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terça-feira, 9 de outubro de 2018

UM ESTADO E SEUS CAPÍTULOS TOTALMENTE SITUADOS NA SAGA

“Lampião na Paraíba – Notas para a História” é a mais nova e impecável contribuição de Sérgio Dantas

O livro ‘Lampião na Paraíba – Notas para a História’ não foi concebido com a intenção de se tornar uma obra revolucionária. O objetivo do autor foi apenas elaborar um registro perene e confiável sobre a atuação do célebre cangaceiro em terras paraibanas. Com 363 páginas e cerca de 90 fotografias de personagens envolvidas na trama - e lugares onde os episódios ocorreram -, o trabalho certamente será de grande utilidade aos estudiosos de hoje e de amanhã.

Dividido em 19 capítulos, com amplas referências e notas explicativas, tenta-se recontar, entre outros, os seguintes episódios:

“A invasão a Jericó; fazendas Dois Riachos e Curralinho; o fogo da fazenda Tabuleiro; os primeiros ferimentos sofridos por Lampião; as lutas com Clementino Furtado, o ‘Quelé’; combate em Lagoa do Vieira; Sousa: histórico do assalto e breve discussão sobre as possíveis razões políticas para a invasão da cidade; a expulsão dos cangaceiros do município de Princesa; combates em Pau Ferrado, Areias de Pelo Sinal, Cachoeira de Minas e Tataíra; o cangaceiro Meia Noite; Os ataques às fazendas do coronel José Pereira Lima; morte de Luiz Leão e seus comparsas em Piancó; confronto em Serrote Preto; Suassuna e Costa Rego; a criação do segundo batalhão de polícia; Tenório e a morte de Levino Ferreira; ataque a Santa Inês; combates nos sítios Gavião e São Bento; chacina nos sítios Caboré e Alagoa do Serrote; Lagoa do Cruz; assassinatos de João Cirino Nunes e Aristides Ramalho; Mortes no sítio Cipó; fuga de paraibanos da fronteira para o Ceará; confronto em Barreiros; invasão ao povoado Monte Horebe; combates em Conceição; sequestro do coronel Zuza Lacerda; o assalto de Sabino a Triunfo(PE) e Cajazeiras (PB); mortes dos soldados contratados Raimundo e Chiquito em Princesa; Luiz do Triângulo; ataques a Belém do Rio do Peixe e Barra do Juá; Pilões, Canto do Feijão e os assassinatos de Raimundo Luiz e Eliziário; sítios Vaquejador e Caiçara; Quelé e João Costa no Rio Grande do Norte; combates com a polícia da Paraíba em solo cearense; o caso Chico Pereira sob uma nova ótica; Virgínio Fortunato na Paraíba: São Sebastião do Umbuzeiro e sítios Balança, Angico e Riacho Fundo; sítio Rejeitado: as nuances sobre a morte do cangaceiro Virgínio”.

A obra certamente não abrangerá o relato de todas as façanhas protagonizadas pelo célebre cangaceiro no estado da Paraíba. Muito se perdeu com o passar dos anos. Os historiadores de ontem, em sua maioria, não tiveram grande interesse em dissecar os episódios por ele protagonizados no território do estado.
A presente obra busca resgatar o que não se dissipou totalmente na bruma do tempo.

LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA, Polyprint, 2018, 363 pgs. Disponível em outubro de 2018.

 Aguardemos!

Sobre o autor: Sérgio Augusto de Souza Dantas é magistrado em Natal. Publicou os livros Lampião e o Rio Grande do Norte – A História da Grande Jornada (2005)Antônio Silvino – O Cangaceiro, O Homem, O Mito (2006)Lampião Entre a Espada e a Lei (2008) e Corisco – A Sombra de Lampião (2015).

CONHEÇA A ANTIGA FÁBRICA DE ARMAS CARAMURU


Vamos citar as fábricas de armas no Brasil na segunda metade do século XX.

E começaremos com a Caramuru:

Caramuru era o apelido de um famoso personagem da história do Brasil, Diogo Álvares Correia (nascido em Viana do Castelo, Portugal, 1475, e falecido em Tatuapara, na Bahia, em 5 de outubro de 1557). Foi um náufrago português que segundo consta, assustou os índios que tentavam aprisioná-lo, com um disparo de seu arcabuz, sendo chamado de “Caramuru” (dentre tantas traduções românticas “deus do trovão”, “homem do trovão“), embora novas pesquisas apontem que o nome Caramuru se referia na verdade uma espécie de agressiva moréia, uma espécie de peixe ósseo, angüiliforme, da família dos murenídeos. Caramuru passou a morar entre os índios, e até casou-se com uma índia: Paraguaçu. Foi o primeiro português a residir em terras do Estado da Bahia, em 1510.


