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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Um cangaceiro com pinta de galã

Corisco - O diabo Loiro

Corisco: "o cangaceiro que era um diabo"

Certa ocasião, em relação à defesa da honra masculina, o Diabo Louro adotou uma postura que, muitos anos depois, se tornou bastante conhecida no país: tratou-se do desfecho do relacionamento amoroso entre Cristina e Português. Ela o havia traído com um integrante do bando de Corisco - o cangaceiro Gitirana - e Português contratara Catingueira para limpar sua honra maculada.

Português é o primeiro da esquerda

Quando Catingueira chegou ao acampamento de Corisco, chamou logo Gitirana para uma conversa particular.


Naquele momento, Maria Bonita e Lampião estavam no mesmo acampamento e, por acaso, se aproximaram deles. Maria Bonita adiantou-se, sugerindo a Catingueira que a pessoa a ser eliminada deveria ser Cristina (a verdadeira culpada, segundo ela) e, não, Gitirana. Naquela hora, Corisco retrucou: "Ela deu o que era dela! Ninguém tem nada com isso!"

Insatisfeita com a resposta, Maria Bonita continuou defendendo a contrapartida masculina: "É, mas Português vai ficar desmoralizado!"
Já impaciente com aquele confronto, o Diabo Louro deu um basta à discussão:

"Ele que cuide da mulher dele! Do meu rapaz, cuido eu!"

Desde esse dia, tais palavras ficaram célebres e essa expressão vem sendo utilizada até o presente, inclusive, por muitos políticos brasileiros. Parafraseando Corisco, os parlamentares costumam dizer: Cuidem do que é seu porque, do que é meu, cuido eu!

Em relação àquele desenlace amoroso, Lampião deu total apoio a Corisco. Cristina permaneceu com o bando, escondida durante alguns meses. Todavia, como era de se esperar, ela foi morta quando ia para a casa de familiares, já que Português contratara outros cangaceiros para matá-la. Neste sentido, não restava dúvidas: o adultério feminino não era tolerado nos bandos do Nordeste.

João de Sousa Lima e o jornalista Herbert Henning

 no Museu Casa de Maria Bonita

 
Entrevista cedida em Dezembro de 2009
 
O Escritor João de Sousa Lima foi  entrevistado pelo jornalista Herbert Henning, da TV BRASIL, no dia 1º. de Dezembro de 2009.
 
A reportagem foi realizada no Museu "Casa de Maria Bonita", povoado Malhada da Caiçara, Paulo Afonso.
 
 O trabalho realizado por Herbert Henning contempla a Rota do Cangaço, roteiros integrados com Bahia, Sergipe (Canindé do São Francisco) e Piranhas, no Estado de Alagoas).




CANGACEIRO BENTO?

FILIPE MAMEDE - Natal, RN


Quem nunca ouviu falar da beleza bucólica de Maria Bonita, da bravura e da vaidade de Lampião e de seus capangas, com certeza, conhece muito pouco da história do cangaço nordestino. No máximo deve ter sabido de causos e anedotas que davam conta de Lampião hora como herói, hora como bandido. Certeza maior é ninguém ter ouvido falar que cangaceiro fosse santo. Pelo menos até agora! Porque é exatamente isso que acontece na cidade de Mossoró, região do oeste norte-rio-grandense.


Lá pelos idos da década de 20, a trupe de Lampião já tinha saqueado, matado e esfolado por tudo quanto fosse interior do nordeste. Como de costume, o grupo analisava a região onde aportava e decidia quais seriam os melhores lugares para a “labuta”. Resolveram que a próxima parada seria na abastada cidade de Mossoró, onde pensavam obter muito lucro. A cidade tinha sido avisada, mas ninguém acreditou, a não ser o prefeito.

Na tarde de 13 de junho de 1927, no meio de uma chuva que caia, ouviram-se os primeiros disparos. Teve quem pensasse que fosse barulho de trovão. Rodolfo Fernandes, o prefeito, recebeu do próprio Lampião um ultimato cobrando 400 contos de réis pra deixar a cidade em paz. O prefeito negou o pedido. Os bacamartes cuspiram fogo...

