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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

PROFISSÕES POUCO ORIENTADAS

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de novembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.787

Vejamos algumas profissões pouco ou não divulgadas nos Cursos Fundamental e Médio:
Antropólogo – É um profissional responsável por estudar o homem e suas interações com a sociedade. Analisa o ser humano como um ser biológico, social e cultural. A sua ciência se chama Antropologia.

Arqueólogo – É um profissional que representa a Arqueologia, disciplina científica que estuda as culturas e os modos de vida do passado a partir da análise de vestígios materiais. Ciência social que estuda as sociedades extintas.
Paleontólogo ou paleontologista – É um cientista que estuda a Paleontologia. Especialidade da Biologia que estuda a vida do passado na terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico. No Brasil, paleontólogo é aquele que apresenta uma graduação (Biologia ou Geologia) e uma pós-graduação com monografia versando sobre uma pesquisa desenvolvida na área da Paleontologia.
Obs. A Arqueologia tem o objetivo de estudar a humanidade, já a Paleontologia estuda as outras espécies (animais, vegetais...).
Geólogo – É um profissional de nível superior diplomado em Geologia ou Engenharia Geológica. Estuda a estrutura e os processos que formaram a Terra, sua evolução ao longo do tempo e os aspectos da aplicação desses conhecimentos para o bem comum.
Geógrafo - É o profissional cuja área de estudo é a interação entre os diversos sistemas espaciais. Sistemas que podem ser sociais, econômicos, políticos, geológicos, biogeográficos etc. O Geógrafo pode ser Bacharel e Licenciado. O Bacharel possui habilitação para trabalhar com estudos ambientais, planejamento regional, mapeamentos e diversas outras atribuições. O Licenciado possui habilitação para lecionar a Geografia. Embora sejam habilitações e atribuições profissionais distintas, a Geografia é uma só. O Bacharel em Geografia possui as atribuições definidas pela lei federal 6664 de 1979 e o órgão que fiscaliza a atuação profissional no Brasil é o CONFEA e suas regionais CREAs.


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QUANDO A SAUDADE CHEGA

*Rangel Alves da Costa

A saudade é sentimento dos mais estranhos. Também dos mais exigentes. A saudade não vem a qualquer hora nem em qualquer lugar. Nem tudo provoca saudade. Ela exige motivação e ambientação para acontecer. É sempre romântica, nostálgica, cautelosa demais. Gosta de aparecer junto com o pôr do sol, debaixo do clarão da lua, em instantes de chuva, assim que ecoa uma canção antiga. Também gosta de ser provocada. Parece adorar quando a pessoa vai em busca de velharias, de baús, retalhos e velhos recortes dos tempos idos. Nada lhe atiça mais que um retrato de pessoa amada, uma carta de amor, uma visão ou perfume que produza aquele tão conhecido e doloroso sentimento de querer de novo.
Tudo isso provoca saudade e disso ela se alimenta. Alimenta-se ainda da solidão, das casualidades da vida, das pequenas coisas que fazem relembrar. Gosta de ter um lenço ao lado, uma vela para ser acesa, um copo de bebida, uma taça de vinho, mas também três a cinco gotas de veneno. Por que ela também é devastadora. O dia inteiro ela se transmuda em sorriso, alegria, contentamento. Parece mesmo esperar o momento exato para reaparecer e agir. E sem querer, muitas vezes apenas porque ouviu a onda quebrando no cais, a pessoa começa a recordar e a sofrer. Então a saudade sorri, mas um sorriso dissimulado e frio. E também devastador.
A saudade é pássaro, é passo, é vento soprando. Possui asas, vai e volta em instantâneos voos. Num instante e já está trazendo no seu bico um bilhete que faz atormentar ainda mais. Com poder próprio de ação, de comando de vida e destino, ela abre a janela, escancara a porta, e segue adiante em correria. Não se incomoda com curvas, desafios ou perigos, pois sobe da terra e alcança as nuvens. O pensamento é seu caminho mais certeiro, aquele por onde trafegam as vontades, os desejos, as necessidades da alma. Basta pensar e já se está caminhando. Basta imaginar e já se está diante da pessoa que se deseja reencontrar. No encontro a desilusão, eis que mesmo tendo voz de súplica, a saudade não consegue transportar o outro até a presença de quem tanto entristece pela distância.


