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sábado, 5 de julho de 2014

Punhais da década de 30

Por Antonio Vilela de Souza

Punhais da década de 30 e processo original contra Lampião quando de sua invasão a Serrinha do Catimbau em 20 de Julho de 1935.







"- Professor comprei um livro acho que é um dos primeiros que o senhor escreveu. Minha mãe contava dessa invasão em Serrinha. Nossa!!"



"- Meu pai tinha um desses punhais. Não sei que fim levou".

Sthef Reiis disse:


“- Eita!  Como eu queria voltar no tempo para estudar história. Interessante!”.

Antonio Vilela respondeu à Sthef

" - Sthef, nunca é tarde para estudar, tenho 6.0 e todos os dias estudo, não mais em escolas, mas em pesquisas e lendo bons livros".



" - Fico cada vez mais surpreso com a capacidade desse nosso grande autor e pesquisador Antônio Vilela de Souza, por encontrar tanto acervo que nos faz viajar aos primórdios do tempo de um Sertão perseguido!!!"

Antonio Vilela disse: 

" - Tenho autorização para tê-los e é de coleção nas mãos de um homem de bem!".



“ -  Belas peças, parabéns Antonio Vilela...”.

Dênis Carvalho disse: 


“-  Grande Antonio Vilela

Essas peças são boas e estão em excelente estado de conservação. As bainhas são originais. Esses sim, são bem antigos, década de 20 +-, e tem as características das peças fabricadas nos arredores de Triunfo e Flores. Parabéns pela coleção! 

Uma observação: não é necessária nenhuma autorização para armas brancas. A lei é clara ao restringir apenas armas de fogo.

Dr. Archimedes Marques disse:


" - Belas peças amigo Antonio Vilela... Se quiser se desfazer de alguma..."

Fonte: Facebook
Página: Antonio Vilela

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Sabino Gomes ataca Triunfo

Por José João Sousa
Sabino Gomes ataca a cidade de Triunfo PE, no dia 07 de julho de 1926.

Por volta das 20 horas, o bando de Sabino Gomes entrou na cidade, através da Rua Grande, onde moravam as famílias mais ricas. Os cangaceiros invadiram na casa do Sr. Laurindo Cardoso, titular do Cartório de Registro Civil, destruíram os móveis e tocaram fogo nos papeis do Cartório, Prosseguiram depois, forçando as portas das casas vizinhas, em seguida foram para praça do comércio, a fim de tocarem fogo nas lojas. Primeiramente incendiaram o estabelecimento denominado “A Aurora Boreal,” do Sr. Antônio de Campos, utilizando latas de querosene, deixando reduzida a cinzas.

Foi quando chegou uma patrulha da Força Pública, composta de quatro soldados, comandados pelo cabo Irineu. Sem hesitar, a patrulha atacou os bandidos a tiros. Travou-se a luta, em meio da qual morreu o soldado conhecido por “Sabiá,” outro soldado ficou ferido. Chegaram então mais seis praças, entrando na refrega e pondo os facínoras a correr. O cabo Irineu, recebeu diversos ferimentos, mas nenhum deles mortal.

Do livro: Flores do Pajeú
Por: José João Souza
Fonte:http://opiniaotriunfodigital.blogspot.com.br

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SELEÇÃO, SELEÇÃO, QUANTO DRAMA, QUANTO SOFRIMENTO!!!

Por Rangel Alves da Costa*

A vida do torcedor brasileiro vem se tornando num verdadeiro drama, eis que sofre impiedosamente, e a cada jogo, com sua seleção e agora pela fratura que acabou afastando Neymar do restante da copa. Será também o fim da disputa para o Brasil?

Sim, considerando-se que o time joga para e em função de Neymar e não há outro jogador que ao menos possua um tiquinho de suas qualidades quando está em estado de graça futebolística. E não, eis que ontem o endeusado craque não jogou absolutamente nada e ainda assim a seleção conseguiu, mais uma vez aos trancos e barrancos, vencer e seguir em frente. Só que dessa vez é a Alemanha que estará pela frente.
Mas vamos aos fatos. Nos últimos dois jogos da seleção brasileira, principalmente neste último contra a Colômbia, a comemoração maior não foi nem com o placar nem com a atuação, mas com o apito final da partida.

Como ocorreu contra os colombianos, tudo vem dando certo até que a partida se aproxima do seu final, a seleção fica nervosa, se descontrola, erra passes demais, faz faltas desnecessárias, e tudo se torna num deus nos acuda.

Diferentemente do que sucedeu contra o Chile, onde o Brasil jogou razoavelmente bem apenas nos instantes iniciais e depois se arrastou em campo, contra a Colômbia parece ter havido mais fôlego, encorajamento, disposição para mostrar resultado. E assim foi até cerca dos trinta minutos do segundo tempo. Eis que depois disso...


Após metade do segundo tempo, talvez achando que a vitória já estava selada com o golaço de David Luiz, a seleção brasileira começou a se achar no direito de atormentar a vida dos torcedores. E se pôs a fazer besteira após besteira, errando a saída de bola, deixando que a Colômbia trocasse passes perto de sua área. E o pior: insistindo em parar o jogo com faltas bobas e desnecessárias.

