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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

RICARDO BOECHAT, JORNALISTA, MORRE AOS 66 ANOS EM QUEDA DE HELICÓPTERO EM SP

Por G1 SP
Ricardo Boechat, em foto de março de 2006 — Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo/Arquivo

Jornalista era apresentador do Jornal da Band e da rádio BandNews FM. Aeronave bateu na parte dianteira de um caminhão que transitava pela Rodovia Anhanguera.

O jornalista, apresentador e radialista Ricardo Eugênio Boechat morreu no início da tarde desta segunda-feira (11), aos 66 anos, em São Paulo.

Boechat era apresentador do Jornal da Band e da rádio BandNews FM e colunista da revista "IstoÉ". Ele trabalhou nos jornais “O Globo”, “O Dia”, “O Estado de S. Paulo” e “Jornal do Brasil”.

Na década de 1990, teve uma coluna diária no "Bom Dia Brasil", na TV Globo, e trabalhou no "Jornal da Globo". Foi ainda diretor de jornalismo da Band e teve passagem pelo SBT.



Perfil

Filho de diplomata, Ricardo Eugênio Boechat nasceu em 13 de julho de 1952, em Buenos Aires. O pai estava a serviço do Ministério das Relações Exteriores na Argentina.

Boechat era recordista de vitórias no Prêmio Comunique-se – e o único a ganhar em três categorias diferentes (Âncora de Rádio, Colunista de Notícia e Âncora de TV).

Em pesquisa do site Jornalistas & Cia em 2014, que listou cem profissionais do setor, Boechat foi eleito o jornalista mais admirado. Ele lançou em 1998 o livro “Copacabana Palace – Um hotel e sua história” (DBA).

O jornalista deixa a mulher, Veruska, e seis filhos.

Conheça a trajetória profissional do jornalista Ricardo Boechat
Jornal Hoje


Conheça a trajetória profissional do jornalista Ricardo Boechat

Começo da carreira

Boechat começou a trabalhar assim que deixou a escola, na virada de 1969 para 1970, após um período de militância em que fez parte do quadro de base do Partido Comunista em Niterói (RJ).

O pai de uma amiga, diretor comercial do "Diário de Notícias", foi quem o convidou.

"Note que eu mal batia à máquina, não tinha noção de rigorosamente nada. Tinha morado a vida inteira em Niterói. O Rio de Janeiro para mim era o exterior", comentou ao site Memória Globo (leia o depoimento completo).

Um de seus primeiros textos foi uma nota exclusiva sobre Pelé, que lhe garantiu mais espaço no jornal.

Depois, Boechat passou a escrever na coluna de Ibrahim Sued (1924-1995), no mesmo "Diário de Notícias". Ele considerava o período de 14 anos em que trabalhou com Sued como decisivo para sua "formação como repórter".

"Eu pude ter uma escola na qual a doutrina era procurar informações, e por trás de mim o primeiro e maior dos pitbulls que eu já conheci, que era ele, rosnando no meu ouvido 24 horas por dia."

Ricardo Boechat em foto de arquivo da TV Globo — Foto: Acervo TV Globo

Boechat saiu em 1983, quando a coluna já era publicada em "O Globo", após uma briga com o titular. Mudou-se, então, para o "Jornal do Brasil", a convite do concorrente Zózimo Barroso do Amaral, tendo retornado a "O Globo" pouco depois, na coluna "Swann".

Em uma segunda passagem pelo jornal, que durou até 2001, foi titular de uma coluna que levava o seu nome.

Boechat deu uma palestra a representantes da indústria farmacêutica em Campinas, no interior do estado, na manhã desta segunda e retornava a São Paulo por volta das 12h. Ele deveria pousar no heliponto da Band, no Morumbi, Zona Sul da capital paulista.

O jornalista Ricardo Boechat em imagem de 2013 em Curitiba, no PR — Foto: Rodolfo Buhrer/Fotoarena/Estadão Conteúdo.

