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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

EXTRA - A MOSSOROENSE THÁBATA MENDES É A NOVA VOCALISTA DA BANDA CALYPSO

Priscila Bessado EGO, no Rio

Extra - Veja imagens de Thábata Mendes, cantora que assume o lugar de Joelma

A potiguar foi confirmada pela assessoria da Calypso como a nova vocalista da banda nesta quarta, 28.


Thábata Mendes é a nova vocalista da banda Calypso. A novidade foi confirmada pela assessoria de Chimbinha nesta quarta-feira, 28, após a notícia ter sido publicada pelo jornal "Extra". A loira de 28 anos é de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e mantém uma página no Facebook com muitos vídeos em que aparece soltando a voz além de exibir o corpo saradíssimo em sessões de malhação.

EGO NAS REDES SOCIAIS

Thábata será apresentada a imprensa na semana que vem em uma coletiva organizada pela assessoria da banda. Antes de assumir o posto de vocalista da Calypso, a potiguar cantava sertanejo e já foi cantora de axé, ritmo que predomina nos vídeos postados por ela.

Em entrevista ao EGO, Chimbinha já havia dito que tinha encontrado a nova vocalista para a banda e não poupou elogios a moça: "Já tenho uma nova vocalista para a Banda Calypso. Ela é linda, jovial, elegante e afinada”.


Agora, a loira tem uma responsabilidade e tanto: assumir o posto de Joelma, cantora com uma legião de fãs e que irá deixar a banda após uma série de escândalos por conta da conturbada separação de Chimbinha.

Na terça-feira, 27, um novo capítulo da crise entre Joelma e Chimbinha veio ao público quando a filha da cantora, Natália, afirmou ter sofrido assédio por parte do ex-padrasto. Ela disse ter sido apalpada por ele aos 12 anos. O cantor negou as acusações através de sua assessoria de imprensa.

http://ego.globo.com/famosos/noticia/2015/10/veja-imagens-de-thabata-mendes-cantora-que-assume-o-lugar-de-joelma.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=ego

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OS PATENTEADOS INIMIGOS DO REI DO CANGAÇO

Por José Mendes Pereira
Tenente Zé Lucena

Lampião tinha suas razões por não gostar deste, foi o homem responsável pela morte do seu pai. Lógico que não foi ele quem o matou, mas o volante que atirou em José Ferreira da Silva era seu comandado, e como comandante da volante que procurava os filhos do patriarca, tinha poderes para evitar que o seu comandado atirasse em alguém que era inocente, assim como aconteceu com o pai de Lampião, assassinado inocentemente, isto é sem dever nada à justiça e nem tão pouco à polícia. 

"José Lucena de Albuquerque Maranhão, maior inimigo conhecido do cangaceiro Lampião e comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar de Alagoas, sediado na cidade de Santana do Ipanema." http://tokdehistoria.com.br/tag/coronel-jose-lucena-de-albuquerque-maranhao/

Tenente Manoel Neto

Outro inimigo do rei do cangaço era Manuel de Souza Neto, segundo site abaixo afirma que ele nasceu nas terras da antiga fazenda Algodões, município de Floresta, no dia 1º. de novembro de 1901. Cresceu ao lado dos parentes, os “nazarezistas. 

"Ao lado deles, se engajaria numa luta ingrata, dura, heroica. Virgulino Ferreira da Silva - o futuro Lampião - ali chegara muito cedo, instalando-se com a família na fazenda Poço do Negro, nas imediações de Nazaré, e logo se indispôs com os filhos da terra, fazendo uma história já conhecida e que levou luto a muita gente da região." http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2010/08/coronel-manoel-de-souza-neto.html 

Tenente José Rufino

Mais um militar que o rei vesgo não gostava e nem tão pouco tinha medo deste militar, o famoso José Rufino, por ter matado uma boa quantidade de cangaceiros da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia. Lampião não fora feito nas coxas para temer homem. Era um sertanejo de raça, talvez tenha herdado um pouco de sangue indígena.



