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terça-feira, 30 de junho de 2015

ESCRITOR ANTÔNIO AMAURY NA GROTA DE ANGICO


Acima, mais uma matéria sobre a polêmica história do rei Lampião. 

...segura que há coisas que ele diz sobre lampião, dando uma guinada de 360°... veremos um relato verbal, de um pesquisador/historiador que dedicou mais de 60 anos aos estudos sobre o tema. 

Antonio Amaury Corrêa de Araújo, natural de Boa Esperança do Sul - São Paulo. É formado em Odontologia. Considerado a maior autoridade em se tratando de acervos em áudio, pesquisas e depoimentos gravados por descendentes do fenômeno cangaço.

Matéria do blog lampião aceso, em uma terça-feira, 20 de 2009, postada pelo ilustre pesquisador Kiko Monteiro diz: “Ele(Antônio Amaury) entrevistou (está gravado) mais de 40 ex- cangaceiros, com membros das forças policiais com pessoas da sociedade da época e familiares remanescentes sendo que a maioria dos depoimentos foram gravados em K7, na cidade de São Paulo e outros Estados. Teve cangaceiro, que passou mais de 03 meses na casa do Dr. Amaury, pelos mais diversos motivos: além da colaboração com depoimentos alguns aproveitaram a hospitalidade do mestre para tratamento de saúde”. Dr Amaury diz que, em seu tempo dedicado a pesquisa, conversou com mais ou menos sete mil pessoas sobre o tema cangaço no decorrer de 64 anos. Fala-nos que Lampião chorava ao contar que tinha matado uma pessoa inocente... Melhor que lerem o que escrevo, é vocês mesmo o escutarem. No vídeo abaixo, produção do amigo Adauto Silva, vemos o Drº sentado nas pedras que serviram de cenário para os acontecimentos do fatídico dia 28 de julho de 1938... O incansável pesquisador nos fala:

- O VÍDEO É UMA PRODUÇÃO DO Adauto Silva, REALIZADA NA GROTA DO RIACHO ANGICOS.

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira

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O GRANDE HOTEL DA RIBEIRA E A II GUERRA

Por Rostand Medeiros

Seguramente este local é, juntamente com a Base Aérea de Natal, a Rampa e a Base Naval de Natal, uma das maiores referências relativas a história da Segunda Guerra Mundial em terras potiguares.


Se a vinda dos militares norte-americanos trouxe benefícios a membros da elite social natalenses, seguramente um destes foi Theodorico Bezerra, arrendatário do Grande Hotel, o principal da cidade naquela época, pois este hospedava os oficiais americanos, recebendo o pagamento em dólares.

O velho hotel nos dias atuais.

No final da década de 1930 a capital potiguar contava com cinco hotéis de pequeno porte, que naquela época eram de propriedade de Theodorico Bezerra. Todos ficavam na Ribeira e entre estes podemos listar os Hotéis Internacional, Avenida, Palace e o Hotel dos Leões que funcionava onde atualmente se localiza o escritório da empresa Ecocil.

Quando a aviação começou a destacar a cidade em todo mundo, algumas empresas aéreas começaram a utilizar Natal como escala em viagens entre a Europa e a América do Sul, sendo constantes os pousos de hidroaviões vindos de diversos pontos do mundo junto ao estuário do Rio Potengi. Natal precisava de um hotel moderno, amplo, para um momento de intensas transformações sociais, econômicas e políticas no Rio Grande do Norte. A partir de 1935 começou o projeto do Grande Hotel.

O Grande Hotel na época da II Guerra

O empreendimento foi arrendado a Theodorico Bezerra em maio de 1939, pois, enfim, era o único em Natal que entendia de hotelaria. Mas o empreendimento só começou efetivamente a funcionar em setembro daquele ano. Theodorico continuou como arrendatário por 48 anos, até 1987.

Antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, o bairro comercial mais importante de Natal era a Ribeira. Era nessa região que se concentravam os principais órgãos de governo, onde estavam as estações ferroviárias e o porto. As avenidas Duque de Caxias, Tavares de Lyra, largas e arborizadas e as praças José da Penha e Augusto Severo compunham o quadro. Os primeiros norte-americanos que chegaram a cidade foram os técnicos da ADP, com a função especifica de trabalhar no desenvolvimento do aeródromo de Parnamirim Field e foi para o Grande Hotel que eles se dirigiram em busca de algum conforto. Logo o inglês, depois do português, passou a ser o idioma mais falado nos bares, restaurantes, boates e no comércio local.

Oficiais militares brasileiros e possíveis técnicos americanos da ADP, no restaurante do Grande Hotel – Foto – Life Magazine.

Além dos estrangeiros, grandes figuras de projeção nacional e da máquina governamental de Getúlio Vargas se hospedavam no Grande Hotel, inclusive altas autoridades militares como Gaspar Dutra, Cordeiro de Farias e Mascarenhas de Morais.

Até recentemente o prédio do Grande Hotel foi utilizado pelo Juizado Especial Central da Comarca de Natal, antes conhecido como Juizado de Pequenas Causas. Atualmente está sem utilização aparente.

FONTES – 
DANTAS, Ana Caroline C. L. et al. A paisagem criada pelo saneamento: propostas arquitetônicas para Natal dos anos 30. (XVII Congresso Brasileiro de Arquitetos). Rio de Janeiro: UFRJ, 2003.
EDUARDO, Anna Rachel Baracho. Do Higienismo ao saneamento: As Modificações do Espaço Físico de Natal 1850-1935. Monografia de Graduação. Natal, UFRN, 2000.
FARIAS, Hélio T. M. de. Grande Hotel de Natal: Registro histórico-memorial e restauração virtual. Monografia de Graduação. Natal, UFRN, 2005.

Material do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do "Cangaço" Rostand Medeiros

http://tokdehistoria.com.br/2015/06/30/o-grande-hotel-da-ribeira-e-a-ii-guerra/

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A OUTRA FACE DO CANGAÇO


Autor: Antonio Vilela de Sousa


PARA AQUISIÇÃO DO EXCELENTE LIVRO:

A presente obra custa R$ 20,00 (Vinte reais) + frete a consultar. Tem 102 páginas, fotos inéditas e está sendo comercializado exclusivamente pelo autor 
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Ivanildo Alves da Silveira
Natal-Rn

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É HOJE...!... É HOJE..! FILME " AOS VENTOS QUE VIRÃO ", NA ÍNTEGRA.


O filme conta a história do ex-cangaceiro JOSÉ DE JULIÃO, que após deixar o cangaço, se candidatou a Prefeito de Poço Redondo-SE, e foi assassinado...

Canal Brasil... Direção: Hermano Pena (fez outros filmes sobre o cangaço). Hora : 22:00 horas.

Aos Ventos que Virão é o filme do mês de junho

Hermano Penna retrata guerra no cangaço com estética cinemanovista. Com Rui Ricardo Diaz, Emanuelle Araújo e Luiz Miranda.

Hermano Penna conhece bem o cangaço e suas histórias. O diretor cearense radicado em São Paulo utilizou esse cenário para filmar Sargento Getúlio (1983), adaptação do livro de João Ubaldo Ribeiro que lhe rendeu sete prêmios no Festival de Cinema de Gramado – entre eles, melhor filme e ator (Lima Duarte) –, além de láurea no Festival de Havana, em Cuba.

Quase 30 anos depois do celebrado longa-metragem, o cineasta retorna ao sertão sergipano para contar, a partir de uma estética cinemanovista, os desafios enfrentados pelos cangaceiros após a morte de seu grande líder, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.

Estrelado por Rui Ricardo Diaz, Emanuelle Araújo e Luiz Miranda, o filme – responsável pelo encerramento do Cine-PE em 2013 – traz à tela o contexto político e social do agreste nordestino no fim da década de 1930. Zé Olímpio (Rui Ricardo Diaz) é um dos poucos cangaceiros sobreviventes ao massacre sofrido por Lampião e seus correligionários. O homem, no entanto, sabe que não terá paz enquanto o sanguinário Sargento Isidoro (Edlo Mendes) rondar seu vilarejo. Como muitos dos trabalhadores da região, ele enfrenta dificuldades para encontrar trabalho e comida no árido sertão, e muda-se para São Paulo ao lado de Lucia (Emanuelle Araújo), sua esposa.