E foi num erro de Maicon que começou a ser construída a jogada que redundaria no pênalti cometido pelo goleiro Júlio César no recém entrado Bacca. O craque James Rodriguez cobrou sem qualquer chance de defesa e a partir daí o que parecia sólido começou a querer desmoronar. E por pouco os colombianos não jogam um balde de água fria na fogueira dos brasileiros.

Neste percurso, após tanto vibrar, gritar, comemorar, admirar o bom futebol apresentado, o torcedor brasileiro começou a sofrer feito um desgraçado. E a cada novo ataque dos colombianos logo vinha a lembrança daquele chute do chileno Pinilla que quase entra no minuto final no jogo anterior.

Mesmo à frente do placar, um empate do selecionado chileno significaria um desgaste de difícil recuperação. E assim porque o Brasil sempre tende a se perder em campo após receber qualquer gol. E naquelas condições, realmente não se sabe se a canarinha ainda teria forças para suportar a pressão tanto física como emocional.

Desse modo, o apito final, antes mesmo que a falta a favor do Brasil fosse cobrada, representou um alívio indescritível. Os cinco minutos de acréscimo já representaram turbulências internas, tensões perigosas demais para os torcedores, e até mesmo um gol brasileiro estava sendo menos desejado que o árbitro espanhol apontasse logo o centro do campo, finalizando a partida.

E já que a vitória foi confirmada, a seleção seguiu rumo à semifinal e enfrentará a Alemanha na terça-feira no Mineirão, então chegou a hora de colocar os pingos nos “is” com uma análise sucinta do selecionado em si.

Que se diga, em primeiro lugar, que Neymar não jogou absolutamente nada, não foi nem a sombra de sua participação nas primeiras partidas. E quando joga mal traz consequência terríveis para o time inteiro: quer mostrar futebol e acaba jogando egoisticamente, prendendo demais a bola, enfeitando demais as jogadas e caindo sempre que um adversário o confronta com maior firmeza. Mas agora não é mais o caso, pois está fora do mundial.

Até deixar o campo após a bordoada intencional que levou do violento Zuñiga, Neymar errou quase todos os passes, não construiu qualquer jogada e deu apenas um chute perigoso a gol. Muito pouco para o Jr., não? E infelizmente o menino de ouro do Galvão Bueno está fora da copa. A entrada maldosa que sofreu do colombiano acabou lhe causando uma fratura na vértebra.


Doutra banda, o sempre combativo e lutador Thiago Silva fez um gol e uma besteira sem tamanho. Um jogador do exterior, capitão da equipe, ainda novo porém já muito experiente, deveria saber que nem num jogo de várzea se admite aquilo que ele fez e muito menos numa partida decisiva de Copa do Mundo. E no seu país, diante de uma torcida que tanto lhe confia e admira.

Mas o melhor vem agora, e tem o nome de David Luiz. Mas não pelo chutaço que deu e nem pelo golaço que fez, mas pela garra, força, raça, determinação e seriedade que possui em campo e perante cada jogada. Verdadeiramente exemplifica o que há de melhor num jogador que mereça vestir a camisa canarinha.

Por último, voltando ao Neymar, sua despedida da seleção realmente representa uma perda indescritível para os planos da seleção, vez que sempre tido como o melhor jogador e responsável por armar as jogadas da equipe. Mas ainda resta uma esperança. Se ele não jogou nadica de nada contra a Colômbia e ainda assim o Brasil venceu, então é procurar fazer o mesmo contra a Alemanha e no jogo final.

Mas que seja com menos dor, menos angústia e aflição, com menos sofrimento.

Poeta e cronista
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Lampião e o marketing do medo

Por Pedro Carlos

Virgulino Ferreira, o Lampião, havia alcançado o ápice da sua saga sanguinolenta pelo interior do Nordeste pelos idos de 1927. Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe e Ceará conheciam a sua fama de bandoleiro. Homem frio e bandido contumaz, o Capitão Lampião, foi convencido por 

Massilon de invadir a "meca" nordestina da época, Mossoró, terra de comércio forte, com lojas sortidas, grandes armazéns de mercadorias, prensas de algodão, fábricas, cinemas, mansões senhoriais, caminhões e automóveis. Mossoró, apesar de ser a maior cidade a ser atacada até então pelo bando, não pôs medo aos facínoras, embora Lampião tivesse ficado reticente a princípio.

O cangaceiro não tinha motivos para invadir o Rio Grande do Norte. Aqui nunca havia sido molestado nem havia qualquer tipo de perseguição contra ele e os seus. Por várias vezes, ele havia de dizer aos seus comandados que só entraria no Estado em necessidade de viagem e isso mesmo sem precisar mexer com ninguém. A realidade foi outra. Lampião usou o marketing do medo para a sua mais ousada aventura: invadir Mossoró.