Anúncio na Band

José Luiz Datena, apresentador da TV Band, anunciou a morte do colega às 13h51 durante programação da emissora. - https://odia.ig.com.br/diversao/televisao/2019/02/5619082-datena-chora-ao-anunciar-morte-de-ricardo-boechat-na-band.html

"Com profundo pesar, desses quase 50 anos de jornalismo, cabe a mim informar a vocês que o jornalista, amigo, pai de família, companheiro, que na última quarta, que eu vim aqui apresentar o jornal, me deu um beijo no rosto, fingido que ia cochichar alguma coisa, e, no fim, brincalhão como ele era, falou: 'É, bocão, eu só queria te dar um beijo'. Queria informar aos senhores que o maior âncora da televisão brasileira, o Ricardo Boechat, morreu hoje num acidente de helicóptero, no Rodoanel, aqui em São Paulo".


Veja imagens registradas após queda de helicóptero que matou jornalista Ricardo Boechat

G1 SP

Reprodução da coluna de Ricardo Boechat de agosto de 2000 — Foto: Reprodução

Mapa mostra local onde helicóptero caiu na Rodovia Anhanguera — Foto: Wagner Magalhães/G1


MORRE RICARDO BOECHAT

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/02/11/ricardo-boechat-jornalista-morre-aos-66-anos-em-queda-de-helicoptero-em-sp.ghtml

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O CEGO DE CAICÓ QUE DESCOBRIU A SCHEELITA E O URÂNIO NO RIO GRANDE DO NORTE

Joel Celso Dantas
Material baseado em sua maior parte no texto de Murilo Melo Filho, com fotos de Carlos Kerr e publicado na Revista Manchete, da Editora Bloch, edição de 18 de maio de 1957, disponível na Biblioteca Nacional (http://memoria.bn.br).
Eis uma daquelas histórias dignas de um roteiro de filmes inspiradores (daqueles que o começo se inicia com “baseado em fatos reais”).Trata-se da história de Joel Celso Dantas, que foi o descobridor da scheelita e do urânio no Nordeste. A história da sua vida é um comovente exemplo do quanto pode a obstinação de um nordestino, por descobrir e provar a ocorrência das incalculáveis riquezas e jazidas de minérios escondidos no subsolo de sua terra. Alguém já bem o disse que devemos ler biografias de grandes homens. É uma interessante síntese biográfica de uma grande homem desconhecido. Nordestino, potiguar, caicoense!.
A Revista Manchete contou a história de Joel Dantas em 1957 quando ele estava no Rio de Janeiro, na Casa de Saúde Santa Maria, nas Laranjeiras, tentando recuperar sua visão. Acompanhemos.
Ele nasceu em Caicó, aos 7 anos ficou cego por causa de uma queratite (opacificação da córnea).Foi ao Recife se tratar, mas voltou desiludido: ficara uma pequena réstia de visão embaçada, para a qual de nada adiantaria o uso de óculos.
Fez questão, porém, de continuar frequentando a escola, mesmo como ouvinte, apenas. Pedia aos colegas e amigos que lessem livros para ele. ”comecei a gostar de livros de ciência”, contou a revista. E passou a interessar-se pela Física. Pensou na sua própria cegueira e dedicou-se ao estudo das lentes. 10 anos depois, conseguiu fazer uma combinação de lentes que lhe restituiu um pouquinho de visão. ”senti um contentamento enorme, quando vi uma letra novamente”.
Revista Manchete, Editora Bloch, edição de 18 de maio de 1957.
Habituou-se, desde então, a uma leitura penosa. Das várias lentes combinadas, chegou a perfeição de um aparelho chamado “conta-fios”, através do qual lia letra por letra, mas lia. Assim, penosamente, já havia conseguido devorar centenas de livros. Soletrava. Se era interrompido no meio da palavra, tinha de recomeçá-la para pegar-lhe novamente o sentido. Tinha uma ortografia própria, pois a cegueira o atingiu numa idade em que ele não tinha aprendido a escrever.
Sua mãe gostava de colecionar pedras bonitas em casa. Quando saía, levado por ela, para fazer passeios pelo sertão, apanhava seixos nas estradas e trazia-os para apalpá-los e estudá-los. Casou-se aos 19 anos e em 1935 leu o primeiro volume de mineralogia.
Como descobriu a primeira scheelita
Passou a analisar aquelas pedras, no fundo do seu quintal, ajudado pela mulher. Ganhava, então, 200 mil réis por mês, dos quais ainda tirava uma parte para construir forjas rústicas. Nas análises, encontrava ouro, ferro, titânio. “Eu não sabia que a Natureza não poderia ter sido tão madrasta com o Nordeste, ao dar-lhe apenas seca, falta de chuvas, misérias, privações. Aquelas pedras tão abundantes devia ter algum valor”, disse Joel.

