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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O RIO GRANDE DO NORTE HÁ DUZENTOS ANOS

Por: Rostand Medeiros



UM MAPA DE 1811 MOSTRA INTERESSANTES

ASPECTOS DA TERRA POTIGUAR

Através do amigo José Cardoso de Paula Morais, que da sua bela Cidade Maravilhosa, me manda dos arquivos da fantástica Biblioteca Nacional, um interessante mapa digitalizado do nosso Rio Grande do Norte, do qual tenho enorme orgulho de ser filho desta terra.


O mapa conforme recebi no original. Fonte - Biblioteca Nacional, através de
José Cardoso de Paula Morais

Intitulado “Mappa Topographico da Capitania do Rio Grande do Norte”, é datado de 1811 e a sua execução e foi realizado sob as ordens do então governador das terras potiguares, José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, um homem aparentemente bastante interessado em saber o que tinha as terras sob sua administração, conforme veremos mais adiante.
Aparentemente o autor específico da carta topográfica é um sábio de nome “Montenegro”, conforme está mostrado no canto esquerdo inferior deste material. Se não estou errado, vemos escrito “Montenegro desenhou” e acompanha um indicativo do local e do ano onde o “Mappa Topographico da Capitania do Rio Grande do Norte” foi feito – “Recife:1811”.
Um ponto de interesse são as desembocaduras dos rios, os cursos destes para o interior, o quanto estes eram caudalosos etc. Como na carta não aparece o mínimo rasgo de uma simples estradinha, estes rios eram os verdadeiros caminhos potiguares da época. Vemos os Rios Piranhas, “Apody”, o Maxaranguape, entre outros.
Já a nossa capital é denominada “Cidade do Natal” e está junto a “Barra do Rio Grande”.
Destaque também para as pequenas áreas habitacionais, muitas destas nada mais que simples arruados, marcados com um símbolo que mostra uma cruz. Esta era uma marcação muito comum em mapas desta época, que serviam também para mostrar a um crente seguidor da igreja, que naqueles ermos havia uma casa do senhor, onde ele poderia fazer suas orações.
Como era uma época sem estradas de qualidade, sem placas indicativas (a maioria do povo era analfabeta), e muito menos GPS, o mapa mostra as muitas serras do nosso sertão, servindo como pontos de referência para possíveis viajantes que seguissem a conhecer a região.  Vemos a Serra de Martins, a de Luís Gomes, de “Sta. Anna” e a grande Serra do Camará, hoje mais conhecida como Serra de São Miguel.
O mapa se mostra bastante amarelado, mas ainda bem visível no original. Não tenho ideia de suas dimensões reais. Mesmo com todas as dificuldades da baixa resolução, vemos que o autor olhou o nosso estado como um observador posicionado ao norte, parecendo a olhos atuais que a carta está de cabeça para baixo.
Mas na perspectiva de quem o concebeu, importava mostrar principalmente a localização dos pontos de atracação ao longo do nosso litoral (marcado com pequenas âncoras), uma ação muito importante para o principal meio de transporte e de escoamento de mercadorias da época, o marítimo.
Tanto assim que na base do mapa encontramos 34 indicações dos pontos do nosso litoral, com informações para os navegantes e marcações de áreas ao longo de nossas praias. Tudo de suma importância para os navegadores daquela época.
Muitas das denominações litorâneas foram alteradas, esquecidas, ou alteradas. É o caso da de número 1, com a denominação “Mossoró”, a nossa primeira praia a partir do Ceará e vem acompanhado do indicativo “Banco de Areia”.
Já outras marcações permanecem, como as de números 2 e 3, onde aparece a denominação ainda corrente da bela praia de Redonda. Interessante é que neste ponto do mapa aparece o nome “Ponta do Mel”, mas a localidade não foi contemplada com uma numeração e nem algum indicativo sobre a área.


O mapa com alterações do programa PICASA

Já na de número 9 aparece o nome “Guamaré” e não mais “Água-Maré”, como era denominado em tempos anteriores a feitura desta carta.
A marcação 10 é apresentada como “Gallos” (ainda existente, próximo ao município de Galinhos) e seguem inúmeras outras como o Cabo de São Roque e Maxaranguape (25), Ponta Negra (28), Pirangí (29), Tabatinga (31) e Baía Formosa como a nossa última praia antes da mal traçada fronteira com a Paraíba.
O mapa chega a mostrar locais que sumiram da face da terra, como no caso da Ilha de Manuel Gonçalves.
Neste local consta que existiu uma pequena fortaleza, construída pelo mesmo governador que mandou fazer o mapa aqui mostrado. Ali teve início uma povoação que hoje é a cidade de Macau. Ocorre que devido a ações da natureza, esta ilha desapareceu, tornando-se uma verdadeira “Atlântida Potiguar”. Com ela sumiu o fortim, as primeiras casas de Macau e grande parte de sua história. Os Macauenses mudaram suas casas para outro local e lá a cidade permanece até hoje.


Detalhe do mapa de 1811, mostrando a região de Macau

Mas o mapa mostra que a “Manoel Gonçalves”, com o número 7, estava lá em 1811.
A partir do local onde está a desembocadura do Rio Piranhas, seguindo os contornos do rio um pouco mais acima, vamos encontrar o local “Oficinas”. Esta era uma antiga povoação que aproveitava a grande quantidade de sal existente na região, junto com a carne de gado dos rebanhos que ali eram criados e produzia charque em suas denominadas oficinas. Um pouco mais acima de “Oficinas” encontramos a “Villa da Princeza”, o atual município de Assú. E por aí vai o que se pode aproveitar desta interessante carta.
Sobre o homem que mandou confeccioná-lo, consta que José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque foi um militar de artilharia e funcionário público da coroa portuguesa com muitos serviços prestados.
Mas nem tanto assim.
Segundo os “Annais de Pernambuco”, em 21 de Maio de 1801, um delator informou às autoridades da Capitania de Pernambuco os planos de um grupo de conjurados, que desejavam deflagrar um movimento separatista, o que conduziu à detenção de diversos implicados. Vejamos o que foi publicado sobre o fato.

