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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

O FACÍNORA E SANGUINÁRIO CAPITÃO LAMPIÃO

Por José Mendes Pereira

Afirmam os escritores, pesquisadores e historiadores  do cangaço que o capitão Lampião foi um dos cangaceiros mais inteligente, e além disso: perseguido, perseguidor, traído, respeitado e respeitador, adorado por muitos e rejeitado por outros, exigente, vingativo, cruel, corajoso, destemido aos arrufos de qualquer um, respeitava as opiniões dos seus comandados, mas não admitia covardia. Traições de qualquer um, mesmo que fosse feitas pelos seus melhores amigos da nova e da velha-guarda, imperdoavelmente pagava com a morte, coisa que ele não aceitava ser colocada na sua mesa de bandoleiro traições. Lampião vivia fora da lei, mas mantinha excelente relacionamento com os poderosos. Lampião era protegido por alguns coronéis e políticos. O governador de Sergipe Eronildes Ferreira de Carvalho era um desses, tinha amizade com Lampião e lhe fornecia armamento e munição.

Viveu quase vinte anos nas caatingas nordestinas. Perseguido pelas forças volantes dos governos, mas  mesmo assim, Lampião conseguiu ludibriá-las e manter o seu desastroso movimento social por  sete Estados do nordeste brasileiro, os quais foram: 

a - Pernambuco - sua querida terra natal que o viu nascer e crescer em Villa Bela, hoje Serra Talhada, mas foi uma que o rejeitou sem um tico de respeito, quando ele entrou no Estado com um documento com a patente de capitão que tinha recebido das mãos do padre Cícero Romão  Batista no Juazeiro do Norte. 

Há quem diga que o padre Cícero Romão foi um menino de recado, isto é, fazendo o que o deputado federal Floro Bartolomeu delegava. Mas existem outras informações que o padre Cícero quando desse encontro de Lampião, antes dele chegar a Juazeiro, o padre teria dito em tom de repúdio: "- Agora vem este homem para cá".

b - Alagoas - neste Lampião resolveu atacar fortemente, protestando contra o assassinato do seu patriarca  José Ferreira  da Silva. 

c - Rio Grande do Norte - uma única vez, que no dia 13 de Junho de 1927, foi escorraçado de Mossoró, uma das maiores decepções que o rei Lampião passou.

d - Ceará -  neste o capitão Lampião tinha respeito, afirmando que o padre Cícero Romão era um dos protetores das suas irmãs e do Ezequiel que ainda era muito novo.

e - Bahia - onde ele chegou faminto com os seus homens, mas trazia paz. 

f - Paraíba. - E por lá fez as suas maldades contra alguns.

g - Sergipe - e foi neste aonde o capitão Lampião se tivesse tido tempo teria dito ao seus conterrâneos brasileiros: "- Estou partindo para a eternidade, meus conterrâneos!". 

Fez o seu último coito na Grota do Angico, nas terras da cidade de Poço Redondo, onde lá os policiais tinham preparado a sua última refeição. Na madrugada de 28 de julho de 1938 na Grota do Angico no Estado de Sergipe ele morto juntamente com a sua rainha e mais 9 cangaceiros que pertenciam a sua Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia.

Nos anos trinta, do século XX, Lampião resolveu colocar em seu bando uma senhora, Maria Gomes de Oliveira, que no bando ficou conhecida como dona Maria quando falavam diretamente a ela, e ou dona Maria do capitão, esse último era quando falavam nela. Ela nasceu no dia  8 de Março de   1911 em  uma minúscula fazenda em Santa Brígida, no Estado da Bahia. (existe uma outra data adquirida através do pesquisador Voldir de Moura Ribeiro. - Clique neste link para ter mais informações: https://tokdehistoria.com.br/2011/10/25/sociologo-encontra-novas-informacoes-sobre-maria-bonita/

Era filha do sofrido casal José Gomes de Oliveira e Maria Joaquina Conceição Oliveira, tendo como irmãos:   

Benedita,  Antonia, Amália (não confundir com Anália que era irmã de Lampião. Joana, Olindina, Francisca, José, Arlindo, Ananias,  Isaías Ozéas todos sendo Gomes de Oliveira.

