Seguidores

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

LUIZ GONZAGA RARÍSSIMO

https://www.youtube.com/watch?v=2R-pPy9IzNM&t=578s

Publicado em 23 de jul de 2017
Entrevista
Categoria

http://blogdomendesemendes.bogspot.com

TEM LANÇAMENTO DE LIVRO SE APROXIMANDO.

Vão juntando os "Cobres".

Trata- se da mais recente obra elaborada pelo escritor e pesquisador Sérgio Augusto de Souza Dantas, que chega trazendo novos fatos e elementos relacionados com a passagem do temível cangaceiro Virgolino Ferreira da Silva “Lampião” e sua gente pelo estado da Paraíba, além de outros fatos, envolvendo o cangaceirismo no estado.

O livro “Lampião – Notas para a história” estará sendo lançado a partir da segunda quinzena do próximo mês de outubro e assim que estiver disponível à venda informaremos aos interessados, através dos nossos canais, os locais e meios para a aquisição.

Tendo como base os trabalhos anteriores, sobre o gênero, realizados pelo autor o que podemos esperar da obra em questão é um trabalho sério e comprometido com a verdade histórica e seus personagens, no caso, sobre os episódios envolvendo o cangaço em solo paraibano.

Aguardem.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

Resumo:

O livro ‘LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA’ não foi concebido com a intenção de se tornar uma obra revolucionária.

O objetivo do autor foi apenas elaborar um registro perene e confiável sobre a atuação do célebre cangaceiro em terras paraibanas. Com 363 páginas e cerca de 90 fotografias de personagens envolvidas na trama - e lugares onde os episódios ocorreram -, o trabalho certamente será de grande utilidade aos estudiosos de hoje e de amanhã.

Dividido em 19 capítulos, com amplas referências e notas explicativas, tenta-se recontar, entre outros, os seguintes episódios:

“A invasão a Jericó; fazendas Dois Riachos e Curralinho; o fogo da fazenda Tabuleiro; os primeiros ferimentos sofridos por Lampião; as lutas com Clementino Furtado, o ‘Quelé’; combate em Lagoa do Vieira; Sousa: histórico do assalto e breve discussão sobre as possíveis razões políticas para a invasão da cidade; a expulsão dos cangaceiros do município de Princesa; combates em Pau Ferrado, Areias de Pelo Sinal, Cachoeira de Minas e Tataíra; o cangaceiro Meia Noite; Os ataques às fazendas do coronel José Pereira Lima; morte de Luiz Leão e seus comparsas em Piancó; confronto em Serrote Preto; Suassuna e Costa Rego; a criação do segundo batalhão de polícia; Tenório e a morte de Levino Ferreira; ataque a Santa Inês; combates nos sítios Gavião e São Bento; chacina nos sítios Caboré e Alagoa do Serrote; Lagoa do Cruz; assassinatos de João Cirino Nunes e Aristides Ramalho; Mortes no sítio Cipó; fuga de paraibanos da fronteira para o Ceará; confronto em Barreiros; invasão ao povoado Monte Horebe; combates em Conceição; sequestro do coronel Zuza Lacerda; o assalto de Sabino a Triunfo (PE) e Cajazeiras (PB); mortes dos soldados contratados Raimundo e Chiquito em Princesa; Luiz do Triângulo; ataques a Belém do Rio do Peixe e Barra do Juá; Pilões, Canto do Feijão e os assassinatos de Raimundo Luiz e Eliziário; sítios Vaquejador e Caiçara; Quelé e João Costa no Rio Grande do Norte; combates com a polícia da Paraíba em solo cearense; o caso Chico Pereira sob uma nova ótica; Virgínio Fortunato na Paraíba: São Sebastião do Umbuzeiro e sítios Balança, Angico e Riacho Fundo; sítio Rejeitado: as nuances sobre a morte do cangaceiro Virgínio”.

A obra certamente não abrangerá o relato de todas as façanhas protagonizadas pelo célebre cangaceiro no estado da Paraíba. Muito se perdeu com o passar dos anos. Os historiadores de ontem, em sua maioria, não tiveram grande interesse em dissecar os episódios por ele protagonizados no território do estado.

A presente obra busca resgatar o que não se dissipou totalmente na bruma do tempo.

LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA, Polyprint, 2018, 363 pgs. Disponível em outubro de 2018.

Sobre o autor:

Sérgio Augusto de Souza Dantas é magistrado em Natal.

