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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

LAMPIÃO NAS QUEBRADAS DO SERTÃO DE UAUÁ-BA

Por Trancoso

Contam os mais velhos que certa tarde, a notícia que Lampião estava na região, fez o povo cair pra dentro dos cercados de palma forrageira, para se esconder do bandoleiro, principalmente, as moças jovens, que viviam nas alcovas escondidas.

Diz então que um senhor, e sabe se lá o nome da figura que esta prestes a se tornar um valente e corajoso, homem do sertão, resolveu ficar na varanda, enquanto todos se escondiam.

Foi então que montado em seu cavalo, jumento, égua, ou sei lá, o que apareceu Virgulino o Lampião, e parou sua montaria em frente ao terreiro e o dialogo começou.

- Homem, por que que todos fugiram, menos você? - perguntou Lampião, amolando a faca na sela do jeguinho.

- Estou em minha propriedade, entonses pra que sair? - retrucou o destemido herói de chapéu de couro e barba branca.

"Deveria ter a barba branca e usar chapéu de couro ou panamá"

- Tá certo!!! - respondeu Lampião - mas..., e aquele lindo chapel de couro na parede, dê ele pra mim?

- Desamunte e vá buscar, por que com minha mão, nele vossa mercê não pega.

- Quero mais não, respondeu o capitão..., mas me fale ao menos como faço pra chegar na estrada do simplício..., preciso chegar à cocorobó.

Ao que o velho apontando o dedo indicou:

- Quando eu vou, vou por aí. 

- Tem erro? - pergunta Lampião.

- Tendo ou não, quando eu vou, vou por lá

- Até logo, velho!

Despediu-se e foi se embora o capitão mais temido dos sertões.

Reza a lenda que Lampião não gostava de homens frouxos, covardes e medrosos, respeitava os valentes e corajosos, dizia que esses mereciam viver, e foi numa dessas pelejas, nas quebradas do sertão, que o herói das caatingas nordestinas se deparou com uma figura que em dias atuais, seria chamada de seu Lunga.

Nota do blogdomendesemendes: Se é verdade eu não sei, só sei que o Trancoso escreveu.

Fonte: facebook
Página: O pensamento de Thiago Macedo

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O CANTOR JOÃO MOSSORÓ FARÁ SHOW NO DIA 06 DE FEVEREIRO DE 2016, NO RIO DE JANEIRO


O cantor João Mossoró fará show no dia 06 de fevereiro de 2016, no Rio de Janeiro, no bairro Benfica, no"Mercadão Cadeg".
Uma festa portuguesa, no "Cantinho das Concertinas".

 Será uma festa bastante animada, quando o artista cantará as mais lindas canções.

Você que mora no Rio de Janeiro prestigie o artista, participando do seu show.

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“O FIM DE VIRGULINO LAMPIÃO” O que disseram os JORNAIS SERGIPANOS


O livro “O FIM DE VIRGULINO LAMPIÃO” O que disseram os JORNAIS SERGIPANOS custa:
30,00 reais, com frete incluso.

Como adquiri-lo:
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ARMADILHAS

Por Rangel Alves da Costa*

Uma estrada. Um caminho. Um voo. Uma fuga. Um sonho. Um horizonte. Um destino. Uma sina. Um desespero. Um medo. Um desejo. Uma saída. Mas quando abrir a porta e enfrentar o desconhecido além?

Acordar e de repente se sentir em fúria. E, inconformado com o que sequer sabe o que seja, confrontar a si mesmo e a tudo. E então bradar, chutar, se extremar na violência. “Chega, chega, chega. Vá tudo pra puta que pariu. Nada presta, nada me serve, nada disso vale porra nenhuma. Já estou cheio dessa mesmice de merda, dessa droga de vida”. E vai batendo portas, esmurrando paredes, chutando tudo o que encontrar pela frente.

