Através de depoimentos do grande decano da pesquisa, mestre Antonio Amaury; da ex-cangaceira "Sila", o universo feminino das mulheres dos grupos de Lampião e Corisco, são cantadas e decantadas neste documentário de 50 minutos, produzido há 20 anos pela Rede Sesc Senac de Televisão de São Paulo.
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sexta-feira, 29 de abril de 2022
AMAURY EM DOCUMENTÁRIO AS MULHERES NO CANGAÇO
REVISTA "REGIÃO" DE CRATO/CE. - A VINGANÇA DO TENENTE ANTÔNIO
Reportagem de Osvaldo Alves
Jornalista Osvaldo Alves de Souza |
A historia do tenente Antônio é longa e cheia de lances perigosos. Nascido em Alagoas, na cidade de Mata Grande, AL pertenceu a Policia pernambucana, na época de Lampião. Hoje é tranquilo fazendeiro em Ouricuri, somente molestado pela insistente curiosidade de algum repórter da revista Região, pois fomos os únicos, até agora, a localizar, no seu retiro, o valente oficial reformado da Policia pernambucana, muitos anos depois de sua arriscada aventura.
Trajando calça escura e camisa branca, óculos de grau a ponta do nariz, foi assim que encontramos Antônio de Amélia no alpendre da Casa Grande da Fazenda Piau. Inicialmente meio arredio, mas logo se derramou em cordialidade e falou com toda franqueza contando sua historia, suas proezas, suas aventuras, finalmente o desfecho com a morte de quatro elementos do grupo de Lampião. Foi bate-papo longo, aqui e acolá entremeado de risos do nosso entrevistado, quando recordava um episódio cômico ocorrido em meio a mais terrível expectativa, nas horas de maior perigo.
Corisco sangra Mizael e desfecha-lhe dois tiros na cabeça.
Primeiro veio a noticia: mataram Antônio Mizael. Corisco - Conta-nos o Tenente Antônio - Tocaiou o meu sócio Mizael. Ele tinha uma propriedade - O sitio Catinga. Deu feira em Inhapi, e depois foi empreitar umas terras para plantação de feijão.
Em lá chegando deparou com Corisco, cabra do grupo de Lampião. Com a ajuda de outros três bandidos Corisco amarrou o meu sócio, em seguida sangraram-no e depois deu dois tiros na cabeça. Recebi telegrama em Caruaru comunicando o fato.
Meio tonto com a noticia fui a Inhapi e comuniquei ao Prefeito Antônio Mota que iria fazer uma tragédia com a morte de Mizael. Só Deus evitaria de matar um dos cangaceiros. Mizael será vingado, custe o que custar. E preparei o plano.
Familiares do Tenente eram amigos de Lampião.
Após um cafezinho servido as visitas, Antônio de Amélia prossegue no seu relato: "Estando, certo dia, em uma firma comercial, em Inhapi, em companhia do meu amigo corretor Pedro Paulo, expliquei para ele o meu desgosto por ter sabido da grande amizade de pessoas de minha família com Lampião e seus cangaceiros. Sendo eu da família, prefiro ir embora a ver acontecer alguma coisa desagradável com eles. A uma perguntas de Antônio Paulo, que o maior relacionamento de Lampião era com o meu parente Sebastião. Soube até que ele tem um rifle do bandido para consertar, além de um cantil que eles mandaram fazer de zinco e tem ainda umas cartucheiras enfeitadas de metal, também para conserto.
O encontro com Sebastião
Sem mencionar o sobrenome de Sebastião, Antônio de Amélia conta as providências tomadas na articulação de seu plano para vingar a morte do sócio Mizael. Protestando, de inicio, suas ligações com o grupo de Lampião, Sebastião findou concordando com Antônio de Amélia. No momento travou-se este dialogo, entre os dois:
- Sebastião, vamos liquidar esses cabras?
- Não, porque ninguém pode. Eles são muito desconfiados e valentes como cobras venenosas.
- Confie no meu plano. Garanto que dará certo.