Aos 15 anos de idade, Maria Bonita resolveu se casar, tendo como marido, o sapateiro José Miguel da Silva, o Zé de Nené, que não levando sorte, durante o tempo em que viveram juntos, a sua vida foi infernizada pelo desastroso casamento, quando o sapateiro não a valorizava, e com isso, as brigas eram constantes no lar.
          
Apesar de ser cangaceiro os pais de Maria Bonita tinham admiração por Virgulino Ferreira da Silva (existem registros que afirmam que quando Maria Bonita se juntou a Lampião o seu pai debandou-se por aí, porque não queria tal união). 


O que sentiu Lampião por Maria Bonita foi sem dúvida, o tipo físico de mulher brasileira,  olhos e cabelos castanhos que fazia com que muitos a desejassem, por ser  considerada uma mulher interessante. A atração foi recíproca entre os dois que posteriormente Lampião a convidou para fazer parte do seu respeitado bando.                  
               
Após a entrada de Maria Bonita na empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia muitos asseclas levaram as suas amadas para as caatingas, como o cangaceiro Corisco que raptou uma jovem de 13 anos (mas existem registros que afirmam que Dadá não foi raptada, foi para o cangaço  por espontânea vontade), para acompanhá-lo na mais perigosa vida, que é a de viver em correria dentro das matas, quando eram perseguidos pelas volantes.

Mas mesmo usando o seu malabarismo finalmente na madrugada de 28 de Julho de 1938, na Grota do Angico Lampião e mais dez cangaceiros foram  executados pelas forças volantes comandadas pelo tenente João Bezerra da Silva, e entre eles, estava a sua rainha Maria Bonita.

Uns dizem que Lampião havia chegado a sua hora. Outros dizem que Lampião foi envenenado. Outro dizem que Lampião fugiu do cerco e foi embora para o Norte de Minas Gerais. Outros afirmam que a morte do rei e da rainha aconteceu devido um bom cerco policial que o seu matador havia preparado. O certo é que o compadre Lampião chegou ao fim, e que eu acho que ninguém se esconde de ninguém por muito tempo. Um dia chegará a sua vez. O Lampião verdadeiro lá de Serra Talhada do Estado de Pernambuco se foi, mas muitos Lampiões surgiram continuam roubando, matando inocentes, depredando o que se adquiriu com tanto esforço, desflorando crianças e moças e ferreteando-lhes o rosto e as partes prudentas sem que as autoridades tomem providência. 

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A GRANDE VITÓRIA DE LAMPIÃO EM 1926 NA SERRA GRANDE-PE.

Por João Filho de Paula Pessoa

Em 1926, em Serra Grande-Pe., Lampião com a média de 80 cangaceiros lutou contra 350 soldados de três volantes juntas. Atraiu os Macacos para uma grande emboscada, mediante o sequestro de um funcionário da Esso exigindo resgate, com isto todos os saldados se dirigiram à captura de Lampião guiados pelo melhor rastejador do local, Ângelo Caboclo, que ao se aproximar do local dos cangaceiros, juntou uma pista no chão, olhou para seu comandante e disse “eu estou morto” levando um tiro na mesma hora, começando em seguida uma chuva de balas. 


As volantes se viram cercadas e encurraladas em terrível desespero pela vida, enquanto os cangaceiros atiravam sem dó, cantando, dançando, gritando, aboiando tristes e longas melodias. Vários soldados fugiram covardemente, mais de 10 morreram e tantos outros ficaram feridos, inclusive Manoel Neto com três tiros nas pernas, num combate de 8 horas, média de 5.000 tiros, sem nenhuma baixa cangaceira. Restando vitorioso Lampião e seu bando.