Cristais de scheelita do Monte Xuebaoding, Sichuan, China – Fonte – http://www.patrickvoillot.com/pt/sheelita-208.html
E tinham.
Através delas, Joel Dantas chegou a certeza da existência de maiores possibilidades minerais: aquelas rochas matrizes, pelas suas características, deviam possuir maiores quantidades de minérios. Toda aquela região inóspita era um imenso lençol de riqueza subterrânea.
Em 15 de outubro de 1941, mesmo lutando contra a cegueira, Joel Dantas conseguiu descobrir, na fazenda Riacho de Fora, a primeira scheelita: uma pedra desconhecida, muito pesada, diferente de todas as outras. “Não vale nada”, disseram-lhe. Na Paraíba, um comerciante ofereceu  50 centavos pelo quilo. Joel indignou-se: “imagina: 50 centavos por um quilo de tungstênio, o minério que vai revolucionar o mundo”.
A primeira fase da batalha
Padre Cônego Luiz Gonzaga do Monte
Havia em Natal um padre sábio
que acreditou nele, era o Padre Monte (irmão de Dom Nivaldo Monte, 1918-2006, arcebispo de Natal entre 1967 e 1988. Mais sobre esse religioso veja – ). Apesar desse depoimento autorizado, ninguém acreditava naquela história. Joel Dantas saiu pelo interior a fazer propaganda de sua descoberta, para ver se os fazendeiros se interessavam por ela. Descobriu nada menos de uma tonelada e meia do minério, nos mais diferentes pontos da região.
O Ministério da Agricultura, no Rio de Janeiro, terminou finalmente confirmando o seu laudo: aquelas pedras eram realmente scheelita. Estava ganha a primeira batalha. Faltava o resto: a batalha pela exploração. Mas, esta seria bem mais fácil, pois, não faltariam logo os proprietários de terra que se interessariam por ganha dinheiro.
Isto se verificou, realmente, com dezenas deles, inclusive o famoso desembargador aposentado Tomás Salustino, que já estava ganhando centenas de milhões de cruzeiros com a sua mina Brejuí. A primeira pedra do desembargador foi levada a Joel Dantas, por intermédio do governador do Rio Grande do Norte a época, Dinarte de Medeiros Mariz. Ninguém acreditava nela, pois, tinha forma de areia. Mas, Joel disse que se tratava de scheelita de boa qualidade. O desembargador se convenceu e tratou de explorar sua mina, transformando-se numa das maiores fortunas do país.
Fonte: Revista Manchete, 1957.
Constatou a presença de urânio de alto teor, numa extensão de 10 quilômetros no litoral nordestino, por intermédio de um aparelho  Geiger, que o almirante Álvaro Alberto lhe mandou de presente.
Enquanto isso, o cientista continuava cego e passando privações. Já havia localizado centenas de minas de berilo, columbita, tantalita, abrigonita, granada, bismuto, estanho, florita e outros. Diariamente, chegavam-lhe as mãos, na sua casa em Natal, dezenas de pedras para análises, vindas de todos os Estados do Nordeste. Ele as analisava e classificava criteriosamente.
Em 1957, aos 38 anos, Joel Dantas já havia feito mais de 20 mil anotações de análises, demonstrando a existência de reservas incomensuráveis de minérios, em toda a região nordestina. Mas, pelo seu trabalho, muitos dos que o procuravam e que depois ficaram milionários à custa dos seus laudos, nem se lembravam de pagar 100 ou 200 cruzeiros. Por isto, Joel Dantas continuava pobre, ele que tinha dado riqueza a tanta gente! (MANCHETE, 1957, p.37-39).
“Eu vi”
Joel Dantas antes da cirurgia.
Em 1957 Joel Dantas se submeteu a um transplante de córneas. “Eu vi”, disse Joel Dantas, ao sair da sala de cirurgia. Contava 38 anos, dos quais 30 como cego. A cirurgia foi feita pelo Dr. Abreu  Fialho.
Chegou ao Rio de Janeiro depois de uma campanha feita por um jornalista (a revista não cita) e o médico Xavier Fernandes, diretor da Divisão de Organização Hospitalar do Ministério da Saúde, tendo que se submeter a um intenso tratamento pré-operatório, pois, estava pensando 45 quilos e queimado dos pés a cabeça pelas emanações radioativas das amostras de minérios que ia descobrindo e pesquisando.
“Eu vi”. Joel Dantas guardou a confissão para fazê-la em primeiro lugar a sua mulher e ao jornalista que o  ajudou (a revista manchete não cita o nome de ambos).
– Viu o quê?
– Vi um clarão imenso, logo seguido pela formação nítida de certas imagens. Vi o bisturi na mão do Dr. Fialho, antes mesmo de que ele me enxertasse a outra córnea. Foi indescritível a sensação de ver pela primeira vez ( destaque nosso pela tomada de emoção com o referido relato ao escrever o mesmo).
No entanto, a confirmação do sucesso do transplante só poderia ser confirmado uma semana depois, até lá Joel Dantas deveria ficar com vendas nos olhos a fim de assegurar a cicatrização mais rápida.(MANCHETE, 1957,p.27).
Joel Dantas foi o descobridor do petróleo em Macau em 1950 (MANCHETE, 1974, p.24). Os detalhes dessa descoberta é assunto para outra postagem.
Joel Dantas sendo operado.
Joel Celso Dantas
Joel Celso Dantas foi o cientista, potiguar, cego, que estudou Física e Química, através de um sistema de lentes combinadas que ele mesmo inventou e por meio das quais lia penosamente, letra por letra. Foi assim que devorou de zenas de tratados de mineralogia e geologia, chegando a conclusão de que no Rio Grande do Norte e o estados vizinhos do Nordeste possuíam um imenso lençol subterrâneo de minérios.
Fonte: Revista Manchete, 1957, 1974.
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros
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NAS “CRUZES DOS SOLDADOS”, MAIS UMA VEZ


