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sexta-feira, 21 de abril de 2017

*MEU SERTÃO MINHA VIDA*

Por: Arimathea Barbosa

*MEU SERTÃOMINHAVIDA* 

Estou de volta a minha terra
Nunca expectativa sem fim
Conto os minutos e somo as horas
Nessa ansiedade carmesim
O coração quase salta fora
Na dor que só dói em mim

Sei que verei as mesmas coisas
Pessoas e lugares enternecidos‍
A praça da igreja matriz
Com seus altares guarnecidos
Mas a emoção fala mais alto
No peito de um coração sofrido

Meus amigos quero rever
Meus familiares também‍‍‍
A ausência nos ensina
A mais querer bem
Seja vivo ou seja morto
Aqui agora ou no além

O sol sertanejo é causticante
E a caatinga é embravecida
Assim também é minha alma
Nessa terra estarrecida
Mas foi do barro e da cacimba
Que o Criador fez-me vida

Sertão estou chegando
Nessa origem eternizada
Cangaceiros e cabras da peste‍
Preparem a minha buchada
Pois no nordeste eu sou tudo
E fora dele não sou nada

Brasília, DF, 18 de abril de 2017.
Arimathea Barbosa

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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A VOLTA DO REI DO CANGAÇO


O livro custa 45,00 Reais

Entre em contato com o professor Pereira lá da cidade de Cajazeiras, no Estado da Paraíba, através deste e-mail:  

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SANTANA, 230 ANOS DA FUNDAÇÃO (I)


(Em duas crônicas)
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de abril de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.664

Na segunda metade do Século XVIII, Martinho Rodrigues Gaia, de origem portuguesa e procedente do lugar chamado Vila de Minas do Rio das Contas, Bahia, costumava ir a Penedo a negócios, tendo casado com Ana Teresa, talvez penedense.
Tomando conhecimento de que na ribeira do Panema havia grande extensão de terras devolutas e estando interessado na agropecuária, Martinho Rodrigues Gaia e seus irmãos Martinho Vieira Rego e Pedro Vieira Rego, pleitearam e conseguiram uma sesmaria na região. A sesmaria outorgada constava doze léguas, mais ou menos, de nascente a poente, ou seja, da serra do Caracola a ribeira do Riacho Grande; outras léguas de nordeste e sul, da ribeira dos Dois Riachos a ribeira dos Cabaços.
Martinho Rodrigues Gaia, Martinho Vieira Rego e Pedro Vieira Rego, passaram pela foz do rio Ipanema, depois de navegarem de Penedo até ali, chegando mais acima, ao povoamento de Pão de Açúcar. Montados a cavalo, seguidos por familiares, escravos e mateiros que conheciam a região, iam abrindo caminho até o coração da ribeira do Panema.
O lugar escolhido para sediar o domínio da sesmaria ficou próximo à barra do riacho Camoxinga ─ tributário do Ipanema ─ rodeado por elevações naturais como o serrote do Pelado, do Gonçalinho e da Goiabeira; e a serra Aguda, da Remetedeira, do Poço, da Camonga e dos Macacos. Os três irmãos chegaram à ribeira em torno de 1771, quando no Brasil governava o vice-rei D. Antônio Rolim de Moura.
Fora dos seus domínios de sesmarias, encontraram ao norte os vizinhos de terras, já radicados na ribeira, João Carlos de Melo que possuía uma fazenda de nome “Picada”, cuja extensão girava em torno de duas léguas; e José Vieira com fazenda vizinha a João Carlos de Melo.
Martinho Rodrigues Gaia construiu a sede da sua fazenda em lugar aprazível à margem esquerda do rio Ipanema, a carca de 200 metros do Poço dos Homens, no alto barranco do segundo patamar em ordem de afastamento do rio. Os fundos da casa-grande estavam voltados para o cenário do Panema. O lado esquerdo encontrava um declive que levava até à foz do riacho Camoxinga. O terreno plano da frente da casa dava acesso a um longo aclive e, a direita mostrava um plano com ladeira suave adiante.
Martinho Rodrigues Gaia construiu ainda o seu curral de gado cem metros a noroeste da casa-grande. Defronte a residência plantou um tamarindeiro para fornecer sombra a quem dela precisasse.
Com a chegada do fazendeiro Martinho Rodrigues Gaia e seus irmãos, em 1771, a localização privilegiada da casa-grande de Martinho Rodrigues Gaia, fez brotar um arraial de caboclos (mestiços de brancos e índios Fulni-ô) entre 1771 e 1787.