Vai partir. Não sabe para onde, mas tem de partir. E sem demora. É preciso aproveitar a cólera para não se arrepender. A cegueira da raiva acaba guiando ao desatino, mas qualquer caminho será melhor que ficar. E no silêncio da fúria a mente esbraveja: “Chegou a hora. Demorei demais suportando o insuportável. Aqui não nasci e aqui não hei de findar. E se existe uma estrada, então é por ela que devo seguir”.

A mente se demonstra menos furiosa que o ser em si, que a impulsividade em si. Mas nem sempre o pensamento doma a impensável atitude, pois é na irracionalidade que as estradas de labirintos e espinhos logo chamam à caminhada. E não há ponderação a ser feita quando a furiosa impulsividade diz que vá, que siga, que nem pense duas vezes em seguir adiante.

Deixando-se levar pela cegueira, pelo ódio e pela voraz decisão, sequer imagina as consequências mais prementes de qualquer abrir a porta. Tanto faz que esteja um tempo de vendavais e tempestades, um tempo de abismos e medos, um tempo de sombras e escuridões. Assim porque a cegueira de revolta impensada acaba criando uma ilusão proveitosa e convidativa. As ilusões das flores na estrada, dos frutos pelos pomares, das fontes de água doce.


Então as armadilhas se lançam ao cuidado de não fazer refrear os desacertos da vida. Lançam mais lenha na fogueira ainda crepitante e ardilosamente sopram o fogo voraz da incoerência. E ainda têm o cuidado de gritar aos ouvidos: “Você é covarde, é medroso, é a fraqueza em pessoa, é? Mostre que é dono de si mesmo, que faz o que bem desejar. Não estava decidido a abandonar tudo e sair por aí, então porque não abre logo a porta e vai apenas seguindo? Garanto-lhe uma alegria caminhada e um grandioso destino, sem arrependimento nem vontade de jamais retornar. Então abra logo essa porta e vá”.

No momento seguinte, ele já está calçando o chinelo e procurando a chave da porta. Vira e revira tudo e nada de encontrar. Ela não está em outro lugar senão na porta, no local de sempre, mas eis que forças ocultas, em constante luta com as armadilhas, também agem para permitir que o ser se sinta encorajado a repensar suas decisões e a agir de modo tão doloroso à própria vida. Mas a fragilidade dele era tamanha que as armadilhas logo trouxeram a chave quase diante dos olhos.

Abriu a porta e nem olhou para trás. Abriu rapidamente a porta e sequer se permitiu um olhar de despedida às velhas paredes, aos móveis antigos, aos livros velhos, às relíquias, aos retratos, à vida ali existente. A chuva caía em temporal, mas se imaginou num instante de sol e de estrada aberta. E as armadilhas diziam vá, vá, vá, pois um dia bom para seguir ao longe. E ele, sem ao menos fechar a porta, deu o primeiro, o segundo, o terceiro passo. Agora era só seguir em frente.

Mistério dos mistérios, segredos das forças que nunca abandonam os desalentados. De repente sentiu o peso da chuva, sentiu-se molhado, encharcado. Olhou para cima e só encontrou água caindo. Abriu os braços e se deixou inundar. Depois se debruçou sobre o chão empoçado e chorou. E assim permaneceu durante muito tempo, até a chuva cessar. Ao levantar os olhos e olhar para estrada adiante, apenas disse: que estrada mais difícil de ser seguida.

E retornou para dentro de casa. Preparou um café quente e retornou à soleira da porta, lançando o olhar à paisagem molhada e silenciosamente dizendo: logo tudo estará renascido.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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PARABÉNS, PEDRO MOTTA POPOFF

https://www.youtube.com/watch?v=nSN4K660tkU

Ao querido povo de Bauru, no Estado de São Paulo e ao nosso Nordeste, os parabéns do professor e pesquisador José Mendes Pereira das Terras de Mossoró, e Antonio Oliveira, da Cidade de Serrinha-Ba, ao cantor mirim, ator e pesquisador PEDRO MOTTA POPOFF pela passagem do seu aniversário - dez anos -, neste dia 2 de fevereiro.