"Em 1936, em um período em que Lampião já vivia uma discreta decadência, Zé Rufino eliminou o bando de Mariano, um cangaceiro da velha guarda que acompanhava o Rei do Cangaço há 13 anos. O bando foi destruído em Cangaleixo (SE), o que ajudou a torná-lo o maior matador de cangaceiros.

Segundo afirmou ao cineasta Paulo Gil Soares, Ele eliminou cerca de vinte integrantes dos bandos ligados a Lampião. Os homens de Mariano usavam roupas muito ricas, com peças de ouro e moedas de prata nos chapéus de couro. As cabeças dos bandoleiros foram cortadas e expostas em vários locais com o objetivo de provar à população que eles haviam sido eliminados.

Um ano depois Zé Rufino, um simples civil; sanfoneiro; contratado para combater os cangaceiros, enfrentou os grupos de Lampião e Zé Sereno no episódio conhecido como Fogo de Domingo João, na Fazenda Crauá. Aparentemente, esse foi o último combate de Lampião. O cangaceiro “BARRA NOVA” foi morto no confronto e o soldado da volante Antônio Izidoro saiu ferido no braço.
De acordo com a descrição do pesquisador Antônio Amaury Corrêa de Araújo, o combate se deu da seguinte forma:

Rosalvo Marinho, amigo e coiteiro de Lampião, chegou à fazenda correndo e avisou os cangaceiros:
"Foge que vem aí! Sai daí! Sai já, que a força vem aí!"
Lampião, calmamente, perguntou:
"Força de quem?"
O coiteiro respondeu que era de Zé Rufino.

Mais tenso, Zé Sereno ordenou a seu bando que se equipasse (pegasse as armas e demais equipamentos). Lampião, ainda mais tranqüilo, disse:
"Se a força vier, nós vamos brigar; se não vier, vamos comer. A comida já está no fogo e não vamos deixar pros macacos. Ou comemos ou briguemos."

Pouco tempo depois rajadas de metralhadora espalharam as brasas do fogo e atingiram nas costas o cangaceiro Barra Nova, cozinheiro de plantão. O cangaceiro Novo Tempo também foi ferido. Os cangaceiros fugiram depois de garantir a retirada de Maria Bonita e das cangaceiras Sila e Dulce".http://cariricangaco.blogspot.com.br/2010/05/ze-rufino-de-sanfoneiro-matador-de.html

Ivanildo Silveira
Colecionador do Cangaço

Fonte: lampiaoaceso.blogspot.com

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FRASE DE VIRGULINO FERREIRA DA SILVA


“O cangaceiro deve ser desconfiado e ardiloso como raposa, ter agilidade do gato, saber rastejar como cobra e desaparecer como o vento”.

Virgulino Ferreira da Silva

Fonte: facebook

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LIVROS DO ESCRITOR GILMAR TEIXEIRA


Dia 27 de julho de 2015, na cidade de Piranhas, no Estado de Alagoas, no "CARIRI CANGAÇO PIRANHAS 2015", aconteceu o lançamento do mais novo livro do escritor e pesquisador do cangaço Gilmar Teixeira, com o título: "PIRANHAS NO TEMPO DO CANGAÇO". 

Para adquiri-lo entre em contato com o autor através deste e-mail: 
gilmar.ts@hotmail.com


SERVIÇO – Livro: Quem Matou Delmiro Gouveia?
Autor: Gilmar Teixeira
Edição do autor
152 págs.
Contato para aquisição

gilmar.ts@hotmail.com
Valor: R$ 30,00 + R$ 5,00 (Frete simples)
Total R$ 35,00

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ANÉSIA CAUAÇU: A PRIMEIRA MULHER NO SERTÃO BAIANO DE JEQUIÉ A INGRESSAR NO CANGAÇO

Anésia Cauaçu, a Maria Bonita do Cangaço Sertanejo de Jequié

Cangaceiros, jagunços, salteadores, clavinoteiros e pistoleiros marcaram presença na História de Jequié. Os Cauaçus deixaram por estas plagas uma saga de crimes e de sangue, mais tarde transformada em ABC, cujas estrofes, nos dias de feira, eram cantadas, ao som da viola, pelos cegos e pedintes.