- Estou até esperando por alguns deles, para entregar umas encomendas.A longa espera
Atendendo a uma sugestão de Sebastião, Antônio de Amélia conta que, em companhia de pessoa indicada por Sebastião, se dirigiu para o local não muito distante do sitio onde o seu parente teria encontro com os cabras de Virgolino. Ali aguardaria as noticias de Sebastião ou a ordem para se apresentar na casa onde estavam os bandidos. Antônio de Amélia conta que, durante oito horas, escondido no mato, ficou a espera de Sebastião, que só apareceu as dez da noite, esclarecendo que teve que realizar algumas compras em Inhapi e, de volta, demorou numa festinha de casamento.
- Pensei - disse Antônio de Amélia - que você tivesse denunciado o plano e nós é que iriamos morrer: A seguir Sebastião meio pessimista quanto ao bom resultado do plano do seu parente:
- Não vai dar jeito para vocês, apesar de Lampião não ter vindo com os cabras que já estão aqui. Quem veio comandando os cangaceiros foi Luiz Pedro, agora, tem muita gente. Estão distante daqui, uma légua.
Distante uma légua do sitio onde se encontravam Antônio de Amélia, seu primo Sebastião e Antônio Tiago, compadre do primeiro e amigo para enfrentar as mais difíceis situações, estava acampado um dos grupos do famoso bandoleiro do Pajeú. Foi neste local, conta Antônio de Amélia, que Sebastião, conhecido do grupo, pois para eles trabalhava em serviço de consertos de armas, costura de embornais e outras atividades de sua profissão, apresentou-me a mim e ao compadre Antônio Tiago: - Aqui é gente minha - esclareceu na hora da apresentação, adiantando: - Eles mataram um soldado e estão refugiados na Casa de João Aires. A policia os anda perseguindo, embora não saiba onde eles se encontram.
A historia da "morte" do soldado, ardilosamente criada por Antônio de Amélia, foi o bastante para que os estranhos passassem a gozar da simpatia e confiança do grupo. Para eles, cabras de Lampião era herói quem assassinasse um soldado e duas vezes herói quem matasse um oficial.
Integrados ao grupo, Antônio e seus companheiros passaram a dar os últimos retoques no plano. Pelo menos já haviam conseguido penetrar no bando, o que muito facilitaria a execução de tudo quanto imaginaram perpetrar para vingar a morte do sócio Mizael. Naquele mesmo dia, a sombra das árvores, comeram, beberam e dançaram, homem com homem.
Antônio de Amélia é o 4º à direita. |
Interessante observação nos fez o Tenente Antônio de Amélia, a nos explicasse que mesmo sendo em pequeno grupo, os cabras de Lampião jamais dormiram todos agrupados num mesmo local. Na hora de dormir se espalhavam a fim de garantir uma reação no caso de serem surpreendidos por uma visita desagradável dos volantes policiais.
Encontro com Lampião.
Reunidos ao grupo chefiado por Luiz Pedro, prossegue Antônio de Amélia na sua narração - Fomos a Fazenda de Pedro Ferreira, um amigo de Lampião.
Ali recebidos com muito queijo e carne seca de bode. Neste local os cabras demoraram pouco tempo. Daí seguiram ao encontro do chefe. A apresentação da mais nova aquisição do bando foi feita por Luiz Pedro.
- É gente de Sebastião - explicou o apresentador sob o olhar meio desconfiado de Lampião. Dada a grande confiança que gozava Sebastião junto a Lampião e seus cabras, os visitantes logo puderam ficar a vontade.
Grupo se divide para confundir as volantes
Contou-nos Antônio de Amélia: Todos os elementos do grupo estavam reunidos. Lampião, tendo ao seu lado a companheira inseparável Maria Bonita, começou a distribuir ordens. Precisava demorar, por muito tempo, naquele acampamento, para repouso, depois de longas caminhadas e reiterados encontros com as volantes policiais e de ataques a indefesas cidades nordestinas. Chamando Suspeita, um dos seus fiéis comandados, ordenou que fosse a cidade de Mata Grande. E prosseguiu o Rei do cangaço:
- Receba umas encomendas de Sebastião e depois, da Mata Grande mate Alfredo Curim, Zé Horácio da Ipueira e faça 6 ou 7 mortes na família dos Bentos que é para ficarmos aqui despreocupados. De lá viaje para onde quiser, que passe fora uns 15 dias a um mês.