*Rangel Alves da Costa


Todo o município de Poço Redondo, no sertão Sergipe, é entrecortado por marcos históricos deixados pelo cangaço. Foi intensa e constante a passagem da Lampião e seu bando pela região, muitos filhos de Poço Redondo enveredaram pelos caminhos cangaceiros (nada menos que 34), por todo lugar pontuam sinais e marcas daqueles tempos de luta. E marcas profundas de uma história ainda não totalmente desvendada.
Em Poço Redondo também está a Gruta do Angico (local da morte de Lampião, Maria Bonita, mais oito cangaceiros e um soldado da volante), a Fazenda Maranduba (onde, em janeiro de 32, ocorreu o segundo maior combate da história cangaceira), além de muitos outros locais que ainda testemunham os feitos, as batalhas e as mortes. Foi também em Poço Redondo o célebre encontro entre o Padre Artur Passos e Virgulino Lampião, num episódio que ficou conhecido como o encontro da cruz com o mosquetão.
Além da cidade em si e em localidades mais distantes, os arredores da cidade também contam muito da presença cangaceira. Seguindo em direção à beira do rio, num percurso de 14 km, nada menos que quatro marcos abrem suas páginas para contar acerca daquelas lutas. O local da morte de Canário, o local onde foi encontrado o corpo de Zé de Julião, o ex-cangaceiro Cajazeira, o local da morte do vaqueiro Antônio Canela (que havia dito que esperaria Lampião de arma em punho, e foi encontrado depois e assassinado pelo subgrupo do cangaceiro Mané Moreno), e também as Cruzes dos Soldados. E é sobre tais cruzes que detalho mais adiante.
Pois bem. Ao alvorecer deste domingo e já nos passos da história cangaceira de Poço Redondo, e tendo ao lado o amigo e pesquisador José Francisco (do blog Lampião, Governador do Sertão) mais uma vez visitamos “As Cruzes dos Soldados”, às margens da Estrada Histórica Antônio Conselheiro (Estrada de Curralinho). São cerca de 7 km da sede municipal até este local, em via de bom acesso.
Aí, embaixo desse portentoso Bonome, as cruzes fincadas na terra e tendo ex-votos (objetos comprovando milagres alcançados) ao redor. Neste local, no ano de 37, os soldados Tonho Vicente e Sisi foram emboscados, torturados e mortos, pelo subgrupo do cangaceiro Corisco, numa vingança tramada após a morte do cangaceiro Pau Ferro. Os soldados mortos, tidos como inocentes, ao longo dos anos foram sendo reverenciados pela fé sertaneja.
A crença que inocentes mortos possuem um poder maior de intercessão perante as forças sagradas, faz com que os humildes devotos - e grande parte da população sertaneja - passem a acreditar também nos seus poderes de cura. Daí as tantas promessas feitas para a cura de graves enfermidades e salvação de vidas. E as respostas - ou “comprovações” - às curas ou milagres alcançados estão ao redor das duas cruzes. Troncos, membros, cabeças, etc. Em cada parte do corpo um milagre obtido.
Já se vão mais de oitenta anos da morte dos inocentes soldados, mas ainda hoje se renovam as promessas feitas em seus nomes. Coisas que somente a fé sertaneja consegue explicar. Basta seguir até lá para verificar a fé sertaneja ali presente. Certamente a maioria daqueles que fazem promessas sequer sabe as causas daquela morte. Mas também não precisa saber. Para o sertanejo devoto, religioso, fiel à crença na força da intercessão, basta que ali dois inocentes soldados tivessem perdido suas vidas. É o que basta para a quase santificação.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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DE VOLTA A MASSAGUEIRA