·         Continua amanhã.


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A NOITE DOS GATOS

*Rangel Alves da Costa

Eles surgem silenciosos, noturnos, soturnos, aparecendo nas esquinas, surgindo dos muros, das residências, vindos de todo lugar. Negros, pardos, esbranquiçados, amarelados, de cores mistas ou indefinidas, assim vão surgindo os gatos na noite.
Vão lentamente se achegando aos beirais das calçadas, aos cantos mais escurecidos, aos pés de muros. Confabulam, se roçam, se aproximam, se afastam, de vez em quando parece haver até desavenças e ameaças mútuas. Surgem os primeiros miados.
Os gatos sempre agem assim. São reconhecíveis seus procedimentos de cada noite. Gostam de se reunir em grupos, porém logo vão se dispersando. Os diálogos iniciais entre os bichanos parecem uma distribuição das tarefas noturnas – e madrugada adentro – de cada um.
Ora chegam em maior número, ora apenas uns quatro ou cinco. Mas se avista muito mais dispersos pela escuridão das ruas. Após os encontros iniciais, alguns vão sumindo pelos escondidos enquanto outros permanecem no local ou arredores. Não demora muito e a gataiada já está em plena função noturna.
Coisa estranha acontece nesse bicho caseiro. O gato parece ter duas faces, duas feições, modos distintos de agir se durante o dia ou durante a noite e nas altas madrugadas. Seu comportamento é totalmente oposto se numa ou noutra situação. Ao dia, sempre dócil, fagueiro, amistoso. Mas estranho demais depois do anoitecer.
Quando a noite cai, então o gato se mostra na plenitude de seus segredos, mistérios, desconhecidos. Os gatos da noite são como ébrio apaixonados, são como vagantes solitários, são como seres lascivos e permissivos, são como enfermos cujas moléstias se acentuam quando a lua chega.
Por isso mesmo que a noite dos gatos é tão soturna, tão noturna, tão embriagada, tão insana, tão ávida por estranhezas. Por isso mesmo os gemidos, os miados roucos, os miados aflitivos, os miados de fúria e de incontido prazer. O amor e a insanidade noturna dos gatos.
Gatos de gemidos lúgubres, apavorantes, terríveis, alucinantes. Gatos de canções funestas, medonhas, insuportáveis ao ouvido humano. Gatos que gritam seus prazeres e sofrimentos de forma repetida, incontida, quase mecanicamente. Não são avistados, sentidos, presenciados, apenas ouvidos nos seus gemidos fúnebres ou luxuriosos.
As pessoas gemem ao amar, ao fazer sexo, ao sentir prazer. Mas os gatos gemem incontidamente, sem pudor, nas alturas, como em gritos ensandecidos. As pessoas murmuram e sussurram gozos carnais, mas os gatos gemem o prazer como se os sentidos estivessem transformados em agonias. Por isso que os gatos tanto agonizam nos telhados.
De qualquer modo, noite adentro, madrugada afora, e os bichanos fazendo sua festa noctívaga ou vivendo suas dores noturnas. Já não são aqueles gatos do dia, apenas seres que vorazes se entregam ao que os mistérios debaixo da lua ou no breu da hora permitem fazer.
Triste e lancinante deve ser a solidão dos gatos. Os lamentos, os gemidos, os prantos gritados, não deixam dúvidas do tamanho sofrimento que lhes é impingido. Um luto, uma terrível perda, uma saudade sem fim, um desejo impossível sem fim. Vagam pelos telhados, uivam seus lados lobos, atestam que os sofrimentos noturnos não são apenas de humanos.
Pelos telhados a noite se alonga. Quando a madrugada abre seus braços misteriosamente secretos, os gatos ainda permanecem em sentinelas e ladainhas. Suas vigílias são de suas próprias mortes, de suas próprias ausências, de seus sofrimentos. Ora, se são completamente diferentes durante o dia, então por que não se imaginar as insanas transformações?
De repente os telhados silenciam. O breu da noite já se foi, a madrugada já chama o primeiro clarão do dia. Apenas um ou outro gemido de gato. E pelas esquinas vão novamente sumindo. Dali até o anoitecer apenas os gatos caseiros. Até que novamente transbordem seus instintos felinos.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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MINI-CURSO: O PLANEJAMENTO EM GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: CONTEÚDOS E PRÁTICAS MINISTRANTE: PROF. JEYSON FERREIRA SILVA DE LIMA (DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA-CAWSL/UERN/ASSU)


UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS – FAFIC
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA - DGE
XXIII ENCONTRO ESTADUAL DE GEOGRAFIA DO RIO GRANDE DO NORTE (EGEORN)

MINI-CURSO: O PLANEJAMENTO EM GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: CONTEÚDOS E PRÁTICAS

Ministrante: Prof. Jeyson Ferreira Silva de Lima
(Departamento de Geografia-CAWSL/UERN/ASSU)

Ementa:

O Planejamento escolar, nas suas diversas concepções e dimensões, é um dos assuntos mais discutidos atualmente no âmbito dos cursos de pedagogia e licenciaturas. Com as mudanças recentes no ensino, é preciso compreender a sua importância, fazendo um resgate das principais aspirações teóricas e das políticas atuais que orientam a pratica docente e que interferem no cotidiano escolar. Assim, o minicurso tem como foco problematizar o planejamento em geografia escolar, suas dimensões, perspectivas e desafios, tendo em vista que, o planejamento em Geografia assume grande relevância, uma vez que essa disciplina escolar, apresenta grande diversidade temática. Deste modo, é salutar que o professor de geografia assuma uma postura ativa frente as diferentes concepções que orientam os currículos nos níveis de ensino, saiba utilizar diferentes metodologias e estratégias que viabilizem um processo de ensino-aprendizagem mais dinâmico e coerente com os valores atuais do espaço geográfico.

Quantidade de participantes: máximo 25

Material:
·         Um texto/esquema para cada participante;
·         Lápis grafite e borrachas;
·         Cola branca;
·         Folhas de papel A3;
·         Uma caixa de coleção multicor.

Segundo Libâneo (1994), há três níveis de planos no cotidiano escolar:
•         Plano da Escola;
•         Plano de Ensino; e
•         Plano de Aula.
Plano da Escola / Instituição: É um documento que contém orientações gerais da escola;
•         Evidencia as concepções pedagógicas e orientações teórico metodológicas da instituição;
•         Faz a caracterização do espaço físico e da clientela (alunos); e
•         É coletivo;

Plano da Escola
Posicionamento e Finalidades da Educação Escolar
Bases Teórico Metodológicas
Contextualização social, política, econômica e cultural da escola
Características sócio-culturais dos alunos
Objetivos educacionais Gerais da Escola
Diretrizes gerais para a elaboração do plano de Ensino
Diretrizes quanto à organização e à administração
PIMENTA, Sônia de Almeida, 2008

Plano de Ensino: Corresponde ao trabalho docente a ser desenvolvido no ano / módulo, dividido em unidades sequenciais, de acordo com as temáticas propostas;
•         É elaborado por professores e equipe pedagógica;
•         Contém os objetivos do conhecimento; e
•         É provisório

Plano de ensino
Disciplina – Ciclo – Ano – nº de Aulas
Justificativas
Objetivos Gerais
Objetivos Específicos
Conteúdos (unidades didáticas)
Desenvolvimento metodológico
Processos de avaliação
Bibliografia
PIMENTA, Sônia de Almeida, 2008.