José Rufino, Eduvirgens, Marcelino, Tertuliano e Olímpio Cauaçu, os primeiros por simples vingança e os dois últimos por dinheiro também, trouxeram intranquilidade a toda a região com os crimes que perpetraram, muito embora, a seu modo, preservassem os preceitos que foram o código de honra do jagunço. Certa feita, por exemplo, o negociante Antônio Gondim Filho deu uma paulada no pai dos Cauaçus, sem que nada lhe acontecesse, já que os filhos lhe deram razão.

Como é de praxe na história do banditismo, os Cauaçus foram durante muitos anos modestos comerciantes, com pequenas fazendas de gado, espalhadas pelos municípios de Jequié, Ituaçu, Amargosa, Brumado e Boa nova. Viviam pacatamente até o dia em que um dos seus familiares, conhecido como Augusto, negou-se a acompanhar Zezinho dos Laços, para quem trabalhava, quando este se dispunha a reencetar a luta contra os mocós. Para sua perdição, o atrevimento da recusa foi acompanhado da alegação de que as relações entre os Cauaçus e os Gondins eram das melhores.

Poucos dias depois, no terreiro de sua casa, Augusto era assassinado por um cabra de Zezinho, conhecido como Tavares, enquanto Miguel Preto, outro jagunço, procurava dar cabo de Félix Cauaçu. Através de terceiros, Marcelino Cauaçu exigiu de Zezinho a entrega do criminoso, obtendo como resposta a assertiva de que idêntico fim estaria reservado a quem tentasse enterrar o cadáver de Augusto. Chamado pela mãe da vítima, José Cauaçu deixou o Fedegoso para, 18 dias depois, sepultar o primo, juntamente com Marcelino e quatro homens de confiança que trouxe em sua companhia. Isto posto, reunidos em conselho de família, os Cauaçus escolheram José para seu chefe, declarando guerra aberta a Zezinho dos Laços e seus capangas.

Uma vez convertidos em bandoleiros, os Cauaçus, em sinal de luto, passaram a usar lenços pretos em torno do pescoço, cujas pontas eram introduzidas num argolão, à altura do esterno. Contrastavam, assim, com os rabudos de Marcionílio Sousa, que ostentavam lenços vermelhos ao pescoço e na ponta das repetições.

A luta entre as duas facções se tornou acirrada, mormente quando José, Marcelino e alguns camaradas mataram Zezinho na Fazenda Rochedo, propriedade de Cândido Meira. Em troca, Cassiano do Areão, Tranquilino de Souza e Marcionílio Sousa, irmão, filho e cunhado de Zezinho, respectivamente, passaram a perseguir e matar membros da família Cauaçus e do bando de cangaceiros que acompanhava o grupo, já agora protegidos pelo chefe mocó Bernardino das Caraíbas. Constantino José Fernandes, um ancião de 80 anos, pai de Marcelino, foi morto por Vitoriano em Pau Ferro, o mesmo acontecendo ao próprio Marcelino, quatro meses depois.

A partir daí, os Cauaçus se entregaram de corpo e alma ao cangaço. Contratados por quatro famílias tradicionais de Jequié, a troco de onze contos de réis, dos quais só receberam quatro, Tertuliano e Olímpio mataram Gabriel Rodrigues de Lemos, fazendeiro rude e destemido, conhecido por Gabriel Grande, na Fazenda São João.

Os fatos ocorridos no “Morrinho da Matança”, em Curral Novo (onde os Cauaçus eram torturados e mortos a golpes de sabre para gáudio da soldadesca, chamados de milicos ou macacos pelos bandoleiros) eram retratados pelo jornalista Silva Viana, nas edições do jornal A Tarde do mês de outubro de 1916.

Os encontros e tiroteios entre os Cauaçus e os rabudos, estes últimos comandados por Tranquilino, filho de Marcionílio Sousa, tanto em Jequié como em Curral Novo, foram se tornando cada vez mais intensos, gerando um clima de medo que se estendeu por toda região.