Talvez esta seja sua maior falha: sente necessidade de ter bem ao lado, de usufruir, de se dar, e por isso mesmo se apressa em direção ao desejo, mas não pode transportar fisicamente a pessoa desejada. E a certeza de ter avistado na mente, a certeza de ter conseguido estar face a face, bem como a certeza que o reencontro fortaleceu ainda mais o amor sentido, são as consequências mais dolorosas provocadas pela saudade. A mente avista, o corpo sente, parece que está à presença, tudo se transforma em possibilidade, mas apenas a ilusão que conflagra e devora. Sofre, chora, se aflige, se atormenta, mas nunca desiste, pois toda grande saudade sempre retorna, e tantas vezes mais forte que a pessoas chega às portas do ensandecimento. E como vento vai, ganha asas novamente pelo ar e faz surgir da aflição uma velha cantiga de amor.
A saudade é tão ardilosa quanto estrategista. Se oculta, mantem-se escondida, foge de situações para reaparecer em outros contextos. Sempre silenciosa, premeditadamente soturna, só fala intimamente e muitas vezes chegar a gritar o mais alto dos gritos. Talvez com poderes mágicos, acaba conduzindo a pessoa para ambientes propícios a desvelar seus mistérios. Abre a porta do quarto sem se preocupar em acender a luz e simplesmente diz: agora sinta toda saudade guardada no peito, incontida na alma, revelada no teu coração que desespera por tanto esperar qualquer reencontro.
E no silêncio do quarto escuro, em meio a mais aflitiva das solidões, novamente faz surgir a sua silenciosa voz: agora reencontre na mente o que deseja, vá buscar no pensamento aquilo que lhe faz tanta falta, e não veja distância naquilo que pode ter agora ao teu lado. E vai fazendo com que a pessoa relembre a face do amor distante, traga ao pensamento os laços familiares que já estão em outra dimensão, relembre momentos e situações e tenha necessidade de ter tudo de volta, ao menos por alguns instantes. E não para por aí. Abre a janela para as cores do entardecer sejam avistadas, para que a poesia da noite recaia em versos, para que a chuva molhe o rosto e se misture às lágrimas. Depois de atormentar a alma, de afligir todo o ser, simplesmente vai embora.
Vai embora, a saudade vai embora, mas não sem antes deixar um rastro de agruras e sofrimentos. Sempre deixa para trás um lenço molhado, um olhar vazio, um coração fragilizado. Mas depois retorna. Espera somente o lenço enxugar para depois retornar.

Escritor
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ANTÔNIO AMAURY NO CALCANHAR DE LAMPIÃO

Por Adalto Silva
https://www.youtube.com/watch?v=2AZTImCAIL8&feature=youtu.be

Parabéns ao mais Paulista Nordestino que conheço, professor Antônio Amaury, que hoje 22 de novembro, completa mais um ano de vida !... Obrigado mestre, por tudo que tem feito pela história do cangaço.

No calcanhar de Lampião
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Música
"Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores" por Geraldo Vandré ( • )

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SESSÃO SOLENE DA CÂMARA DE VEREADORES DE MOSSORÓ, EM HOMENAGEM AOS 90 ANOS DA INCLUSÃO DO NOME DA PROFESSORA CELINA GUIMARÃES VIANA NA LISTA DE ELEITORES.

Por Benedito Vasconcelos Mendes
Benedito Vasconcelos: Da direita para a esquerda: Acadêmica Helenita Castro, Escritora Susana Goretti, Prof. Benedito Vasconcelos Mendes ( Pres. Da SBEC, ICOP e Curador do Museu do Sertão ), Advogado Wellington Barreto ( Pres. Da ACJUS ), Dr. Élder Heronildes ( Pres. da AMOL ) e o Prof. Wilson Bezerra.


No do 25 de novembro de 1927, portanto há 90 anos, o Juiz de Direito da Comarca de Mossoró, Dr. Israel Ferreira Nunes deu parecer favorável à petição da professora Celina Guimarães Viana para ter o direito de votar e ser votada. 


O Advogado e professor Elyseu de Oliveira Viana, esposo de Celina, há tempo vinha acompanhando a luta do Senador Juvenal Lamartine de Faria em prol do voto feminino, que inclusive sensibilizou o Governador à época, José Augusto de Medeiros e o Deputado Estadual  Adauto Câmara, para esta nobre causa do voto feminino. No dia 25 de outubro de 1927 foi aprovada a Lei 660, de autoria do mossoroense, Deputado Adauto Câmara, que emendava o Art. 77 da Constituição Estadual, para permitir o voto feminino. 