O Forte dos Reis Magos, na Barra do Rio Grande, na época dos holandeses. Fonte - Foto do autor, feita no Instituto Ricardo Brennand, em Recife, Pernambuco

“Em 10 de junho do mesmo ano é preso o comandante militar da freguesia do Cabo de Santo Agostinho, Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, ilustre e alentado fidalgo, senhor do engenho Suassuna em Jaboatão, como chefe de uma conspiração política, que tinha por objeto formar de Pernambuco uma república independente sob o protetorado de Napoleão Bonaparte, o grande líder francês.
Um dos seus irmãos, o terceiro, José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, então em Lisboa, figurava na conjuração como agente no Reino, e escapou de ser preso, fugindo para a Inglaterra.
O público jamais penetrou os esconderijos deste mistério, porque molas reais e secretas fizeram correr sobre ele cortinas impenetráveis; foi certo, contudo, que rios de dinheiro correram pelas religiosas mãos de Frei José Laboreiro, respeitável pelo seu saber e virtudes, lente de teologia dogmática do Seminário Episcopal de Olinda, e de grande prestígio na corte, de onde recentemente chegara, tirando por fruto serem os acusados restituídos à liberdade, à posse dos seus bens sequestrados, e à estima e prêmios do soberano”.
José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque soube dar a volta por cima nesta situação e em 23 de março de 1806 é designado para governar a capitania do Rio Grande do Norte.
Câmara Cascudo (In “História do Rio Grande do Norte”, MEC, 1955, páginas 130 e 131) comenta que Cavalcanti foi um dos melhores governadores que o estado já teve e exerceu seu mandato até maio de 1811.
Além de erguer pequenos fortes de pedra e cal ao longo do litoral potiguar, Cavalcanti fundou um asilo para as viúvas dos soldados.  O governador mandou proceder em 1805 a um censo demográfico, que apontou existirem 49.181 potiguares, sendo 24.834 homens e 24.347 mulheres, entre brancos, pardos, negros e índios.
Escreveu Cascudo que este governante se preocupava desde abrir estradas, a comida dos presos e teria sido o primeiro a promover, em 1809, a vacinação de potiguares contra doenças, tendo sido utilizada a vacina jenneriana. (1)
Cavalcanti estava no poder quando o viajante inglês Henry Koster passou por Natal a cavalo, vindo de Recife e seguindo em direção ao Ceará. Cascudo informa que Koster elogiou alguns aspectos gerais da capital da pequena província. (2)
Este governador reformou até mesmo os costumes sociais em Natal, onde introduziu o uso de tecidos ingleses e promoveu o costume das reuniões sociais. Será então que os natalenses cobriam suas “vergonhas” com simples panos de chita e mal colocavam a cabeça para fora de seus alpendres de tão matutos que eram?
Não sei se José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque esteve envolvido na Revolução de 1817. Creio que não, pois em fevereiro de 1817 ele assumiu o posto de governador de Moçambique, na África. Consta que lá restaurou a Fortaleza de Mossuril e faleceu em setembro do ano seguinte.
Notas
Nota 1 – Descoberta pelo criador da vacinação, o médico inglês Edward Jenner (1749 a 1823), a forma como esta vacina chegou ao Brasil é uma verdadeira história do terror, do que era a escravidão e de como seus senhores utilizavam suas “peças”.
Em 1804 comerciantes baianos, sob o patrocínio de Felisberto Caldeira Brant Pontes Oliveira e Horta, o poderoso Marquês de Barbacena, bancaram a viagem de alguns escravos à Europa para serem inoculados com o chamado “pus vacínico” e trazerem a vacina jenneriana para o Brasil. Já no ano seguinte, os capitães-mores de algumas províncias tornavam a vacinação obrigatória, entre estes estava o atuante Cavalcanti.
Para entender melhor o porquê de enviar escravos nesta viagem nada turística, a vacina descoberta por Jenner no final do século XVIII a partir de observações sobre a relação entre a varíola e a imunidade provocada no homem quando em contato com o “cow-pox”, ou pústula da vaca, doença similar à varíola desenvolvida pelos bovinos. O produto extraído do “cow-pox” foi denominado “vacina” e ao ser inoculado no homem causava erupções semelhantes às da varíola. A vacina jenneriana consistia na inoculação da “linfa” ou “pus variólico” produzido por estas erupções da pele humana provocadas pelo “cow-pox”. Por este motivo, também era chamada vacinação “braço a braço” devido ao método. Este tipo de vacina, porém, começou a ser questionado quando se percebeu que, além de perder o efeito após algum tempo, ele poderia estar associado à transmissão de outras doenças, em particular da sífilis.
Ver – http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/iah/P/verbetes/instvacimp.htm
Nota 2 – Filho do comerciante inglês de Liverpool, John Theodore Koster, Henry Koster nasceu em Lisboa, Portugal. Não se sabe ao certo a data do seu nascimento, mas ao chegar no Recife, no dia 7 de setembro de 1809, consta que tivesse 25 anos de idade. Considerado um dos mais importantes cronistas sobre o Nordeste brasileiro, Koster viajou para o Brasil em busca de um clima tropical para curar uma tuberculose.
Teve um papel importante na vida social, artística e até política do Recife na época. Fez muitas amizades, conheceu governadores, senhores-de-engenho, comerciantes, coronéis.
Falava o português com fluência, o que fazia com que algumas pessoas duvidassem da sua nacionalidade, tratando-o brasileiramente por Henrique da Costa.
Em 1810, sentindo-se bem melhor da doença que o acometia, resolveu viajar a cavalo para a Paraíba e de lá foi até Fortaleza, no Ceará. Voltou ao Recife no início de fevereiro de 1811 e já no final do mês viajou novamente, desta vez por mar, para o Maranhão, de onde regressou para a Inglaterra.
Em 27 de dezembro do mesmo ano, voltou ao Recife e fez uma viagem ao sertão de Pernambuco. Quando retornou, arrendou o engenho Jaguaribe, na ilha de Itamaracá, tornando-se agricultor e senhor-de-engenho.
Como bom observador anotava, com detalhes, tudo o que via em suas viagens e no seu dia-a-dia. Tomava parte da vida brasileira, conhecendo seu povo, seus usos e costumes, convivendo nas ruas com as mais diferentes camadas da população e frequentando festas da sociedade local.
Retornando à Inglaterra, em 1815, resolveu escrever um livro sobre o Brasil. Publicou-o em Londres, sob o título “Travels in Brazi”l, em 1816. A obra obteve uma grande repercussão na Europa, com várias edições publicadas em diversas línguas. A primeira edição brasileira do livro, com tradução de Luís da Câmara Cascudo foi publicada em 1942, com o título Viagens ao Nordeste do Brasil.
Koster não pretendia voltar ao Brasil, mas ao concluir o livro e sentindo o recrudescimento da tuberculose, retornou a Pernambuco em 1817.
Transferiu-se depois para a Goiana, ao norte de Pernambuco, à procura de um clima melhor para sua saúde. Segundo informações de um outro viajante inglês, seu contemporâneo James Henderson, Henry Koster teria retornado ao Recife em fins de 1819, onde faleceu no início de 1820, sendo enterrado no Cemitério dos Ingleses, em local não identificado.
Ver http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=291&Itemid=187
 P.S. – Antes que alguém reclame da resolução do mapa, eu recebi o material com 406 KB e, mesmo não sendo nenhum expert, tentei dar uma melhorada através do programa PICASA. Mas o resultado não ficou 100%. De forma alguma reclamo o regalo recebido, antes disso. Mas é o que tenho para mostrar.
P.S. – Um forte abraço ao amigão José Cardoso de Paula Morais, a Laura, a Paulinha e estou na luta para ir para o Rio no fim do ano e visitar estes maravilhosos arquivos.