Na cidade grande, Zé Olímpio trava outras batalhas. Luta contra o preconceito a quem vem de sua terra, o subemprego oferecido aos trabalhadores da construção civil – muitas vezes tratados em condições precárias pelos empresários do ramo – e a intolerância com seu passado no agreste. De volta ao seu estado, ele enxerga na construção de Brasília uma oportunidade para começar sua carreira política. Ao passar do tempo, Zé Olímpio descobre que muitas marcas não saem com o tempo como ele gostaria.

Terça, dia 30/06, às 22h e sábado, dia 04/07, à meia-noite.


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LANÇAMENTO DE "O PADRE AZUL" HOJE EM FORTALEZA

 Por: Wilton Dedê

A AFAC-Associação dos Filhos e Amigos do Crato, convida todos a prestigiar o lançamento do documentário
" O PADRE AZUL".

Curta metragem sobre o Padre Ágio Moreira, Fundador de uma orquestra de camponeses em Crato, e da Sociedade Lírica do Belmonte.

NOME: O PADRE AZUL
DATA: 30 de junho de 2015
LOCAL: Assembléia Legislativa do Ceará, Auditório Murilo Aguiar
HORA: 20 horas

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segunda-feira, 29 de junho de 2015

LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS


A 2ª edição continua sendo vendida através dos endereços abaixo:

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E-mail:   lampiaoaraposadascaatingas@gmail.com 

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.

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LAMPIÃO E SEUS CABRAS NA FAZENDA RIACHO GRANDE ESTADO DE ALAGOAS


No dia 29 de novembro-1930, Lampião e seus cabras descansando na casa grande da fazenda Riacho Grande, do seu amigo José Malta, na região de Mata Grande, no Estado de Alagoas, quando uns cabras trouxeram uns branquelos de fala enroladas que tinham sido presos pelos cabras a meia légua da cidade. Eram missionários americanos, havia também uma mulher. O líder era o missionário Virgil Smith, estavam acompanhados do professor de matemática Maurício Wanderley. 

O missionário Virgil Smith

Lampião perguntou ao missionário qual era o seu nome, e o que ele fazia. Como o missionário não falava bem o português, o professor explicou:

- O nome dele é Virgil capitão! É um missionário que está ensinando o caminho certo ao povo.

Ao que Lampião respondeu:

- Então somos colega, porque eu também estou corrigindo os erros dessa gente. Diga a ele o que eu faço com mulher de vestido curto e cabelo cortado…e diga também que eu quero 11 contos para soltar eles.

Os missionários entregaram tudo que tinham, umas cédulas e umas moedas. Lampião devolveu as moedas:

- Toma isso que eu não sou cego para aceitar esmolas de vintém, e tratem de arranjar o resto do dinheiro.

Os missionários não tinham mais dinheiro, diziam que estavam felizes por terem a oportunidade de pregar o evangelho para aquelas criaturas, que também eram filhas de Deus. Começaram a ler trechos da bíblia em voz alta e a cantar hinos de louvor.

Lampião ficou impaciente e disse:

- Meninos (cangaceiros), soltem esses cabras e mandem embora que eu não aguento mais essa zoada. Para rezar, precisa gritar tanto, e será que eles pensam que Deus é surdo?

Fonte: facebook

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TOK DE HISTÓRIA NAS PÁGINAS DA TRIBUNA DO NORTE

Por Rostand Medeiros

Hoje tivemos a satisfação de ver estampado nas páginas da TRIBUNA DO NORTE, o principal jornal do Rio Grande do Norte uma interessante reportagem sobre algumas fotos produzidas pelo fotógrafo lituano Ivan Dimitri, que esteve em Natal em 1944. O material produzido por este fotógrafo, de maneira bastante interessante, mostra em vivas cores o que foi o impacto daqueles dias em Natal e Parnamirim Field. 


A reportagem foi feita pelo jornalista Yuno Silva, a quem demos uma pequena declaração sobre a importância deste material e, principalmente, a importância da democratização histórica de imagens como estas para o público em geral, principalmente no Rio Grande do Norte. 