Plano de Aula: É o plano desenvolvido para uma aula, ou conjunto de aulas. Possui caráter específico para cada tema;
•         É um detalhamento do plano de ensino;
•         É um instrumento cotidiano do professor;
•         Ambos os planos devem considerar as diretrizes curriculares de ensino.

Plano de Aula
Escola
Série/Ciclo:
Unidade Didática
Objetivos Específicos
Conteúdos
Metodologia
Recursos Necessários
Avaliação
Bibliografia
PIMENTA, Sônia de Almeida, 2008.

ALGUMAS REFERÊNCIAS SOBRE ENSINO DE GEOGRAFIA E PLANEJAMENTO

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: v História e Geografia. v.5. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Geografia. v.5. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CALLAI, Helena Copetti. O ensino de Geografia: recortes espaciais para análise. In: CASTROGIOVANI, A. C. et al. (Orgs.). Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Porto Alegre: Associação dos Geógrafos Brasileiros, 1998a.
CALLAI, Helena Copetti. Grupo, espaço e tempo nas séries iniciais. In: CASTROGIOVANI, A. C. et al. (Orgs.). Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Porto Alegre: Associação dos Geógrafos Brasileiros, 1998b.
CALLAI, Helena Copetti. O estudo do município ou a Geografia nas séries iniciais. In: CASTROGIOVANI, A. C. et al. (Orgs.). Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Porto Alegre: Associação dos Geógrafos Brasileiros, 1998c.
CALLAI, Helena Copetti. Estudar o lugar para compreender o mundo. In: CASTROGIOVANI, A. C. Ensino de Geografia: práticas e contextualizações. (Org.). Porto Alegre: Mediação, 1999.
CALLAI, Helena Copetti.  A Geografia e a Escola: Muda a Geografia? Muda o Ensino? Revista Terra Livre, n. 16. (p. 133-152). São Paulo, 2001 
CAVALCANTI, Lana de Souza.. Geografia, escola e construção de conhecimentos. São Paulo: Papirus, 1998. CAVALCANTI, L. de S. Geografia e práticas de ensino. Goiânia: Alternativa, 2002.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Ensino de Geografia e Diversidade: construção de conhecimentos geográficos escolares e atribuição de significados pelos diversos sujeitos do processo de ensino. São Paulo: Contexto, 2006.   
FONSECA, Gildette Soares. Planejamento nas aulas de Geografia, essencial para o ensino aprendizagem. In: XVI Encontro Nacional de Geógrafos, 2010, Porto Alegre-RS. Crise, práxis e autonomia: espaços de resistência e de esperanças, 2010.
GÁUDIO, Rogata Soares del. BRAGA, Rosalina Batista. A Geografia, a educação e a construção da ideologia nacional. Terra Livre, São Paulo, ano 23, v. 1, n. 28, p. 177- 196, jan./jul. 2007.
KAERCHER, N. A. A Geografia é o nosso dia a dia. In: CASTROGIOVANI, A. C. et al. (Orgs.). Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Porto Alegre: Associação dos Geógrafos Brasileiros, 1998a.
KAERCHER, Nestor André. Desafios e Utopias no Ensino de Geografia. 3ª ed. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 1999.  
KAERCHER, Nestor André. O gato comeu a Geografia Crítica? Alguns obstáculos a superar no ensino-aprendizagem de Geografia. In: PONTUSCHKA, Nídia N. e OLIVEIRA, Ariovaldo U. (orgs.). Geografia em Perspectiva: ensino e pesquisa. São Paulo: Contexto, 2009. p. 221-231.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 2ª ed. São Paulo: Editora Cortez, 2013.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Planejamento e Avaliação na Escola: articulação e necessária determinação ideológica. Série Ideias n. 15, São Paulo: FDE, 1992. p. 115-125.
LOPES, Alice Casimiro. Políticas curriculares: continuidade ou mudança de rumos? Revista Brasileira de Educação, n. 26, p. 109-118, maio/ago. 2004.
OLIVEIRA, Ariovaldo U. (Org.). Para onde vai o ensino da geografia? 9. ed. São Paulo: Contexto, 2010.
PIMENTA, Sônia de Almeida. Didática e o ensino de geografia. Campina Grande: EDUEP, 2008. 244 p.
PONTUSCHKA, Nídia N.; PAGANELLI, Tomoko Iyda.; CACETE. Para ensinar e aprender Geografia. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2009.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. 156 p.
TURRA, Clódia Maria Godoy et al. Planejamento de ensino e avaliação. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1995
SOUZA, Rosa F. de. Política curricular no estado de São Paulo nos anos de 1980 e 1990. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, v. 36, n. 127, p. 203-221, jan./abr. 2006.
VESENTINI, J. W. O ensino de Geografia no século XXI. Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, v. 17, n. 2, jul. 1987.CAVALCANTI, L. de S. Geografia e práticas de ensino. Goiânia: Alternativa, 2002.
ZANATTA, Beatriz Aparecida.  As referências teóricas da Geografia Escolar e sua presença na investigação sobre as práticas de ensino. Revista Educativa (UCG), v. 13, p. 93-108, 2010.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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QUEM PODE OCUPAR O LUGAR DE FALA NA HISTORIOGRAFIA DO CANGAÇO?