Publicou os livros Lampião e o Rio Grande do Norte – A História da Grande Jornada (2005), Antônio Silvino – O Cangaceiro, O Homem, O Mito (2006), Lampião Entre a Espada e a Lei (2008) e Corisco – A Sombra de Lampião (2015).

Endereço antecipado para quem quiser adquiri-lo: 
franpelima@blo.com.br

Lampião na Paraíba - Notas para a história.
Postado por: Geraldo Antônio de Souza Júnior

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O SANTO REMÉDIO (OU A SOLUÇÃO DE TODOS OS PROBLEMAS)

Rangel Alves da Costa

Vixe, Maria, é problema demais! Arre égua, é desacerto de num acabar mais! Lascou tudo, do jeito que a coisa tá feia nem reza forte dá jeito! E assim os lamentos, os queixumes e as lamentações. Cada um com um problema a resolver, e algumas situações tão difíceis que muitos já não acreditam mais sequer em milagre.
Mas como diz o vendeirim ervas e pomadas de mercado, o folheto da mãe-de-santo, a propaganda da vidente e o boca-a-boca do falso milagreiro, há jeito pra tudo. Tem gente que só acredita em reza, em oração, em auxílio do alto, mas outros até se deixam levar pelas tentações milagreiras.
E tem gente com todo tipo de problema: espinhela caída, dor de veado, quebranto, mau olhado, coisa feita, enfeitiçamento, dívida impagável, má sorte no amor, traição, falta de apetite, apetite demais, bebedeira, sofrência, desgosto, quebradeira, reumatismo, inchaço das pernas, falta de apetite sexual, falta de vergonha na cara. E tem mais.
E tem mais: erisipela, junta doendo, dor nas costas, ciúmes, paixão doentia, solteirice, donzelice, dor de cabeça crônica, olho caído, síndrome de riqueza, fofoquice aguda, preguiça constante, bolso sempre vazio, desilusão amorosa, fogo de viuvez, boca porca, gravidez escondida, pulação de cerca, sibiteza.
E outros males tão conhecidos: puxa-saquismo, bajulice, baba-ovismo, dor de cotovelo, puxação de escada, falsidade, dupla personalidade, safadeza, entreguismo, mentira, arrogância, esnobismo, síndrome de maria-vai-com-as-outras, cinismo, babaquismo, pedantismo, síndrome da vitimização, valentia de poder.
E além logicamente daqueles males que afetam quase todo mundo: restrição de crédito, dívida de não acabar mais, nome sujo, conta negativa, cheque no vermelho, total pindaíba. Mas também aqueles que sofrem de síndrome de endeusamento, do riquismo, do tudo ter sem ter nada, da ostentação com dívida até o pescoço, do esbanjamento com tudo financiado e sem pagar.


Como visto, são males demais. Algumas coisas não são nem males, pois com aparência de disfunção pessoal, de desacerto comportamental ou falta de vergonha mesmo. Claro que muitas doenças existem e precisam ser curadas, e para tal existem os meios normais da medicina e da farmácia. Para outros, apenas uma consulta ao fundo de quintal pelas mãos de uma boa benzedeira. Outras coisas, porém, só no cacete mesmo.
Segundo o velho Janjão Catingueira, pra muita coisa só mesmo uma surra bem danada com um feixe de urtiga com cansanção. Não há remédio de mais efeito que uma surra bem dada em puxa-saco, em bajulador, em baba-ovo. E dizia ainda que tem gente que só se apruma quando o quarto é esquentado com uma boa vara de cipó verde. Cabra que não tem o que fazer e quer ser rico sem poder, brilhando com ouro falso, mas sem poder dormir de preocupação com o que deve, é um desses que merece uma boa sova. Tudo na lição do velho Catingueira.
Contudo, por outro lado a velha Fedegosa, rezadeira sem igual nas bandas do Quelemente, sempre diz que muita coisa pode ser reparado naqueles de mau olhado, de fraquejamento espiritual, de olho caído, de espinhela caída, de sofrimento sem motivo algum. Tudo fraqueza do corpo e da inveja do outro, assevera a velha. E afirma ainda que nada melhor que um benzimento do corpo com folha ou ramo de mato. Escolhendo a oração certa para cada caso, logo a murcheza da planta mostrará que o mal também esturricou, perdeu sua força, e vai ser jogado nas lonjuras do mundo.
Para outras coisas, males que são criados pela própria pessoa, como assuntos passionais, de desamores, de paixões não retribuídas, de chutes na bunda e até cornice, somente com Tição do Caboclo Sete-Estacas. Segundo dizem, no terreiro dele tanto o amor é trazido como levado embora, tanto o nó é apertado mais como é desfeito sem volta. Homem apaixonado e que quer mulher a todo custo, é só ir lá botar nota na mão do Tição. Mulher que quer homem casado, basta chegar com um maço de notas e um retrato, que o Caboclo faz ele deixar a esposa e a família e pular de vez a janela da também casada. E safada.
Ajuda sagrada, clamor ao divino, aos santos e anjos, pela cura dos males, somente para quem tem fé, para quem sabe o sentido da crença, da religiosidade, da força dos ensinamentos bíblicos. Estes, até que podem procurar uma benzedeira, um rezador, um médico, uma farmácia, mas primeiro pede ajuda aos céus na cura de seus males. Na fé, a cura, muitas vezes. Mas outros nem adiantam mil promessas nem milhões de velas acesa. Quando mal é moral, é mundano mesmo, só mesmo com uma boa surra de urtiga e cansanção.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

