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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

CASA DE MENORES MÁRIO NEGÓCIO UMA INSTITUIÇÃO EXTINTA

Por José Mendes Pereira

Site Danka Maia

Caro amigo e irmão Antonio Galdino da Costa, há meses que eu nada escrevo sobre a antiga “Casa de Menores Mário Negócio”, mas hoje, resolvi voltar ao tempo, aliás, ao ano de 1965, quando esta instituição deixou de ser “Casa de Menores Mário Negócio”, para ser registrada com o nome de “Instituto Mário Negócio”, ligado ao “SAM – Serviço de Assistência ao Menor”, que posteriormente, passou para “FEBEM”.

Site Tribuna do Norte

Quero apenas lembrar do amigo José Lira (Zé Lira), (segundo Jorge Braz e Railton Melo o Zé Lira já faleceu), com menos de 12 anos chegou na instituição, neste mesmo ano de 1965, vindo de Natal para Mossoró, na grande passeata política que fez o então governador Aluízio Alves, tentando angariar votos para eleger o seu candidato ao governo do Estado do Rio Grande do Norte, o Monsenhor Walfredo Gurgel, tendo sido eleito e iniciando o seu mandato no dia 1º. de janeiro de 1966 a 15 de março de 1971.

Site Substantivo Plural

O Zé Lira que ninguém soube o “porquê” de sua saída de Natal para Mossoró, aqui, tinha como residência, embaixo da escada de concreto do prédio do "Cine Cid", onde funcionava a Rádio Tapuio de Mossoró, e que foi encontrado por populares, e assim que o juizado de menores tomou conhecimento daquela criança sem pais e sem familiares, levou-a para ser protegida pela instituição, que lá, nós também éramos internos. 

Lembro-me muito bem o dia em que o Zé Lira chegou àquela instituição, estava mais parecido com um animal, do que com uma criança, de tão sujo, com o rosto caracterizando ferrugens, sem chinelo, camisa toda cheia de buracos e imunda, calção velho e rasgado, o cabelo enorme e bastante arrepiado.

Site Kel Cosméticos

Fui eu encarregado de cortar o seu cabelo, apesar que eu não era funcionário de lá, e sim, interno, mas como o profissional deste trabalho, o Pascoal havia viajado para Natal, fui incumbido pela diretora Ana Salem de Miranda (dona Caboclinha), para cortar aquele enorme cabelo, com uma tesoura cega e uma máquina antiga, e depois, passei a navalha, que apenas, passeava sobre o couro grosso da cabeça daquela criança.


Acho que ele nunca mais havia tomado banho, pelo tamanho da sujeira, e cheio de piolhos em toda a sua madeixa, calculava-se sem errar, os meses sem banhar o seu corpo.

Apesar de não ter família o Zé Lira foi protegido pela instituição, e o encaminhou para a indústria, passando a aprender a atividade gráfica, deixando-o capacitado para esta atividade. Antes dos boatos que surgiram da sua morte, tínhamos  notícias que ele andava meio adoentado, e residia lá para as bandas do Alto do Xerém, e que não mais andava, porque estava dependente de uma cadeira de rodas. 

Muito antes do falecimento de Raimundo Feliciano, ele e eu combinamos para fazer-lhe uma visita, mas infelizmente o Raimundo faleceu. Antes da morte do Raimundo visitamos seu Néo, Terezinha Gurgel, Wilame e outros mais, mas não foi possível ver o Zé Lira ainda vivo. 

Eu soube do seu falecimento através do Jorge Braz e do Railton Melo.

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O MELHOR AMIGO DE LAMPIÃO - CONTOS DO CANGAÇO

 Por João Filho de Paula Pessoa

https://www.youtube.com/watch?v=_nTWm_9gJ3Y&ab_channel=ContosdoCanga%C3%A7o

O Cachorro é considerado o melhor amigo do homem, havendo na história humana vários exemplos e relatos da fidelidade desta amizade por parte do canino. Tal amizade remonta aos tempos primitivos e segundo alguns historiadores esta amizade nasceu por iniciativa do próprio animal, quando ainda lobo selvagem, aos poucos, se aproximou dos acampamentos da espécie humana e do próprio homo sapiens firmando uma parceria de sobrevivência e amizade. Inúmeros fatos, eventos e personagens históricos, tiveram consigo a presença e a companhia do cachorro, e no cangaço não foi diferente, onde também houve a presença e participação de vários cachorros, como Guarani de Lampião, Ligeiro de Maria Bonita, Jardineira e Seu Colega de Corisco, dentre outros, que no cangaço viveram, participaram de combates, fugas, foram abatidos e aprisionados, bem como, protagonizaram exemplos de amizade e fidelidade. Em 1937 após o combate na Fazenda Pedra D`água em Sergipe, Guarani foi aprisionado pelos soldados, que retiraram sua coleira ornamentada com ouro e o levaram para a cidade de Piranhas, onde o Tenente Zé Rufino presentou o cachorro Guarani ao Tenente João Bezerra, que o recebeu como troféu, pois sabia o cão era companheiro de Lampião, mas esta vaidade não durou muito, pois em menos de dois meses, Guarani fugiu, retornou à caatinga ao encontro de seu amado dono Lampião, para a alegria de ambos e ficaram juntos até a morte do rei do cangaço. 