Clerisvaldo B. Chagas, 11 de fevereiro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.058

CANAL DA LAGUNA MANGUABA. (FOTO: CLERINE CHAGAS).
     Nunca mais tinha ido a Massagueira desde os estudos para o livro Geografia de Alagoas (pronto). Finalmente ontem voltamos ao povoado às margens da lagoa Manguaba, Marechal Deodoro, maior laguna de Alagoas com 31 km quadrados. Fomos descansar rever o paraíso, gozar da sua gastronomia e misturar os ares do Sertão. O lugar – preservado do por Lei – continua atraente com sua paisagem de mangue, barracas de guloseimas e restaurantes abertos ao longo dos canais que ligam o mar à laguna Manguaba. Tempo nublado, calorão, restaurantes lotados e muita gente aguardando a desocupação de mesas. Estávamos no estabelecimento “Sonho Meu”, olho no prato, olho nas lanchas modernas e luxuosas frequentadoras do canal.
     Após famosa peixada no capricho e sobremesa de doce de coco verde, fomos às fotos e passeios curtos pelos arredores. Provando um pouco de tudo, lá vamos nós deixando o município e contemplando a orla esquecendo trabalho neste domingo de clássico CSA x CRB.
     E por falar em CSA x CRB, encontramos multidão de torcedores do CRB dirigindo-se para o estádio, na Avenida da Paz. A polícia completamente organizada conduzia os torcedores e mantinha soldados em vários compartimentos, inclusive, com a cavalaria pronta para qualquer intervenção. O jogo estava prestes a acontecer no Estádio Rei Pelé e, a prevenção policial com certeza estava acontecendo também na Rua Siqueira Campos, próxima ao estádio.
     Mas era domingo, compadre. Para que estragar o fim de semana com possíveis brigas de torcedores? Vamos olhar o cais, os navios, os museus da orla e as novidades estrangeiras apresentadas na capital. Tocamos para uma fábrica de sorvetes que combinava com a beleza da tarde e com o mormaço nas praias.
     Revisto os canais da laguna Manguaba, bebidos os ares “capitalistas” vamos retornando ao velho Sertão das Alagoas para o batente nosso de cada dia.


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AS MULHERES CANGACEIRAS

Por Kydelmir Dantas

Num levantamento de mais de 1000 títulos, a maioria no acervo pessoal, são poucas a Mulheres Cangaceiras que foram contempladas pelo ‘jornal do povo’: Os folhetos ou romances de cordéis. Logicamente, a mais ‘biografada foi Maria Bonita, em seguida Dadá e pronto... 