O Prof. Benedito  Vasconcelos Mendes, por solicitação da Presidente da Câmara, Vereadora Izabel Montenegro, entregando um título de Cidadã Mossoroense.

Um mês depois da aprovação desta lei (no dia 25-11-1927), a Professora Celina solicitou à justiça, o direto de votar e de ser incluída na lista dos eleitores para a próxima eleição. Este fato teve repercussão mundial, pois pela primeira vez no Brasil e em toda a América Latina, uma mulher estava legalmente apta à votar. Ela votou pela primeira vez, na cidade de Mossoró, no dia 5 de abril de 1928.

https://www.facebook.com/benedito.vasconcelosmendes

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BIOGRAFIA HELENA EM CARNE E OSSO

Por Francisco de Paula Melo Aguiar

Título:
BIOGRAFIA, HELENA EM CARNE E OSSO
Autor:
FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Formato:
pdf
Tamanho:
11 MB
Ano:
2017
Enviado por:
FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado em:
24/11/2017
Classificação:
seguro
Sinopse:
HELENA RAPOSO CARNEIRO DA CUNHA, nasceu em 24 de dezembro de 1915, natural da Capital da Parahyba (atual João Pessoa/PB), filha legítima de João Belmont Carneiro da Cunha e Maria das Neves Raposo Carneiro da Cunha. Seus pais eram senhores de engenho na Serra de Araruna/Paraíba quando do seu nascimento¹. É importante destacar de que sua mãe ficou viúva com menos de vinte e cinco anos de idade. Foi professora de Educação Física no tradicional Grupo Escolar Dr. Thomaz Mindello. Portadora da inscrição nº 182 na API – Associação Paraibana de Imprensa desde 23 de junho de 1948. Diretora e professora da Escola Datilografia Nazinha Magalhães, que funcionava na Rua Duque de Caxias, até a década de 60 do século XX. Co-fundadora e reorganizadora da APP – Academia Paraibana de Poesia, ao lado de “[...] Manoel dos Anjos, fundador da Academia Paraibana de Poesia, cuja cadeira número 1, leva seu nome até hoje [...]”, pai da saudosa empresária, vereadora Creuza Pires (GOUVEIA, 2009), fundada em 2 (dois) de janeiro de 1949 (XAVIER, 2009). E até porque “[...] Mas eu [Manoel dos Anjos] vou fundar uma Academia e quero que você [Helena Raposo Carneiro da Cunha] seja a secretaria [...]” (CUNHA, 2002 apud PINTO, 2002, p. 4). Publicou em vida o livro de sua autoria denominado: “Flor Humana”, em João Pessoa, [s.n.], em 1973 (CAMPOS JUNIOR, 2015, p. 109), o qual se encontra esgotado, e deixou outro no prelo denominado de “Trinta Anos Passados”, datilografado de próprio punho [s.d.].

Enviado pelo escritor Francisco de Paula Melo Aguiar

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ENTIDADES EMITEM NOTAS EM APOIO À UERN


Academia Mossoroense de Letras (AMOL); Academia de Letras e Artes de Martins (ALAM), Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró (ACJUS); Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP); Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC); Museu do Sertão; Frente Parlamentar e Popular em Defesa da UERN; Frente Integrada das Associações Comunitárias do Município de Mossoró (FIACMM) e Federação dos Conselhos Comunitários e Entidades Beneficentes do Rio Grande do Norte (FECEB). Estas são algumas das entidades que estão engajadas na luta em defesa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

Após a união em ato em defesa da instituição no último domingo (19), estas entidades emitiram notas oficiais externando mais uma vez seu apoio à Universidade. Em nota assinada pelo seu presidente, o ex-reitor da UERN, prof. Elder Heronildes, a AMOL coloca a UERN como um “patrimônio histórico de todo um povo, e portanto, irreversível e intocável, a par com os fecundos e inegáveis serviços que presta ao Rio Grande do Norte”.

A ACJUS também destacou a importância da UERN para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte, representando “um importante catalisador da dinâmica estadual ao promover políticas públicas no âmbito cultural, científico, educacional e a cooperação solidária em prol das transformações do nosso estado, com especial atenção a produção do conhecimento que é um dos principais meios de liberdade dos indivíduos”.