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CADERNO DE VAZIOS E NADAS

*Rangel Alves da Costa

Ah estas palavras. Ah estes pensamentos. Seria melhor silenciar, calar de vez, nada escrever ou deixar de alguma forma em registro. Apenas deixar esvoaçar e ir embora.
Mas necessário dizer antes que me tomem como culpado. Eis, então, o que fiz e o que não fiz, com a justa motivação de cada passo dado e cada coisa feita. Ou não.
Não acendi a lamparina do sol nem dei luz ao candeeiro da lua. A única coisa que fiz foi não deixar que as chamas se apagassem em mim.
Não coloquei água na nuvem nem abro a torneira para a chuva cair. A única coisa que fiz foi ter a perseverança de semear até a chegada dos pingos.
Não pintei de amarelo o entardecer nem de avermelhado o por do sol. A única coisa que fiz foi não deixar que as tintas se derramassem senão no meu olhar.
Não Tirei o frio do congelador nem o calor de dentro do forno abrasado. A única coisa que fiz foi deixar que tudo acontecesse perante os ditames da natureza.
Não escrevi versos em flor para um amor nem teci estrofes de dor para um desamor. A única coisa que fiz repassar para o papel o meu instante de alegria ou de sofrimento.
Não achei a cor azul mais bonita nem a cor vermelha a mais bela. A única coisa que eu disse é que todas as cores do mundo deveriam ter os matizes do arco-íris.
Não disse que gosto de café bem quentinho ou que prefiro o café já refrescado na xícara. A única coisa que eu disse é que tenho de ter um cigarro para fumar depois.
Não silenciei na hora nem gritei naquele instante. A única coisa que fiz foi olhar e não acreditar no que via.


Não falei que prefiro milho cozido a milho assado. A única coisa que fiz foi sentar no tamborete e ficar esperando qualquer espiga de milho, que fosse assada ou cozida.
Não fui por que o caminho é sem curvas ou por que a estrada era em linha reta. A única coisa que fiz foi me encorajar para seguir por qualquer percurso, sem nada temer, na força da fé.
Não fiquei enamorado por que o beijo dela era doce ou por que o seu abraço era caloroso e apertado. A única coisa que fiz foi ouvir sua palavra, e por isso enamorei.
Não aceitei um Deus da igreja nem um Deus de outros cultos. A única coisa que fiz foi aceitar um Deus no qual acredito existir e que possui templo sagrado em meu coração.
Não disse que sempre prefiro o sim e sempre ignoro o não. A única coisa que fiz foi ouvir novamente a pergunta para responder sem medo de errar.
Não disse que prefiro mulher nua à mulher vestida de longo. A única coisa que fiz foi dizer que não precisa estar nua ou vestida para ser bela pelo próprio jeito de ser.
Não imaginei que a cultura diferenciava os povos ou que o modo de viver de cada povo pudesse ser afetado pela própria cultura. A única coisa que fiz foi dizer que respeito toda cultura e todo povo.
Não afirmei que a moça à janela deveria levar um lenço à mão ou que suas lágrimas deveriam molhar sua face. A única coisa que fiz foi dizer que cada deve navegar no rio de suas lágrimas.
Não disse que o certo estava certo e o errado estava errado. A única coisa que fiz foi afirmar que o certo e o errado dependem daquele que quer comprovar sua razão.
Não afirmei que durmo por que estou cansado ou por que estou com sono. A única coisa que fiz foi dizer que durmo apenas para sonhar.
Ou talvez eu negue tudo acima negado. Não sei se em qual lado do Eclesiastes eu estava. Talvez no oposto do que deveria ser diferente. Mas assim mesmo. Também não se tenha como verdade o que foi dito.
Nem eu sei quem sou. Eis a verdade,

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.
franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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FALECEU HOJE EM MOSSORÓ O PROFESSOR AGOSTINHO DO VALE SOUSA.

Por José Mendes Pereira

Faleceu o nosso amigo e adepto do curso de Letras da Fundação Universidade Regional do Rio Grande do Norte o professor Agostinho do Vale Sousa. Ele era irmão do João do Vale que também fez letras comigo. O seu sepultamento será hoje à tarde em Mossoró.

Eu ainda não soube a causa da morte.

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A MORTE DE ANTONIO ROSA CONTADA POR SEU LUIZ DE CAZUZA.