Afora Sila e Lídia, praticamente mais nenhuma teve ‘direito’ a uma biografia não autorizada. Este trabalho, apresenta os nomes de 86 Mulheres que, por qualquer motivo  (amor, aventura, ilusão ou rapto) ingressaram no cangaço a partir de 1930. Foi baseado nas fontes de pesquisas seguintes: 

AMANTES E GUERREIRAS - Geraldo Maia do Nascimento. Mossoró - RN, Coleção Mossoroense, 2016; CANGACEIROS. Élise Jasmin. Terceiro Nome, 2006. DADÁ. José Umberto Dias. Salvador - BA, 1989. DICIONÁRIO BIOGRÁFICO: CANGACEIROS & JAGUNÇOS. Renato Luis Bandeira. Salvador. 2ª ed. 2015; GUERREIROS DO SOL. Frederico Pernambucano de Mello. Recife, 1985; LAMPIÃO: AS MULHERES E O CANGAÇO – Antônio Amaury Correia de Araújo. São Paulo - SP, 1984; LAMPIÃO ALÉM DA VERSÃO: MENTIRAS E MISTÉRIOS DO ANGICO. Alcino Alves Costa. Aracaju – SE. 1999; MARIA BONITA: A TRAJETÓRIA GUERREIRA DA RAINHA DO CANGAÇO. João de Sousa Lima. Paulo Afonso – BA. 2005.

Kydelmir Dantas, autor.
Poeta e Escritor, Sócio da SBEC
Conselheiro Cariri Cangaço 

http://cariricangaco.blogspot.com/2016/12/as-mulheres-cangaceiras-porkydelmir.html

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NÃO SOU "CHICO CHICOTE"

Por João Tavares Calixto Junior

Era julho de 1928 e Izaias Arruda de Figueiredo, Prefeito de Missão Velha mandava dizer ao Tenente José Bezerra, de Joaseiro, que não era Francisco Chicote e sim, Izaias Arruda, e que não temia nem "ao Diabo"... 

Isto, em virtude desse oficial ter enviado 
a Missão Velha o Tenente Antônio Leite, que junto a dez praças, tentou prender a João Serra, facínora acobertado em casa do régulo aurorense.

João Tavares Calixto Junior
Pesquisador e escritor
Juazeiro do Norte, CE

PARA ENTENDER: O Tenente José Bezerra foi o principal protagonista de umas das mais covardes chacinas do ciclo coronelístico do sertão de nosso nordeste, quando comandando mais de 100 homens cercou e depois de 36 horas de muita bala acabou com a vida de Chico Chicote, nas Guaribas, em Porteiras.

http://cariricangaco.blogspot.com/2014/12/nao-sou-chico-chicote-porjoao-tavares.html

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EM JULHO, O BRASIL VOLTA SEUS OLHOS PARA O SUL DO CEARÁ...

Por Manoel Severo

Cariri e Juazeiro!
Eu acho engraçado,
Já apartei o cadarço
Da botina pro roçado.
Eu vou bem disfarçado.
Eu tinha viagem planejada,
Já cancelei a minha jornada.
Eu desejo estar nesta estrada
Viajando a Juazeiro sem parada.
Dez anos de Cariri com aprendizado.
E eu tenho cinco de vivência enraizado,
Dentro da família com valor concretizado,
Eu desejo comemorar a data neste batizado.
Eu desejo encontrar a todos vocês lá em Juazeiro.
E esse movimento se tornou sentimento de romeiro.
Cariri Cangaço é cultura nordestina e ação de pioneiro.
Assim sendo: eu e você, vamos nos ver igual cangaceiro.
Rossi Magne. 
31/01/2019


Cariri Cangaço
10 Anos
24 a 28 de Julho de 2019
CEARÁ

http://cariricangaco.blogspot.com/2019/02/em-julho-o-brasil-volta-seus-olhos-para.html

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BELAS FOTOS SOBRE LAMPIÃO E PADRE CÍCERO

Por João Guerra







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LAMPIÃO, O CANGAÇO

Por José Mendes Pereira
Escritor Júnior Alneida

O escritor Júnior Almeida lançou recentemente o seu mais novo trabalho sobre cangaço com o título "LAMPIÃO, O CANGAÇO E OUTROS FATOS NO AGRESTE PERNAMBUCANO".