Massilon, Lampião e Sabino 

Massilon Leite, que tinha o seu próprio grupo de cangaceiros, juntou-se a Lampião pelas bandas do Ceará. Sabino, outro cangaceiro destemido, também fazia parte do bando que queria saquear Mossoró. A ânsia era tanta, que contam os historiadores Raul Fernandes (autor do livro A Marcha de Lampião) e Raimundo Nonato (autor do livro Lampião em Mossoró) 400 quilômetros foram percorridos em apenas quatro dias e meio. De Luiz Gomes - primeiro município a ser invadido - até Mossoró, deixou-se  um rastro de destruição, mortes e medo. Chegava à cidade tudo aquilo que Lampião mais soube fazer: amedrontar todos os que ouvissem o seu nome.

Em Luiz Gomes, Virgulino e seus seguidores fizeram dois reféns: a mulher do coronel José Lopes da Costa, Maria José, de 63 anos, e Joaquim Moreira, outro ancião. De lá até chegar a Mossoró, Lampião ainda destruiu boa parte de Apodi, tocando fogo em várias lojas e atacando residências. Foi até a comunidade do Gavião (hoje Umarizal) e ainda invadiu Itaú.

Antes de chegar à zona urbana, ele ainda cometeria atrocidades na comunidade de São Sebastião (município de Governador Dix-sept Rosado hoje), há cerca de 40 quilômetros do centro de Mossoró. Virgulino Ferreira chegara à noite com um único intuito: alastrar o medo e a incerteza diante da sua chegada. O local era estratégico.

O coronel Antônio Gurgel, feito refém quando viajava à comunidade de Pedra de Abelha (hoje município de Felipe Guerra) para ir apanhar a sua esposa, acompanhou tudo aquilo e registrou no seu diário, publicado pelo jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Segundo ele, no dia 12 de junho de 1927, por volta da meia-noite, os homens de Lampião chegaram a São Sebastião: "Quando chegamos a S. Sebastião era quase meia-noite. O grupo dirigiu-se à Estação da Estrada de Ferro, onde inutilizaram tudo que lhes caiu nas mãos. Arrebentaram as portas dos armazéns vizinhos, incendiaram dois automóveis ali encontrados; finalmente o grupo passou pela Vila, onde felizmente não cometeu desatino algum".

Mas a realidade seria diferente no dia seguinte, 13 de junho de 1927, ainda de acordo com o diário. "Às 5h30 o grupo levantou acampamento, rumo de Mossoró. Então, à luz do dia, pude ver, horrorizado, aquele bando de demônios entregues aos maiores desatinos, quebrando portas, espaldeirando quem encontravam, exigindo dinheiro, roubando tudo, numa fúria diabólica. A palavra de ordem era matar e roubar!".

O ataque era um aviso para Mossoró, ali perto. O bando iria entrar na cidade para fazer o mesmo. Tomaria a cidade, saquearia o comércio, limparia os cofres do Banco do Brasil. As notícias a respeito da prosperidade de Mossoró ganhavam as ruas e praças de todo o Nordeste. E não havia um homem de Lampião sequer que não pensasse em enriquecer às custas dos mossoroenses.

A ganância era tanta, que o comedimento inicial de capitão Virgulino foi substituído pelo desejo de por as mãos nas riquezas de Mossoró. Estava diante dele a mais ousada empreitada de guerra. Lampião não iria colocar em jogo apenas as vidas dos seus comparsas, mas colocaria na mesa o maior dos recados dos governos nordestinos. Não existiria, a partir da queda de Mossoró, outro lugar que não pudesse ser invadido por Lampião.

O coronel Antônio Gurgel teve papel importante neste fato histórico. Lampião queria que ele fizesse o pedido de 500 contos de réis para evitar o ataque à cidade. Gurgel ponderou que não tinha muita amizade com o prefeito Rodolfo Fernandes e este poderia não considerar a missiva. Foi então, que surgiu a idéia que se transformou num dos mais importantes documentos históricos de Mossoró: as duas cartas em que o Rei do Cangaço pediria dinheiro para não atacar a cidade.

Em Mossoró, o prefeito Rodolfo Fernandes lutou para convencer as autoridades estaduais do perigo iminente. O primeiro sinal positivo deu-lhe o direito a criar a guarda municipal com poderes de rechaçar qualquer ameaça contra a cidade. E assim ele o fez: com fuzis arrecadados pela Associação Comercial, comprados pela prefeitura e outros enviados pelo Governo do Estado, transformou Mossoró numa grande trincheira.

Mesmo sem conhecimento bélico, Rodolfo Fernandes montou a estratégia vencedora: distribuiu em pontos altos da cidade os principais focos de resistência e estabeleceu algumas metas. A primeira delas seria evitar que os bandidos alcançassem o centro da cidade. E assim o fez. Transformaram-se em trincheira: a própria casa de Rodolfo Fernandes (hoje o Palácio da Resistência, sede do poder público municipal), a torre da Igreja de São Vicente (a mesma que está até  hoje erguida no centro da cidade), a casa de Afonso Freire, o Ginásio Santa Luzia (hoje sede do Banco do Brasil no centro da cidade), o telégrafo, a torre da Matriz e a empresa F. Marcelino & C.