Recentemente estas fotos bombaram em alguns blogs pela internet, alcançou picos de visualização muito positivos, batendo todos os recordes do TOK DE HISTÓRIA (Ver o link –http://tokdehistoria.com.br/2014/06/23/fotos-coloridas-dos-americanos-em-natal-durante-a-segunda-guerra-mundial/ ).

Temos a clara convicção, mesmo com fortes críticas que recebo com certa frequência, que a nossa ideia de democratizar a informação histórica é extremamente válida.


Este tipo de informação é um gerador de várias coisas positivas, até mesmo na questão da formação da identidade de um povo. Acredito que material histórico guardado por poucos ditos “doutos”, ou dentro de muros de instituições monolíticas que só olham para o próprio umbigo, ou entre pessoas que esperam que governos criem instituições com a ideia exclusiva de geração de recursos próprios e vantagens políticas, é algo verdadeiramente nefasto e complicado.

Estas 22 fotos de alta qualidade, coloridas, com ótima resolução, que mostram Natal e Parnamirim Field, foram conseguidas através do site http://www.buzfeed.com, a quem agradecemos por haver publicado este material tão interessante para a história de Natal.

A publicação destas fotos foi possível através da dica da amiga Andreza Diniz. Mais uma vez valeu amiga!

http://tokdehistoria.com.br/2015/06/27/tok-de-historia-nas-paginas-da-tribuna-do-norte/

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LAMPIÃO EM MOSSORÓ-RN


Nessa caixa d'água (Foto), conhecida como Canta Galo, foram colocados homens 24 horas por dia à espera do bando de Lampião. O ataque era iminente e a cidade se preparava para combater o cangaceiro mais temido do Nordeste.

Quando uma sentinela que estava no alta da caixa d'água avistou o bando, começou a imitar um galo para alertar os demais defensores da cidade.

Após o ataque a sentinela que fazia a Vigilância ficou conhecida na cidade de Mossoró-RN, como "José Galo".

Fonte: Livro "A MARCHA DE LAMPIÃO - Assalto a Mossoró" do autor Raul Fernandes.

Adendo: Chagas Nascimento (Mossoró-RN)

Fonte: facebook

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SEU ELIAS DANIEL, GRANDE PERCA NO FOLCLORE POMBALENSE

Por José Ronaldo*

Seu Elias Daniel, homem pacato, doce e sereno, sinônimo da força negra revigorada na energia solar do nosso sertão abrasador. Quando puxava o seu fole de oito baixos conduzia com maestria “Os negros dos pontões” que fazem anualmente o translado do rosário numa bonita procissão e que enchem de lágrimas os olhos de quem assiste aquele espetáculo popular vivido a céus abertos, de passos lentos, cabecinha inclinada para o lado com o peso do tempo sobre as costas caminha em noites calmas pela Getúlio Vargas tendo como fundo musical as novenas da matriz do Bonsucesso. Já de bengala na mão e sobre a cabeça o seu chapéu de massa era um transeunte quase que invisível aos olhos desta nova geração mais que deixa um legado cultural riquíssimo para seus amigos, filhos e porque não dizer todos aqueles que queiram beber da sua fonte inesgotável de sabedoria popular.

Acordamos mais tristes é verdade porque o pássaro que enfeitava o bando colorido que pousava no largo da igreja do rosário agora voa sozinho, seu ultimo voo abrindo as asas para um novo céu com a certeza que cumpriu a sua missão nesta penosa caminhada terrena. Voa seu Elias Daniel, voa embalado nas valsinhas que o senhor tanto tocou, voa conduzido por milhares de anjos que neste momento devem está fazendo o último túnel de varas coloridas e maracás tilintando para festejar a sua chegada.