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Aprovado Título de Cidadão Missão Velhense para Manoel Severo

Por: Bosco André
 

Meus caros Severo e Dra. Danielle,


para minha satisfação, quero lhes avisar em primeira mão, que a honraria à pessoa de nosso amigo Severo;

 
" o reconhecimento do povo de Missão Velha pelos relevantes serviços prestados à nossa cultura popular" - através da Câmara Municipal de Missão Velha, foi aprovado nesta manhã do dia 09 de outubro; o Título de Cidadão
Missão Velhense ao senhor
Manoel Severo Gurgel Barbosa.

Posteriormente será marcada uma data para a solenidade oficial de entrega da referida honraria.
Saudações , João Bosco André

 
NOTA MANOEL SEVERO: Novamente nosso coração se enche de satisfação em receber tão maravilhosa honraria. Primeiro foi a Câmara de meu amado Crato; agora Missão Velha nos concede o imensurável prazer de me tornar membro efetivo dessa tão honrosa família. Aos amigos de Missão Velha, a toda família Missão Velhense, aos grandes companheiros que aprendemos a respeitar, admirar e querer bem, muito obrigado. Certamente não tenho os predicados necessários para ostentar tão grande honraria, mas desenvolverei todos os esforços para corresponder a esse inigualável presente.

LIÇÕES DE VIDA

DEPOIMENTO CHOCANTE SOBRE DROGAS E AIDS:


Meu nome é Patrícia, tenho 17 anos, e encontro-me no
momento quase sem forças, mas pedi para a enfermeira Dane
minha amiga escrever esta carta que será
endereçada aos jovens de todo o Brasil, antes que seja
tarde demais;

Eu era uma jovem 'sarada', criada em uma excelente
família de classe média alta Florianópolis. Meu pai é
Engenheiro Eletrônico de uma grande estatal e procurou
sempre para mim e para meus dois irmãos dar tudo de bom e
o que tem e melhor, inclusive liberdade que eu nunca soube
aproveitar.

Aos 13 anos participei e ganhei um concurso para modelo e
manequim para a Agência Kasting e fui até o final do
concurso que selecionou as novas Paquitas
do programa da Xuxa. Fui também selecionada para fazer um
Book na Agência Elite em São Paulo.

Sempre me destaquei pela minha beleza física, chamava a
atenção por onde passava. Estudava no melhor colégio de
'Floripa', Coração de Jesus. Tinha todos os
garotos do colégio aos meus pés.

Nos finais de semana freqüentava shopping, praias, cinema,
curtia com minhas amigas tudo o que a vida tinha de melhor a
oferecer às pessoas saradas, física e mentalmente.

Porém, como a vida nos prega algumas peças, o meu destino
começou a mudar em outubro de 2004. Fui com uma turma de
amigos para a OKTOBERFEST em Blumenau.

Os meus pais confiavam em mim e me liberaram sem mais
apego. Em Blumenau, achei tudo legal, fizemos um esquenta no
'Bude', famoso barzinho na Rua XV.

À noite fomos ao 'PROEB' e no 'Pavilhão
Galego' tinha um show maneiro da Banda Cavalinho Branco.
Aquela movimentação de gente era trimaneira''.

Eu já tinha experimentado algumas bebidas, tomava
escondido da minha mãe o Licor Amarula, mas nunca tinha
ficado bêbada. Na quinta feira, primeiro dia e OKTOBER,
tomei o meu primeiro porre de CHOPP.

Que sensação legal curti a noite inteira
'doidona', beijei uns 10 carinhas, inclusive minhas
amigas colocavam o CHOPP numa mamadeira misturado com
guaraná para enganar os 'meganha', porque menor
não podia beber; mas a gente bebeu a noite inteira e os
otários' não percebiam.