https://www.youtube.com/watch?v=x9vbB3lboXs

Pedro Popoff, é na realidade um MENINO PRODÍGIO, que cedo passou a apreciar as coisas do nosso Nordeste, sendo ele paulista das Terras de Bauru.

https://www.youtube.com/watch?v=bQjsYdNovCk

O Pedro vem se apresentando em grandes eventos, e na qualidade de um garoto eclético, canta do xote ao xaxado; de Luis Gonzaga à música sertaneja de raiz, e Raul Seixas.

https://www.youtube.com/watch?v=iQEQxU0U_VI

As entrevistas por ele concedidas têm características de alguém que nasceu para a área de comunicação. Declama como um poeta experiente.

https://www.youtube.com/watch?v=1QwuFadjNAM

Gostaríamos de ver o Pedro Motta Popoff no programa JOVENS TALENTOS KIDS de Raul Gil no SBT, onde acreditamos que o sucesso seria garantido.

https://www.youtube.com/watch?v=gF5aQI1ClWg

Parabéns colega pesquisador Pedro Popoff, pelos seus DEZ ANOS de alegria proporcionada a seus pais e a nós também.

São os votos de José Mendes e Antonio Oliveira.

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JOSÉ ALVES DE MATOS O CANGACEIRO VINTE E CINCO


Publicado em 17 de junho de 2014 - Foi enterrado nesta segunda-feira (16) em Alagoas o corpo de José Alves de Matos, o último cangaceiro do bando de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião

Veja mais notícias em: http://cmais.com.br/jornalismo
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O CABO MILITÃO*


Foi uma tarde pressaga aquela em que na fazenda “Corituba”, de Sergipe, Ezequiel, irmão de Virgolino, com este se desaveio e o desafiou para uma luta, a punhal, injuriando-o com os epítetos de cego frouxo, fazedor de mal a moças donzelas, ladrão de beira-de-estrada, dador de surra em homem desarmado e cabra covarde que só tem fama por via dos companheiros… Devido à oportuna intervenção de Corisco e de Pai Velho, um duelo fratricida se não verificou. Mas, desde esse dia, Lampião passou a se mostrar taciturno e se tornou ainda mais irascível e cruel. O olho direito, que ele tem cego e esbranquiçado, estava sempre lacrimoso e isso neurastenizava e enfurecia o celerado.

Por outro lado, Virgolino sentia que a maioria do bando não recebera bem a sua decisão contra Corisco, no incidente deste com Volta Seca. Fôra o caso que, dias antes, estando Volta Seca a torturar uma pobre velha, cujo rosto já arranhara com o punhal, Corisco o repreendeu e, como o perverso insistente na sua maldade, Corisco despegou-lhe uma bofetada que o atirou, desacordado, ao chão. Virgolino metera-se entre os dois, mas desgostara Corisco, em lhe não reconhecendo razão. Só por estarem atropelados mui de perto pela polícia, os cangaceiros não se separaram, fragmentando o grupo. Tais ocorrências obrigavam Virgolino a procurar escaramuças que dissipassem o mal-estar que ensombrava os ânimos da malta. Fazia-se mister que a luta novamente os solidarizasse.

A 29 de junho do ano passado, quando todo o sertão baiano guardava, tranquilo e feliz, o dia onomástico de São Pedro, Virgolino, a três léguas do arraial Várzea da Ema, do município de Curaçá, assaltou a fazenda “Formosa”, de propriedade do Cel. Petronilo Reis. Aí incendiou duas casas e, afora outras depredações, matou, a faca, três vacas de leite e cento e sessenta e oito (168) ovelhas que encontrou presas num curral. Em seguida, fez juntar grande ruma de esterco, empilhou sobre ela as reses e lanígeros abatidos e ateou fogo ao sinistro montão de animais sacrificados. Por muitos dias um cheiro nauseabundo de carnes podres e queimadas empestou as redondezas da fazenda reduzida a ruínas.

