Fragmento do
capítulo de livro - transcrito por Luiz Alberto da obra: Lampião
/Ranulfo Prata/Traço Editora
Dadá e Corisco
Corisco
É filho de
Salgado do Melão e, depois de Volta-Seca, o principal assecla de
"Lampião".
Conta 32 anos
é alto, musculoso, alourado, de traços finos de branco.
Além do apelido de
Corisco, pela maneira de fulminar o inimigo com a rapidez de um raio, tem ainda
a alcunha de "Diabo Louro". Capitanea um dos numerosos subgrupos que
vivem como satélites em torno do núcleo principal. Quando o chefe e compadre
mentem.
Não ama,
porém, estar sempre sob a sua disciplina. Finda a necessidade, afasta-se de
novo, e vai, com uns poucos companheiros, correr o sertão por sua própria conta
e risco.
É o mais
cavalheiresco de todos e mais bravo do que "Lampião", precisa de
reforço para ataques ou defesa, ele corre a servi-lo lealmente. Ao lado de
crimes brutais, tem gestos de piedade, salva e protege muitas vezes.
Na fazenda
Prazeres, estrada de Jeremoabo, estava o velho José de Tal montado em uma
bestinha, quando se lhe depara a malta com "Lampião" e Corisco à
frente.
Corisco quer
logo ficar com a besta, ao que o velho se opõe valentemente, pois era o seu
único possuído. Discutem. E o velho, num arrojo maluco investe contra o
bandido, trancam-se e rolam ambos na poeira do caminho. "Lampião"
intervém conciliador:
Deixe o home,
compadre...
E Corisco, a
sacudir-se:
- Póde ir meu
véio, leve a sua besta; você é dos bom, a um bicho, assim não se ofende sem quê
nem p’rá quê...
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