Não foi preciso galgar os degraus do capitalismo para demonstrar riquezas, pois a sua maior riqueza era a humildade, a serenidade e a religiosidade que se fazia alicerce para a sua estadia no meio de nós. Era um Daniel, era um ser iluminado, era um artista rústico que teve o privilégio de subir nos maiores palcos deste estado e porque não dizer deste país, e o que mais nos impressiona era a “primazia” mais que acertada no título do trabalho do cantor e compositor” Luizinho Barbosa” ao denominar este seguimento musical de raízes. Seu Elias era inocente como uma criança, não havia malicia em seu falar nem a ganância fruto da ignorância e perdição dos homens do nosso tempo, pois ao término de cada apresentação sentava-se na espera daqueles que o conduziam sem dizer se quer uma só palavra.
 .
Quantas lembranças me vem a mente neste instante, das nossas viagens para a capital, ao BNB Cultural de Sousa PB, as inesquecíveis FENART e os ensaios no CENTRO LIVRE DE ARTE POPULAR – POMBAL PB. Conheci um Elias pai, amigo, mestre, sereno que transmitia-nos a paz apenas com um simples toque de olhar, um Elias responsável que mesmo já tendo a saúde tão debilitada nunca se negou a empunhar o seu fole para dar seqüência a coreografia dos negros dos pontões numa farra quase que tribal. Voa Mestre Elias Daniel voa e prepara-nos uma valsinha para nos recepcionar na última viagem que faremos para lhe encontrar.

AUTOR: *Zé Ronaldo (Professor e Artista Popular). 

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do "Cangaço" José Romero de Araújo Cardoso

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"LAMPIÃO EM PERNAMBUCO"


Tenho visto alguns textos de escritores no facebook que estão em livros, mas me privo repassar para o blog do Mendes e Mendes, porque são materiais publicados em livros lançados recentemente, e eu não sei se os autores concordarão. 

Acredito que os nossos amigos que fizeram postagens destes materiais, solicitaram aos autores a autorização para tal fim. Este, "LAMPIÃO EM PERNAMBUCO" publicado no livro do Dr. Sérgio Dantas, que já foi postado no facebook,  é excelente, mas eu não estou autorizado para repassá-lo para o nosso http://blogdomendesemende.blogspot.com, já que o artigo foi publicado em livro recente. 

Peço desculpa ao leitor por não ter autorização para trasladar alguns textos publicados em livros que estão nas páginas do facebook. 

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BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE OS DESVIOS DE ROTA QUANDO DA MARCHA DO BANDO DE LAMPIÃO EM SEU OBJETIVO DE ATACAR MOSSORÓ

Por José Romero Araújo Cardoso[1] e Marcela Ferreira Lopes[2]

Não há como negar que Lampião sentiu-se ludibriado quando estacionou com o bando às portas de Mossoró em 13 de junho de 1927, pois os ângulos da cidade, observados pelo binóculo, mostraram-lhe uma aglomeração urbana extremamente sofisticada para o sertão daqueles idos do segundo lustro da década de vinte do século passado.
          
Impressiona e suscita indagações como um cangaceiro traquejado na vida bandoleira deixou-se enganar de forma tão simples e infantil, tendo em vista que os informes repassados por Massilon Benevides Leite enfatizaram que Mossoró era uma cidade pequena, não obstante contar com uma agência do Banco do Brasil, cuja resistência da população a um ataque bandoleiro seria nula ou quase inexistente.
          
Lampião contava com impecável sistema de informações, não se arriscava à toa, pois era imprescindível saber detalhes sobre terrenos palmilhados, principalmente em se tratando de lugares desconhecidos.
          
Na marcha do bando de Lampião em direção a Mossoró, intuindo ataca-la, houve desvios de rotas em duas oportunidades, motivados pelos informes extremamente desagradáveis sobre a iminência de um confronto de proporções avassaladoras que poderiam causar baixas consideráveis no bando.
          
O primeiro desvio aconteceu para evitar que o bando fosse surpreendido pela resistência armada por civis em Alexandria, após o combate ocorrido em Vitória (hoje município de Marcelino Vieira).
          
O segundo desvio aconteceu quando da marcha em direção a Caraúbas, pois as notícias que corriam céleres destacavam a truculência de Quincas Saldanha no que diz respeito ao tratamento dispensado a bandidos e desordeiros pelos limites territoriais onde sua presença se efetivava quase como senhor feudal absoluto em domínios conquistados.
          
Desviar pela localidade de Pedra de Abelha (hoje município de Felipe Guerra) foi a saída encontrada por Lampião para que o bando não fosse penalizado pela forma como a sagacidade de Quincas Saldanha organizou o foco de resistência à passagem dos audacioso bandoleiros das caatingas em direção a Mossoró.
          