A marca de comércio CARAMURU foi usada pela F.A.M. (Fábrica de Armas Modernas), empresa que era distinta da original fabricante dos fogos Caramuru, de quem adquiriram o direito de usar a marca e alguns projetos de armas que já estavam prontos. Era de propriedade do empresário e designer Miguel Raspa. Atuou nas décadas de 60 e 70, na cidade de Jacareí, no interior do Estado de São Paulo, produzindo neste período alguns bons revólveres com a armação feita em aço, carabinas em calibre .22 e carabinas de ar comprimido. Uma coisa que nos chama a atenção na Caramuru é sua logomarca, que é a famosa cabeça de um índio com cocar e ornamentos. O que estranhamos é que o desenho nos remete mais à face de um índio norte-americano e não de um índio brasileiro, o que seria mais condizente com o nome da marca.

Revólveres no cal. 22 Long Rifle


Modelo R1, dotado de cano octogonal de 2,6 polegadas (os canos destas armas tinham 5 raias e eram forjados pela Chapina), com a liberação do tambor feita por um pino situado diretamente no retém do cano, travando a “caneta” do extrator. A capacidade do tambor era de 7 tiros. Revólver R1, em calibre .22LR

 Revólver R1, em calibre .22LR

Modelo R7, basicamente o modelo R1 redesenhado, com empunhadura mais larga, e liberação do tambor efetuada por um botão deslizante, na lateral. Houve mudanças no desenho dos canos, que passaram a ser redondos ao invés do perfil octogonal. Os canos deste modelo tinham comprimentos que iam de 1 até 6 polegadas. Revólver R7, também em calibre .22LR
  
Revólver R7, também em calibre .22LR

Revólveres no cal. 32 S&W Long :
Modelo R6, com canos variando de 2 ou 3 polegadas de comprimento, capacidade de 6 tiros.

Armas longas:

Carabina modelo K1, calibre .22 LR e capacidade de apenas 1 tiro.

Carabina modelo CLK, calibre .22 LR, estranhamente dotada de alma lisa, e capacidade de 1 tiro.

Carabina modelo K5, também em calibre .22 LR e com ação de ferrolho tipo Mauser, capacidade de 5 tiros. Os canos desta arma eram feitos em Itajubá, subcontratados pela Imbel.

Espingardas de caça conhecidas como modelo 62, de 1 tiro, com cão externo, em calibres 28, 32, 36, e 40. Curiosamente estas armas eram sub-contratadas e produzidas pela empresa Fundição LERAP.

Espingardas de pressão em calibre 4,5 mm.

A empresa fez, também, algumas armas que não passaram de protótipos, tais como o revólver R3 em calibre .38 SPL , bem como uma submetralhadora, baseada no desenho da UZI (de fabricação israelense), em cal. 9mm Parabellum.

Parou de produzir armas de fogo em meados da década de 1970, passando a produzir desde então, peças de automóveis.

Fonte: Vitrine das armas.

http://amigosdaguardacivil.blogspot.com/2013/10/conheca-antiga-fabrica-de-armas-caramuru.html

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MUITO BEM GOVERNADOR

Clerisvaldo B. Chagas, 8 de outubro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.992

A vitória do governador Renan Filho, quase sem adversário, foi como ele mesmo disse: O reconhecimento da sua administração. Estamos vindos de uma sequência de governadores indiferentes, péssimos, fraquíssimos que nem cabo de vassoura. Nem gostamos de falar em política em nossos escritos, para não dá a impressão de odiento ou de bajulador. Mas na hora de falar do errado, nós falamos, assim como elogiamos o que foi feito de proveitoso. Os bons administradores foram ficando tão raros que nem tínhamos mais esperanças nos homens da terra. Analisamos fatos como cidadãos comuns que vivem o cotidiano do nosso estado com análise isenta de partidarismo: fez, fez; não fez, não fez.

