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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

ANTES DE CHEGAR A FORTALEZA , MASSILON ESTEVE EM CRATO !!!



Espetacular Conferência de nosso Conselheiro Cariri Cangaço, professor Honório de Medeiros sobre Massilon e a trama do ataque de Virgulino a Mossoró, em nossa primeira edição; Cariri Cangaço 2009. Antes de recebermos Honório de Medeiros em uma de nossas mesas no Cariri Cangaço Fortaleza 2018, vamos trazer esse momento marcante através das lentes de Aderbal Nogueira e sua Laser Vídeo.
Cariri Cangaço Fortaleza
26 a 29 de Abril de 2018
Fortaleza, Capital do Ceará.

https://cariricangaco.blogspot.com.br/2018/02/antes-de-chegar-fortaleza-massilon.html

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LUIZ GONZAGA PENSE N'EU

https://www.youtube.com/watch?v=Q9n7oz0-yW0

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ROBERTO CARLOS 1968 COMPLETO

https://www.youtube.com/watch?v=ocehGIwRlmc

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DOIS LIVROS DO ESCRITOR LUIZ RUBEN BONFIM

Autor Luiz Ruben Bonfim

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Luiz Ruben F. de A. Bonfim
Economista e Turismólogo
Pesquisador do Cangaço e Ferrovia

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CONHEÇA A CANGACEIRA SILA NO LIVRO "SILA DO CANGAÇO... ... AO ESTRELADO

Da escritora Elane Marques

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SIM À MOCOCA, NÃO À MACACOA

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.845

 Aos oito anos vivendo por uns tempos em Maceió, já ouvia a propaganda agradável que me chamava atenção: “A vaquinha Mococa está falando/a vaquinha Mococa está dizendo/beba leite em pó Mococa...” E um mugido longo e saudoso de sertão fechava a propaganda: “moooon...”. Minha tia, Carminha Braga, sempre comprava o leite em pó que vinha com uma vaquinha simpática desenhada no pacote. E como vai bastante tempo, pensei até que não existisse mais a marca. Olha a surpresa! Estava escrito na notícia: “Unidade da Mococa fechou e deixou 157 desempregados no interior de São Paulo”. Corri os olhos na Folha e vi que era mesmo a Mococa do meu tempo de criança.

MOCOCA (DIVULGAÇÃO).

 O lado ruim ficou para o município paulista de Cerqueira César, onde a Mococa possui uma unidade de produção de leite UHT. A unidade foi fechada no último dia 6, deixando de produzir 500.000 litros de leite longa vida por dia. A sede da empresa é na cidade de Mococa, onde tudo começou em 1919, produzindo manteiga artesanal. Em 1930 já produzia em escala de indústria. Entretanto, a unidade de Cerqueira César será vendida e, produtores de leite já estão fornecendo para outras marcas implantadas na mesma cidade. A empresa, por questões estratégicas, quer migrar para outros segmentos de derivados lácteos, terceirizando e produzindo achocolatados. Essa parte ruim é o problemão que a empresa deixa para seus fornecedores, desempregados e a circulação do dinheiro em Cerqueira César.  
     O lado bom é que essa indústria estará funcionando dentro de poucos meses em Alagoas, produzindo achocolatado. Não sabemos como a Mococa foi atraída para essas bandas, provavelmente pela política de governo em trazer mais indústrias com incentivos para o nosso território. Como já existem dois gigantes do leite e derivados em Alagoas (Palmeira dos Índios e Batalha) vem à indagação onde será implantada a Mococa. Tão bom que fosse em Santana do Ipanema, mas nem sonhando! As autoridades nunca deixaram que fosse implantada em Santana sequer uma fábrica de quebra-queixo. Mesmo assim, seja onde for, sendo em Alagoas já está de bom tamanho.
É o leite Mococa da minha infância. Bom, muito bom.
                                                                                                                         