Naquele dia Mossoró só dispunha de pouco mais de 20 soldados. O prefeito organizou a resistência e se entrincheiraram como puderam em meio a sacas de algodão. Entre uma saraivada de bala e outra, o grupo de Lampião perdeu dois dos seus mais destemidos homens, Colchete, que morreu de tiro, e Jararaca que ferido, foi capturado pela polícia.


José Leite de Santana, o Jararaca, penou quatro dias na cadeia pública da cidade, ferido no peito e nas pernas. Na noite de 18 de junho, foi levado para o cemitério. A guarda que o conduzia obrigou o cangaceiro a cavar a própria cova. O soldado João Arcanjo o sangrou, mas o povo diz que o bandido foi enterrado ainda vivo. Tinha apenas 26 anos.

Alguns dizem que Jararaca morreu de sede, clamando por um copo d'água. Mesmo oito décadas depois de sua morte, seja pelos diferentes rumos que a história toma, seja pela religiosidade pura e simples do povo, Jararaca é venerado por milhares de pessoas que acreditam que o cangaceiro é milagroso.

Todos os anos, durante o dia de finados, o túmulo de Jaraca é, de longe, o mais visitado da cidade. Apesar de mais pomposo e imponente, o túmulo do prefeito Rodolfo Fernandes, herói da resistência, pouco é lembrado pelo povo.


Episódio épico da cidade de Mossoró, a resistência ao bando de Lampião deixou cicatrizes não apenas no imaginário da população. Mesmo 80 anos depois, ainda hoje é possível ver as marcas de bala na torre da igreja e em outros prédios da cidade.

MPF denuncia Edir Macedo por evasão de divisas



O bispo Edir Macedo Bezerra, líder religioso da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), e outras três pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por lavagem dinheiro e evasão de divisas, formação de quadrilha, falsidade ideológica e estelionato contra fiéis para a obtenção de recursos para a IURD.
Os três dirigentes da igreja denunciados são o ex-deputado federal João Batista Ramos da Silva, o bispo Paulo Roberto Gomes da Conceição, e a diretora financeira Alba Maria Silva da Costa. Eles são acusados de pertencer a uma quadrilha usada para lavar dinheiro da Iurd, remetido ilegalmente do Brasil para os Estados Unidos por meio de uma casa de câmbio paulista, entre 1999 e 2005.
Segundo a denúncia, do procurador da República Sílvio Luís Martins de Oliveira, o dinheiro era obtido por meio de estelionato contra fiéis da Iurd, por meio do "oferecimento de falsas promessas e ameaças de que o socorro espiritual e econômico somente alcançaria aqueles que se sacrificassem economicamente pela Igreja".
Os quatro também são acusados do crime de falsidade ideológica por terem inserido nos contratos sociais de empresas do grupo da Iurd composições societárias diversas das verdadeiras. O objetivo dessa prática era ocultar a real proprietária de diversos empreendimentos, qual seja, a Iurd.


O Procurador da República Silvio Luís Martins de Oliveira também encaminhou cópia da denúncia à área Cível da Procuradoria da República em São Paulo, solicitando que seja analisada a possibilidade de cassação da imunidade tributária da Iurd.
FONTE: 
http://br.noticias.yahoo.com/mpf-denuncia-edir-macedo-evas%C3%A3o-divisas-144300242.html


Postado por:
Antonio Ferreira da Silva Neto -  Neto
"Blog do Neto"

Fotos do local onde Jesus foi crucificado em Jerusalém

Enquanto os cangaceiros estão jantando, vamos ver o local onde Jesus foi crucificado em Jerusalém

Sonha em ir à Terra Santa em Jerusalém? Envie boa energia e pensamento positivo para concretizar o seu sonho e comece já a procurar um hotel: Hotéis em Jerusalém