Ás 16h do dia 13 de junho de 1927, Mossoró vivia uma tarde chuvosa. Dia de Santo Antônio, dia de ir a missa, mas a cidade não tinha ninguém em suas ruas. O coronel Vicente Sabóia já havia sido alertado da presença dos cangaceiros em São Sebastião e comandou a bem sucedida operação de evacuação da cidade. Os mossoroenses que não se entrincheiraram foram para casas de parentes e amigos na zona rural ou até mesmo em outros estados. Em meio ao céu nublado, começou a cortar naquele escuro de fim de tarde o relampejo das balas dos cangaceiros.

Lampião vendera ao prefeito Rodolfo Fernandes a imagem de que iria atacar Mossoró com 150 homens, muito bem armados e com sede de vingança pela sua insurgência. O prefeito não se intimidou e montou uma guarda com cerca de 90 homens. Capitão Virgulino apostou no seu marketing do medo, que traduzia as suas atrocidades muitas vezes maiores do que as cometidas. O prefeito Rodolfo Fernandes apostava na valentia do povo mossoroense e na estratégia montada em que o campo visual para o ataque seria excelente.

Há divergências quanto ao tempo dos combates. Alguns historiadores, como Raimundo Nonato da Silva, apontam para uma batalha de quatro horas. Em seus depoimentos aos jornais da época, inclusive este O Mossoroense, a ex-refém Maria José Lopes e o bandido Jararaca falaram em pouco mais de uma hora. Em seu diário, o coronel Antônio Gurgel também citou um período curto "de cerca de uma hora".

Em meio ao combate, Mossoró saiu vencedora e com dois troféus de destaque: os bandidos Colchete e Jararaca, ambos do grupo que entrara na cidade cantando os versos da canção paraibana "Mulher Rendeira..." Conta o historiador Raul Fernandes, que é filho do prefeito Rodolfo Fernandes, em seu livro a Marcha de Lampião, que os versos eram entoados da seguinte forma: "Ô mulhé rendeira!/ Ô mulhé rendá/ Me ensina a fazê renda/ Qu'eu te ensino a guerreá..."

Pelo jeito, quem ensinou a guerrear foi o povo de  Mossoró.

http://www2.uol.com.br/omossoroense/170307/conteudo/pedro.htm

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Apetrechos do cangaço, todos encontrados no piemonte da chapada Diamantina; punhais facas, e outros.


Árdua viagem de mais de 400 km de poeira e muito sofrimento de Feira de Santana até a Barra do Mendes, na mesma trilha que fez o tenente Zé Rufino, no dia 23 de maio de 1940 na certeza de assassinar Corisco, que viajava com sua afilhada Zefinha de 10 anos, e sua mulher Dadá, e mais um casal de cangaceiros, Rio Branco e Florência, que viajavam em direção à cidade de Bom Jesus da Lapa, no Estado da Bahia.


Falando da minha viagem a Fazenda Pacheco em Barro Alto-BA, em busca de informação sobre o massacre de Corisco, mas só obtive informações de um fazendeiro de Brotas de Macaúbas, o senhor Lídio Dantas Neri, hoje radicado na Fazenda Umbuzeiro em Ibititá-BA., que me recebeu com um belo almoço regado com muita fartura e muita informação sobre Corisco e o capitão Lamarca.


Veem-se fotos da família do senhor Lídio quando me mostrava suas vacas de leite, onde ele aparece ao meu lado dentro do curral com seus filhos, netos, e seus vaqueiros, com muita gentileza me emprestou um manso cavalo para eu terminar a minha pesquisa. Este também me presenteou com várias peças como: punhais cravejados talheres de prata 18, e uma velha e antiga balança de pesar ouro e prata. Seu Lídio me disse que as peças pertenceram aos jagunços das Lavras dos Diamantes, lugar onde pretendiam corisco e Dadá irem depois de suas promessas em Bom Jesus da Lapa.

A Fazenda dos Pachecos não existe mais. No lugar da casa de farinha, que o fazendeiro José Pacheco hospedou os casais de cangaceiros, só existe uma feia vegetação catingueira. A primeira foto é o retrato da estrada de Irecê a Barra do Mendes, feita a bordo de um velho ônibus ano 1974, da empresa Águia do Sertão, este furou dois pneus por conta da estrada de péssima qualidade.

Logo abaixo ver-se a foto de Corisco feita em 1936 pelo Sírio Libanês Benjamin Abraão Botto.

Nesta casa da mortífera o tenente Zé Rufino matou Corisco por pura ganância ao dinheiro, de frutos de roubos e saques das volantes e dos cangaceiros. O estúpido militar sabia que Corisco viajava com muito dinheiro em mãos. O casal Rio Branco e Florência conseguiram escapar com vida, porque tinha saído pra ir lavar roupa em um povoado chamado lagoa do soldado, próximo à Barra do Mendes. Estes só ouviram os tiros.


Observação: Corisco e outros cangaceiros tinham sido anistiados pelo governo da época (Lindolfo Alves interventor 1938 a 1942) sendo assim, eram homens livres ou não?

Mataram Corisco em 25 de Maio de 1940.