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LEMBRANÇAS DA ROÇA

*Rangel Alves da Costa

Não nasci nem morei algum tempo na roça. Mas de roça eu conheço pelo meu próprio berço de nascimento: Nossa Senhora da Conceição de Poço Redondo, nas lonjuras do sertão sergipano. No sertão, da cidade adiante, pelos arredores, tudo é roça.
Roças que se estendem pelas beiradas das estradas, cortando veredas, adentrando a caatinga. Roças maiores, roças menores, casinhas, casebres, casas de tijolo e barro, currais, chiqueiros, terreiros de galinhas, pastagens para a sobrevivência dos bichos.
As roças, ou o viver em propriedades interioranas - ou mesmo em fazendas, como costumeiramente se chama -, possuem um cheiro próprio. Não só o cheiro de mato, da terra sertão, mas um aroma tão próprio quanto suas paisagens. Cheiro de bicho misturado ao estrume. Cheiro de curral e de boi berrando.
Também o cheiro do barrufo subindo após a primeira chuva forte caída. Cheiro de sequidão, de fogaréu tomando tudo, alastrando calor e mormaço pelas suas distâncias. Mas também o cheiro da panela no fogo e o que o de comer de cada dia passa a exalar. E que cheiro de amanhecer: o perfume bom do mato em flor.
A paisagem da roça sempre traduz o clima da região. Às vezes, tudo é avistado vicejando, verdejante, numa moldura que tanta alegria causa aos olhos e ao coração. Noutras vezes, apenas a terra esturricada, as plantas entristecidas, os bichos magros gemendo suas fomes e sedes.
Mas não há como desejar que tudo de repente se transforme. O sertão é assim mesmo. Algum tempo de chuva e até muitos anos sem cair sequer um pingo d’água. E tudo isso fica bem demonstrado na feição de cada roça e até de seu humilde e singelo habitante. A feição sertaneja vai se modificando segundo o tempo lá fora e mais adiante.


Ora, o homem da roça, ainda que viva num mundo que tanta ama, vive entremeado de alegrias e sofrimentos. Entristece demais quando a seca aperta e sequer sabe o que fazer para dar água e alimentar seu rebanho. Mas também um sorridente e cheio de contentamento se a invernada foi boa e o seu mundo retomou o verdor molhado.
De qualquer modo, relembrar a roça é trazer à memória o cesto de palma, a porteira rangendo do curral, os estrumes tomando os solados, os berros e os mugidos, o voo dos passarinhos ao entardecer. Recordar a roça é rebuscar o sabor do leite quente tirado do peito da vaca naquele momento e derramado em prato de estanho já com tiquinho de farinha.
Recordar a roça é ter na memória o mandacaru, o xiquexique, a palma, a jurubeba. É relembrar as veredas espinhentas, as estradas empoeiradas, os caminhos que vão se encurvando e se espalhando. É em pensamento avistar a tem-tem guardiã, a galinha ciscando pelo quintal, o cachorro correndo por dentro dos tufos de mato.
Recordar a roça é sentir o cheiro do cuscuz ralado ainda no escurecido alvorecer. É se envolver pelo aroma do café torrado e peneirado em quintal, então fumegando por cima do fogão de lenha. É ouvir o chiado da banha de porco na frigideira e o cheiro forte da tripa de porco, do toucinho, do bucho, do pedaço de carne de sol.
Recordar a roça é mesmo na distância ouvir o vaqueiro cuidando de seu rebanho, vaqueirando seu bicho de pasto e curral, ecoando seus aboios e toadas para alegria das vastidões. É avistar o suor da luta, o cansaço do animal, a roupa vaqueira sendo pendurada pelos cantos da casa. O gibão, a perneira, a sela, o estribo, tudo.
Contudo, verdadeiramente recordar o sertão é jamais desapartar de seus clarões do dia ou da noite. Ter a lua grande, bonita, imensa, de dourado brilhoso, espalhando seus fulgores e canções pelas noites tão singelas e cativantes. Mas também o sol raivoso, voraz, cheio de queimor e abrasamento. E entre as duas luzes, a brandura do amanhecer e do entardecer. Em momentos assim, as roças e os sertões se transformam totalmente. Tornam-se apenas poesias.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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EITA FAMÍLIA ARRETADA!

Por Antonio José Júnior

Eita família arretada! E essa pequena que destaca com a pose rsrs.

Grande família de Durvinha e Moreno os Cangaceiros de Lampião.

