Canhões do San
José – Fonte – WHOI
Confirmado
oficialmente só agora, naufrágio ocorreu há 310 anos com uma carga de ouro,
prata e esmeraldas. Robô que ajudou a achar destroços do Air France 447 tirou
fotos de galeão espanhol San José. Localização exata do achado é tratada
como segredo de Estado pela Colômbia.
Novos detalhes
foram revelados sobre o achado do galeão espanhol San José, que afundou há
três séculos perto da costa caribenha da Colômbia.
O Instituto
Oceanográfico Woods Hole – WHOI, dos Estados Unidos, após ser autorizado pelo
governo colombiano, revelou que usou o robô REMUS 6000 para fazer imagens de
sonar e fotografias do San José deitado a 600 metros de profundidade.
Este aparelho de pesquisa subaquática é o mesmo que ajudou a localizar os
destroços do voo da Air France que caiu em 2009 no Oceano Atlântico,
perto do arquipélago de São Pedro e São Paulo, após partir do Rio de Janeiro
rumo a Paris.
O galeão
espanhol foi encontrado no final de 2015 na Península de Baru, Colômbia. Mas só
agora saiu a confirmação oficial. (Ver
–https://tokdehistoria.com.br/2015/12/11/colombia-encontrado-o-grandioso-tesouro-do-galeao-san-jose/).
Muitas vezes
chamado de “Santo Graal dos naufrágios”, foi por muito tempo considerado um dos
mais duradouros mistérios marítimos da história. O Woods Hole foi convidado a
participar da busca por sua reconhecida especialização em exploração em águas
profundas.
Despojos do
San José – Fonte – WHOI
O galeão San
José foi ao fundo após ser abatido por uma esquadra britânica na Ação de Wager,
em 8 de junho de 1708. Era a Guerra de Sucessão Espanhola, na qual uma disputa
após a morte do rei Carlos II, sem filhos, levou a uma guerra internacional
entre as facções Bourbon e Habsburgo, apoiadas por duas coalizões. A
Inglaterra, com o Sacro Império Romano-Germânico, a República Holandesa e
Portugal, estava a favor dos Habsburgo. A França era o principal
aliado dos Bourbon, a quem pertencia o navio.
Dos mais de
600 tripulantes do San José, apenas 11 sobreviveram. O resto foi a
fundo com uma gigantesca carga de ouro, esmeraldas e prata tiradas das colônias
espanholas.
O San José
sendo afundado no quadro “Ação em Cartagena”, 28 de maio de 1708, de autoria do
pintor Samuel Scott – Fonte –ps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2e/Wager%27s_Action_off_Cartagena%2C_28_May_1708.jpg
Pelos padrões
modernos o galeão de 62 canhões e três mastros afundou com um tesouro que pode
valer até US$ 17 bilhões de dólares, segundo a Associated Press. Esse montante
é equivalente ao PIB, o total produzido pela economia, de um país como Moçambique.
O valor estimado é 34 vezes maior que o segundo mais rico naufrágio já tirado
do mar, o Nuestra Senõra de Las Mercedes, encontrado em 2007, que rendeu
US$ 500 milhões em artefatos recuperados.
O veículo de
pesquisa do Woods Hole desceu até 9 metros acima dos destroços do San José para
tirar várias fotografias, flagrando, entre outras coisas, as gravuras de
golfinhos nos canhões da nave, peça-chave de evidência visual para confirmar
que se tratava do galeão.
“Os destroços
estavam parcialmente cobertos de sedimentos, mas com as imagens das câmeras das
missões de menor altitude, pudemos ver novos detalhes nos destroços e a
resolução foi boa o suficiente para distinguir a escultura decorativa dos
canhões”, disse o líder da expedição, Mike Purcell.
Ainda resta
saber quem é o dono da bolada do San José!
O tesouro do
galeão tem sido objeto de batalhas judiciais entre várias nações e também
empresas privadas. Há algumas semanas, a UNESCO, agência cultural das Nações
Unidas, pediu à Colômbia que não explorasse comercialmente o naufrágio. Já a
Espanha está também interessada, já que a nave sinistrada era sua propriedade
então. Segundo reportagem da Bloomberg, o mesmo pode ser pedido pela
França, na batalha com a Espanha, ou o outro lado, Holanda e Inglaterra,
que receberiam o butim do vencedor.
A localização
exata e profundidades exatas do San José, por razões óbvias, se tornaram um
segredo de Estado na Colômbia. Segundo o vice-presidente da WHOI, o
norte-americano Rob Munier, afirmou que “Mantivemos o segredo em respeito ao
governo colombiano”.
Consta que a
descoberta de San José traz considerável significado cultural e
histórico para o governo e povo colombiano, devido ao tesouro de artefatos
culturais e históricos do navio e às pistas que podem fornecer sobre o
clima econômico, social e político da Europa no início do século XVIII. O
governo colombiano planeja construir um museu e um laboratório de conservação
de classe mundial para preservar e exibir publicamente o conteúdo do naufrágio,
incluindo canhões, cerâmicas e outros artefatos.
Esperamos e
torcemos para que o governo colombiano tenha capacidade e competência para
manter sob sua posse esse achado, fruto do saque fabuloso praticado pelos
conquistadores europeus durante a colonização do Novo
Mundo!
Vamos aguardar
os próximos capítulos dessa novela subaquática.
https://tokdehistoria.com.br/2018/05/24/o-naufragio-mais-rico-de-todos-os-tempos-foi-achado-em-aguas-territoriais-da-colombia-e-vale-us-17-bilhoes-mas-se-os-colombianos-nao-tomarem-cuidado-podem-perder-tudo-para-europeus/
http://bogdomendesemendes.blogspot.com