MORREU SOLITÁRIO O HOMEM QUE LAMPIÃO MAIS TEMIA.



Manoel de Souza Neto nasceu no dia 01 de novembro de 1901, num lugar denominado Ema no município de Floresta dos Navios. Não tendo estudado no período de infância em virtude da falta de professores no Sertão, dedicou-se ao trabalho agrícola. Era destemido, demonstrando desde cedo tendências para a vida militar. Apreciava com muita curiosidade o movimento de tropas e cangaceiros na região, transformando-se mais tarde num justiceiro, que combatia impiedosamente os cangaceiros que assolavam os sertões nordestinos.

Durante toda a adolescência conservou-se um rapaz igual aos outros sertanejos, cuidando da agricultura, do gado e comovendo-se com a paisagem e o pôr-do-sol. Um dia, no entanto após uma caminhada a pé pelo município de Rio Branco, consegui uma passagem para vir ao Recife, onde com a ajuda de Antônio Boiadeiro, ingressou na Força Pública.

Inicialmente foi destacado para servir em Santo Amaro, bairro conhecido na época, pelos altos índices de criminalidade e onde prestou relevantes serviços.

No dia 24 de janeiro de 1925 foi mandado para Vila Bela atualmente Serra Talhada/PE, a fim de participar da Força Volante naquele município para dar combate ao cangaço.

OS PRIMEIROS COMBATES

Dias após ter chegado à Vila Bela o então Soldado Manoel Neto comandado pelo Pedro Cavalcanti foi a cidade de Triunfo/PE, onde Lampião e seu bando havia cercado a Fazenda de Clementino de Sá. Destacando-se no combate. Manoel Neto foi elogiado por seu superior e considerado o Soldado mais corajoso da Volante. Nessa batalha Lampião foi obrigado a fugir, sendo perseguido até a fronteira da Paraíba, de onde a Volante teve de regressar, pois o governo paraibano não permitiu que os Soldados pernambucanos entrassem em seu território, o fato que contribuía para Lampião se reorganizasse e voltasse a atacar.

Em 10 de novembro de 1925 na localidade Cachoeira, distrito de São Caetano, ocorreu outro combate contra Lampião. Na ocasião morreram ou fugiram da luta o Sargento José Leal e o seu auxiliar direto José Terto. Manoel Neto assumiu então o comando da Volante, conseguindo uma vitória surpreendente contra Lampião que passou a se interessar pela valentia do “macaco” que conseguira lhe infligir tão grande derrota. Em função da façanha, Manoel Neto foi promovido ao posto de Anspeçada, isto é, intermediário entre Soldado e Cabo.

OUTRAS BRAVURAS

A partir desse episódio, Manoel Neto passou a ser o terrível perseguidor de Lampião, sempre lhe mandando recados, desafiando-o para que lutassem de homem para homem numa batalha para por fim aos crimes no Sertão.

No tiroteio da Fazenda Favela, localizada no município de Floresta, Manoel Neto foi emboscado pelo bando de Lampião, ficando gravemente ferido, com duas pernas quebradas. Segundo contam, sempre ia a frente de seus comandados, alegando que como comandante cabia a ele receber ou disparar o primeiro tiro.