A fim combater esta situação, durante o segundo semestre de 1916, Álvaro Covas, secretário da Segurança Pública, chegou a mandar para Jequié nada menos de 240 soldados, não se incluindo neste total os oficiais. Dentre eles se encontravam o tenente-coronel Paulo bispo, o o tenente Simões, o alferes Francisco Gomes, os sargentos Lucas, Etelvino, Malaquias, Manuel Pedro e Esmeraldo Castro.

Acossados pela volante policial, os Cauaçus, em número de cem, ofereceram combates em Jequié, Curral Novo, Brumado e localidades outras, tendo o seu chefe, José Cauaçu, alvejado pelo sargento Etelvino, falecido a 30 de julho de 1916, depois de oito dias de agonia, carregado nas costas de seu povo. Os bandoleiros se internaram, então, no interior de Minas Gerais, enquanto Idalina, viúva de José Cauaçu, passava à condição de amante do tenente-coronel Paulo Bispo.

Em junho de 1917, já reorganizados, os Cauaçus voltaram a Jequié, sedentos de vingança, tendo o sobrado da firma Roberto Grillo & Cia., alojado o juiz de direito, o promotor público e cerca de 400 pessoas que ali se entrincheiraram.

A cidade foi submetida a um tiroteio que durou 24 horas, quando os reforços trazidos pelo capitão Mota Coelho determinaram a debandada dos sitiantes. Naquele mesmo ano, apoiados por alguns chefes políticos ligados à facção governista, os Cauaçus invadiram os municípios de Itacaré, Itabuna e Ilhéus, Sequeiro do Espinho, Itapira e Barra Central foram saqueados, ficando o arraial de Pancada completamente despovoado.

A 7 de dezembro, pressionados pela força pública, tornaram a se internar em Minas Gerais. A 2 de janeiro de 1919 voltaram a saquear Sequeiro do Espinho, empreendendo incursões em Taboquinhas, Prado, Belmonte e Lençóis, onde levaram a melhor sobre as tropas da polícia, dispersando-se em seguida. De Jequié foram definitivamente escorraçados com a repressão de João da Mota Coelho, oficial da polícia militar, nomeado delegado de Jequié. Mota Coelho morreu depois de deixar a delegacia de Jequié, na cidade de Lençóis, ao oferecer combate a Horácio de Matos, que fez questão de homenageá-lo, dando-lhe um enterro condigno pela sua bravura e coragem. O governo do Estado também lhe prestou homenagens póstumas. Jequié, por sua vez, mudou o nome da Rua da Esperança (onde ficava a cadeia) para Rua Mota Coelho.

 A história de Anésia Cauaçu virou romance e até filme

Bem diferente de Idalina era Anésia Adelaide de Araújo Cauaçu, filha de Rufino, irmã de José, casada com Alonso, uma espécie de musa e até mesmo de heroína do cangaço na região, mais conhecida como Anésia Cauaçu, proprietária de uma venda no Alto do maracujá, mais tarde transferida para a Rua Alves Pereira. Anésia foi a primeira mulher no sertão baiano de Jequié a ingressar no cangaço (antecedendo mulheres como Maria Bonita, Dadá e Lídia), a liderar um bando de cangaceiros, a montar de frente já que as mulheres de sua época montavam de lado em uma sela denominada silhão e a vestir calças compridas (as mulheres do período em ela viveu apenas usavam vestidos e saias) nos momentos de combate para facilitar o enfrentamento de jagunços dos coronéis e das tropas policiais.

Guardadas as devidas e naturais proporções ela bem pode ser comparada a Maria Bonita, a diva de Lampião. Era branca, de olhos azuis, bons dentes, alta e delgada, que fumava cachimbo, tomava suas pingas, sem que ninguém ousasse faltar-lhe com o respeito. Manejava as armas de fogo com maestria e um apontaria invulgar. Certa feita, do Alto do Maracujá, decepou com um tiro o dedo indicador do sargento Etelvino, a uma distância de cem metros, quando o mesmo apontava para seus comandados o local a ser atacado.