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IVANILDO VILA NOVA EM ORGULHO DE SER NORDESTINO

Do acervo do José João Souza


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A MORTE DO MENINO OLÍMPIO GRANDE, O CANGACEIRO VELOCÍPIDO DE MONTE ALEGRE


Manoel Belarmino

"Oi, diga a papai José
Que estou chorando arrependido
Lá eu era Olímpio Grande
Aqui me chamam Velocípido".
(Autoria de: Zabelê, Correnteza e Beija Flor)


Um menino apaixonado pelas coisas da roça e da caatinga, das vaquejadas e do cuidar das miúnças. Assim foi Olímpio, um menino nascido em Monte Alegre, filho do vaqueiro José Alves.

Era o tempo do Cangaço. Mortes e perseguições assolavam o sertão inteiro. O medo tomava conta das pessoas do sertão. Com isso os pais de Olímpio decidem mudar sua morada para o então povoado de Monte Alegre. O menino não se acostuma com aquela vida urbana. Sente saudades e retorna para a caatinga.

E ali, em seguida, o rapazinho Olímpio, conhecido como Olímpio Grande, entra para o mundo bandoleiro do cangaço. É logo batizado por Lampião com o nome de guerra de Velocípido. O povoado de Monte Alegre viu ali o seu primeiro e único filho na condição de cangaceiro.

Com o passar de alguns dias, Velocípido sente o inferno que é a vida bandoleira. Não gosta da vida cangaceira. A tristeza e o desespero toma conta dos dias e da vida do menino Olímpio. Faz planos para desistir da vida cangaceira e fugir dali.
Sem pensar muito, numa manhã de sábado, antes do nascer do Sol, Velocípido fugiu do coito cangaceiro e foi para o povoado Monte Alegre. Logo procurou o senhor José Rodrigues da Silva, conhecido como Zé da Silva, aquele mesmo senhor que se tornou o prefeito quando Monte Alegre foi emancipado.

Zé da Silva não sabia o que fazer para proteger o rapaz. Teria que esconder o ex-cangaceiro das volantes e dos cangaceiros. Monte Alegre estava sob o comando policial do cabo Nicolau, terrível perseguidor e matador de cangaceiros. Com a intenção de proteger a vida do menino cangaceiro, Zé da Silva resolve levar o ex-cangaceiro até a capital Aracaju para entregar às autoridades.

A viagem para Aracaju foi marcada. Resolvem sair cedinho numa madrugada para Aracaju. Tudo pronto para o cangaceiro Velocípido ser entregue às autoridades da Justiça na capital. Mas o inesperado acontece. Antes de chegar em Nossa Senhora da Glória uma volante cerca os viajantes. Era o sanguinário cabo Nicolau. Zé da Silva tenta dialogar com o cabo, mas este estava irredutível.

Não teve jeito. O cabo Nicolau ordena que o cangaceiro se ajoelhe e com três tiros e duas punhaladas assassina o menino de Monte Alegre Olímpio Grande. Em seguida corta a cabeça do ex-cangaceiro, levando-a para o quartel de Nossa Senhora da Glória para exposição pública.

Assim foi a curta vida do único cangaceiro de Monte Alegre de Sergipe.


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O SAL E LAMPIÃO POR ÂNGELO OSMIRO



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MAIS UM DO POETA KYDELMIR DANTAS


Por gostar desta terra da cultura,
Do cangaço de Silvino e Lampião,
Das sanfonas de Sivuca e Gonzagão,
Dos engenhos de cana e rapadura.
Sertanejo que enfrentou a lida dura,
Mas que tira de letra uma canção.
Com xaxado, forró, xote e baião,
Vou alegre cumprindo meu destino.
Com orgulho de ser um NORDESTINO
Que admira o luar do meu sertão.

Por estar bem dividido
Meu coração vive em festa,
Mossoró, Nova Floresta,
Serão sempre “meu partido”.
Nordestino assumido,
Paraíba-“Potiguá”,
Que vive de lá pra cá,
Com alegria sentida.
Preservando as amizades,
Seja nos campos ou cidades,
Por esta estrada da vida.

(Kydelmir Dantas – Nova Floresta-PB, 08/10/2017).


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SÓ PARA COMEÇAR O DIA ABENÇOADO COM ESTA LINDA MÚSICA.


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