Certa ocasião, foi chamado pelo Tenente João Bezerra da Policia Militar de Alagoas, para arquitetarem o plano da morte de Lampião por envenenamento. (Fato que carece de maiores esclarecimentos)

Manoel Neto mostrou-se imediatamente contrário àquele tipo de assassinato. Dizendo para o Tenente:

- Lampião é meu inimigo pessoal e ele também me considera assim. Se eu puder pegá-lo no ponto do meu Mosquetão, acabarei com ele. Porém não o matarei envenenando a água que beba, pois Lampião sabe que o rastejo e nunca envenenou a água que eu bebo, mesmo lhe perseguindo.

Certa vez no município de Triunfo, vários bandoleiros que habitavam uma serra, resistiram a ação da Policia Militar. Sem condições de subirem a montanha, os Soldados eram duramente repelidos à tiros de rifles. Ao tomar conhecimento do fato, o Capitão Manoel Neto, fazendo acompanhar de oito Soldados subiu a serra e aproveitando o silêncio da noite, foi invadindo casa por casa. Ao amanhecer todos estavam amarrados e desmoralizados.

Texto: Marco Túlio
Transcrito por: Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=538355312995036&set=gm.1151576034855513&type=3&theater

http://blogdomendesemendesa.blogspot.com


NOVO LIVRO NA PRAÇA DO ESCRITOR SÉRGIO AUGUSTO DANTAS

Por Sálvio Siqueira

Novo livro na praça que será disponibilizado para o público a partir do próximo mês, outubro 2018, com a marca já registrada do pesquisador/historiador/escritor Sérgio Augusto de Souza Dantas, virá contando o que não foi dito ou escrito sobre Lampião e seu bando em terras paraibanas.

“LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA”

O livro ‘LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA’ não foi concebido com a intenção de se tornar uma obra revolucionária. O objetivo do autor foi apenas elaborar um registro perene e confiável sobre a atuação do célebre cangaceiro em terras paraibanas. Com 363 páginas e cerca de 90 fotografias de personagens envolvidas na trama - e lugares onde os episódios ocorreram -, o trabalho certamente será de grande utilidade aos estudiosos de hoje e de amanhã. 

Dividido em 19 capítulos, com amplas referências e notas explicativas, tenta-se recontar, entre outros, os seguintes episódios:

“A invasão a Jericó; fazendas Dois Riachos e Curralinho; o fogo da fazenda Tabuleiro; os primeiros ferimentos sofridos por Lampião; as lutas com Clementino Furtado, o ‘Quelé’; combate em Lagoa do Vieira; Sousa: histórico do assalto e breve discussão sobre as possíveis razões políticas para a invasão da cidade; a expulsão dos cangaceiros do município de Princesa; combates em Pau Ferrado, Areias de Pelo Sinal, Cachoeira de Minas e Tataíra; o cangaceiro Meia Noite; Os ataques às fazendas do coronel José Pereira Lima; morte de Luiz Leão e seus comparsas em Piancó; confronto em Serrote Preto; Suassuna e Costa Rego; a criação do segundo batalhão de polícia; Tenório e a morte de Levino Ferreira; ataque a Santa Inês; combates nos sítios Gavião e São Bento; chacina nos sítios Caboré e Alagoa do Serrote; Lagoa do Cruz; assassinatos de João Cirino Nunes e Aristides Ramalho; Mortes no sítio Cipó; fuga de paraibanos da fronteira para o Ceará; confronto em Barreiros; invasão ao povoado Monte Horebe; combates em Conceição; sequestro do coronel Zuza Lacerda; o assalto de Sabino a Triunfo(PE) e Cajazeiras (PB); mortes dos soldados contratados Raimundo e Chiquito em Princesa; Luiz do Triângulo; ataques a Belém do Rio do Peixe e Barra do Juá; Pilões, Canto do Feijão e os assassinatos de Raimundo Luiz e Eliziário; sítios Vaquejador e Caiçara; Quelé e João Costa no Rio Grande do Norte; combates com a polícia da Paraíba em solo cearense; o caso Chico Pereira sob uma nova ótica; Virgínio Fortunato na Paraíba: São Sebastião do Umbuzeiro e sítios Balança, Angico e Riacho Fundo; sítio Rejeitado: as nuances sobre a morte do cangaceiro Virgínio”.