Veja as notas na íntegra:


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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MANOEL SEVERO | O CANGAÇO NA LITERATURA #100

https://www.youtube.com/watch?v=lV4NidLQFfs&feature=youtu.be

Chegamos ao programa 100 com este cara nota 1000
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A CHACINA DE QUEIMADAS | O CANGAÇO NA LITERATURA #101

Por Robério Santos
https://www.youtube.com/watch?v=ueEAnMArhfI 

Amigos leitores, sabiam que Lampião matou 7 policiais em Queimadas no Estado da Bahia? Sabem como aconteceu? Não? Pois bem, vejam aqui.

Lampião o Mata Sete fez arruaça no município de Queimadas em 22 de dezembro de 1929. Vamos ao debate? Espero que gostem.
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FILHA DE LAMPIÃO E MARIA BONITA NOTIFICA BRUNO GAGLIASSO POR USAR NOME DA MÃE HOTEL NA ILHA DE FERNANDO DE NORONHA

Do acervo do Voltaseca Volta

Filha de Lampião e Maria Bonita notifica o ator global Bruno Gagliasso por usar nome da mãe em hotel de luxo na Ilha de Fernando de Noronha...

A filha única de Lampião (Virgulino Ferreira) e Maria Bonita (Maria Oliveira), Expedita Nunes Ferreira, de 85 anos, parece não ter aprovado a decisão do ator Bruno Gagliasso em usar o nome da sua mãe na pousada de luxo que inaugurou em Fernando de Noronha (PE).

Os advogados já notificaram o ator e, solicitaram a “regularização” do nome do hotel. De acordo com a defesa de Expedita, o uso do nome de Maria Bonita só pode ser usado para fins comerciais “com autorização dos titulares ou seus herdeiros”.


A pousada ‘Maria Bonita’ foi inaugurada em novembro de 2016 e está avaliada em R$ 4,5 milhões. As diárias ultrapassam R$ 1 mil. Gagliasso ainda não se manifestou sobre o assunto.

Fonte: Mídia Bahia.com.br
Foto da Sra. Expedita foi pescada no Google

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LAMPIÃO E OUTROS CANGACEIROS SOB AS LENTES DE BENJAMIN ABRAHÃO

Material do acervo do professor Adinalzir Pereira

Com registros do fotógrafo sírio Benjamin Abrahão Calil Botto (1901 – 1938), a Brasiliana Fotográfica lembra Lampião, Virgolino Ferreira da Silva (c. 1898 – 1938), o rei do cangaço, e seu bando. A iconografia produzida por Benjamin – registros fotográficos e filme – não é a única sobre o cangaço, mas por sua extensão contribuiu enormemente para o conhecimento da história dos cangaceiros no Brasil. É uma comprovação visual da marcante estética dos bandoleiros da caatinga e os trouxe para os jornais e à imaginação popular. Logo os personagens do cangaço passaram a protagonizar lendas do sertão, canções e cordéis populares e, apesar de sua violência, Lampião tornou-se, para muitos, uma espécie de mártir dos oprimidos. As notícias chamavam atenção ou para a crueldade dos cangaceiros ou a sua bravura. Seriam bandidos ou heróis?


Cerca de um ano após a morte do Padre Cícero, de quem Benjamin havia sido secretário particular, ocorrida em 20 de julho de 1934, Benjamin levou a Adhemar Bezerra de Albuquerque (1892 – 1975) sua ideia de fotografar e filmar Lampião e seus cangaceiros. Adhemar, pai do fotógrafo Chico Albuquerque (1917 – 2000), havia fundado, em 1934, a Aba Film, em Fortaleza, para a qual, trabalhando como cinematografista, Benjamin produziu entre 1936 e 1937 fotografias e um filme sobre o rei do cangaço e seu bando. Adhemar forneceu a Benjamin equipamentos cinematográficos e fotográficos, além de filmes. Também passou a Benjamin noções básicas de como utilizá-los.

No primeiro encontro, Benjamin foi levado pelos cangaceiros Juriti e Marreca a Lampião, que o recebeu oferecendo comida e conhaque, dizendo: Não sei como você veio bater aqui com vida, bicho velho. Só mesmo obra de Marreca que é muito camarada. Benjamin, então, armou a máquina e quando ia bater as fotografias, foi impedido por Lampião, que examinou o equipamento e ordenou: Primeiro a gente tira o seu retrato. Depois disso, Benjamin pode fazer seus registros, até ser interrompido por Lampião. Uma observação: na matéria do Diário de Pernambuco acima citada, um dos cangaceiros mencionados como tendo levado Benjamin a Lampião, foi Mergulhão. Em janeiro de 1937, Benjamin esclareceu que tratava-se de Marreca.