Cangaço em Foco- Por Antonio Jose Junior

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1542501925866892&set=a.311800458937051.73079.100003212988234&type=3&theater

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ASCRIM/PRESIDÊNCIA – BLOCO “OS INTELECTUAIS” – OFICIO Nº 007/2018.


MOSSORÓ(RN), 18.02.2018

RECEBES ESTE EXPEDIENTE PORQUE A ASCRIM O(A)VALORIZA E RESPEITA, PELO ALTO NÍVEL DE QUEM TEM O PRESTÍGIO DE SER ASSIM CONSIDERADO(a).’ 


    É PRAXE DA PRESIDENCIA DA ASCRIM, NOS EVENTOS CULTURAIS, ENQUANTO PARTICIPANTE, AGRADECER AOS ASSOCIADOS E POTENCIAIS CANDIDATOS A ASSOCIADOS DA ASCRIM, ESPECIAMENTE AOS BLOGUISTAS FUNDADORES(VIDE FOTOS ANEXAS)
FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO
JHÉSSICA LUARA ALVES DE LIMA
MARIA GORETTI ALVES DE ARAÚJO
TANIAMÁ VIEIRA BARRETO DA SILVA.
E A TODOS OS CONVIDADOS QUE ESTIVERAM PRESENTES, BEM COMO DESEJAR AOS AUSENTES NÃO PERDEREM, DE FUTURO, OPORTUNIDADES SEMELHANTES, QUAIS FORAM: 

1.   VISITA, NO DIA 17.02.2018, AO LOCAL DE CONCENTRAÇÃO DA TROÇA “O PIADO DA CORUJA” (ORGANIZADA PELO SINDICATO DOS PROFESSORES DE MOSSORÓ), EM FRENTE A CONVENIÊNCIA "PÃO NOSSO", NO ABOLIÇAO I, ONDE O PRESIDENTE DA ASCRIM, FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO, FEZ UM BREVÍSSIMO PRONUNCIAMENTO DE LANÇAMENTO OFICIAL DO BLOCO “OS INTELECTUAIS”, INCLUSIVE ENFATIZANDO A PROPOSTA DOS OBJETIVOS SOCIAIS “EDUCAÇÃO E PAZ PARA A HUMANIDADE” IMPLEMENTADO PARA O CALENDÁRIO ANUAL CULTURA DA ASCRIM, ALÉM DE HOMENAGEAR A TROÇA DO “PIADO DA CORUJA, PELA BRILHANTE IDÉIA DA ATIVIDADE EM PROL DA CLASSE QUE CONGREGAM. DESTACOU A IMPORTÂNCIA DOS PROFESSORES, COMO ÍNTEGROS INTELECTUAIS, NA ÁRDUA TAREFA DE CONSOLIDAR AS PREMISSAS BÁSICAS DE EDUCAR O HOMEM NA FORMAÇÃO DA SUA PERFEITA CIDADANIA.

    NA OPORTUNIDADE, AGRADECEMOS, EM NOME DO BLOCO “OS INTELECTUAIS”, AO DIGNÍSSIMO PROFESSOR AUGUSTO PINTO, UM DOS ORGANIZADORES DA TROÇA “O PIADO DA CORUJA”, EM NOME DE QUEM TRANSMITIMOS À COORDENAÇÃO DO MAGNO EVENTO, HONRADOS AGRADECIMENTOS PELA NOSSA PARTICIPAÇÃO NO 2º ANO DO “PIADO DA CORUJA”, NAS FESTIVIDADES DO CARNAVAL 2018. 
    
SAUDAÇÕES ASCRIMIANAS,

 FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO
-PRESIDENTE DA ASCRIM-


P.S.: 1. CONSIDERANDO A ESSÊNCIA DA HUMANIDADE INTELECTUAL, INSERIDA NA REPRESENTATIVIDADE DE TODOS SEGMENTOS SOCIAIS ABAIXO RELACIONADOS, ENCAMINHA-SE ESTA CÓPIA ORIGINAL, EM CARÁTER PESSOAL DIRETO AO(A)S  INSIGNES DIGNITÁRIOS:

EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES, DIRIGENTES E AUTORIDADES DE ENTIDADES GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, MAÇONICAS E MILITARES.
REVERENDÍSSIMO(A)S PRESIDENTES, DIRIGENTES E AUTORIDADES DE ENTIDADES RELIGIOSAS.
MAGNÍFICOS REITORES E AUTORIDADES DE UNIVERSIDADES.
EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES DE ENTIDADES E INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS.
EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES DE ENTIDADES CULTURAIS E INSTITUIÇÕES CONGENERES.
ILUSTRÍSSIMO(A)S DIRIGENTES DE INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS, EDUCACIONAIS E DE CIDADANIA.
ILUSTRÍSSIMO(A)S JORNALISTAS E COMUNICADORES.
ACADÊMICO(A)S DA ASCRIM.
POTENCIAIS CANDIDATO(A)S A ACADÊMICO(A)S DA ASCRIM.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano Jose Romero de Araújo Cardoso

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A FORÇA DOS CORONÉIS E SUAS ADJACÊNCIAS



O centralismo do poder retido pela força daqueles que tinham condições, aqueles que possuíam grandes extensões de terras e eram ‘protegidos’ pelo poder estadual, colonial em seu início, ou ainda imperial, e pelos que tinham o poder de executarem a “Lei” nos sertões nordestinos contribuíram, e muito, para o alastramento do banditismo rural naquela época

Seu poder era demostrado e executado, muitas vezes tomado, a base do chicote, palmatória, surras e balas. Para isso o “coronel”, normalmente chefe político da região, tinha sobre seu ‘comando’ um contingente de jagunços e pistoleiros os quais, pela força, faziam com que fossem ‘cumpridas’ as determinações de seu patrão.


Uma das grandes razões, ou surgimento, de vários bandos de bandoleiros nas pradarias semiáridas sertanejas foi justamente às intempéries climáticas. De tempos em tempos ocorreu em nossa região, Região Nordeste, uma grande estiagem de uma década cada de extensão, mais ou menos, isso é um fato comprovado pelos estudiosos do assunto. A seca batendo ano após ano, o sertanejo da época não tinha nada como proteção, nada como sair-se dela devido à falta de apoio social dos administradores. Mesmo na época do Império, aqueles produtos, normalmente milho, feijão e farinha, que eram enviados para aplacar um pouco a fome dos sertanejos, os poderosos que tinha o poder político regional nas mãos não faziam a devida distribuição. Quando muito vendiam os produtos que eram deles mesmo, a eles próprios, porém, a maioria não tinha posses para pagar, então, mais uma vez usavam de seu poder para, através dessa esmola, ter sempre parte da população debaixo de suas “Leis” e ordens.



A História nos mostra que inúmeros sertanejos padeceram, sofreram e morreram pelas veredas e estradas de terra na tentativa de salvar-se ou salvar um parente que estava padecendo sem nada terem para se alimentarem. Nesse meio tempo. Diante de tudo isso, todo esse sofrimento, alguns viam no uso da espingarda uma saída para poderem alimentar sua esposa, seus pais ou seus filhos e os bandos de bandoleiros aumentavam seus contingentes além do surgimento de outros. Nisso entrevam novamente o poder dos poderosos que inúmeras vezes usavam dos ‘serviços’ desses homens para expulsarem os famintos que chegavam pedindo em seus lugares.

Voltando aos poderes dos coronéis do sertão, notamos um fato interessante que é que havia ‘tomadas de poderes’, a força e a bala, entre os próprios partidários, correligionários, outrora amigos, em busca de mais poderes e status perante os governantes. A coisa era tão séria, ou ficara, que o maior poder político/ religioso naqueles tempos nos sertões nordestinos, localizado no cariri cearense sob a tutela do Padre Cícero Romão Batista, elabora uma espécie de acordo onde todos eles assinam e prontificam-se a não mais usarem daquele tipo de método, ação violenta. No entanto, continuam exercendo os métodos antigos do mesmo jeito, maneira, até bem próximo ao fim da Republica Velha. Esse documento é conhecido como “O Pacto dos Coronéis”.