A obra certamente não abrangerá o relato de todas as façanhas protagonizadas pelo célebre cangaceiro no estado da Paraíba. Muito se perdeu com o passar dos anos. Os historiadores de ontem, em sua maioria, não tiveram grande interesse em dissecar os episódios por ele protagonizados no território do estado.

A presente obra busca resgatar o que não se dissipou totalmente na bruma do tempo.

LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA, Polyprint, 2018, 363 pgs. Disponível em outubro de 2018.

Sobre o autor: Sérgio Augusto de Souza Dantas é magistrado em Natal. Publicou os livros Lampião e o Rio Grande do Norte – A História da Grande Jornada (2005), Antônio Silvino – O Cangaceiro, O Homem, O Mito (2006), Lampião Entre a Espada e a Lei (2008) e Corisco – A Sombra de Lampião (2015).

Para adquiri-lo entre em contato com o professor Pereira lá em Cajazeiras no Estado da Paraíba através deste e-mail: 

franpelima@bol.com.br

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1210122469128303&set=gm.921361791406099&type=3&theater&ifg=1

http://blogdomendesemendes.bogspot.com

LAMPIÃO VIVIA ADOTANDO SIMULAÇÕES DE ATOS RELIGIOSOS...

Por Verluce Ferraz

Esse assunto é muito mesclado e tentar simplificar é inevitável encontrar quem propicie um duelo. Dentro do possível pode-se simplificar um pouco, mas é um exercício difícil pra não insultar a inteligência do leitor. Dentro da medida do possível vou tentar contar com a certeza que alcançará o seu verdadeiro objetivo. Assegurando que não há aqui o intuito de converter idéias de quem quer que seja, nem contestar os pensares daqueles que possam ser contrários ao que escrevo. Quero aqui mostrar alguns motivos que levava Lampião a um tipo de comportamento antesocial. Lampião era muito precavido por necessidade e pela sua própria segurança. Nascido no final do século XIX, no meio rural da caatinga do Sertão, onde as pessoas, na sua maioria, eram carentes da água ao alimento. Época em que se rezava pedindo para cair uma gota d’água no esturricado chão. Imaginemos que a busca por mudanças sociais eram freqüentes, inclusive aumentava-se a crença em santos e milagres. Os pobres faziam romarias até o Juazeiro, em busca de auxílio do Padre Cícero Romão Batista. Muitos até se penitenciavam e assim foram criados grupos de romeiros, com pessoas que faziam voto de castidade, que não exerciam quaisquer profissões; vivem da caridade, compareciam em velórios para enterrar os mortos e ensinar orações. Eram fanáticos e mulheres carpideiras que choravam a morte de pessoas que sequer conheciam. E se destacavam pelas suas vestes; alguns usam roupas a maneira de um frade, com cordão de São Francisco nas cinturas, carregando uma cruz nas costas, saquinhos com orações e tudo que possa parecer religiosidade. Quem muito explorou tal situação dessa população foi o sírio/libanês, Benjamim Abrahão Botto, que veio aqui para o Brasil (1915) a fim de fugir à convocação obrigatória pelo Império Otomano de lutar durante a Primeira Guerra Mundial. Benjamim de mascate passou a secretário do Padre Cícero Romão Batista e conheceu o Virgulino Ferreira da Silva no ano de 1926. 


Lampião andava em lombo de cavalos e bestas. Carregava preso às roupas, alguns objetos necessários por que vivia mudando de lugar para outro. Além de uma canequinha, cantina para água, prato, colher, carregava um baú e máquina de costura. Tinha também o costura e costumava ter objetos que funcionavam como talismãs.

Era muito supersticioso. Por tal motivo devemos estudar de modo científico, oferecendo características de espécie de padrão do comportamento humano do tipo transtorno compulsivo obsessivo. No período das secas era comum romeiros irem ao Juazeiro, fazerem preces e orações. Lampião também foi no Juazeiro, com muitos outros cangaceiros. Gostaria de aqui enfatizar que não justificaria a ida do cangaceiro ao lugar em busca de fé religiosa, já que seu fito não era converter-se ao cristianismo e nem pedir perdão pelos crimes cometidos. Lampião não fazia parte daqueles que buscavam alívio para as suas necessidades espirituais e necessidades básicas à sobrevivência. Pois ele não vivia esmolando, pelo contrário, era muito bem abastecido por seus roubos e assaltos. Usufruía do bom, sua vida era de regalias.