Governador Reeleito Renan Filho.
Está certo quem diz que o governador não foi bom para o Magistério, a minha categoria, mas foi dinâmico na infraestrutura do estado. Faz gosto hoje a qualquer visitante rodar por Alagoas, por suas estradas bem cuidadas da capital aos recantos dos sertões. Houve uma mudança radical no modo de vê as coisas de cima para baixo. A transformação que aguardávamos há décadas chegou e Alagoas voltou a ser o tal “filé de Nordeste”, como se dizia, antigamente. Existe, porém, outro desafio na segunda gestão do governador. Vamos ficar vigilantes para que o sucesso do primeiro seja o êxito do segundo.  Quanto mais trabalho mais crédito, pois a população, hoje em dia encontra-se bem informada.
Dizia meu pai, comerciante experiente e admirador de um ótimo governante: “Administrador é como cavalo bom, mora longe um do outro”. Vamos aguardar a segunda gestão do Renan Filho. Tem tudo em suas mãos para dá certo. Alagoas precisa de paz e boa estrutura, confiança assegurada nos seus governantes, para alcançar uma posição invejável no Nordeste. Os maus – em tudo – estão aos poucos deixando o poder pela vigilância popular. Ainda falta, é verdade, uma limpeza grande, mas essa eleição já começou com uma vassourada boa.
Ê “mundo ‘véi’ sem porteira!”.
É bom ser povo.


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VÍDEO....DONA GENEROSA..MAIOR COITEIRA DE LAMPIÃO NO ESTADO DA BAHIA..

https://www.youtube.com/watch?v=jAF8xtoOTT8&t=9s

Publicado em 7 de out de 2018

O Odisseia Cangaço foi até Paulo Afonso para falar sobre uma das maiores coiteiras de Lampião na Bahia. Vamos conhecer um pouco da casa de uma das mais ricas e importantes mulheres dessa região. Se inscreva no Canal Odisseia Cangaço e fique ligado nas histórias do cangaço.
Categoria
Música neste vídeo
Música
Artista
Luiz Gonzaga feat. Fagner, Sivuca and Guadalupe
Compositores
Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira
Licenciado para o YouTube por
SME (em nome de Best); Warner Chappell, União Brasileira de Compositores, Wixen Music Publishing e 6 associações de direitos musicais.

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/

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PESQUISADORA ARACAJUENSE APRESENTA 'SILA, DO CANGAÇO AO ESTRELATO'

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritora Elane Marques

Elane Lima Marques nasceu em Aracaju em 17 de março de 1959. Na graduação, é formada em Pedagogia pela Faculdade Pio X, com especialização em Administração Escolar. Na pós-graduação cursou Psicopedagogia Institucional e Clínica.

Na área de voluntariedade notabiliza-se no Lions Club International, tendo ocupado a Presidência do Lions Clube Atalaia, assim como os cargos de Coordenadora do Gabinete de Integração, Assessora da Mulher e da Família, Assessora Distrital das Crianças, Assessora Distrital de Eventos, Presidente da Divisão D, e atualmente exerce o cargo de Presidente da Região D do Distrito LA3 que abrange Pernambuco, Alagoas e Sergipe. É sócia também do Woman’s Club International of Sergipe onde ocupa o cargo de 2ª Vice-Presidente.

“Satisfação pessoal em ver o meu trabalho sendo divulgado, propalado, lido, por vezes elogiado pelo público; enfim, deixando como parâmetro para pesquisas de futuras gerações.”
Boa leitura!

Escritora Elane Lima Marques, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a ter gosto por temáticas voltadas para o cangaço?

Elane Marques - Sendo Conselheira do Movimento Cariri Cangaço e acompanhando o meu companheiro, escritor Archimedes Marques, também me apaixonei por esse tema culminando em escrever o livro “Sila, do Cangaço ao Estrelato”, uma obra que minucia a história de vida dessa cangaceira, companheira de Zé Sereno, uma mulher que sobreviveu ao cangaço e também venceu na grande metrópole São Paulo.

Em que momento pensou em escrever “Sila, do Cangaço ao Estrelato”?

