo
Mas a lei não me rechaça.
Discordam de minhas ações
(Quem julga no pecado cai)
Esquecem a maior das lições:
Um filho não renega ao pai.
Talvez eu não mereça o amor
De quem carreguei ao peito
Quem cria é amigo ou senhor
Senão amor, merece respeito.
Ando cansado dessa vida...
Peço à Deus, feche a ferida
A morte cura todos os males...
Chora quem riu de alegria...
A ingratidão é filha da covardia
Gritas que me amas ou cales!
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