João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 25/02/2021.

Assista o filme deste Conto, clique na foto abaixo.

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MANOEL CAMELO, ALTIVO E PAPÃO

Por José Mendes Pereira

Foto do blog: http://www.azougue.org/conteudo/desabonitado13.html 

Para começo de conversa, infelizmente o nosso amigo Manoel Camelo foi morar na Casa do Senhor Deus!.

Para a criação de uma cidade tem que ter de tudo. Em primeiro indispensável, um mercado público, uma capela para os fiéis ajoelharem-se diante da estátua e fazerem os seus pedidos; bares, mercearias, escolas, um posto de saúde, um posto policial, mesmo que não resolva nada, mas é necessário. Mas uma das coisas que não precisa ninguém construir ou fabricar são os tipos populares, alguns com problemas mentais, outros se declaram que são incapazes para o trabalho, e assim vão levando a vida como Deus consente, os quais aparecem de montão, e cada um tem o seu estilo de vida. Alguns são agressivos, exigindo o respeito sobre a sua loucura, enquanto outros servem de graça para a população e não se irrita com nada. Até gosta de provocar risos.

Manoel Camelo era um desse tipo que vivia perambulando pelas ruas do centro da cidade de Mossoró. Era baixo, moreno, com uma escoliose ao lado esquerdo do ombro, e conversava muito pouco. Mas mesmo tendo um parafuso a menos, quando decidia falar, dizia tudo direitinho, na sequência, com sentido e tudo mais. Era um torcedor do time Baraúnas, e não admitia que ninguém tentasse denegrir a imagem do seu time.

cacellain.com.br 

Dois rivais do Manoel Camelo, um deles era Altivo, também deficiente físico (andava quase nu), era torcedor do Potiguar, e o outro que tinha o apelido Papão, apaixonado pelo o  Potiguar, também era deficiente físico. Se acontecesse encontros deles três, em qualquer avenida da cidade, a confusão começava, e geralmente, ela partia de alguém que os incentivava para uma guerra verbalmente, e muitas das vezes, chegando às agressões físicas.

http://futguar-futebolpotiguar.blogspot.com 

O Manoel Camelo faleceu recente, Altivo e o Papão já faleceram há alguns anos. Os três eram pessoas que não agrediam ninguém, e geralmente, as confusões criadas por eles, eram entre si.

Estes são mais três tipos populares de Mossoró do século XX, e não podemos dizer que eles não eram pessoas boas, apenas se desentendiam quando se encontravam, cada um tentando manter a paixão pelo seu time. Ótimas pessoas para outras, mas rivais entre eles. Lamentável! Não tenho fotos dos outros dois.

Minhas simples histórias

Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixa-me pegar outro.

Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no primeiro link abaixo:

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MANUEL DE SOUSA NETO - MANÉ NETO, EM JATI-CE.

Por Luíz Bento

Declarações prestadas pelo antigo Sargento e atual Cel. Manuel Neto ao meu informante "Antônio Lucena Cabral" em janeiro de 1971 em visita a Cidade de JATI - Ce.

É oportuno salientar que se trata de um dos raros oficiais da PM Pernambucana que realmente perseguiram e combateram "Lampião", ao contrário, por exemplo Teófanes Torres, que chegou a vender munição do próprio Governo ao referido bandoleiro, conforme está comprovadamente pelo Escritor " Rodrigues de Carvalho ", no seu importante livro " Serrote Preto ". Sociedade Editora e Gráfica Ltda., Rio 1961, pp. 293/6.

LUÍS BENTO

JATI 23/02/2021/.

https://www.facebook.com/groups/GrupoCangacologia/?multi_permalinks=3870122536378024%2C3866825103374434&notif_id=1614297551627958&notif_t=group_activity&ref=notif

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CASA DA CULTURA DE SERRA TALHADA - PERNAMBUCO.

Por Geraldo Júnior
https://www.youtube.com/watch?v=r5frDi_hLjU&feature=share&fbclid=IwAR306_s2RGOAPbR8mnuTF0sULy4Xgwo1mRwXRalhr72whU5s7ljQYvjaFXk&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Cangaçologia

Seja membro deste canal e ganhe benefícios: https://www.youtube.com/channel/UCDyq...

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CABAÇAS E CABACEIROS

 Clerisvaldo B. Chagas, 25 de fevereiro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.477

Foi bom saber que o modernismo, não conseguiu extinguir por completo o plantio e uso da cabaça, fruto do cabaceiro. Até mais da metade do século passado, os sertões nordestinos usavam com bastante espontaneidade esse fruto plantado que nasce e se estira em ramas, igualmente à melancia. Feita a limpeza interior, a cabaça é utilizada para inúmeras tarefas domésticas. São elas de todos os tamanhos. Serve para transportar água dos barreiros para casa e também utilizadas como cantil nas longas viagens sertanejas. Mantém a água sempre fria em qualquer temperatura ambiental. Quando pequena, serve para guardar pólvora para espingarda tipo “soca-tempero”. São bastante usadas como boias amarradas à cintura de quem estar aprendendo a nadar.