Elane Marques - Na qualidade de autêntica representante da mulher, conforme sempre procurei ser em todas as áreas de minha atuação, quando me inteirei mais profundamente do tema cangaço, procurei dentre as cangaceiras aquela que melhor fizesse parte do meu perfil, pois pretendia escrever algo a seu respeito. Assim, em uma dessas pesquisas de campo alguns anos atrás, próximo a Curituba, município de Canindé do São Francisco, em Sergipe, conhecemos uma pessoa encantadora, humilde, um homem simples e castigado pelo tempo: José de Souza Lins Ventura, mais conhecido por Zé Leobino, vaqueiro aposentado, nascido na fazenda Cuiabá, em 3 de fevereiro de 1924. Zé Leobino, nos seus doze anos de idade, conheceu Lampião, Maria Bonita e diversos outros cangaceiros, dentre os quais Sila, que sempre se acoitavam naquela propriedade pertencente à portentosa família Brito que dominava o baixo São Francisco. Após sermos apresentados, depois de uma curta conversa, ele foi logo dizendo que eu era bonita e bem feita igual a Sila, com uma “anca” bem torneada, também uma mulher determinada, decidida e acima de tudo, uma mulher que demonstrava saber o que queria, enfim, o retrato em pessoa de Sila. Oportunamente fizemos outra visita ao simpático Zé Leobino, e novamente esse “galanteador” asseverou estar olhando para Sila, para ele a mais bela das cangaceiras. Desse modo, vaidosa como sempre fui, me despertou a ideia fixa de melhor pesquisar essa mulher, uma brava cangaceira do passado e uma grande mulher no período pós-cangaço. Aquele cansado homem me fez ver o que estava “escrito nas estrelas”, ou seja, que eu deveria escrever sobre Sila, e assim foi feito.

Apresente-nos a obra.

Elane Marques - O envolvimento de Sila com o cangaço se deu na segunda metade de 1936, quando passou a conviver maritalmente com o então cangaceiro Zé Sereno (José Ribeiro Filho) que pertencia ao bando de Lampião. Esse acontecimento mudou para sempre a vida dessa jovem sertaneja, natural de Poço Redondo, Sergipe, menina nos seus 13 anos de idade que, juntamente com sua família, se tornou a partir de então alvo das perseguições das Forças Policiais Volantes que atuavam no combate ao banditismo pelos sertões.

Sila e seu companheiro estiveram presentes em alguns combates e sobreviveram à emboscada realizada pela Força Policial Volante de Alagoas, comandada pelo então Tenente João Bezerra, que vitimou Lampião, Maria Bonita e outros nove cangaceiros, além de um soldado da Força Policial, fato ocorrido em 28 de julho de 1938 na grota do Angico, em Sergipe.

Após a morte de Lampião, o casal se entregou às autoridades em troca da anistia prometida pelo governo Vargas, e pouco tempo depois de serem liberados pela Justiça, seguiram perambulando a pé pelas estradas vivendo grandes aventuras, com destino ao sul da Bahia, indo posteriormente para Minas Gerais e por fim para a grande São Paulo, onde se estabeleceram definitivamente.

De que forma Sila se destacou após o cangaço?

Elane Marques - Assim que chegou a São Paulo, nasceu o quarto filho com vida do casal; entretanto, somente três estavam em sua companhia, pois o primeiro, nascido na época de cangaço, fora entregue a terceiros para uma melhor criação. A exemplo das outras paragens, sem dinheiro algum, comeram o “pão que o diabo amassou” entre os paulistanos da periferia, não somente por terem um passado de sangue, mas principalmente por serem sertanejos nordestinos, pior ainda, por terem sido cangaceiros. Mas os dois foram à luta: Zé Sereno fazia “biscate” aqui e acolá até que conseguiu um emprego fixo como vigilante e faxineiro em uma escola municipal. Sila, por sua vez, mostrava seus dotes na costura. Costurava em casas diversas ganhando diárias ou por encomenda. Costurava na sua residência as roupas dos clientes da redondeza.

Devido ao seu excelente desempenho, montou um atelier de costura nos Jardins, em São Paulo e fez bicos de vendedora e enfermeira, virando-se como podia. Durante alguns anos, trabalhou como costureira na TV Bandeirantes, costurou roupas para as dançarinas do Chacrinha, foi camareira das atrizes Regina Duarte e Fernanda Montenegro. Também fez figuração nas novelas “Sapos e Beijos” e “Os Imigrantes”. Auxiliando nas filmagens da minissérie “Lampião”, da Globo, nos anos 80, regressou ao palco de sua tragédia. Sila começou a viajar, dar palestras e resgatar a epopeia do cangaço, que viveu na carne.

Mas Sila era “ranhenta”, sempre queria mais. Quando descansava, estava lendo ou escrevendo algo, aprimorando a língua portuguesa, daí virou escritora, autora de três livros: (SOUZA, Ilda Ribeiro de. “Sila Uma Cangaceira de Lampião”. São Paulo: Traço Editora e Distribuidora Ltda, 1984. / SOUZA, Ilda Ribeiro de. “Sila, Memórias de Guerra e Paz”. Recife: Imprensa Universitária, 1995. / SOUZA, Ilda Ribeiro de. “Angicos Eu Sobrevivi”. Oficina Cultural Mônica Buonfiglio, 1997).Pelo fato de ser conferencista em vários eventos, congressos e afins, Nordeste afora, Sertão adentro e noutros tantos lugares do Brasil, passou a ser mais conhecida ainda, dando entrevistas para muitas revistas, rádios, televisões, jornais... Sila agora já era uma celebridade, uma estrela...