Por Geziel Moura

A biografia de Virgolino Ferreira da Silva é encharcada de incertezas, tais como: Origem da alcunha Lampião? Possuía mesmo colher que detectava veneno? Ele combateu a coluna Prestes? Antônio Ferreira, seu irmão, morreu na Serra Grande ou na Fazenda Poço do Ferro, do coronel Ângelo da Gia? Morreu envenenado ou baleado no dia 28 de julho de 1938, essas são algumas dúvidas que dividem leitores e escritores do cangaço.


Neste momento, queria me deter um pouco mais, em outra incerteza: A causa da lesão no olho direito de Lampião, confesso, que pensava que tal incerteza, era comungada pelos leitores que tiveram acesso, às várias versões, disponíveis na literatura do cangaço, até defrontar-me com o entendimento de "pesquisador facebokiano" que aponta a origem da cegueira de Lampião, ao tiro disparado pelo nazareno David Jurubeba, em certo Quipá, cujos espinhos atingiram seu olho direito, e o lesionou. Temos, portanto, a causa e o sujeito da lesão de Virgolino, o oráculo está formado, a incerteza não existe mais, aos olhos do "pesquisador facebokiano", a verdade verdadeira foi erigida impoluta.

Segundo os pesquisadores Antônio Amaury e Carlos Elydio, na obra "Lampião, bandido ou herói" comentam que durante o fogo da "Baixa do Tenório" o tiro de David Jurubeba, atingiu o Quipá, e os espinhos deste, chegaram no olho direito, entretanto, continuam os autores, lampião era possuidor de "Glaucoma" desde criança. Provavelmente há lapso no uso do termo médico sugerido, pelos autores, em Glaucoma, ao invés de Leucoma.


Para o Dr. José Lages Filho, do serviço médico legal do Estado de Alagoas, que assinou o laudo cadavérico da cabeça de Lampião, manifestou-se da seguinte forma: "O olho direito apresenta um leucoma, tingindo toda a córnea". O entendimento que a lesão ocular de Lampião, poderia ter origem na infância, encontra eco na obra "Lampião: A medicina e o cangaço" de Leandro Cardoso e Antônio Amaury, em que revela, depoimento de D. Mocinha, irmã de Virgolino, que este, antes de se tornar cangaceiro, já possuía problemas com a vista direita.

Diante do exposto, é razoável pensar que a cegueira de Lampião tenha se agravado, com o "suposto" espinho de Quipá, porém este pensamento não é determinante, por escassez de elementos que denunciem o acontecimento, outrossim, este não é o cerne da questão que levanto, o que precisa ficar como reflexão, é que certas "verdades" anunciadas sobre a história, não passam de conjecturas ingênuas, que não se sustentam ao olhar crítico e lógico da coerência dos fatos, portanto, se não podemos estabelecer a verossimilidade, de tais fatos, que eles fiquem no campo da suspeição, como é o caso da cegueira de Lampião.