Alegando Suspeita, que os cangaceiros do seu grupo precisavam arrumar certas coisas, Lampião autorizou que retirasse elementos de outros grupos. Foi aí que Fortaleza, que era do grupo de Luiz Pedro, Medalha, que sempre acompanhava o chefe, e Limoeiro, que pertencia a outro, passaram a compor o pessoal de Suspeita para o cumprimento daquelas ordens. Ao mesmo grupo nos incorporamos. Isto é, eu, Sebastião e Antônio Tiago. Mais tarde, quando estávamos de passagem pelo município de Santana, Zeca, irmão de Sebastião e Alfredo, seu primo, se reuniram a nós, após as necessárias apresentações.
Em diferentes direções outros grupos saíram.
Seguindo as ordens do capitão Virgolino, diversos grupos seguiram em diferentes direções, com o mesmo objetivo de desviar a atenção das volantes e facilitar a permanência de Lampião, naquele local: Um deles, disse-nos Antônio de Amélia, se dirigiu a Matinha de Agua Branca, terra da famosa baronesa, cujas joias foram roubadas por Lampião, no inicio de sua carreira.
Cangaceiros deram para desconfiar.
Acampados no meio da mata, Suspeita e sua gente aproveitaram a presença de Zeca, primo de Sebastião, que era bom rabequista, para, ao lado de uma fogueira, dançarem e beberem durante toda a noite.
Antônio de Amélia prossegue na sua narração: Aproveitando os cabras entretidos na dança, chamei Sebastião e disse para ele: vamos ter um pouquinho de cuidado com os cabras. Parece que eles estão um pouquinho desconfiados. Chamei depois o meu compadre Antônio Tiago e combinamos:
- O primeiro tiro será dado por mim em "Fortaleza". Compadre Antônio cuida de "Limoeiro" e Sebastião de "Suspeita".Aguardaremos, com cuidado a melhor oportunidade. Neste momento pude observar que Suspeita e Fortaleza se isolaram do grupo e, todos equipados, se dirigiam a um riacho nas proximidades do lugar de nosso acampamento.
Foi aí que Sebastião se dirigiu até o local onde os dois se achavam e perguntou:
- O que está havendo com você, Suspeita, que está triste e capiongo?
- Nada não, companheiro. Quem anda nessa vida precisa ter todo cuidado. Precisa confiar desconfiando.
- Então está desconfiando de mim que tudo tenho feito por vocês e gosto de você e do Capitão? Neste caso não mande mais me chamar para coisa nenhuma. E saiu para perto da fogueira.Diante da reação de Sebastião tudo voltou ao normal no acampamento, mesmo porque advertir, - disse Antônio de Amélia - para cessar a dança e o barulho da rabeca, pois dada a pequena distancia daquele local para a estrada, poderiam ser surpreendidos por alguma volante.
Tentativa frustrada.
Prosseguindo na entrevista, comenta Antônio de Amélia: todos reunidos ao pé da fogueira contavam anedotas ou relembravam fatos pitorescos ocorridos em outras ocasiões. Medalha levanta-se e se encontra a um pé de catingueira, enquanto Fortaleza se ampara em um toco escorou o embornal e ficou voltado para o fogo. Limoeiro, ao lado de Antônio Tiago, ouvia as historias que outros contavam. Foi neste momento que, ao me aproximar cautelosamente de Fortaleza, baixei o mosquetão em cima dele mas pinou a bala. Foi quando procurei despistar colocando rápido o rifle as costas e fui passando debaixo dos galhos das árvores.
Nisto gritou Limoeiro:
- O que foi?Passando o episódio, frustrada a primeira tentativa de liquidar os bandidos, pude distanciar-me um pouco e sacudi a bala fora, colocando outra na agulha. Antes, justifiquei o caso afirmando inexperiência no uso de armas daquele tipo.
- Foi o galho que pegou aqui na mira do rifle.
A hora da vingança.
O momento da vingança chegou: disse o tenente Antônio, de volta após mudada a bala que falhou e colocada outra na agulha, desci o mosquetão e o primeiro tiro pegou na cara do bandido Fortaleza, que enterrou os pés e caiu em seguida por sobre os paus. Dei o segundo tiro que o atingiu no ombro. Nisto ouvi disparo: Era compadre Antônio Tiago havia atirado em Limoeiro, enquanto numa sequência rápida, Sebastião pegou Suspeita pelo meio.