Lá pelas 4h da manhã, fui levada ao Posto Médico, quase
em coma alcoólico, numa maca dos Bombeiros.. Deram-me umas
injeções de glicose para melhorar. Quando fui
ao apartamento quase 'vomitei as tripas', mas o meu
grito de liberdade estava dado. No dia seguinte aquela dor
de cabeça horrível, um mal estar daqueles como
tensão pré-menstrual. No sábado conhecemos uma galera de
S. Paulo, que alugaram um ap' no mesmo prédio. Nem
imaginava que naquele dia eu estava sendo
apresentada ao meu futuro assassino. Bebi um pouco no
sábado, a festa não estava legal, mas lá pelas 5:30 h da
manhã fomos ao 'ap' dos garotos para curtir o
restante da noite. Rolou de tudo e fui apresentada ao famoso
baseado'Cigarro de Maconha', que me ofereceram.

No começo resisti, mas chamaram a gente de 'Catarina
careta', mexeram com nossos brios e acabamos
experimentando. Fiquei com uma sensação esquisita, de
baixo astral, mas no dia seguinte antes de ir embora
experimentei novamente.

O garoto mais velho da turma o 'Marcos', fazia
carreirinho e cheirava um pó branco que descobri ser
cocaína. Ofereceram-me, mas não tive coragem naquele dia.
Retornamos a 'Floripa' mas percebi que alguma coisa
tinha mudado, eu sentia a necessidade de buscar novas
experiências, e não demorou muito para eu novamente
deparar-me com meu assassino 'DRUGS'.

Aos poucos, meus melhores amigos foram se afastando quando
comecei a me envolver com uma galera da pesada, e sem
perceber, eu já era uma dependente química, a partir do
momento que a droga começou a fazer parte do meu cotidiano.

Fiz viagens alucinantes, fumei maconha misturada com
esterco de cavalo, experimentei cocaína misturada com um
monte de porcaria.

Eu e a galera descobrimos que misturando cocaína com
sangue o efeito dela ficava mais forte, e aos poucos não
compartilhávamos a seringa e sim, o sangue que cada
um cedia para diluir o pó.

No início a minha mesada cobria os meus custos com as
malditas, porque a galera repartia e o preço era
acessível. Comecei a comprar a 'branca' a R$ 10,00
o grama, mas não demorou muito para conseguir somente a R$
20,00 a boa, e eu precisava no minimo 5 doses diárias.

Saía na sexta-feira e retornava aos domingos com meus
'novos amigos'. Às vezes a gente conseguia o
'extasy', dançávamos nos 'Points' a noite
inteira e depois... farra!

O meu comportamento tinha mudado em casa, meus pais
perceberam, mas no início eu disfarçava e dizia que eles
não tinham nada a ver com a minha vida...

Comecei a roubar em casa pequenas coisas para vender ou
trocar por drogas... Aos poucos o dinheiro foi faltando e
para conseguir grana fazia programas com uns velhos que
pagavam bem.

Sentia nojo de vender o meu corpo, mas era necessário para
conseguir dinheiro. Aos poucos toda a minha
família foi se desestruturando.

Fui internada diversas vezes em Clínicas de Recuperação.
Meus pais, sempre com muito amor, gastavam fortunas para
tentar reverter o quadro.

Quando eu saía da Clínica agüentava alguns dias, mas
logo estava me picando novamente. Abandonei tudo: escola,
bons amigos e família.

Em dezembro de 2007 a minha sentença de morte foi
decretada; descobri que havia contraído o vírus da AIDS,
não sei se me picando, ou através de relações sexuais
muitas vezes sem camisinha.

Devo ter passado o vírus a um montão de gente, porque os
homens pagavam mais para transar sem camisinha.

Aos poucos os meus valores, que só agora reconheço,
foram acabando, família, amigos, pais, religião, Deus, até
Deus, tudo me parecia ridículo.

Meu pai e minha mãe fizeram tudo, por isso nunca vou
deixar de amá-los.

Eles me deram o bem mais precioso que é a vida e eu a
joguei pelo ralo. Estou internada, com 24 kg, horrível,
não quero receber visitas porque não podem me ver assim,
não sei até quando sobrevivo, mas do fundo do coração
peço aos jovens que não entrem nessa viagem maluca... Você com certeza vai se arrepender assim como eu, mas
percebo que é tarde demais pra mim.

OBS.: Patrícia encontrava-se internada no Hospital
Universitário de Florianópolis e a enfermeira Danelise,
que cuidava de Patrícia, veio a comunicar que Patrícia
veio a falecer 14 horas mais tarde depois que escreveram
essa carta, de parada cardíaca respiratória em
conseqüência da AIDS.

  
Autor:   PATRICIA (FALECIDA POR CONTA DAS DROGAS E DA AIDS)

Extraído do blog:
Folha do Delegado, do delegado do Estado de Sergipe
Dr. Archimedes Marques


licoes+de+vida/depoimento+chocante+sobre+drogas+e+aids+

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Sociedade de consumo e o caos ambiental