O piquete montado por Quincas Saldanha, apelidado de gato vermelho, chegou a disparar a esmo, mas o traquejo em lutas fê-lo atentar que as detonações estavam sendo efetivados apenas de um lado, motivando-lhe o raciocínio de que tratava-se de um ledo engano dos seus comandados.
          
Dando ordens para que os disparos cessassem, Quincas Saldanha, não obstante a ameaça cangaceira estar distante, manteve-se impávido em suas trincheiras garantindo a integridade física de sua gente.
          
Em Mossoró a resistência mostrou-se eficiente e à altura da ameaça representada pelos agressores que não titubearam em acatar a ordem suprema do rei dos cangaceiros para assinalar um dos mais complexos capítulos da saga bandoleia pelas caatingas nordestinas.

[1] José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor-Adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB) e em Organização de Arquivos (UFPB). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA/UERN).

[2] Marcela Ferreira Lopes. Geógrafa-UFCG/CFP. Especialista em Educação de Jovens e Adultos com ênfase em Economia Solidária-UFCG/CCJS. Graduanda em Pedagogia-UFCG/CFP. Membro do grupo de pesquisa (FORPECS) na mesma instituição.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero de Araújo Cardoso
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domingo, 28 de junho de 2015

NOSSO LIVRO NA EUROPA - "A VOLTA DO REI DO CANGAÇO"


Recebi hoje essa foto e fiquei muito feliz em saber que "A VOLTA DO REI DO CANGAÇO" foi lido em terras distantes.


A foto é na Alemanha, na cidade de Eisenach, que tem ao fundo o castelo de Wartburg, que foi o local que Martinho Lutero traduziu a bíblia para o alemão.

PREÇO R$ 4500
Para adquiri-lo entre em contato com: Coronel Luiz Ribeiro Gomes no facebook

Fonte: facebook

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HOJE 7 ANOS QUE DURVALINA FALECEU

A cangaceira Durvalina

Hoje, dia 28 de junho de 2015, está completando 7 anos que faleceu a  minha mãezinha, ex-cangaceira Durvalina, esposa do também ex-cangaceiro meu pai Moreno. 

O cangaceiro Moreno

Ela partiu e o meu coração continua chorando. Que Deus a tenha bem pertinho dele! Mamãe, vou te amar para sempre. Saudades eternas!



http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,durvinha-conta-historia-do-ultimo-casal-do-cangaco,88841

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O MAIS NOVO LIVRO SOBRE O CANGACEIRO JARARACA


Adquira logo este através deste e-mail:
limafalcao34@gmail.com
Valor: R$ 35,00 (incluso a postagem)
Banco do Brasil
Agência: 3966-7
CC – 5929-3

Marcílio Lima Falcão é professor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), mestre em História Social pela
Universidade Federal do Ceará (UFC) e atualmente faz doutorado em História Social na Universidade de São Paulo (USP).

Suas principais áreas de pesquisa são a História Social da Memória, Religiosidade e Movimentos Sociais no Brasil Republicano.

Cela onde ficou Jararaca em Mossoró, até ser levado fora de horas ao cemitério para ser executado - Francisca Alencar
Voltaseca Volta - Beleza de foto Francisca Alencar! O túmulo de Jararaca em dia de finados é mais visitado do que o de Rodolfo Fernandes. Como explicar isso? Crendices, devoção, ou outro fenômeno?

Nota: As duas fotos acima só para efeito de ilustrações. Não fazem parte do livro Jararaca.


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TINGÓ, O JAGUNÇO

Por Rangel Alves da Costa*

“Num posso nem dizer que num mato. Vivo disso, ganho pra isso...”.

“Num sei nem quanta tocaia já fiz, quanta emboscada já preparei. E já derrubei mais de dez, disso eu tenho certeza...”.

“Vida desgraçada essa minha. O coroné meu patrão me paga pra derrubar inimigo, pra entregar aos urubu seus desafeto...”.

“Nem sei se todo mundo que matei merecia morrer. Tarvez nenhum. Num tenho nada com briga de gente grande, com encrenca dos outro, mai...”.