Quais os principais desafios para a escrita do enredo que compõe o livro?

Elane Marques - Os desafios e dificuldades vieram e se foram à medida que a “colcha de retalhos” ia sendo remendada com a ajuda do meu companheiro, do amigo escritor Paulo Gastão, do cineasta Aderbal Nogueira, do pesquisador Geraldo Junior e dos remanescentes familiares de Sila, dentre tantos outros pesquisadores que contribuíram para a grandeza da obra.

O que mais a marcou enquanto escrevia o enredo que compõe “Sila, do Cangaço ao Estrelato”?

Elane Marques - Sem sombra de dúvida, o que mais me marcou foi o falecimento de Gilaene de Souza Rodrigues, a Gila, filha de Sila, pessoa que acolheu na totalidade os meus propósitos, que me forneceu importantes informações, fotografias inéditas; enfim, uma santa alma que se colocou à minha inteira disposição e que ficou radiante com minha ideia de escrever sobre sua mãe. Uma pessoa extraordinária que também deixou marcadas as suas considerações no meu livro em texto simples, mas direto sobre seus pais. Uma pessoa que também viria pessoalmente para o lançamento do meu livro, mas que infelizmente faltando apenas alguns dias para o evento partiu para o outro mundo, quem sabe a se reencontrar com Sila e Zé Sereno.

O que mais a encanta na trama?

Elane Marques - A lição de vida que nos traz a grande Sila, provando que quando há perseverança se pode mudar da água para o vinho.

Onde podemos comprar seu livro?

Elane Marques - Nas livrarias: Leitura, no Shopping Boa Vista, em Salvador; e Escariz, no Shopping Jardins, em Aracaju. Também por correspondência fazendo o pedido pelo meu e-mail: marqueselane2@bol.com.br

Quais os seus principais objetivos como escritora?
Elane Marques - Satisfação pessoal em ver o meu trabalho sendo divulgado, propalado, lido, por vezes elogiado pelo público; enfim, deixando como parâmetro para pesquisas de futuras gerações.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Elane Lima Marques. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Elane Marques - Desejo que as pessoas não deixem os livros impressos morrerem. Adquiram, leiam, continuem colecionando e engordando suas bibliotecas. Usem seus computadores e celulares para outros fins, esquecendo um pouco dessa história de livro virtual.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura

 https://portalliterario.com/entrevistas/entrevistas-brasil/552-pesquisadora-aracajuense-apresenta-sila-do-cangaco-ao-estrelato

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O VOTO


Por Francisco de Paula Melo Aguiar

É substantivo masculino
Promessa solene à divindade
Do homem, mulher e menino
Acerto final sem vaidade.
  
É também oferenda...
Reconhecimento ao santo
Da terra e do céu, contenda
Vitória e pranto.

É pagamento de promessa
Reconhecimento de trabalho
Ficha limpa sem remessa
Combate a corrupção, atalho.
  
É café sem açúcar
Reconhecimento de vida
Procuração para trabalhar
Pagamento sem dívida.

É obrigação voluntária
Fermento da democracia
Lâmpada acessa sem luminária
Semente ativa do dia. 

É dever  cívico do cidadão
Casa sem teto, imposto pela lei...
Da situação e da oposição
Do rico ou pobre, talvez.
  
É o sonho a se realizar
O silencio do sim ou não
Da urna faz a rua calar
Emprego, salário e pão.


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CARLOS DE SALDANHA DA GAMA CHEVALIER


Por Rubens Antonio

Carlos de Saldanha da Gama Chevalier
* - 1898
+ - 1983

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O CANGACEIRO QUE VIVIA EM MOSSORÓ

Por Tomislav R. Femenick - O Mossoroense. Mossoró, 14 jun. 2007.