 Floro Bartolomeu e Padre Cícero

Duas pessoas sábias captaram qual a intenção real do cangaceiro Lampião. Floro Bartolomeu, deputado e pelo próprio Artur Bernardes; o segundo foi Benjamim Abrahão Boto, o mascate. O primeiro viu a oportunidade de oferecer uma patente de Capitão ao cangaceiro, em troca de benefícios políticos, que era combater a Coluna Prestes. Deu-lhe farda e uma patente falsas, para que o cangaceiro enfrentasse os soldados da Coluna Prestes, que estava a caminho do Juazeiro. 



O segundo foi Benjamim Abrahão Botto, que percebeu o quanto o cangaceiro era narcisista, pela maneira que se vestia e objetos que usava: vários anéis nos dedos, trancelins no pescoço, chapéu com estrelas de latão ou outros metais, bebia Conhaque, etc. Benjamim pede permissão ao cangaceiro Lampião para fotografá-lo. O cangaceiro aceitou. Acertam que farão um filme mostrando a vida cangaceira. Lampião já se vestia com roupas coloridas e carregava sobre si além de objetos necessários, muitos penduricalhos não necessários, apenas como enfeites. Ele próprio costurava suas roupas, seus casacos, lenços para o pescoço, embornais para carregar comida e balas. A princípio quase tudo era feito de couro curtido; usa também tecidos de cores fortes, enfeites de galões. Ao receber a farda do Floro Bartolomeu com a tal patente diz que quer que todos de seus grupos recebam e usem as fardas igualmente; tal qual os Militares, Exército e Marinha, que vestem-se de forma padronizada. Naturalmente a ida de Lampião ao Juazeiro do Norte era de entrar na cidade com o objetivo de buscar bênçãos como faziam os outros romeiros; Lampião vivia fugindo sempre de Estado para outro, com o fito de livrar-se das polícias e abastecer seus bolsos. Sabe-se que a presença dos cangaceiros no Juazeiro causou grande comoção na população. A patente que o cangaceiro adquiriu foi mais um ganho para ele, apesar de falsa. Lampião era muito precavido por suas necessidades e para garantir a própria segurança. Sempre assim, vivia adotando simulações de atos religiosos, ao amanhecer do dia ajoelhava-se, fingia rezar o Ofício católico. Assim e iludia a todos, ia formando grupos de criminosos que o protegiam. Para unir seus grupos utilizava as roupas iguais como tática de iludir, mas o intuito era o disfarce “ - ou me oculto, ou corro”. Camuflados nas indumentárias, muitas vezes os soldados não sabiam com quem estavam brigando, por que os grupos lampiônicos eram vários, somente homens, e o próprio Lampião era apenas mais um cangaceiro entre dezenas. Havia também o costume de trocar os nomes legítimos das pessoas por alcunhas. Fala-se que cada um tinha o apelido de acordo com suas aparências e habilidades. Sempre usavam nomes de animais peçonhentos, aves, sinais da natureza, e assim por diante. Lampião não admitia uma traição, nem tinha temor ou medos invisíveis; antes se preocupava com o visível. O visível para ele era ameaçador, daí eliminava a todos que lhe impusessem temor. Se algum dos seus cabras adoecesse e não tivesse como os acompanhar dava ordem era o matar temendo que esse o denunciasse. Aquele que demonstrasse desejos de abandonar o bando, ele eliminava incontinente. No ano de 1930, aproveitando a entrada da mulher no cangaço, Lampião vai acrescentar galões, entremeios e bordados nas roupas. Criando assim um estilo UNIGÊNERO.


Mais detalhes no livro: Dos Mitologemas da imortalidade do passado lampiônico...

https://www.facebook.com/josemendespereira.mendes.5

http://blogdomendesemendes.bogspot.com

O ASSASSINATO DO CANGACEIRO PIRULITO NA PRISÃO


Acervo do pesquisador do cangaço José João Souza - Página facebook

Nos arquivos do Memorial da Justiça de Pernambuco, consta o processo-crime instaurado pela justiça pública contra os apenados Urbano Gomes da Silva, Vulgo "Pilão", e Ângelo Emídio da Silva ou Manoel Soares de Caldas, vulgo "Ventania", ocorrido na Casa de Detenção do Recife, aos trinta e um dias do mês de agosto de 1931. Além dos presos relacionados acima, vários outros cangaceiros que fizeram parte do grupo de Lampião se encontravam detidos no citado presídio, naquela ocasião.