“Sei que meus óio já miraro muita gente inocente, muito pobe coitado que nem eu. Tomem sei que meu dedo já puxou gatio pa gente que num devia morrer...”.

“Nunca me esqueço quano o coroné mandou derrubar Véio Crimero. Mandou matar o pobe coitado só pruque o homi num quis vender seu pedacinho de terra pru doi vintém...”.

“Adespoi, achano pouco, enxotou a famia toda do defunto. Eu mermo fui duns que foi até a casinha véia ameaçar a coitada da viúva. Ou arribava dali ou todo mundo ia pa debaixo do chão...”.

“Marvadeza demais do coroné, bem sei. Mai o pior é que o poderoso num faz nada, só manda, só ordena. E quem acaba fazeno o seuviço de ameaça e morte é a jagunçada...”.

“Deus sabe o quanto me arrependo de ter entrado nessa vida. Juro pru Deus que num nasci pra essa vida não. Mai fazê o que nesse sertão que entrega ao home a mai triste sina?...”.

“Entrei nessa vida aina novo, e num faz munto tempo. Mai hoje já me sinto enveiecido demai, uma pessoa com o dobro da idade da que trago agora...”.

“Pru que assim? Munto faci de arresponder. A curpa cumeno o juízo, o arrependimento varejano pru dento, o remorso da peste num deixano nem dormir nem viver...”.


“Que ninguém diga que num sente assim pru que tá mentino. Já vi jagunço arrancar os própio miolo adespoi de endoidar de tanta mardade feita. O home parecia uma coisa do outo mundo...”.

“Quixabera, um dos maió jagunço que já pisou por aqui se acordou no meio da noite berrano. Adespoi deu pa andar de quato pé e desse jeito se meteu na mataria até sumir...”.

“Tarvez seja essa a sina de nóis todo, de todo que mata de mando, de tocaia, de emboscada. Tem gente que se acha valente demai, mai adespoi o esprito parece que fica cracomido e acaba na maió tristeza do mundo...”.

“Quem sou eu, meu Deus? Um nada, um zé-ninguém, um desgraçada de um matador de uma figa. Que home sou sem a arma na mão, sem a cartucheira empinhada pa mostrar valentia?”.

“Um covarde que sou, um desumano que sou, num sou mermo é nada. Triste daquele que pensar que tá fazeno bom negoço viver ganhano vintém pa fazer o sangue de gente de famia jorrar pelas estrada, nos caminhos desse mundão...”.

“Inté hoje, mermo já tenho feito tanta mardade, num tenho nada que seja meu. Num tenho casa, num tenho um pedaço de chão, nada. Nem famia eu tenho, só esse mundo que num é meu...”.

“Queria mermo era arribar daqui. Mai sei que é munto difici. Dessa vida só se sai fugino do mardito patrão. Se o coroné suber que quero deixar de ser jagunço entonce quem vai ser tocaiado sou eu. Sei disso. Assim já aconteceu com Vadão e Porqueirinha...”.

“Uma vez entrado nessa vida, o destino é viver com as mão suja de sangue inté o fim. Tem gente que eneveiece jagunço e adespoi é abandonado como cachorro sarnento. Jagunço sem serventia num interessa a coroné argum...”.

“Num sei quantos ano tenho agora. Mai sei que já me sinto enveiecido pru dento. No dia que eu faiá a pontaria quem vai servir de comida de urubu sou eu...”.

“Mai num sei o que fazer não. Tarvez arribe daqui no escondido. Tarvez eu me junte aos home de outo coroné, o coroné Espaciano. Mai tudo a merma coisa. Tudo a merma vida de jagunço, de morte e sem futuro...”.

“Que Deus escute o que digo, se é que aina mereço ser ouvido. Mai se minha mão de sangue pudesse ser lavada em troca de sarvação, entonce agorinha mermo eu dava cabo de minha pórpia vida. Mai se que vou ter que morrer pa sofrer aina mai...”.

“E sofrimento aina pior dos que tanto já fiz calar o gemido com mai uma bala no meio da testa. Mai isso num é vida. Num sei o que é, mai isso num é vida...”.

Poeta e cronista
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Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

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