O poder, ou a sua busca, direciona, ou redireciona, o homem por ou para caminhos tortuosos, mal-assombrados, sangrentos e mortíferos. Socialmente notamos que fora uma triste herança deixada pelos que fizeram a colonização sertaneja, ou seja, eram atos que foram ‘migrados e implantados’ dos confins feudais europeus. O sociólogo Pernambucano de Mello referindo sobre o assunto, nos diz o seguinte: “... herança quase intocada dos primórdios da colonização sertaneja, vale dizer, de um momento social em que a ausência do poder público impunha a guerra privada como procedimento incontornável e, assim, legítimo." (MELLO, 2011)


Assinando o ‘Pacto dos Coronéis”, no primeiro meado de 1911, estes se comprometeram, sob a referência de várias cláusulas, referindo-se aos ‘chefes’ políticos, ou seja, aos coronéis, duas que discernia: “Nenhum chefe procurará depor outro chefe, seja qual for a hipótese” e “cada chefe, a bem da ordem e da moral política, terminará por completo a proteção a cangaceiros, não podendo protegê-los e nem consentir que os seus munícipes, seja sob que pretexto for, os protejam, dando-lhes guarida e apoio.” O que vemos na sequência histórica após as assinaturas do pacto, são atos totalmente ao contrário daqueles que fora acordado. Também pudera, se o próprio Padre Cícero, três anos depois, em 1914, usa jagunços, cangaceiros e pistoleiros para derrubar o governo cearense? Sempre foi assim, no papel estava, ou está, escrito uma coisa, no entanto, as ações são praticadas totalmente ao contrário quando se referem a conquista de poderes e ao domínio da população menos abastada social e culturalmente.


Mostraremos a seguir, resumidamente, as ações executadas pelos ‘coronéis do poder’ buscando o poder de outros e, pasmem, a maioria de seus aliados, num período de 28 anos entre os anos de 1901 a 1928, onde se deu o epílogo da primeira fase do cangaço e inicia-se a segunda:

“1901 – O coronel Antônio Joaquim de Santana(um dos maiores coiteiros de todos os tempos, tendo favorecido tanto a cabras de Antônio Silvino quanto, anos depois, ao bando de Lampião), depõe violentamente seu correligionário político Antônio Róseo Jamacaru, assumindo o comando da situação em Missão Velha. O deposto é obrigado a retirar-se do município, indo refugiar-se em Jaguaribe, onde vem a falecer.”


“1904 – Após tiroteio que se inicia a 27 de julho e se prolonga até as 15 h de 29, é deposto o chefe político do Crato, à época também vice presidente do Estado, coronel José Belém de Figueiredo, pelo coronel Antônio Luís Alves Pequeno, que recrutara um verdadeiro exército privado junto a Antônio Clementino de Carvalho, o famoso Quelé do Santo André ( fazenda), em Belmonte, Pernambuco. Nada faz o Presidente do Estado ante o fato consumado, conforme a praxe.”

“1906 – Após oito horas de fogo, cai o chefe político da Barbalha, coronel Manuel Ribeiro da Costa, como resultado de um concerto de forças de correligionários seus, auxiliados por membros da oposição.”

“1907 – O coronel Gustavo Lima depõe a bala o próprio irmão, coronel Honório Lima, assumindo o comando político do município de Lavras.”


“1908 – O negociante Laurenço Gomes tenta depor a bala o intendente municipal José Carlos Augusto, de Santana do Cariri. O resultado do tiroteio lhe sai adverso. É cruelmente assassinado por correligionários da situação.”

“1908 – A vila de Campos Sales é atacada pelo coronel Raimundo Bento de Souza Baleco, que depõe o chefe político José Maia e o intendente municipal Cipriano Alves Feitosa.”

“1908 – Chefiando quatrocentos homens, o major José Inácio de Souza, do Barro, depõe o chefe situacionista de Aurora, coronel Antônio Leite Teixeira Neto, pondo em seu lugar o coronel Cândido Ribeiro Campos, pessoa da sua confiança. O deposto tem seus bens saqueados e incendiados e é escorraçado do município.”

“1908 – Dá-se a tentativa de deposição a bala do intendente municipal de Araripe, Ant^nio Matas, que reside, juntamente com o delegado de polícia, Sabino Clementino, conseguindo levar a melhor sobre os atacantes, a família dos Geraldo, da localidade Paus Pretos. Os Geraldo vêm a ser atacados posteriormente por Matas e Sabino, em Paus Pretos, em combate de que resultam quatro mortes do lado dos Geraldo e o desbaratamento da família audaciosa, que não mais volta a atacar Araripe.”