O jornalista Roberto Almeida escreveu o seguinte sobre o autor e sobre o livro:

"Com poucos mais de 40 anos de idade Júnior Almeida lançou seu primeiro livro, “A Volta do Rei do Cangaço”, uma ficção com um toque de Quentin Tarantino, pois mostra Virgulino vivo nos tempos atuais, como vítima de uma espécie de maldição que o torna imortal e não o deixa envelhecer.

“Tarantino mudou a história matando Hitler num atentado, por que não posso ressuscitar Lampião? ”, explicou Júnior, ao comentar o romance, que teve boa acolhida na região e em outras partes do país, principalmente pelos intelectuais apaixonados pelo inesgotável tema do cangaço. Agora, o escritor volta ao tema, mas desta vez deixa de lado a ficção e nos apresenta um trabalho de uma minuciosa pesquisa de campo, livros, jornais antigos e documentários, mostrando como o cangaço esteve presente em algumas cidades do Agreste Meridional, na primeira metade do Século XX.

O livro registra as ligações de coiteiros, volantes e cangaceiros com o Agreste Meridional, nas cidades de Águas Belas, Garanhuns, Angelim, Capoeiras, São Bento do Una, Caetés, Canhotinho e Paranatama, e a passagem de Lampião e outros bandoleiros por algumas delas. Na sua pesquisa, Júnior descobriu fatos relacionados com os “fora da lei do Sertão”, nunca antes revelados e o que são agora, neste livro que representa uma contribuição para a História do Cangaço, do Agreste, de Pernambuco e do Brasil.

Um dos personagens que chama a atenção, no trabalho, é José Caetano, um dos maiores nomes no combate ao cangaço, militar que lutou contra as forças de Antônio Silvino, Sinhô Pereira e Lampião. O destemido volante morou em várias cidades de Pernambuco e terminou a vida em Angelim, a pouco mais de 20 km de Garanhuns, onde está sepultado. Dona Branca, de Paranatama, que viveu até os 103 anos de idade, foi entrevistada mais de uma vez pelo autor do livro e passou informações bem interessantes da passagem de Lampião por Paranatama, alguns anos antes do bandido ser assassinado pelas forças volantes, em 1938.

Capitão Virgulino Ferreira passou uma das maiores humilhações de sua vida no ataque a Paranatama, que à época se chamava Serrinha: sua companheira, Maria Bonita, levou um tiro na bunda e os cangaceiros tiveram de fugir pressas, levando a mulher nos braços. Lampião saiu cheio de ódio a Serrinha e prometeu voltar um dia para incendiar a vila e matar todo mundo que morava no lugar. Tudo isso e muito mais, num estilo seco, objetivo, você vai encontrar em “Lampião, o Cangaço e Outros Fatos no Agreste Pernambucano”. Vale a pena a leitura pelas informações inéditas, por esse novo olhar no fenômeno do cangaço e pela identificação do autor com a realidade de uma parte do Agreste de Pernambuco.

Júnior se interessou por História e está fazendo História, com seus livros que falam de bandoleiros conhecidos, que retratam a luta das forças do governo contra os pistoleiros da primeira metade do século passado, com violências praticadas pelos dois lados e o povo pobre sofrendo, vítima dos cangaceiros, dos coronéis do Agreste e Sertão, do próprio Governo, que ontem, como hoje, tende a servir aos poderosos. Roberto Almeida"

Eu já recebi o meu e agradeço de coração ao escritor pela dedicatória e pelo excelente trabalho que acabou de nos entregar. 

PARA ADQUIRI-LO ENTRE EM CONTATO COM O AUTOR ATRAVÉS DO FACEBOOK OU ZAP 

879 9824 4582

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RESGATANDO O DEPOIMENTO DE DOIS IRMÃOS DO CANGACEIRO JARARACA.


https://www.youtube.com/watch?v=Hzv6boI8l7A&fbclid=IwAR3e-8JatwwtTbYkIVz8gQTOm17gkD8Uvddv3GU3Fujv0EBIa7XIrqOk7F8

Gravado em 2001. Veja, túmulo de JARARACA no cemitério de Mossoró e, imagens de alguns de seus irmãos. O repórter é Dr. Paulo Gastão.
Publicado em 10 de fev de 2019.

Resgatando o depoimento de dois irmãos do cangaceiro Jararaca. Gravado em 2001.

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