Anésia Cauaçu, à maneira de Maria Bonita, Dadá e tantas outras mulheres que participaram do cangaço, foi um exemplo vivo, em terras jequieense, da sertaneja valente e disposta que amadurece cedo para o trabalho e, quando necessário, não hesita em pegar no “pau furado”, em defesa de seus princípios. Num de seus acesos de luta, despedia-se do esposo Alonso para ajudar os tios e irmãos nos combates contra a volante policial.

Depois de mil e uma aventuras, Anésia, seu marido e um filho de cinco anos homiziaram-se numa fazenda em Itajuru, nos idos de 1916, cujo proprietário, Isaías Galvão, devia favores aos Cauaçus. Confiou demais. Em troca de trezentos mil réis, o fazendeiro os entregou ao coronel da polícia militar Paulo Bispo.

http://tabernadahistoriavc.com.br/anesia-cauacu-a-primeira-mulher-no-sertao-baiano-de-jequie-a-ingressar-no-cancaco/

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O CASARÃO

Por Rangel Alves da Costa*

Sobressaindo a tudo na imponência, na feição fortificada, na grandeza e na simbologia do poder e do mando, lá estava o casarão do senhor, do dono de engenho, do coronel, do político poderoso, do potentado em meio a um mundo tão diferente. Diversos porque residência senhorial fincada num local cujos arredores geralmente representavam a submissão, a vassalagem, a escravidão negra ou branca de mesmo açoite, suor e sangue.

Na região nordestina, desde os tempos coloniais, os casarões dos poderosos senhores se assemelhavam a castelos erguidos em meio aos campos sem fim aonde a servidão se espalhava ora no trabalho difícil na terra ora na dependência das ordens do soberano. Também nos moldes do feudalismo, tantas vezes um povo submetido ao desejo impositivo do senhor ou simplesmente alimentando ainda mais seu poder.

Os retratos não deixam negar. E muito ainda há desse fausto petrificado, das paredes largas, janelas grandes de madeira de lei, portas que mais parecem guaritas. Construções suntuosas, imensas, da mistura da pedra e da cal, do óleo de peixe para junção dos blocos, na madeira que cupim não rói, telhados que descem pelas varandas e coberturas feitas para vencer o tempo. Varandas, salas, salões, porões, sótãos, calabouços, esconderijos, janelas altas e tantas dependências bastem para o conforto e segurança do poder.

Avistados ao longe, mais parecem rochas esbranquiçadas em meio a casebres, currais, cercados e animais. Como parte desse mundo, porém no contexto da manutenção do poder, as famílias da terra, os empregados do senhor dono do mundo, os trabalhadores escravizados, uma classe de pessoas sempre no suor da luta e da miséria, cada vez mais submetida cada vez ao patrão. Sertanejos no seu ganha-pão, na vida na enxada, na foice, no facão, na vaqueirama, num faz-de-tudo por quase nada. E também os jagunços pelos arredores, em constante sentinela, e ainda outros na função da tocaia, da emboscada, na espreita aos desafetos do patrão. Sempre ávidos para entregar os restos inimigos aos urubus e outros bichos carnicentos.


Mas nem sempre assim, nem sempre o casarão como local de onde partiam as ordens de sangue. Em muitos deles apenas o exercício do mando político, do ofício do poder, do nascedouro de todas as decisões que influenciariam na vida local e até regional. Contudo, mesmo que a serventia do casarão não fosse para a proclamação do medo e do terror, ainda assim todos eles possuíam a função de exteriorizar o poder de seu dono. E ali o senhor tecendo alianças políticas, firmando acordos com outros de igual patente, recebendo governantes, providenciando assistencialismos, mandando fortalecer seu curral para as eleições. E o seu bicho-gente sempre chiqueirador com um quilo de alimento, com um remédio, com uma esmola qualquer.