Por: José Cícero



A sociedade moderna encontra-se completamente envolvida pela vontade incontrolável de consumir sempre mais e mais... Os governos, inclusive, injetam invariavelmente grandes somas de recursos públicos na política de incentivo à produção de bens de consumo duráveis e não-duráveis como forma de aquecer sua economia e assim, produzirem divisas na geração e manutenção de empregos à população. De forma que, nos últimos anos este tipo de iniciativa governamental tem se transformado numa verdadeira panacéia.
Do ponto de vista econômico, este tipo de intervenção tendo sido considerada algo positivo pelos arautos do grande capital. Uma medida das mais ortodoxas, contudo sob o prisma ambiental seus efeitos a longo prazo serão simplesmente desastrosos, para não dizer, devastadores no tocante aos recursos naturais do planeta. Os grandes investimentos na estrutura produtiva de qualquer país tem significado um aumento na utilização dos recursos naturais, além de um fator gerador de resíduos – o lixo industrial e doméstico que também vem se configurando como um problema dos mais complicados em todo o mundo.
Todavia, este tem sido, via de regra, um mecanismo econômico que por seus resultados aparentemente animadores postos em prática por quase todas as nações industrializadas, especialmente quando se avizinha um momento de crise e recessão. Um expediente em voga nos países que adotaram a chamada economia de mercado. Os que abraçaram o sistema capitalista globalizante que, aliás, compõem a maioria das nações do planeta.
E, diga-se de passagem, este modelo vem fazendo dos seres humanos verdadeiros cupins dos recursos naturais da biosfera, tanto os renováveis quanto o não-renováveis.
A febre do consumo é por assim dizer, uma bola de neve. Uma bomba relógio prestes a explodir a qualquer momento. Para o qual a globalização tem contribuído e muito para um possível acirramento dos seus efeitos, daqui para frente num tempo recorde
O chamado sonho de consumo passou a ser quase uma regra de etiqueta, de vez que cada indivíduo (independente de classe social) terá que ter não apenas um, mas vários. Movidos que são cada vez mais pelas campanhas publicitárias, tanto quanto pelos incentivos governamentais e as facilidades oferecidas pelo mercado no quesito compras a prazo. Para piorar, tais consumidores estão sendo cada vez mais ousados e exigentes em suas preferências. Quem antes queria uma casa simples agora quer, se possível uma mansão. Quem pensava na adolescência numa bicicleta, agora deseja uma moto e, logo em seguida um carrão. E, mais recentemente tudo em duplicata. Hoje quando se planeja comprar ou mesmo construir uma casa, não se pensa primeiro na sala de visitar, mas na garagem do automóvel. O veículo automotor passou de vez a fazer parte da família como um ente dos mais queridos e desejados.
Há quem sinta inclusive amor e ciúme do seu carro. Pessoas que se apegaram tanto a este monte de metal que não conseguem fazer mais nada longe do mesmo. A ponto do carro ou a moto terem literalmente se transformado num verdadeiro membro do seu próprio corpo físico. Conheço quem não consiga ir a padaria ao lado que não seja montado em sua motocicleta. Alguém que há anos não anda com seus próprios pés pelas ruas e calçadas da sua cidade. Aliás, não existe cena mais triste (sobretudo para os sertanejos) do que agora enxergar pseudovaqueiros a tanger seu gado sobre uma moto e por aí vão as aberrações...
No entanto, ninguém ao que parece não está muito lá preocupado com o debate acerca destas questões. Ou seja, das suas possíveis implicações sobre a natureza e a vida do planeta daqui para frente.
Ninguém parece querer saber sequer de onde é que vem toda esta parafernália de insumos a confecção dos produtos destinados à formatação de todos os bens que ora são colocados a nossa  disposição. Nem tampouco, para onde retornarão todo o lixo resultante da fabricação e depois, do próprio consumismo exacerbado e incontrolável a que todos estamos de algum modo protagonizando.
Mas, nenhum produto de consumo surge do nada como num passe de mágica. Tudo é retirado do meio ambiente, dos ecossistemas, portanto são recursos naturais na sua grande maioria esgotáveis a exemplo da nossa principal base energética – o petróleo, de quebra, o grande vilão das emissões gás carbônico para o aquecimento global.
Porém, como a retirada e o descarte estão sendo, cada dia mais acelerados, a natureza já começa a dá os primeiros sinais do seu esgotamento total. A mãe Terra não está conseguindo fazer a reposição de tudo aquilo que vem sendo extraído numa rapidez absurda. O que deve ser igualmente acrescido a esta conta, o incontrolável crescimento do número de habitantes da Terra, que agora já extrapola a casa dos 7 bilhões de pessoas. E estas, todos os dias terão que suprir suas necessidades básicas.
Por isso é urgente que a sociedade planetária, sobretudo os grandes líderes mundiais, os cientistas, a mídia, os formadores de opinião comecem sem mais delongas, a instigar suas populações a consumir menos e de forma racional, como também a repensar seus antigos e atuais modos de atuação, suas atividades diárias, melhorando assim sua convivência em relação ao meio ambiente. Do contrário, em pouquíssimos anos o mundo entrará num caminho sem volta - o colapso total dos seus recursos naturais. Algo sem nenhum paralelo na história humana e das espécies de um modo geral.
Não há meio-termo. Teremos que parar agora. Visto que já estamos nos aproximando do ponto crítico como bem alertara o cientista James Lovelock. Estamos no ponto limite e daqui a pouco, tudo o mais será um caminho sem nenhuma possibilidade de retorno. Será o fim de uma era que culminará fatalmente com a catástrofe – a destruição em massa de todas as espécies biológicas da terra. E nós estamos fatalmente no centro desta extinção. Haveremos de conhecer o mesmo fim que tiveram os dinossauros há 65 milhões de anos.
Portanto, você, por exemplo, que nunca está satisfeito com o que possui agora. Que sonhou a vida inteira com a compra de um carro zero; que deseja uma casa nova e espaçosa toda na cerâmica, que aspira só vestir roupas de marca, juntar dinheiro na conta bancária, beber água mineral, lavar sempre o rosto com águia de coco, colocar uma TV em cada quarto e encher sua casa de eletrodomésticos de última geração. Você que só tem sonho de grandeza...
Já se perguntou por acaso, de onde é que vem tudo isso? Já pensou um pouco sobre a queima dos combustíveis fósseis? Sobre a sua parcela de contribuição para o aquecimento global, a poluição e a destruição dos ecossistemas terrestres? Já tentou se imaginar sem o seu bioma, na fome da África e nos primeiros refugiados ecológicos da história? Já tentou pelo menos refletir acerca das suas ações diante da perspectiva ambiental? Da necessidade de uma convivência responsável e harmoniosa com a natureza, assim como da importância da chamada sustentabilidade ambiental? Não custará nada ao seu bolso pensar um pouco sobre tudo isso.
Pois saiba que o pouco que se alerta hoje acerca da problemática ambiental, ainda não é nem um quarto do que realmente está por acontecer. A situação é muito mais dramática do que você possa imaginar. Estamos falando do fim do planeta Terra - nossa única morada disponível no universo. Portanto, da extinção das nossas vidas. E você acaso ainda acha pouco?
Contudo, se ainda acha que haverá tempo, eu pergunto: afinal de contas, que tipo de planeta você pensa em deixar para os seus filhos e netos? Pelo mínimo de coerência moral, teríamos que deixá-lo pelos menos como o recebemos um dia dos nossos ancestrais...
Sei bem que a falta de conhecimento, como a mãe de toda ignorância, tem provocado uma grande cegueira na maioria dos seres humanos. Tanto os ricos, quantos os pobres. No entanto, já estamos começando a sentir na própria pele os efeitos práticos do desequilíbrio climático, resultantes das nossas próprias atividades antrópicas.
Então, por que será que mesmo assim, você e a maioria dos seres humanos ainda permanecem indiferentes e anestesiados diante da iminência de todo este caos?
Por favor, pense nisso antes de terminar seu dia...