Safra da cabaças (crédito: pinterest).

A cabaça foi muito utilizada em forma de cuia pelos mendigos. E ainda em forma de cuia, utensílio usado nos barreiros para apanhar água. Foi bastante útil no passado como medida no comércio de farinha. “Uma cuia, duas cuias... De farinha. No Rio Grande do Sul a cabaça é chamada de Porongo, utilizado para cuia de chá mate. A industrialização e a popularidade do plástico, tornaram mais fáceis de se obter utensílios domésticos e consequentemente o desestímulo ao plantio do cabaceiro.

Em Alagoas temos a cidade de Coité do Noia e, coité é uma cuia da cabaça. Em Santana do Ipanema, temos na zona rural o sítio Cabaceiro, provavelmente antigo produtor de cuias e cabaças. O nome cabaça também era usado no masculino, mas infelizmente a criatividade humana o associou a virgindade feminina. “Arrancar o cabaço”, linguagem chula que significa tirar a virgindade, romper o hímen.

Documentos tricentenário sobre terras no sertão alagoano, registram o “riacho dos Cabaços”, no alto Sertão, como marco de sesmaria.

Foi gratificante para o sertanejo a exibição em vídeo de uma grande safra de cabaças no estado de Goiás. Destino: cuia de chimarrão.

Não temos informações, todavia, de alguma cultura na zona rural de Santana do Ipanema, hoje.  Aliás, o tempo muda, o produto escasseia, mas o sítio Cabaceiro continua testemunhando as etapas inexoráveis da história.


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O COMBATE DAS BAIXAS...!

Por Fabiano Ferraz

"Nas Baixas, os tiros procuravam os corpos, numa guerra fratricida de sertanejo contra sertanejo, desfecho lamentável de uma triste cadeia de acontecimentos" (Manoel de Souza Ferraz - Manoel Flor)

Pesquisa de Campo nas Baixas. Janeiro de 2021.

Local que ocorreu um dos mais duros combates dos Nazarenos contra Lampião e seu bando, tendo o embate iniciado por volta das treze horas, prolongando-se até às vinte horas. Fato ocorrido no dia 14 de novembro de 1924.

Na primeira foto, estamos no exato local dos escombros da casa que ficava do lado direito, da visão dos Nazarenos, que se encontravam por trás das cercas (2a foto).

OBS:

Comentário, abaixo, da Dra. Marilourdes Ferraz, filha do bravo nazareno, Cel. Manoel Flôr.

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"..Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida. Ali revivi, nitidamente, as palavras de Manoel Flor. Reconheci os locais: o serrote conquistado por Antônio Ferreira e homens do bando de Lampião, retomado por Manoel Flor e seu tio Manoel Jurubeba, as ruínas das duas casas...a grande dor pela morte dos nazarenos Inocêncio Nogueira e Olímpio Jurubeba.."

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https://www.facebook.com/groups/395856734402527/?multi_permalinks=729763377678526&notif_id=1614297570304954&notif_t=group_activity&ref=notif

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CANGACEIRO

 Por Jean Lima

Se aprume

Aquarela

@jeanlimadg

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CORONEL ÂNGELO DA GIA

 Por Moustafá Veras

Coronel Ângelo da Gia, dono da Fazenda Poço do Ferro, sediada na cidade de Floresta-PE, e um dos mais emblemáticos coiteiros de Lampião. A referida fazenda foi palco de um assassinato cometido pelo lugar tenente de Lampião, o cangaceiro Luiz Pedro. Na ocasião foi vitimado Antonio Ferreira, irmão de Virgulino. 

Segundo se sabe, é que o rifle foi disparado de forma acidental por Luiz Pedro, ferindo mortalmente Antonio. Esse fato teria sido o motivo da dita promessa que o homicida teria feito ao chefe. Na sua fala o lugar tenente teria dito que no dia que o seu capitão morresse, ele morreria junto, fato que se consumou no dia 28/07/1938, porém, com um pequeno detalhe: 

Na nossa opinião e na opinião de vários colegas pesquisadores, Luiz Pedro não foi ao encontro de Lampião para morrer junto como ele, cumprindo assim a sua promessa. A intenção era pegar os bornais do chefe, pois o mesmo sabia que neles tinham quantias consideráveis de dinheiro. 

Chegamos a essa conclusão, a partir de relatos de volantes que participaram do combate, e afirmaram que Luiz Pedro foi abatido pelo volante Antonio Jacó (Mané Velho), quando ia voltando de onde o seu chefe estava, demonstrando assim, que não tinha tanto desapego assim pela vida, e que a sua promessa teria sido uma forma de manter-se vivo.

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O JOVEM LAURO, MEU FÃ MIRIM....OBRIGADO PELO CARINHO LAURO....

 Por João de Sousa Lima

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