Finalmente, não basta "Nossa própria experiência de caso" como determinismo, pois corremos o risco, de produzir falácias, em nome da história.

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PRÉDIOS HISTÓRICOS DE POMBAL O CASTELO DA RUA ESTREITA.

PorJerdivan Nóbrega de Araújo 

Por algum motivo o povo de Pombal condicionou a chamar esse prédio de “O Castelo”, mesmo que em nada a edificação lembre um castelo medieval. Construído na década de 1930, o Castelo é um prédio isolado, localizado no final da Rua Estreita, próximo ao açougue. O estilo da construção lembra a Art déco. ( classificação minha), e fica mais bonito se você olhar com os olhos de quem viveu em Pombal na década de 1930, quando núcleo central da cidade de Pombal, do lado sudoeste, terminava no final da Rua Estreita.( a época era Rua do Giro e hoje e oficialmente Rua João Capuxu e popularmente Rua Estreita).

A ampliação da cidade para o sul se deu com a chegada da Rede Ferroviária. 

Terminada a Rua estreia tínhamos um riacho temporário e logo as margens foi erguido o Castelo.


A edificação é um sobrado em dois pavimentos que passou por pequenas intervenções na parte inferior, mantendo a fachada superior em sua originalidade, inclusive com as quatro quedas d’água, e as diversas janelas estreitas, mais voltadas a entrada de ar.

Infelizmente o Castelo ficou fora do perímetro tombado pela IPAHEP, que termina pouco antes do Açougue, que também ficou de fora, correndo o risco, os dois edifícios, de demolição.

O Castelo foi construído incialmente para funcionar como albergue, mas, parece que não deu muito certo: já em 1938 se instalou ali o “Quartel do Tiro de Guerra do Exército Brasileiro”.

Ao longo do tempo o Castelo alternou entre prédio abandonado e salas comercias.


Na época das grandes cheias do Rio Piancó o Castelo ficava completamente ilhado, como pode ser visto na foto da cheia de 1967.

Não obtive a informação de quem o ergueu, e a quem pertence nos dias de atuais.

Mas, acredito na sua preservação pelo nosso povo.

Jerdivan Nóbrega de Araújo

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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ALAM - ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE MARTINS 22.04.2017 - SESSÃO MAGNA DE ELOGIOS PRESIDENTE: TANIAMÁ BARRETO

Taniamá Barreto



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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LOCAL ONDE NASCEU A CANGACEIRA DADÁ


Boa tarde, amigos! 

Muitos dizem que Dadá nasceu em Belém do São Francisco, no Estado de Pernambuco, mas outras informações dão conta que ela nasceu no Povoado Baixa do Ribeiro, Macururé, no Estado da Bahia.


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Sérgia Ribeiro da Silva[1] mais conhecida como Dadá (Belém do São Francisco25 de abril de 1915 — Salvadorfevereiro de 1994), foi uma cangaceira - única mulher a usar fuzil no bando de Lampião [2].


Nasceu em Belém do São Francisco, onde viveu seus primeiros anos de vida e teve algum contato com índios. A família muda-se para a Bahia onde, aos treze anos, é raptada por Corisco (Cristino Gomes da Silva Cleto) - o "Diabo Loiro", de quem seria prima.

Cabocla bonita, esbelta, conheceu o homem da sua vida de forma violenta, em meio a caatinga árida por onde vivia errante o bando de cangaceiros. Consta que seu defloramento provocara-lhe tanta hemorragia que por pouco não faleceu.

A relação, que começara instintiva, transforma-se com o tempo. A vida nômade, seguindo o companheiro, que era o segundo homem, na hierarquia do bando, a chegada dos filhos, fez com que mais que uma amante Dadá se tornou a companheira de Corisco, com quem, ainda no meio das lutas veio a se casar.

Tiveram sete filhos, que eram ocultamente deixados em casas de parentes para serem criados. Destes, apenas três sobreviveram.