José Cícero
Secretário de Cultura
Professor e pesquisador

jccariry@gmail.com
Aurora – CE.
LEIA MAIS EM:

CARTA A CANINDÉ QUEIROZ

Por: Carlos Lindberch
Colaborador da Gazeta do Oeste


Meu colega: nestas minhas missivas semanais, volta e meia sai uma história cujo personagem é o nosso vaqueiro nordestino, aquele homem destemido, valente, que não tem medo de nada ou então quando frouxo, muito contador de vantagem, ou melhor dizendo, farofeiro, como Zé de Maria Rita.

Zé de Maria Rita, apesar de mal saber montar num cavalo, era o maior farofeiro da redondeza de onde morava, contando as mais espafúrdias histórias de pega de boi bravo no mato, todavia, como todos sabiam que ele só tinha conversa, não conseguiu mais trabalho por aqui e certo dia tomou uma decisão, que comunicou a Maria Rita, sua mãe:


- Mãe, aqui ninguém reconhece que eu sou o melhor vaqueiro da região, portanto vou arribar e procurar trabalho lá pras bandas de Mato Grosso, onde minha capacidade será reconhecida.
- Zé, vai com calma. Eu sei que você é vaqueiro, mas pelo que me contam, conversa mais do que trabalha e está longe de ser como seu falecido pai, que Deus o tenha, que nunca voltou do mato sem o boi, mesmo que a jurema tenha lhe tirado mais de uma tira do couro...
- A senhora é que não entende da profissão. Eu sou o melhor e lá no sul serei reconhecido.
Zé arrumou suas poucas coisas que tinha num matulão, tomou a bênção a mãe e partiu.
Chegando em Mato Grosso, apresentou-se ao capataz de uma fazenda e pediu emprego:


- Por acaso o senhor está precisando de um vaqueiro bom?
O capataz olhou para Zé, magro, amarelo, pequeno, com jeito de tudo, menos de vaqueiro, e perguntou:
- O senhor já montou a cavalo alguma vez?
- Ora, meu amigo, isto é uma ofensa, eu sou o melhor vaqueiro do Rio Grande do Norte, só vim pra cá porque lá não tinha mais boi bravo no mato para eu pegar.
- Pois muito bem  -  falou o capataz -, vamos fazer um teste. Se você aprovar o emprego é seu. Aqui tem um boi que até hoje ninguém conseguiu pegar, o boi ponta leão. Se você é tão bom como diz, peque um cavalo ali no curral, sele e vá atrás dele. Se pegar, o emprego é seu.
- Deixe comigo, patrão, e considere esse Ponta Leão no curral.
- Vamos vê -fala incrédulo o capataz.
Ajudado pelos outros vaqueiros, que pegaram pra Zé o cavalo mais bravo da fazenda, Zé montou e quando fincou as esporas na barriga do bicho, ele deu um pulo de quase dois metros e desembestou numa carreira danada em direção à mata.


A desembestada foi tão grande que o capataz, temendo um acidente grave, falou para os outros vaqueiros:
- Vamos acudir o homem, porque na certa ele vai se esborrar numa queda!
Mas Zé não caiu. Agarrou-se no pescoço do cavalo que quando entrou na mata avistou o boi que estava pastando e partiu pra cima dele que quando que quando avistou saiu em desembalada carreira, com o cavalo atrás, com Zé em cima, morto de medo, sem ver nada, só tratando de não cair. Lá na frente, tropeçando num tronco de árvore caído no chão, o boi caiu e na queda quebrou o pescoço, morrendo instataneamente. O cavalo, que vinha, viu o tronco e freou em tempo. Zé desceu do cavalo e só aí notou que o medo tinha sido tão grande que ele tinha se melado todo. Era merda por todo canto, tanto na sela do cavalo ainda descendo pelo seu mocotó.
Zé ainda estava pensando o que fazer para se livrar de tanta sujeira, quando ouviu o tropel do pessoal chegando. Pensando ligeiro, botou o pé em cima da cabeça do boi do boi morto e ficou esperando.
Quando a turma chegou, um dos vaqueiros foi logo dizendo:
- Patrão, o homem cagou-se todinho!
Ao que Zé, com cara de valente, respondeu em cima da bucha.
- E vocês por aqui, quando estão correndo atrás de boi, param pra cagar?