Após a selvajaria desses desatinos, Lampião partiu com o seu séquito, declarando na fazenda “Curundundu” que ia desgraçar a vila de Uauá. Então, perseguia-o mais de perto a volante comandada pelo Tenente Arsênio Alves de Sousa. Verdadeira marcha batida, em a qual, sem descanso, os cangaceiros venceram trinta e uma léguas e a polícia vinte e quatro.

Foi assim que Lampião logrou escapar aos que se lhe haviam escanchado no rastro: perto da fazenda “Lagoa Escondida”, numa bifurcação da estrada, rumou para a direita, indo pernoitar a 30 de junho, em Poço de Fora, iludindo, pois, o contingente policial que prosseguiu pela esquerda, a fim de entrar pelo lado sul de Uauá.

Auxiliado por sequazes incorporados à sua alcateia em território baiano e perfeitos conhecedores da região, Virgolino novamente deu às de vila-diogo na madrugada de 1° de julho, empreendendo um raid ainda mais exaustivo e ousado. Egresso das caatingas e grotões, o bandoleiro-fantasma teve a audácia de voar sobre Itumirim, onde chegou ao lusco-fusco do dia 2, depois, em trinta e seis horas, haver vencido quarenta e cinco léguas! Aí reduziu a cinzas a estação ferroviária, cortou as comunicações telegráficas com a localidade, bebeu à farta e tentou formar um samba na casa da… Escola Pública. Mas, medroso de uma surpresa dos seus perseguidores, arribou logo mais e foi refugiar-se, durante o resto da noite, na Serra dos Morgados. O dia 3 assinalou o seu assalto à fazenda “Piabas” e o seu pernoite no lugar “Buraco d’Água”.

Coincidiram tais fatos com a fuga de cinco soldados criminosos, recolhidos à cadeia de Bonfim. Esses fugitivos, em bilhete irônico e malcriado que deixaram ao Capitão José Galdino, avisavam que se iam reunir a Lampião.

Em atividade, no encalço dos detentos foragidos, a manhã de 4 de julho veio encontrar os destacamentos da zona.

Procedentes de Campo Formoso, o Cabo Antônio Militão da Silva e os Soldados Pedro Santana, Cecílio Benedito, Manoel Luís de França e Leocádio Francisco da Silva pararam em Brejão de Dentro e ali aguardaram a chegada de outros companheiros, por ser aquele o ponto combinado de junção das forças.

Como devessem dali ingressar na região de Gruna, penetrando em lugares insidiosos e de penoso acesso, “lugares esquisitos”, como eufemicamente por lá se diz, os soldados abandonaram as armas e aproveitavam o tempo de espera, escrevendo bilhetes para suas famílias em Campo Formoso, dando-lhes conhecimento da direção que iam tomar. Estavam todos no interior da residência de Alfredo Monteiro e, fora, o Cabo Militão consertava os loros de uma montaria. Seriam onze horas da manhã.

Em dado momento, Militão avistou longe, na estrada, diversos homens armados e avisou: – Lá vêm nossos camaradas! E continuou, despreocupadamente, no reparo dos arreios. Também as praças não tiveram a curiosidade de ver quem era que se aproximava. A estrada faz uma curva fechada e vem desembocar abruptamente junto à casa, motivo por que Militão logo perdeu de vista os indivíduos que julgou serem soldados.

De súbito, o troço aparece. Num ápice, saltam das selas Lampião, Volta Seca, Ezequiel, Pai Velho, Corisco, Arvoredo, Moderno, Esperança, Moirão, Gato, Pernambuco e Labareda. Virgolino já está intimando o Cabo Militão:

- Se prepare, cabra, se prepare pra apanhar!

- PRA APANHAR, NÃO, QUE EM HOMEM NÃO SE DÁ: – HOMEM SE MATA!
- Apois, então, tire a cartucheira, que é pra não melar de sangue!

Mas não findara o curto diálogo entre Virgolino e Militão e já Volta Seca desfechava neste um tiro de Parabellum no ouvido.