Fonte: facebbok
Página Guilherme Machado

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O cangaceiro Colchete entrou na casa do prefeito de Mossoró Rodolfo Fernandes?

Por Kydelmir Dantas

O cangaceiro Colchete não adentrou os jardins da casa do prefeito... Antes disto foi baleado na cabeça e caiu na rua, entre a Capela de São Vicente e a casa da esquina.


Não há suposição de nenhum historiador sobre 'paiol de algodão'... Houve sim, uma trincheira montada na frente da casa, em forma de U, onde ficaram alguns resistentes - isto se vê em foto da época, feita por José Octávio - que aparece nos livros.

Para melhor conhecimento, ler os livros:


"A Marcha de Lampião" do Raul Fernandes; 


"Nas garras de Lampião - Diário do Coronel Gurgel", de Raimundo Soares de Brito & Antonio Gurgel.

Kydelmir Dantas é poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueana.

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História - DO PIONEIRISMO À RESISTÊNCIA


Uma das características dos índios Moxorós, que são apontados pelos historiadores como os originários da história do povo mossoroense, era o espírito guerreiro. Essa cultura da resistência acompanhou todo o desenvolvimento da nossa história. O maior exemplo deste espírito de luta verifica-se na guerra travada por estas bandas contra o mais famoso cangaceiro do Nordeste, o Lampião, que encontrou um povo lutador e acabou sendo expulso dessas terras.


O feito se deu em 1927 (século XX), segundo a história. Nosso município vivia um período de prosperidade econômica. Estávamos em pleno expansionismo comercial e industrial. Possuíamos o maior parque salineiro do país. Tínhamos três firmas comprando, descaroçando e prensando algodão, casas compradoras de peles de cera de caranaúba. Além disso, a cidade ainda dispunha de um porto, de onde eram exportados os seus produtos atendendo cidades da região Oeste do Rio Grande do Norte e até mesmo municípios dos estados do Ceará e Paraíba.

O cenário de prosperidade foi fundamental para que atraíssemos a atenção de grupos criminosos que invadiam e saqueavam cidades, prática comum naquela época. A população estimada do município era de aproximadamente 20 mil habitantes. Nosso território era ligado por uma estrada de ferro que se estendia desde o litoral até o povoado de São Sebastião, hoje município de Governador Dix-Sept Rosado, que já pertenceu à Mossoró.

Além de todos esses atrativos, tínhamos boas estradas de rodagem, energia elétrica alimentando várias indústrias, dois colégios religiosos, agências bancárias e repartições públicas. Em pleno século início de século XX, os mossoroenses viviam situação confortável. E tudo isso atraiu o mais temido cangaceiro da época, Virgulino Ferreira, o famoso Lampião.


Hoje, sempre que um grupo criminoso vai atacar uma cidade, seja uma agência bancária ou outro tipo de estabelecimento de maior porte, é comum ouvirmos falar sobre “informações privilegiadas”. Como são bandos formados por pessoas de outros locais, eles precisam de ajuda de “gente próxima”. E Lampião tinha essa “gente próxima”.

Com o porte que Mossoró possuía, sua invasão precisava ser planejada. 

De acordo com as pesquisas feitas pelos historiadores sobre o bando, o “Rei do Cangaço” era apoiado por Cecílio Batista, mais conhecido como “Trovão”. Ele já havia morado em Assu, onde havia sido preso por malandragem e desordem (crimes previstos naquela época).

Além de Trovão, Lampião contava com a ajuda de outro cangaceiro, José Cesário, conhecido como “Coquinho”, que já havia até trabalhado em Mossoró e conhecia bem a cidade. Outro importante parceiro fora Júlio Porto. Este havia trabalhado como motorista de Alfredo Fernandes, personalidade rica da época e parente próximo do prefeito Rodolfo Fernandes. Além de Júlio, o “Zé Pretinho”, tinha ainda Massilon, um tropeiro que conhecia muito bem a cidade.

O plano de invadir Mossoró é colocado em prática a partir do dia 2 de maio de 1927, ainda segundo os documentos históricos. Lampião e seu bando partiram do estado de Pernambuco, em direção ao Rio Grande do Norte. Fizeram um longo percurso. Passaram pela Paraíba, próximo ao limite com o estado do Ceará, com destino à cidade de Luís Gomes, que fica logo no início do estado norte-rio-grandense, a 201 km de Mossoró (o caminho mais curto).

A viagem não foi pacífica. Por onde passavam, invadiam e saqueavam. A cidade de Belém do Rio do Peixe, na Paraíba, por exemplo, foi uma das vítimas dos bandidos. Até então, o bando estava dividido. Uma parte da quadrilha estava com Massilon, no Ceará. Seu plano era atacar a cidade de Apodi, vizinha à Mossoró, em 11 de junho daquele ano. Depois disso, o grupo de Massilon se reuniria com o restante, liderado por Lampião, para definir um plano.

Os grupos se uniram e a reunião aconteceu, como planejado, na fazenda Ipueira, que ficava na cidade de Aurora, no estado do Ceará. De lá eles partiram com destino à Mossoró. Como era prática entre os cangaceiros, aterrorizaram sítios, fazendas, lugarejos e cidades durante o trajeto. Invadiam, saqueavam, ateavam fogo, sequestravam (os mais riscos) etc.