Fonte:
Gazeta do Oeste
29-06-1997

UMA CARTA DE LAMPIÃO E A HISTÓRIA DO SOLDADO VOLANTE QUE SE TORNOU AMBIENTALISTA


Artur Carvalho é da cidade de Floresta, sertão de Pernambuco. Ele sempre coloca interessantes informações sobre o cangaço no ORKUT, mais precisamente em uma comunidade denominada “Lampião – Grande Rei do Cangaço”, que é comandada pelo amigo Ivanildo Silveira, um grande paraibano que mora em Natal, é promotor de justiça e colecionador de materiais ligados ao cangaço.
Recentemente o amigo Artur postou dois interessantes materiais históricos sobre o tema, que trago para os amigos que prestigiam o nosso “Tok de História”.

Carta de Lampião ao dono da Tabuleiro Comprido
 
O primeiro material é uma das famosas cartas escritas por Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, a um fazendeiro de nome Cantidiano Valgueiro dos Santos Barros, dono da propriedade Tabuleiro Comprido, conforme podemos ver na foto que segue, extraída da página 192, do livro “Relação dos Estabelecimentos Ruraes Recenseados no Estado de Pernambuco”, de 1925.
 

Na carta, escrita na peculiar maneira de Lampião se expressar, ele pede a Cantidiano dois contos de réis, de forma extorsiva, a fim de serem evitados “prejuízos”.
Segundo Artur Carvalho, que utilizou os conhecimentos profissionais de um especialista em paleografia , a “tradução” é a seguinte;

Ilmo. Sr Cantidiano Valgueiro,
Eu (ou “le”) faço esta para “vc” mandar-me dois “conto dereis”, isto sem falta, não tem menos, para “vc” saber se assinar em telegrama contra mim como “vc” se assinou em um com “Gome” jurubeba. Eu ví e ainda hoje tenho ele. Sem mais, resposte logo para “envitar” muito prejuízo. Sem mais assunto.
Cap. Virgulino ferreira Lampião. [sic]
Na carta encontramos o nome do policial Gomes Jurubeba, grande inimigo de Lampião e certamente ligado a Cantidiano Valgueiro. Provavelmente esta ligação possa explicar o segundo regalo enviado pelo amigo Artur Carvalho.
Esta é uma interessante e rara foto, provavelmente da década de 1930, onde vemos três homens membros de um grupo de volantes, equipados e armados para combaterem os cangaceiros de Lampião e de outros bandos, em meio as caatingas nordestinas.

Os três soldados volantes
 
O grupo é formado (Da esquerda para a direita) por Geronso Calaça e Natanael Valgueiro, ambos da cidade de Floresta, e por Luiz Capuxu, de Serra Talhada.
Na imagem Natanael e Capuxu portam fuzis Mauser, mas pelas munições, na qual todos carregam em profusão, acredito que o Geronso também deveria ter este tipo de armamento. Além disso, trazem cantis, bolsas, apetrechos para dormirem no mato, punhais e outros materiais.
Podemos ver que portam armas de fogo curtas, sempre no lado esquerdo de seus cintos. Geronso e Natanael estão com o que aparentam ser duas pistolas F.N., modelo 1910, em calibre 7,65mm (.32 AUTO). Com Capuxu é possível ver um volumoso cabo de um revólver, mas sem maiores detalhes só podemos especular que era provavelmente algum modelo em calibre 32 ou 38.

Pistolas F.N., modelo 1910, em calibres 7,65 mm (.32 AUTO) e 9 mm Browning Curto (.380 ACP). Em versões “presentation”, com placas de cabo em madre-pérola, e a oxidada em negro com placas de cabo em ebonite preto Fonte - http://armasonline.org/armas-on-line/as-pistolas-browning/


Sobre as andanças de Natanael e os seus companheiros, sobre suas lutas contra cangaceiros não sei de nada.
Segundo Artur, Natanael era sobrinho e genro de Cantidiano Valgueiro, casado com sua filha Dona Zelfa Valgueiro Barros. Diante das ameaças feitas pelo “Rei do Cangaço” a seu parente, entrou em uma volante para dar combate aos cangaceiros.
Não sei se Lampião chegou a cometer algum tipo de crime contra seu parente, ou contra a propriedade Tabuleiro Comprido, mas o fato dele estar em uma volante pode apontar que esta hipótse é bastante plaussível.
Independente do que ocorreu nesta época, mais interessante foi a bela atitude que Natanael tomou em relação a sua amada Tabuleiro Comprido vários anos após o fim do cangaço.
Segundo uma matéria assinada por Josélia Menezes, em 1 de Abril de 2003, temos a interessante história.
“A história de vida e as atitudes do fazendeiro pernambucano Natanael Valgueiro Barros, 89 anos, nunca foram pautadas pelo conformismo e pelo convencional. Ainda garoto, nos anos 30, entrou nas chamadas Forças Volantes, que combatiam o Cangaço. Acabado os horrores dos combates, ele era um homem mudado, um pacifista. Desde então, em meio à luta contra a seca para salvar os rebanhos de gado, bode e ovelha, no semiárido, onde está sua fazenda, Tabuleiro Comprido, município de Floresta, ele encampou outra batalha solitária e pioneira: proteger as espécies ameaçadas da caatinga, especialmente emas. Caça e desmatamento soava como heresia aos seus ouvidos. Acabou virando o primeiro ambientalista daquelas paragens. Há 34 anos ele já cercava a fazenda, palco de confrontos sangrentos da Coluna Prestes, de olho na preservação.
Passado o tempo e reduzidas as emas a umas poucas unidades pela ação de caçadores e espertalhões, seu Valgueiro acaba de ter uma vitória significativa. O Ibama decretou recentemente a criação da primeira Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) no Vale do São Francisco em Pernambuco, com área de 285 ha, nas terras de seu Valgueiro.
O trabalho pioneiro realizado por ele sempre teve o apoio da família e foi justamente as três filhas e a nora que, diante de seu estado de saúde precário, encamparam sua luta pela criação da reserva. A ideia surgiu num momento de desespero, quando os registros do Incra apontavam a fazenda como improdutiva, passível de reforma agrária, apesar da tradicional criação de gado, ovelha e bode, dentro da filosofia de desenvolvimento sustentável, um conceito concebido só recentemente, mas já praticado na área. “Todo um longo trabalho de respeito ao meio ambiente era distorcido e em vez de premiação, éramos punidos”, observa a filha Adália. A ameaça de desapropriação chamou a atenção do grupo ambiental SOS Caatinga, que já vinha exercendo campanhas protecionistas na região, idealizador da criação da RPPN. A parceria estava formada. O grupo iniciou uma campanha de denúncia da situação junto a órgãos federais, como o Incra e Ibama, e as entidades ambientais Fundação Biodiversitas (MG) e Aspan (PE). “Os assentamentos do Incra em área de caatinga não têm muita preocupação ambiental. Seria um desastre socioambiental criar mais um justo nesta área”, observa Cláudio Novaes, membro do SOS Caatinga. Deu efeito. Relatório do escritório do Ibama em Salgueiro desaconselhou a desapropriação e comprovou o excelente estado de conservação da área, grande biodiversidade e beleza cênica.