Quatro meses depois, teve um novo encontro com Lampião e seu bando. Nessa ocasião, passou três dias com o grupo e pode registrar vários de seus hábitos como a reza da missa de domingo, celebrada pelo próprio Lampião, o almoço e a maneira de se vestirem e se comportarem. Revelou também que Maria Bonita, devido a uma promessa não trabalhava aos sábados, domingos e segundas-feiras.

Ao longo de 1937, várias fotos de Lampião e de seu bando produzidas por Benjamin foram publicadas pelos Diários Associados.


Tanto as fotografias como o documentário de Benjamin Abrahão foram considerados uma afronta ao governo federal. Todo o material foi apreendido após uma exibição do filme em sessão fechada para autoridades locais no Cine Moderno, em 10 de abril de 1937, em Fortaleza. Segundo o fotógrafo Chico Albuquerque, quando, em 1941, os sócios da empresa tentaram reaver o filme apreendido, receberam apenas 20 contos como indenização (Novidades Fotoptica, 1970).

Segundo Angelo Osmiro Barreto, muitos anos depois, os negativos do filme e das fotos foram encontrados empoeirados e jogados em um canto qualquer de uma sala de repartição pública. Foram recuperados por Alexandre Wulfes (1901 – 1974) e Al Ghiu (1925 – ) e montados em 1955. Posteriormente, a Cinemateca Brasileira recuperou as imagens e encontrou aproximadamente mais cinco minutos do filme original. Segundo Ricardo Albuquerque, filho de Chico Albuquerque e neto de Adhemar, depois o material foi reavaliado e novamente montado seguindo um critério estritamente documental do filme.

Nas palavras de Elise Jasmin, Lampião era manipulador, estrategista, dotado de um senso inato de comunicação – soube como poucos se utilizar do poder da fotografia, em especial quando estampada nas páginas da imprensa, que ajudavam a torná-lo onipresente. E mesmo perto do fim de sua “carreira”, quando – depois de aterrorizar sete estados nordestinos – optou por uma vida sedentária, sua imagem circulava em grande parte do sertão, como um corpo figurado que vinha substituir simbolicamente o corpo real do guerreiro que antes percorria a região (Joaquim Marçal de Andrade in Cangaceiros, 2014).

Segundo o historiador Frederico Pernambucano de Mello, autor do livro Guerreiros do Sol (1985), um clássico sobre a história do cangaço, não há dúvidas de que Lampião foi derrotado e morto pelas forças policiais em julho de 1938. Porém sua derrota não teria sido completa: se perdeu militarmente, o rei do cangaço foi vitorioso esteticamente. Seu chapéu e uniforme cheio de ouro e detalhes bordados estão entre os principais símbolos do nordeste brasileiro; e, não por acaso, seja em uma visão romantizada ou através do repúdio, Lampião continua sendo alvo de fascínio (Jornal do Comércio, 20 de outubro de 2015).

As cenas filmadas por Benjamin do cotidiano do bando de Lampião, das quais restaram aproximadamente 15 minutos, inspiraram os filmes O Cangaceiro, de 1953, dirigido por Victor Lima Barreto (1906 – 1982), e O Baile Perfumado, de 1997, de Paulo Caldas e Lírio Ferreira.

Em 2013, o Instituto Moreira Salles adquiriu junto ao Instituto Cultural Chico Albuquerque o direito de uso dessas imagens para fins culturais.

http://brasilianafotografica.bn.br/?p=9527

Enviado pelo carioca professor e pesquisador Adinalzir Pereira Lamego

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IMAGEM DE ARSENIO ALVES DE SOUZA

Por Rubens Antonio


É com prazer que informo que o Museu Histórico Nacional, através da sua Comissão de Aquisição, concluiu avaliação aprovando a incorporação, ao seu patrimônio, da fotografia original e da miniatura em porcelana com a imagem de Arsenio Alves de Souza. Estas serão doadas por mim àquela instituição referencial. Lá estarão seguras, preservadas e acessíveis a pesquisadores.

Ótimo passo para conservar nossa memória.

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