Alfredo ataca Medalha e saíram aos trancos e barrancos numa luta corporal danada. Corri para lá e encontrei suspeita com Sebastião imprensado na ribanceira do riacho tentando puxar o punhal que, por ser grande demais, não dava para arrancar da cintura. Sebastião então grita para mim: chegue se não este cabra me mata. Bati com a boca do mosquetão no pé do ouvido do cabra que o sangue acompanhou. Nisso Sebastião pode dominar Suspeita e joga-lo no chão. Quis usar novamente o mosquetão, mas Sebastião gritou:
- Não atire que você pode errar e me atingir, e mesmo o bandido já está morrendo.Em seguida corremos para o lugar onde António Tiago e Limoeiro se engalfinhavam numa luta de gigantes. Eram dois negros enrolados numa luta feroz.
Nisso Sebastião pegou nos cabelos de Limoeiro e exclamou: foi este bandido que sangrou o o finado Mizael. Fui mandado, disse Limoeiro.
- Pelo amor de Deus não me sangrem. Atirem na minha cabeça, mas não me sangrem.Um tiro reboou na mata. Caia morto o terceiro bandido. Estava vingada a morte do amigo de Antônio de Amélia. Partimos para o lugar onde Alfredo, pegado com medalha, tentava mata-lo. Alfredo é desses cabras vermelhos de cabelo ruim que quando pegam um não soltam. Ao nos ver disse:
- Decá uma faca. Deixem eu matar este peste.Não permiti que matasse, explicando que deveria levá-lo para ser entregue as autoridades.
O diálogo entre Sebastião e Medalha
Outro episodio que nunca foi citado nos livros e reportagens sobre o rei do cangaço foi o que passamos a enfocar: já amarrado, pés e mãos, Medalha exclamou para Sebastião a que passou a tratar de Tião:
- Como é que você faz dessas... chamar seus parceiros para vir matar a gente?Ao que Tião responde:
- Vocês estão acostumados a matar com facilidade, nós também podemos matar vocês na facilidade.
- Eu não sou homem para ser preso, me atirem na cabeça... me sangrem que eu fico satisfeito.
- Você está preso e garantido, explicou Tião.No meio da luta uma segunda vingança
Praticamente encerrado o impasse entre matar ou prender, entra em cena novamente Alfredo, de arma em punho. Com revolver colocado por cima dos ombros de Tião, desfechou um tiro certeiro na cabeça de medalha. Tombou o quarto bandido. É o próprio Tenente Antônio de Amélia, explica a interferência de Alfredo no caso Medalha:
No meio da luta o velho Félix, pai de Alfredo, ao se aproximar do local do acampamento foi atingido por uma bala no peito esquerdo e foi fulminado na hora. O filho, como um louco, viu o pai cair morto e não teve outra alternativa a não ser a de matar, com a pistola de Limoeiro, mais um bandido do grupo sinistro de Lampião.
pai de Alfredo.
Créditos: Roberto de Carvalho
Transcrição Antonio Moraes para o Blog do Sanharol
Correções e adição de imagens: Lampião Aceso
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Adendo Lampião Aceso
A literatura nos diz que este grupo foi orientado pelo tenente Joaquim "Grande", mas em nenhum momento este ou outro oficial é citado por Antônio de Amélia. De acordo com a legenda das duas primeiras fotografias o fato ocorreu entre 18 e 19 de setembro de 1935 em Mata Grande Alagoas.
FATO ÚNICO - UMA CRIANÇA AO RELENTO EM PLENO SERTÃO
Créditos: Ivanildo Silveira (Grupo Lampião Grande Rei do Cangaço - Facebook)
Uma das
maiores dificuldades da mulher cangaceira ao parir, era sem dúvida decidir,
como e com quem ficaria o 'rebento'.
Não era permitido que o recém-nascido ficasse com o grupo de cangaceiros e, ao
ser exposta às intempéries da natureza (sol, chuva, falta de abrigo,
alimentação, água etc..), falecia. Para evitar isso, logo que o bebê nascia,
com poucos dias era doado, a um vaqueiro, padre, coronel ou alguma pessoa de
confiança.
Às vezes, acontecia de uma cangaceira parir e, sem tempo, ainda, de doar a criança
a uma pessoa com as referências supracitadas, Acontecia um tiroteio e, o recém
nascido ficava no meio da caatinga, entregue a sua própria sorte e a Deus.