Lampião "O Rei do Cangaço"

SOS Caatinga, Fundação Biodiversitas (MG) e Aspan (PE) formaram uma parceria para evitar um desastre ambiental e formar uma das mais importantes RPPN na área do rio São Francisco.
Através do SOS Caatinga, a família entrou com pedido de criação da reserva. “O apoio do representante federal do programa de RPPN em Pernambuco, Luiz Guilherme Façanha, foi decisivo porque ele nos orientou e estimulou o tempo todo”, revela Adália Valgueiro. O Ibama através da Portaria nº 177/02, de 31/12/2002 aprovou a criação da reserva, que leva o nome “Cantidiano Valgueiro de Carvalho Barros”, único filho homem do “seu” Valgueiro, morto há 3 anos. O órgão declarou a área como “de interesse público e em caráter de perpetuidade”.
O documento faz referência clara às agressões que a propriedade vem recebendo por parte dos caçadores. “As condutas e atividades lesivas à área reconhecida sujeitarão os infratores a sanções administrativas cabíveis, sem prejuízo de responsabilidade civil e penal”. A área preservada acaba de ser registrada no cartório de registro de imóveis. Também já se encontra em andamento a primeira pesquisa científica no local, sobre beija-flores, realizada pela mestranda em Biologia, Fabrícia Leal, pela UFPE.
A reserva de “seu” Valgueiro é a segunda em área de caatinga em Pernambuco. A primeira, chamada “Maurício Dantas”, fica no município de Betânia, criado há quatro anos pelo funcionário público Fábio Dantas, que também homenageou o filho morto em acidente.”
Ver o site Folha do Meio Ambiente http://www.folhadomeio.com.br/publix/fma/folha/2003/04/valgueiro.html
Apesar do texto anterior conter erros relativos a história da passagem da Coluna Prestes pela região, temos que dar os parabéns a Natanael (Seja neste ou em um plano superior) e a sua família pela notável ação com a criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural Cantidio Valgueiro, na Ecoregião denominada “Depressão Sertaneja Setentrional”.

Segundo indicações do ICMBIO, a RPPN da Fazenda Tabuleiro Comprido é na área da foto. No canto esquerdo o Rio Pajeú e a estrada mostrada é a PE-390. Fonte - www.earth.google.com/intl/pt/
Aparentemente o filho de Natanael tinha o mesmo nome do sogro e tio do seu pai e era dentista segundo eu apurei.
A preservação deste local deixa para as futuras gerações, um pedaço da caatinga próxima ao Rio Pajeú que foi autênticamente pisado tanto pela Coluna Prestes, como pelo bando de Lampião e seus perseguidores.

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Sílvio Santos chama Lívia Andrade de "bagulho". Confira!

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Em clima de descontração, ironia e lavação de roupa suja, Livia Andrade e Sergio Mallandro participaram do Jogo das 3 Pistas, apresentado por Sílvio Santos no SBT.

Lívia, que ingressou no meio artístico como assistente de Mallandro, aproveitou para desabafar. "Eu já comi o pão que o diabo amassou com esse homem, anos e anos da minha vida batalhando e construindo a minha carreira e você me bota do lado dele de novo?".

Mallandro não perdeu a oportunidade e se gabou da atual situação de Livia e contou alguns "detalhes" do passado. "Se hoje ela é o que é, é por minha causa. Eu ensinei essa menina a dar os primeiros passos, eu ensinei essa menina a rebolar, eu ensinei essa menina a ter charme! Essa mulher foi capa da Playboy. Ela chegou com o corpo meio caído e eu dei uma ajeitada no corpo dela. Ela é macumbeira, ela fazia macumba antes dos programas pra dar audiência", disse.



A queridinha de Sílvio Santos relembrou a época que trabalhava ao lado do humorista. "Ele falava que a gente ia fazer show e a gente ia fazer show no circo, onde a plateia era um bêbado e um cachorro!", disse ela, que teve o cachê divulgado por seu ex-patrão. "Era uma cesta básica por mês e 30 reais por programa", comentou Malandro.

Sílvio entrou na brincadeira e cutucou Lívia. "Você não pode falar nada porque você era um bagulho, você ainda é um bagulho, ou melhor, é um mergulho", disse o apresentador, que não deixou de provocar Malandro. "Você já entrou no centro dela?", brincou.

O encontro de Livia Andrade e Sérgio Malandro será exibido neste domingo (9) no Programa Sílvio Santos, a partir das 19h45, no SBT.

Fonte: Terra