Conforme consta dos autos, as testemunhas arroladas no processo relataram com firmeza que um presidiário, o então barbeiro da Raia Leste, Manoel Roberto da Silva, por alcunha de "Neco Grande", havia propalado para os diversos detentos, inclusive entre os que fizeram parte do grupo de Lampião, que o sentenciado Urbano Gomes da Silva, vulgo Pilão, teria dito que Manoel Antônio de França, ou Manoel Filipe Francisco, vulgo Recruta, também pertencente ao bando de Lampião, era pederasta e que dele se havia servido, remunerando-o com a importância de vinte mil réis. Essa história se espalhou pelos recintos da prisão que nem fogo em pólvora. Em pouco tempo toda a população carcerária daquele presídio ficou sabendo do suposto comportamento do companheiro de prisão. Revoltados com a ofensa feita ao seu companheiro de grupo, os mais exaltados, José Serafim Ribeiro, Ângelo Emídio da Silva, vulgo " Ventania", Camilo Rodrigues de Farias, vulgo "Pirulito", Furtunato Domingos de Farias, vulgo "Guará" e o ofendido, conhecido por Recruta, mandaram chamar o detento Pilão no recinto da sapataria. Esse, ao chegar ao local, foi revistado e interpolado sobre o caso. Mesmo dizendo não saber de que se tratava, foi esbofeteado e ferido a faca pelo preso de alcunha Ventania. Pilão, escapando dos agressores, correu para a cozinha, onde se armou de uma faca-peixeira, com a qual matou o detento Camilo Rodrigues de Farias, vulgo Pirulito. Fugindo, em seguida, foi perseguido por seus algozes. Se não fosse a interferência de um guarda do rancho, armado de uma pistola, o mesmo teria sido eliminado, uma vez que já se encontrava sem forças devido ao ferimento causado pelo detento Ventania. 

As testemunhas arroladas nos autos foram unânimes em dizer que os presos, ex-cabras de Lampião, eram unidos e que o barbeiro "Neco Grande" havia incitado a intriga e a discórdia dos componentes do grupo de cangaceiros, provocando o conflito, que resultou na morte do preso Pirulito e ferimento no apenado Pilão.

Por tudo quanto disseram as testemunhas, só nos resta acreditar que acusação de pederastia de um dos cangaceiros encarcerados ali não passou de boataria maliciosa por parte do tal barbeiro para desagregar aquele grupo de amigos. É muito bom lembrar que homossexualismo sofria naquela época, no Brasil, de grande preconceito. Era praticamente impossível um homossexual sobreviver no meio de um grupo de cabras machos do sertão, principalmente, quando formado por cangaceiros.

Tudo que foi escrito neste artigo consta dos autos que apuram a morte de Camilo Rodrigues Farias, o Pirulito, bem como os delitos dos demais envolvidos no episódio, na Casa de Detenção do Recife.

Quem desejar saber mais a respeito desse caso deverá ler o referido processo, que se encontra à disposição dos interessados no Memorial da Justiça de Pernambuco. 

Flores, 1932 - GR. Lesão Corporal - CX. 371.Ref. Cangaceiros do Bando de Lampião. Crime cometido na Prisão.
Do livro: LAMPIÃO À LUZ DA LEI
De: Antônio Neto

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/permalink/923508987858046/

http://blogdomendesemendes.bogspot.com

A INCRÍVEL HISTÓRIA DO EX-CANGACEIRO " VINTE E CINCO ", após o cangaço.


 Por Antonio Sapucaia (Gazeta de Alagoas)

O cangaceiro Vinte e Cinco não se encontrava no coito em Angico, no dia 28/7/1938 ( morte de Lampião), pois, estando fora, tinha acertado com Lampião para ali se encontrarem após o cumprimento de uma diligência. Sua missão consistia em ir a Lagoa do Bezerro, em Pernambuco, a fim de apanhar dois fuzis, em companhia de dois cangaceiros, sob o seu comando. Ao retornarem, saíram de Pão de Açúcar e, na Fazenda Beleza, souberam do acontecimento macabro, em Angico, pelo que guardaram as armas em ocos de paus e, a partir de então, ficaram meio desnorteados.