Com o estampido, acorrem os soldados, atordoados e sem os fuzis, e são recebidos por uma saraivada de balas, quase a queima-roupa. Um deles tomba, tendo como arma nas mãos a caneta com que inconscientemente estava a mandar o derradeiro adeus à família. Outro, o único que logo não caiu, baleado que fôra ligeiramente num braço, retrocede à casa e procura refugiar-se numa alcova. Cerrada descarga atravessa a porta, prostrando-o morto pelas costas. Muitos outros disparos alvejam ainda os moribundos, um dos quais escabuja e é sangrado. Esse infeliz chegou a receber no corpo nove balas. Tudo isso não durara mais que instantes.

A horda penetra na casa e Lampião, não saciado, indaga se não resta escondido por ali mais algum macaco do gunvêrno. Alfredo Monteiro responde negativamente e implora compaixão para si e para os seus. Lampião grita-lhe que nunca mais dê rancho a macaco e volta ao terreiro. Dá um pontapé no cadáver de Militão e arranca-lhe do braço as divisas de cabo, presenteando uma das fitas a Moderno e outra a Arvoredo. Este lastima que nenhum dos mortos usasse bigode comprido: é que ele queria torar e amarrar na fita, mode enfeitar o rabo do cavalo em que vinha montado… Ezequiel vasculha os bolsos dos soldados. Tal busca de dinheiro resulta infrutífera e o miserável desanda na torpeza duns insultos pornográficos.

Estarrecido, o dono da casa pergunta que deve fazer com os cinco cadáveres. Virgolino sacode os ombros:

- Querendo, enterre; não querendo, deixe os urubus comer!

Pai Velho saúda com uma risada o dito de sarcasmo do chefe feroz.

Lampião pede cachaça, cachaça muita que dê pra ele e a “rapaziada” festejarem a caçada do dia.

Alfredo Monteiro, receoso de ter de testemunhar nova chacina, adverte que outra força de polícia está a chegar. Virgolino exalta-se e deixa a esses policiais um recado obsceno. Depois, olha raivosa e tigrinamente as suas cinco vítimas e ordena a Alfredo Monteiro que enterre os peste todos numa cova só, sob pena dum ajuste de contas em regra, noutra visita inesperada. Alfredo Monteiro promete que assim fará e pede licença para ir buscar a aguardente. Lampião diz que não quer mais…

Todo o grupo torna a montar.

Nisso, o soldado Cecílio Benedito, nos últimos estertores, bole ligeiramente com um pé. Lampião observa o movimento e saca, de novo, a pistola:

- O diabo deste “macaco” inda está se mexendo? Macaco mexeu, quer chumbo…

E, mesmo montado, desfecha-lhe um tiro na cabeça, que lhe arranca parte do frontal.

E esporeando as alimárias, a cantar alegremente o “É lampa… é lampa…”, os Cavaleiros do Crime galopam, fugindo pusilânimemente a um encontro com os policiais esperados.

Quando o tropel da cavalhada e a toada do hino de guerra de Lampião não se faziam mais ouvir, foram se reabrindo as casas do Brejão e das portas e janelas umas cabeças assustadas perscrutavam se o vilarejo já encontra restituído à sua quietude e pacatez.

Alfredo Monteiro, de olhos marejados, estava a espantar uns cães famintos que lambiam o chão inda rubro, aqui e ali, do sangue dos cinco mártires do banditismo nefando.

O sol pompeava, na sua escalada para o zênite.

O Cabo Militão tinha os olhos esbugalhados para o céu, como a indicar que aquele cuja firmeza de olhar não se curvara ante a crueldade vilã do Rei do Cangaço também era capaz de fitar o sol, o grande sol flamejante dos sertões!

* pg 54 "NO TEMPO DE LAMPIAO" - Leonardo Mota

Fonte: facebook
Página: Raul Meneleu Mascarenhas
Grupo: Lampião, Cangaço e Nordeste

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