Uma das vítimas do bando de Lampião, antes da chegada à Mossoró, segundo constam nos documentos históricos, foi o coronel Antônio Gurgel, que já havia sido prefeito de Natal. O bando ainda fez refém o fazendeiro Joaquim Moreira, dono da Fazenda Nova, em Luís Gomes, a fazendeira Maria José, da Fazenda Arueira, além de outras pessoas ricas da região.

Foi o coronel Antônio Gurgel que teve a missão de escrever uma carta endereçada ao prefeito de Mossoró, Rodolfo Fernandes, em nome dos cangaceiros. Ousados, eles fizeram uma série de exigências para que pudessem poupar os mossoroenses do terror que vinham causando noutras cidades do Nordeste. Essa era uma tática tradicional usada pelos cangaceiros.

De acordo com os estudiosos do cangaço, era comum a utilização dessas cartas. Antes disso, os criminosos adotavam uma série de providências para intimidar as autoridades e dificultar qualquer plano de resistência. Eles cortavam os serviços telegráficos da cidade, para evitar qualquer tipo de comunicação. Quando o município resolvia ceder, o bando exigia, além de dinheiro e joias, mordomias, submetendo o povo e os prefeitos a verdadeiras humilhações.

As pesquisas mostram que os criminosos exigiam festas e bebidas para farras, que geravam ainda mais destruição dos locais por onde o bando passava. Quando alguma das cláusulas exigidas não era atendida, Lampião e seus comparsas procediam impiedosamente.

Ao prefeito Rodolfo Fernandes, os criminosos resolveram pedir 500 contos de réis. Era muito dinheiro para a época. Por isso, chegaram a um consenso e pediram 400 contos, conforme carta que transcrevemos logo abaixo, na íntegra, escrita pelo coronel Gurgel:

"Meu caro Rodolfo Fernandes.

Desde ontem estou aprisionado do grupo de Lampião, o qual está aquartelado aqui bem perto da cidade. Manda, porém, um acordo para não atacar mediante a soma de 400 contos de réis. Penso que para evitar o pânico, o sacrifício compensa, tanto que ele promete não voltar mais a Mossoró..."

Ao receber a carta, o coronel Rodolfo Fernandes convoca uma reunião. Convida todas as pessoas de destaque da cidade. Ele informa o conteúdo da carta ameaçadora e alerta para a necessidade da preparação de defesa contra um possível ataque dos cangaceiros.

Os convidados, no entanto, desprezando a força e ousadia do bando de Lampião, julgam que uma possível invasão não poderia ocorrer, se tratando de uma cidade com o porte de Mossoró. O prefeito ainda teria argumentado contra, mas não foi ouvido pelos participantes. Assim, ele responde a carta escrita pelo coronel Antônio Gurgel, a mando dos cangaceiros:

"Mossoró, 13 de junho de 1927 - Antônio Gurgel.

Não é possível satisfazer-lhe a remessa dos 400.000 contos, pois não tenho, e mesmo no comércio é impossível encontrar tal quantia. Ignora-se onde está refugiado o gerente do Banco, Sr. Jaime Guedes. Estamos dispostos a recebê-los na altura em que eles desejarem. Nossa situação oferece absoluta confiança e inteira segurança.

Rodolfo Fernandes".

A resposta seria entregue a uma pessoa enviada pelo bando de Lampião, à casa do prefeito Rodolfo Fernandes, que logo afirma que a proposta feita pelo bandido não será aceita pelos mossoroenses e manda avisar a Lampião que o povo está disposto a enfrentá-lo, caso a invasão fosse executada (o que, de fato, houve). Mas antes, resolve impressionar o mensageiro.

Rodolfo o leva até um dos aposentos onde havia vários caixões com latas de querosene e gasolina. Junto a esses caixões, existia um aberto e cheio de balas. O prefeito, na tentativa de impressioná-lo, diz que todos aqueles caixões estão cheios de munição e que já existe um grande número de homens armados na cidade, aguardando a entrada dos cangaceiros.

Diferentemente do que havia encontrado até então, Lampião deparou-se com uma resposta negativa. Ao tomar conhecimento do posicionamento do prefeito Rodolfo Fernandes, ele mesmo escreve um bilhete, segundo os historiadores, numa péssima grafia (tal qual):

"Cel Rodolfo

Estando Eu até aqui pretendo drº. Já foi um aviso, ahi pº o Sinhoris, si por acauso rezolver, mi, a mandar será a importança que aqui nos pede, Eu envito di Entrada ahi porem não vindo essa importança eu entrarei, ate ahi penço que adeus querer, eu entro; e vai aver muito estrago por isto si vir o drº. Eu não entro, ahi mas nos resposte logo.

Capm Lampião".

Mais uma vez, o prefeito responde com negativa, demonstrando a coragem do povo mossoroense. Em novo escrito enviado ao cangaceiro, argumenta dificuldades financeiras:

"Virgulino, Lampião.