“1909 – Novamente Matas e Sabino são atacados em Araripe, já agora pelo coronel Pedro Silvino de Alencar. Dessa vez a sorte não lhes sorri. Caem após duas horas de cerrado tiroteio, no qual Sabino vem a ser morto.”

“1909 – Os chefes políticos de Milagres, Missão Velha, Barbalha e outros municípios próximos reúnem cerca de mil homens em armas para atacar o coronel Antônio Luís Alves Pequeno, do Crato, que levanta um exército equivalente em sua defesa. Da intervenção de alguns amigos comuns resulta, a muito custo, o apaziguamento dos ânimos, sendo evitado o combate.”

“1910 – Após oito horas de fogo, o coronel Gustavo Lima consegue repelir, em Lavras, ataque levado a efeito por Joaquim Vasques Landim, que pretendia depô-lo.”

“1915 – O coronel Raimundo Cardoso dos Santos, intendente do município de Porteiras, é deposto a bala, a 13 de junho, por líderes políticos de Brejo Santo.”

“1922 – Tiroteio em Lavras entre as facções do intendente Raimundo Augusto de Lima, filho do coronel Gustavo Lima, e do coronel José Leite de Oliveira, por motivos políticos, provoca a morte de três dos participantes e ferindo grave o intendente.”


“1923 – É assassinado em Fortaleza, por motivos políticos, o coronel e então deputado estadual Gustavo Lima, chefe de Lavras.”

“1925 – Em meio a uma áspera disputa política que já durava meses, ferem-se vários tiroteios em Missão Velha entre os coronéis Isaías Arruda (um dos mais fortes coiteiros que Lampião possuía no Ceará), e Manuel Ribeiro Dantas, o Sinhô Dantas, este último, chefe político municipal.”

“1926 – Manuel Alexandre de Sá, à frente de cento e vinte homens, ataca Santana do Cariri com o fim de depor o prefeito municipal, coronel Felinto da Cruz Neves, cuja família tinha sido muito ligada ao famoso cangaceiro Sinhô pereira. Recuam os atacantes após dez horas de fogo.”

“1926 – A 18 de novembro, Manuel Alexandre de Sá, chefiando cem homens, ataca novamente o coronel Felinto Neves. Amarga nova derrota após trinta e seis horas de fogo, nas quais sofre quinze baixas graves entre seus homens, sendo uma fatal: a de um de seus filhos.”

1928 – Terceiro e último ataque de Manuel Alexandre ao coronel Felinto. Novo insucesso após quinze horas de fogo. Flinto seria assassinado anos depois, mas por outros inimigos.”

1928 – Tendo finalmente ascendido à chefia política de Missão Velha, por conta de apoio recebido do governo do Estado, Isaías Arruda vem a ser assassinado no trem, quando transitava pelo município de aurora.” (MELLO, pgs 174 A 177, 2011)

O surgimento do Fenômeno Social Cangaço, que aflorou dentro de outro Fenômeno Social, o “Coronelismo”, deu-se, em parte, devido ao Fenômeno Natural de Secas Constantes.

Nos anos de 1919 a 1920, dois anos seguidos de seca, notamos um aumento bastante elevado de bandos de bandoleiros e, em seguida, nos anos de 1921 e 1922, o poder público dar maiores combate a vários deles com êxitos positivos. Outro fator que também elevava as ações dos grupos de cangaceiros, até mesmo contribuindo indiretamente para seu maior alastramento, foram os movimentos políticos regionais e nacionais.

O Fenômeno Social Cangaço, como tantos outros dentro e fora de nosso País, deram-se, surgiram, por motivos sociais.

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CÁPSULAS DE BALAS ENCONTRADAS EM ANGICOS.


Por Rivanildo Alexandrino

Artefatos encontrados no local do combate em que morreu Lampião, Maria Bonita, o soldado Adrião e mais nove cangaceiros em 1938. As cápsulas foram encontradas com o auxilio de um detector de metais pelo nosso amigo Carlos Vitor, de Arapiraca - Alagoas.

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