Abaixo, temos uma foto rara, mostrando uma situação dessa do filho do
cangaceiro Ângelo Roque, em que a criança foi recolhida da caatinga através do
Tenente Noblat e, posteriormente, foi criada pela família do sargento. Edgar.
http://lampiaoaceso.blogspot.com/search/label/As%20crian%C3%A7as
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AVENTURAS DE UMA RAINHA - FORD E MARIA BONITA
Por Geraldo Duarte
Maria Bonita, fogosa amásia de Lampião, não era a mocinha brejeira, dócil e recatada, conforme descrição de alguns escritores do cangaceirismo, em especial, os desejosos de torná-la heroína, exemplo de guerreira e dedicação feminina.No segundo volume de "Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe", do amigo Archimedes Marques, lançamento que participamos em abril último, há narrada façanha modernista da cangaceira. Encontram-se citações descrevendo suas peripécias ao dirigir automóvel da marca Ford, modelo 1924 ou 1925, do engenheiro Hercílio Brito, fatos registrados na fazenda Cuiabá, de propriedade do pai, coronel Chico Porfírio de Brito.
In Informativo Canindé
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"Quando o bando de Lampião ficava ali, Maria Bonita dirigia tal veículo. Juntavam algumas companheiras e ela saía aos trancos e barrancos, pelas vias internas da fazenda, com o pessoal sacolejando todo quando o carro balançava, como um barco em mar bravio, pela estrada esburacada e cheia de pedra.
Os cabras gritando, rindo e praguejando. As mulheres chamando pelos santos de devoção, dando gritinhos histéricos, pedindo cuidado à motorista aprendiz." (Antônio Amaury Corrêa de Araújo, apud Archimedes). Ainda conforme pesquisas de Archimedes, instruções deram-se antes, na vila Pau Ferro, atualmente Itaíba, Pernambuco. Realizaram-se em carro de Audálio Tenório de Albuquerque, a cargo do guiador Antônio Paranhos, com permissão de Lampião.
Saliente-se a importância que estudiosos oferecem à temática, apresentando-a expressiva por tratar-se da "rainha da cangaceirada" e, talvez, justificada ante a época, as localidades e o machismo sertanejo.
Geraldo Duarte é Advogado e administrador
Artigo publicado originalmente no Jornal Diário do Nordeste.
A ÓTIMA NOTÍCIA
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de abril de 2022
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.693
Adquirido pela
UFAL – Universidade Federal de Alagoas, o terreno onde funcionava o Campo do
Ipiranga, defronte o Hospital Dr.Clodolfo Rodrigues de Melo, demorou, mas
construiu o seu Campus do Sertão da Universidade Federal de Alagoas. O
belíssimo complexo já foi inaugurado e suas aulas estão asseguradas no Bairro
Paulo Ferreira com os cursos de graduação em Ciências Contábeis e Ciências
Econômicas. Esperava-se um boom de desenvolvimento no bairro após o hospital, o
que de fato aconteceu. Agora a expectativa é que o bairro desenvolva ainda
mais, tanto por causa dos ensinamentos da escola quanto do funcionamento da sua
própria estrutura que atrairá restaurantes, lanchonetes, dormitórios, e
investimentos pelos empreendedores locais.
Naturalmente
novos cursos surgirão na UFAL, atraindo mais universitários para Santana e para
o bairro. Acima do Hospital saiu conversa a respeito de uma Escola Superior de
Direito. Ainda chegou a ser construída pequena estrutura em um loteamento
particular, mas o assunto morreu, pelo menos pela Imprensa local. Os Cursos
Superiores estão bem distribuídos no espaço Santanense. Isso permite às
autoridades dirigir políticas públicas para esses locais. A UFAL está na parte
alta do Bairro Paulo Ferreira, defronte ao Hospital; a UNEAL na chã do
Bebedouro/Maniçoba, entrada/saída de Santana em relação à capital; e IFAL, no
Bairro Isnaldo Bulhões, saída para Olho d’Água das Flores, muito embora não
seja sede própria.
Como foi dito no início, as obras físicas da UFAL, chamam atenção no Alto da Cajarana, pela sua arquitetura e beleza o que conta muito para visitantes, curiosos e alunos, encaixando-se além disso em atrativo turístico bem perto da serra Aguda e da Reserva Tocaia.
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