A lógica – diz ele – era procurar alguém que tivesse condições de formar um grupo, e chegaram a pensar em Corisco. Entretanto – acrescenta – apesar de ele ser muito valente, bom e sagaz, a mulher dele, Dadá, era conhecida como arengueira e mandona, o que os impedia de formar um grupo coeso.

Sentindo-se sem rumo, os cangaceiros resolveram entregar-se às autoridades, uns tendo ido para a Bahia, outros para Sergipe e Alagoas. Vinte e Cinco entregou-se ao sargento Juvêncio, em Poço Redondo, no dia 13/10/1938, de onde saiu para Piranhas, depois Santana do Ipanema, sede do 2º Batalhão da Polícia Militar, terminando na Penitenciária de Maceió, em companhia de Pancada, Cobra Verde, Peitica, Vila Nova, Maria Jovina, Barreira e Santa Cruz, que era seu sobrinho.

Na Penitenciária, passou quatro anos, onde aprendeu a ler e escrever com o professor Manoel de Almeida Leite, tendo deixado a prisão com o curso primário completo. Ali gozava de um certo privilégio, pois adquiriu a confiança suficiente para tornar-se o “chaveiro” da prisão.

Certa vez recebeu a visita do Promotor Público Rodriguez de Melo, o qual ao se inteirar da situação dos ex-cangaceiros afirmou que nada poderia fazer em favor deles, a não ser que surgisse um milagre e o fato chegasse ao conhecimento do presidente da República, Getúlio Vargas, haja vista que todos estavam presos sem nenhum processo formalizado, à disposição do governo do Estado.

Utilizando-se da confiança de que desfrutava, Vinte e Cinco recorreu ao engenheiro Ernesto Bueno, que estava preso por crime de homicídio contra um cidadão de Coruripe, pedindo-lhe que, em seu nome, escrevesse uma carta a Getúlio Vargas expondo a situação vexatória em que se encontravam. Seu pedido foi atendido e, usando de uma manobra habilidosa, apelou para uma mulher de nome Maria Madalena, que era encarregada de vender os produtos de artesanatos que os presos fabricavam na Penitenciária, a qual escondeu a carta no seio e a postou nos correios.

Segundo relata Vinte e Cinco, Getúlio Vargas, depois de manter contato com o interventor Ismar de Góes Monteiro e com o Dr. José Romão de Castro, diretor da Penitenciária, baixou um ato e pediu-lhes que os colocassem em liberdade, conseguissem empregos para todos, objetivando evitar o retorno deles à vida nômade do Sertão.

A saída dos ex-cangaceiros da prisão passou pelo crivo do Dr. Osório Gatto, que era Juiz da 1ª Vara da Capital, do Dr. José Romão de Castro, diretor da Penitenciária, e do Dr. José Lages Filho. Emitiram pareceres favoráveis à soltura, considerando, inclusive, a personalidade de cada um, pois todos se revelaram disciplinados, obedientes e não ofereciam nenhum perigo à sociedade, fazendo-se impositiva a liberdade vigiada de todos e que não voltassem a residir no Sertão.

Conclusão: Vinte e Cinco iria para a Faculdade de Direito, onde trabalharia como atendente, o que terminou não acontecendo, por razões circunstanciais, mas foi trabalhar no Orfanato São Domingos, depois na Granja da Conceição, em Bebedouro, e parou na Guarda Civil, durante 18 anos.

Certo dia, Vinte e Cinco estava prestando serviço como guarda-civil, em Jaraguá, ocasião em que o Dr. Osório Gatto, que o conhecia, parou o automóvel e, após breve conversa, perguntou-lhe se gostaria de ir trabalhar com ele no Tribunal Regional Eleitoral. Após a resposta afirmativa, disse-lhe que procurasse ler o Diário Oficial do dia seguinte. Dois dias depois estava trabalhando como segurança no TRE, tendo trabalhado ali durante nove anos, onde fez concurso interno para o cargo de escrevente e, daí, passou para Auxiliar Judiciário, que é hoje o cargo de Técnico Judiciário.

Diz não ter arrependimento da vida de cangaceiro, da qual só sente saudades, e agradece a Deus ter chegado aos 95 anos de idade gozando de boa saúde e crendo na previsão do Dr. Pedro Carnaúba, que acredita que ele chegará aos 100 anos, pelo que alimenta, agora, o sonho de publicar um livro sobre a sua vida.

Obs: O ex-cangaceiro VINTE e CINCO faleceu há uns 03 anos.
Antonio Sapucaia

 https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com