No dia nove passado, Mossoró iniciou as comemorações dos oitenta anos da celebre resistência, que seus cidadãos fizeram ao ataque que o bando de Lampião intentou contra a cidade. Três pessoas de minha família tiveram a honra de receber, em nome dos nossos antepassados, a Medalha do Mérito da Resistência, dada pela senhora prefeita, Fafá Rosado: eu recebi a honraria dada ao meu bisavô, o cel. Vicente Ferreira Cunha da Mota; Haroldo Ferreira da Mota, em nome do nosso tio, o Padre Mota, e Ricardo Jorge Duarte Galvão, em nome do seu avô e meu tio Francisco de Araújo Galvão.

Há quarenta anos, portanto em 1967, publiquei nos jornais “O Povo”, de Fortaleza (edição de 28 de setembro de 1967) e o “Diário de Pernambuco”, de Recife (edição de 01 de outubro de 1967) uma matéria sobre um dos últimos sobreviventes do bando de Lampião, e que, surpreendentemente, pacificamente vivia em Mossoró. A transcrevo a seguir:

“Foi recentemente localizado nesta cidade um dos mais famosos membros do grupo de cangaceiro de Virgulino Ferreira, o Lampião, a quem serviu e acompanhou na senda do crime, por cinco longos anos. 

Asa Branca

Trata-se de Antônio Luiz Tavares, o Asa Branca, que era conhecido como um cangaceiro de bons modos e de trato amável. Porém, enquanto permaneceu no bando, ele vivenciou todas as peripécias que faziam parte do cotidiano dos cangaceiros: ataques, saques, sequestros, mortes, agruras e, também, fugas.

Hoje, com fala macia e procurando se esquivar do seu passado, Asa Branca não deixa transparecer, no seu atual proceder, aquele homem de ontem, quando era um dos “cabras do Capitão Virgulino” – usando as suas próprias palavras. Antônio Luiz, segundo nos contou depois de muito pensar, teve seu pai assassinado, quando ele tinha apenas dois meses de vida, em Cajazeiras do Rio do Peixe, cidade do interior da Paraíba. Depois de crescido e de compreender a causa de sua orfandade, vingou o crime, quando ainda com a idade de 13 anos.

– “O assassino de meu pai era protegido do chefe político do lugar – declarou-nos. Ele não sofreu nada pela morte que praticou, mas eu talvez morresse na mão da polícia ou dos outros cabras. O jeito foi o cangaço. Lampião me aceitou e eu fui cumprir a minha sina. Vida dura e difícil, mas em todo caso era vida. No cangaço a gente faz muita coisa que não gosta, mas muito pior era não viver. Lutar com a polícia para viver era muito melhor do que ter certeza de que morreria se caísse nas mãos dos parceiros do homem que matou meu pai”.

Um ano depois de seu primeiro crime, isto é, em 1922, Lampião fez uma visita à propriedade onde Antônio Luiz Tavares se encontrava escondido. A presteza com que o jovem, de apenas 14 anos, fazia uso de armas de fogo aguçou a curiosidade do Rei do Cangaço. Prontamente o recrutou para o seu bando. Antônio Luiz Tavares se transformou em Asa Branca e varou os sertões do Nordeste por cinco anos com o grupo de Lampião, tomando parte em todos os assaltos, praticando atrocidades que a vida nômade do cangaço lhe impunha. Participou do assalto ao Apodi, como de tantos outros, e esteve no ataque a Mossoró, atirando contra a trincheira da Estrada de Ferro.

Asa Branca foi preso pela polícia do Ceará e recambiado para Mossoró, ainda no tempo em que cangaço era coisa comum no Nordeste. Aqui foi julgado e cumpriu pena de 10 anos. Paga a sua dívida para com a sociedade, ele voltou para o Ceará. Somente retornou para Mossoró quando já estava esquecido. Agora, quando é cidadão pacato, pai de família e trabalhador (ele fez questão de ressaltar isso), não quer se lembrar que já fez algo errado. Trabalhando no Instituto de Educação de Mossoró, no meio de professores e estudantes, ele se diz feliz.

Recentemente, o cidadão Luiz Tavares da Silva foi convidado a comparecer a uma reunião do Rotary Clube de Mossoró. Lá também estava o Dr. Abel Freire Coelho, o promotor que o acusou quando do seu julgamento. Acusador e acusado de ontem trocaram apertos de mãos, como dois bons cidadãos de hoje”.

Adendo:

O historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros administrador do blog Tok de História tem documento que comprova que Asa Branca começou pagar o seu feito na capital do Estado Natal. Inclusive recebi através de e-mail uma cópia. Mas apenas estou informando, e nada contraria o que escreveu o jornalista Tomislav Feminick.

http://www.tomislav.com.br/o-cangaceiro-que-vivia-em-mossoro/

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