O bando de Lampião dividia-se, como forma de defesa, em partes menores, a mais importante delas era justamente a chefiada por Corisco. A esposa tinha uma pistola, que ele dera, para sua defesa pessoal, e também lhe ensinou a ler, escrever e contar.

Num dos ataques feitos pelas volantes (em outubro de 1939, na fazenda Lagoa da Serra em Sergipe), o Diabo Louro é ferido em ambas as mãos, perdendo a capacidade para atirar. Dadá, então, torna-se a primeira e única mulher a tomar parte ativa - e não meramente defensiva - nas lutas do cangaço.

Se o marido era temido como um dos mais violentos bandoleiros, consta que muitas pessoas tiveram sua vida poupada graças à intervenção de sua companheira. Dada também era chamado "Suçuarana do Cangaço"
Trágico final[editar | editar código-fonte]

Tendo Lampião sido executado em 1938, Corisco, que estava em Alagoas com parte do bando, empreendeu feroz vingança. Como seus companheiros tiveram as cabeças decepadas, e expostas no Museu Nina Rodrigues de criminologia, na capital baiana, Corisco também cortou a cabeça de muitas vítimas, então.

cangaço definhava, sobretudo pela disparidade de armamentos: os volantes tinham uma arma que os cangaceiros nunca conseguiram obter: a metralhadora. A própria Justiça passa a oferecer vantagens para os bandoleiros que se rendessem.

25 de maio de 1940 Corisco e seu bando é cercado em Brotas de Macaúbas, pela volante do tenente Zé Rufino. Dissolvera o bando, e abandonara as vestes típicas, procurando passar por simples retirantes.
Uma rajada da metralhadora rompe os intestinos de Corisco. Dadá é ferida na perna direita.

O último líder do cangaço morre dez horas depois do ataque, sendo enterrado em Jeremoabo e, dez dias após, exumado e a cabeça decepada é enviada ao Museu, junto às demais do bando.

Dadá, colocada em condições infectas, tem seu ferimento agravado para uma gangrena, que restou-lhe, na prisão, à amputação quase total da perna. Por essa situação, o célebre rábula baiano Cosme de Farias, representa Dadá na Justiça, pleiteando sua libertação, em 1942.

Luta por direitos[editar | editar código-fonte]

Dadá passou a viver em Salvador, lutando para ver a legislação que assegura o respeito aos mortos fosse cumprida - e a tétrica exposição do Museu Antropológico Estácio de Lima[3], localizado no prédio do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues tivesse fim. Só a 6 de fevereiro de 1969, no governo Luiz Viana Filho, foi que os restos mortais dos cangaceiros puderam ser inumados definitivamente - tendo, porém, o museu feito moldes para expor, em substituição.

Por sua luta e representatividade feminina, Dadá foi, na década de 1980, homenageada pela Câmara Municipal de Salvador. Na Bahia, que tivera Gláuber Rocha e tantos outros a retratar o cangaço nas artes, Dadá era a última prova viva a testemunhar o cotidiano de lutas, dificuldades e, também, de alegrias e divertimentos. Deu muitas entrevistas, demonstrando sua inteligência e desenvoltura.

Morreu, na capital baiana, em 1994.

Na cultura [editar | editar código-fonte]

SAVAGET, Luciana. "Dadá, a mulher de Corisco" Ed. DCL
ARAÚJO, Antônio Amaury Corrêa de. "Gente de Lampião: Dadá e Corisco",
Notas e referências
Ir para cima↑ SAVAGET, Luciana. Dadá, a mulher de Corisco, ed. DCL, (ISBN ISBN 8536800240), traz seu "nome de batismo" como sendo "Sérgia da Silva Chagas".
Ir para cima↑ VAINSENCHER, Semira Adler. Corisco. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Acesso em: 8 de janeiro de 2016.
Ir para cima↑ Sociedade Brasileira de História da Medicina. «Biografia do Médico Raimundo Nina Rodrigues no site da SBHM» 🔗. Consultado em 10 de maio de 2011

https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rgia_Ribeiro_da_Silva

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