Dos engenhos de cana-de açúcar nasceram muitos coronéis, dos latifúndios surgiram outras tantas levas de coronéis, do poder político brotaram os mais renomados coronéis, da força capitalista muitos outros coronéis se impuseram. Quer dizer, o coronelismo nordestino sempre teve o poder na sua raiz: econômico, político, agrário. Como eram senhores que necessitavam mostrar prestígio e se manter protegidos contra os muitos inimigos de igual poder, então faziam dos casarões a exemplificação maior de seu potentado. Dali saía o próprio destino, mas ali só entrava quem estivesse disposto a se ajoelhar aos pés do senhor.

Quando os afazeres políticos ou comerciais exigiam, os coronéis se deslocavam dos seus latifúndios interioranos para os centros urbanos. Daí que muitos casarões ainda existem como relíquias daqueles idos de poderes tantos nas mãos de tão poucos. Hoje servem basicamente como atrativos turísticos, mas nos seus cômodos fortificados ainda ressoam as vozes tantas vezes deturpadas pelos detratores da história. A verdade é que não se pode negar a importância do coronel no contexto da formação econômica brasileira, ainda que se contradiga sua forma de atuação política e social.

A história continua preservando nomes de senhores como Horácio de Matos (Lavras Diamantinas), Douca Medrado (Santa Izabel do Paraguaçu), João Gonçalves de Sá  (Jeromoabo), Chico Romão (Serrinha), Zé Abílio (Bom Conselho), Petro (Santo Antônio da Glória) Chico Heráclio (Limoeiro), Veremundo Soares (Salgueiro), Quelé (Petrolina), Chico Porfírio (Canindé do São Francisco), João Maria de Carvalho (Serra Negra) e Elísio Maia (Pão de Açúcar), dentre tantos outros. E todos estes emanavam ordens de seus casarões, de suas fortalezas fincadas nos alicerces do poder, do mando e da valentia.

Nas distâncias da história o casarão. Um mítico Coronel Segismundo Ventura abre as portas do grande salão e com passos lentos segue até a varanda da opulência senhorial. Chapéu largo à cabeça, terno de linho branco, bota de couro cru, uma arma descendo pelos lados do corpanzil. Tira o charuto da boca para chamar Biribeira, o jagunço. Diz alguma coisa ao seu ouvido e depois cospe no chão. O jagunço sabe que deve cumprir a ordem antes de o cuspe secar. Então sobe num cavalo e arriba em disparada.

Mas não chegaria a tempo de dar a resposta ao patrão. A história seria o anjo da morte do coronelismo. E aquele era o último autêntico coronel nordestino.

Poeta e cronista
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ANTONIO GOMES JURUBEBA LÁ DE NAZARÉ DO PICO-PE


Antônio Gomes Jurubeba nascido em 28/4/1874, na Fazenda Ema, Floresta no Estado de Pernambuco. Homem respeitado na região, foi quem expulsou os irmãos Ferreira das imediações de Nazaré do Pico, quando era subdelegado, sendo por eles odiado e perseguido.

Fonte: facebook

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Lançamento do livro CHARGES COM LAMPEÃO

Autor Luiz Ruben Bonfim

Introdução

Lendo e pesquisando tantos jornais e revistas da época em que Lampião atuava, isto é, anos 20 e 30 do século passado, não passou despercebido, de vez em quando aparecia caricaturas e charges de Lampião, mas, o que me chamou a atenção foi a utilização do personagem com a política e os políticos do poder naquele período.

Contextualizar cada charge ou caricatura seria por demais maçante, pois creio que elas não perderam o caráter atemporal.

As codificações visuais que os chargistas queriam passar ao retratar Lampião eram afetadas de acordo com a região do artista, o que determinava, até pela falta de conhecimento que tinham do caricaturado, a representação de formas tão dispares na fisionomia desenhada. 

As charges com Lampião, nessa pesquisa, abrangem o período de 1926 a 1939, porém acrescentei duas de 1969, sendo a última apresentada, uma propaganda com alusão ao desenvolvimento industrial através de incentivos fiscais, citando Sudam-Sudene onde Lampeão é usado como referência de uma região. Ao todo o livro mostra 83 charges e caricaturas.