Recebi o seu bilhete e respondo-lhe dizendo que não tenho a importância que pede e nem também o comércio. O Banco está fechado, tendo os funcionários se retirado daqui. Estamos dispostos a acarretar com tudo o que o Sr. queira fazer contra nós. A cidade acha-se, firmemente, inabalável na sua defesa, confiando na mesma.
Rodolfo Fernandes
Prefeito, 13.06.1927".

Diante da situação, a invasão mostrava-se iminente e não restava o que fazer, a não ser resistir. Apesar do medo, ampliado pelas histórias aterrorizantes que circulavam a região acerca de Lampião e seu bando, os mossoroenses decidiram preparar a cidade para a defesa.

O tenente Laurentino era o encarregado de organizar o plano de resistência ao bando. Os voluntários foram distribuídos em pontos estratégicos da cidade, escolhidos criteriosamente para tentar surpreender os criminosos, utilizando a estrutura local ao seu favor.


As torres das igrejas matriz, Coração de Jesus e São Vicente foram utilizadas como pontos de referência da resistência. Do alto, tinham visibilidade e podiam utilizar deste elemento para levar vantagem sobre o bando, que viria por terra (onde também encontrariam resistência organizada). Homens armados foram instalados no mercado, correios e telégrafos, companhia de luz, Grande Hotel, estação ferroviária, ginásio Diocesano e na casa do prefeito.

Do lado de lá também havia certa organização. De acordo com os registros históricos acerca do combate, Lampião pretendia chegar a uma localidade conhecida como Saco, que ficava a uma distância de dois quilômetros de Mossoró. Neste ponto, eles abandonariam as montarias e seguiriam a pé, até Mossoró, para concretizar a temida invasão.

O cangaceiro Sabino comandava duas colunas de vanguarda. Uma das colunas era chefiada por Jararaca e outra por Massilon, enquanto Lampião liderava a coluna da retaguarda.

Em meio à preparação dos cangaceiros e dos resistentes, a população, assombrada, tentava deixar a cidade. Crianças, mulheres e idosos, em sua maioria. Estes não tinham condições de enfrentar os bandidos, de armas em punho, e precisavam fugir para se resguardar.

De acordo com os historiadores, o dia de junho ficou marcado pelo desespero da população, que tentava sair da cidade o mais rápido possível. Mulheres chorando, carregando crianças de colo, crianças sendo puxadas pelo braço, trouxas de roupa na cabeça, balaios de comida e água etc. Era uma verdadeira multidão de pessoas aterrorizadas, vagando sem rumo.

O que se via eram famílias inteiras reunidas, completamente desesperadas, lotando os raros caminhões ou automóveis que saíam disparados a caminho do litoral. Muitos, sem condição de transporte, tratavam de conseguir esconderijo dentro ou fora da cidade. A ordem dada pelo prefeito era clara: aquele que estiver desarmado, não deverá permanecer na cidade.

O desespero aumentava mais à medida que o dia avançava. Às 23h, os sinos das igrejas de Santa Luzia, São Vicente e do Coração de Jesus começaram a martelar tetricamente, o que só servia para aumentar a correria. As sirenes das fábricas apitavam repetidamente a cada instante. Foi aí que alguns, ainda incrédulos com a invasão, tiveram a certeza do que viria.

Na praça da estação da estrada de ferro, era grande a concentração de gente na busca de lugar para viajar nos trens que partiam de Mossoró. Até os carros de cargas foram atrelados à composição para que a maior quantidade possível pudesse partir. Apesar de todo o esforço, muitos não conseguiram fugir. Aqueles que chegaram atrasados caíram no desespero.

Naquela inesquecível noite de 12 de junho, não houve descanso para ninguém em Mossoró. Os encarregados pela defesa da cidade se revezavam na vigília, enquanto o restante da população esperava a vez de partir. E o movimento na estação ferroviária não parava. 


O embarque de pessoal virou toda a noite e só terminou na tarde do dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, quando foram ouvidos os primeiros tiros, dando início ao terrível combate. Mas a meta havia sido alcançada; a cidade estava deserta. Ficaram só os resistentes.

Enfim, o bando chegara à Mossoró. Diferentemente do cenário que costumavam encontrar, deparam-se com uma cidade fantasma. Sabino, um dos líderes, segue com sua coluna para a casa do prefeito Rodolfo Fernandes. A intenção era punir o atrevimento do coronel que se recusou a ceder às pressões do bando e submeter uma cidade inteira ao terror do cangaço.

Sabino posiciona-se sozinho em frente à casa de Rodolfo Fernandes, sem saber que ali havia um grupo pronto para reagir contra o bando. Os defensores da cidade ficam indecisos, sem saber se ele é um soldado ou um cangaceiro, já que não havia muito diferença entre a maneira de se vestir de um e de outro. Foi Rodolfo Fernandes que deu a ordem para o ataque.

De acordo com as pesquisas feitas sobre o assunto, os mossoroenses contaram ainda com “ajuda” do céu. Em meio à guerra, uma chuva começou a cair, afetando diretamente a visão dos cangaceiros, que estavam desprotegidos, a céu aberto, enquanto os resistentes permaneciam inertes, nos pontos que foram estabelecidos estrategicamente por Laurentino.

Lampião segue em direção ao cemitério da cidade, enquanto que Massilon procura os fundos da casa do prefeito. A primeira baixa significativa do bando veio com o disparo que atingiu “Colchete”, que lançou uma garrafa com gasolina contra as trincheiras feitas de fardo de algodão, na tentativa de incendiá-los. Foi morto. Em seguida, Jararaca também foi baleado. Ele tentou se aproximar do comparsa para substituí-lo e acabou sendo alvejado nos pulmões.

É nesse momento que os resistentes mostram aos cangaceiros qual é a sua saída: fugir para não serem completamente destruídos. Os soldados entrincheirados assumem o controle da batalha, encurralando os cangaceiros. Aqui, a situação já está totalmente dominada.

A ordem de retirada do bando foi dada por Sabino, um dos líderes, ainda de acordo com os registros das pesquisas realizadas acerca do tema. Ele saca sua pistola e efetua quatro disparos para cima. Fim do ataque. Este foi o som da vitória dos mossoroenses sobre Lampião.

O temido confronto com o bando do mais famoso e temido cangaceiro do Nordeste durou aproximadamente uma hora e meia. Começou por volta das 16h e acabou às 17h30. Lampião, o destemido líder do bando, fugiu. Ele deixou para trás Colchete (morto) e Jararaca, além de muitos outros, não tão conhecidos, que foram feridos ou mortos durante o combate.

Precavidos, os resistentes permaneceram aquela noite de plantão, temendo que o bando pudesse tentar recuperar-se das perdas e voltar. Os combatentes suspenderam a vigília somente com o raiar do dia, ao confirmar que o bando tinha realmente sido expulso da cidade.

A história da resistência do povo de Mossoró contra o bando de Lampião, que seguiu sua saga, invadindo e saqueando, é lembrada todos os anos, no dia 13 de junho, que é o Dia de Santo Antônio. Foi numa tarde chuvosa que os mossoroenses reafirmaram seu espírito guerreiro, dando orgulho aos índios Monxorós, aqueles que deram origem ao nosso povo.

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O cantor João Mossoró fará Show hoje no "Mercadão Cadegue"


O cantor João Mossoró estará se apresentando hoje (sábado - dia 05 de Julho de 2014), no Mercadão Cadegue, no restaurante "CANTINHO DAS CONCERTINAS", no Rio de Janeiro.

Relembrando o "TRIO MOSSORÓ" - João Mossoró, Hermelinda e Oséas Lopes, o Carlos André

Uma festa portuguesa
Prestigie o artista participando desta grande festa. 


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O cangaço está diretamente relacionado à disputa da terra, coronelismo e revolta à situação de miséria no Nordeste.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Os cangaceiros fizeram parte de um movimento social ocorrido no sertão nordestino

Quem nunca ouviu falar em Virgulino, o Lampião? Esse foi o principal nome de um movimento social ocorrido no sertão nordestino durante o fim do século XIX e início do século XX, denominado cangaço. Os cangaceiros, com seus chapéus de abas largas, roupas de couro enfeitadas, punhais e armas de fogo na cintura, atuaram em cidades dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

Esses grupos eram integrados, na maioria das vezes, por sertanejos jagunços, capangas e empregados de latifundiários (detentores de grandes propriedades rurais). Esse movimento está diretamente relacionado à disputa da terra, coronelismo, vingança, revolta à situação de miséria no Nordeste e descaso do poder público. Os cangaceiros aterrorizavam as cidades, realizando roubos, extorquindo dinheiro da população, sequestrando figuras importantes, além de saquear fazendas.

Com o fortalecimento do cangaço, as polícias estaduais não conseguiram inibir as ações dos cangaceiros, que eram temidos pela violência e crueldade durante os ataques, sendo necessária a participação da polícia federal. Esse comportamento despertou o respeito e a admiração a vários integrantes do movimento, que eram considerados heróis por parte da população em razão da bravura e audácia. Contudo, vários sertanejos temiam os cangaceiros, demonstrando total oposição aos “bandidos”.

Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, foi o cangaceiro de maior destaque. Seu apelido surgiu após um tiroteio noturno com a polícia, no qual Virgulino disparou tantos tiros que sua espingarda iluminou parte do ambiente, fazendo uma analogia a um lampião. Esse homem nasceu no dia 7 de julho de 1897, no sertão pernambucano, sendo um dos nove filhos de um casal (Maria Lopes e José Ferreira da Silva) muito pobre. Sua atuação no cangaço foi motivada pela situação econômica, perda da propriedade da família, além do assassinato do pai.

Lampião liderou um bando que atuou no sertão nordestino, confrontando coronéis, policiais e bandos rivais. Perseguido, Lampião acabou sendo assassinado em 1938, na divisa entre os estados da Bahia e de Sergipe. Com a sua morte, o cangaço perdeu força, no entanto, entrou para a história como um movimento de revolta contra o descaso dos órgãos públicos em relação ao sertão nordestino.

Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

http://www.brasilescola.com/brasil/cangaco.htm
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