A charge tem como finalidade satirizar, descrever ou relatar fatos do momento por meio de caricaturas, com um ou mais personagens de destaque, nas áreas da política com maior frequência.

As apresentadas nesse livro abrangem personagens de prestígio nacional como o Padre Cícero, Antônio Carlos, governador de Minas, Capitão Chevalier, com a famosa tentativa de uma expedição contra Lampião no início dos anos 30, Getúlio Vargas como presidente do governo provisório após a revolução de 1930.

Após sua morte, cartazes foram utilizados como propaganda de filme da Warner, com James Cagney “substituindo o famoso cangaceiro nordestino”.

A propaganda comercial também utilizou com frequência o nome de Lampião. Como curiosidade inseri no trabalho as da Casa Mathias e O Mandarim, que apresentavam nos seus comerciais um conteúdo humorístico.

Até o conhecido compositor Noel Rosa, como Lampeão foi caricaturado. Como se fossem dois personagens ao mesmo tempo é mostrado características de identificação de Lampião com o rosto de Noel Rosa. Mesmo nas capas de famosas revistas, Careta em 1926 e 1931, O Cruzeiro em 1932, Lampeão é caricaturado.

Na contracapa desse livro, consta a foto original muito popular de Lampeão e seu irmão Antônio Ferreira, já nesta época, famigerado cangaceiro, perseguido em Pernambuco, Paraíba, Ceará e Alagoas. Foi tirada em Juazeiro do Norte, no estado do Ceará, onde Lampeão foi convocado pelo Padre Cícero a pedido do deputado federal Floro Bartolomeu, para combater os inimigos do governo de Artur Bernardes, a Coluna Prestes, em 1926. Na capa, usando a foto da contra capa, foram introduzidas as faces de Getúlio Vargas como Lampeão e Osvaldo Aranha como Antônio Ferreira. Foi publicada pelo Estado de São Paulo em 24 de setembro de 1933, sendo Getúlio já vitorioso da revolta de 1932 em São Paulo. 

O desenho era utilizado, isto é, a charge, como uma crítica político social onde as situações cotidianas são exploradas com humor e sátira. Lampião foi personagem principal dos chargistas, mas o objetivo era atacar os poderosos da época, geralmente vítima dos jornais da oposição.

Coloquei tudo numa ordem cronológica para facilitar a sequência histórica, pois, no futuro com a leitura das diversas obras publicadas sobre Lampião e o cangaço em geral, teremos uma visão não contextualizada das sátiras contra os personagens vítimas dos chargistas.

Luiz Ruben F. de A. Bonfim
Economista e Turismólogo
Pesquisador do Cangaço e Ferrovia

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‎ OS NAZARENOS E LAMPIÃO...!

PLACA contendo os nomes das vítimas, ano e local das ocorrências.

No ciclo do cangaço lampiônico que perdurou por quase 20 anos, uma das famílias que mais sofreram e, que perdeu mais membros, foi a NAZARENA (Distrito de Nazaré do Pico-PE).

Ao todo, cerca de 15 membros foram assassinados pelo rei vesgo do cangaço, sendo 07 militares e oito civis.

Fonte: facebook

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LAMPIÃO E OS BATALHÕES PATRIÓTICOS...!

Foto de um desses BATALHÕES perfilhado no Juazeiro.

Com os recursos (armas, munições e dinheiro) doados pelo Governo de Artur Bernardes, o médico Floro Bartolomeu criou em Juazeiro, em 1926, os BATALHÕES PATRIÓTICOS que tinha como objetivo, combater a COLUNA PRESTES, que circulava pelo país, tentando desestabilizar o Governo Central.

Para tanto, foi formulado o convite a LAMPIÃO para combater a dita COLUNA, tendo recebido a patente de CAPITÃO das mãos do Padre Cícero Romão Batista do Juazeiro do Norte. 

Fonte: facebook

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