O Pharol – Pioneiro na Imprensa do Vale Sanfranciscano

Por: Ana Lúcia

Ana Lúcia, Lily e Wescley Rodrigues
 
Mediante a importância e a necessidade de orientar os navegantes, o farol é um instrumento indispensável para guiar com sua luz, a escuridão noturna de suas águas. Era esse o propósito do jornal “O Pharol.” Iluminar. Levar para as pessoas, o conhecimento, os fatos, as notícias da Região, do Brasil e do Mundo, informações em geral, como também prestar diversos serviços sociais a sociedade petrolinense e região.Desde os tempos de criança, Joãozinho era leitor assíduo da revista infantil O Tico- Tico começando a partir dessas leituras, a fazer um jornalzinho manuscrito que intitulou de “Correio da Infância” que circulou até 1914.

João Ferreira Gomes, fundador do Jornal, era um jornalista preocupado com os detalhes, apresentava as matérias sistematicamente bem escritas e ilustradas. Sem interrupção, o Jornal O Pharol, foi o hebdomadário de maior longevidade de todo o interior do nordeste. Fundado a 07 de Setembro de 1915, mas somente a 10 de Setembro do corrente ano surgiu a primeira edição impressa.

O jornal toda semana trazia noticias sobre o banditismo que assolava o sertão e região e em especial sobre o bandoleiro mais temido do nordeste – Lampião que era manchete e motivo de reportagens diárias pelos crimes que cometia em todo Estado de Pernambuco e outros Estados nordestinos. Seu Joãozinho escrevia a matéria sobre o cangaceirismo de forma detalhada e ao mesmo tempo preocupado em relação aos sertanejos que estavam na mira deste bandoleiro e suas façanhas, apelando sempre para as autoridades competentes que tomassem providências contra as investidas constantes de Lampião e seus comparsas na sociedade sertaneja que sofria de todas as formas. O jornal é muito rico em detalhes na escrita e as informações eram passadas para os leitores com seriedade e em tempo quase real, pois contava com colaboradores que o auxiliavam na coleta de informações vindas de vários lugares por onde ele passou para expor na coluna do semanário do Pharol.

 
Desde a década de 1920 ate o final da década de 1938 períodos sólidos e finais do cangaceirismo no sertão, o jornal O Pharol foi um referencial escrito de grande importância para escritores, pesquisadores de renome nacional que vinham aqui na cidade de Petrolina ou na capital, Recife, onde existem exemplares do jornal para consultarem em suas folhas antigas, sensíveis e desgastadas pelo tempo, variados fatos sociais e policiais do nosso sertão e Estado referentes à saga lampiônica. Os leitores de todas as classes sociais que desejavam saber noticias de Lampião e seu bando, tinha no jornal O Pharol o que precisavam saber pela seriedade do seu redator em levar a notícia a todos com qualidade e fidelidade  para o jornal merecida mente reconhecido como o  mais antigo noticiário do interior do nordeste que permaneceu de pé até o final dos anos de 1980.
 
Na oficina que se produzia o Jornal O Pharol, também existia uma belíssima e organizada livraria com sortimento completo de livros em branco, material para escritório, livros escolares, revistas, sempre atualizadas trazidas das regiões Nordeste, Sul e Sudeste do país.

Nascido em Petrolina a 11 de Julho de 1901, “Joãozinho do Pharol,” foi um homem que entrou para a História dos Meios de Comunicação como um exemplo a ser seguida pelo dinamismo, autenticidade, compromisso e respeito por todos aqueles que acreditavam no seu trabalho e trabalho sério porque além dos leitores locais, tinham até assinantes do jornal no exterior!

Que gratificante para um jornalista ver o seu trabalho valorizado, reconhecido e agraciado com diversas honrarias que entre elas podemos destacar: Comenda do Mérito Jornalístico ao Jornal “O Pharol” por ser o pioneiro na região Sanfranciscana; Honra ao Mérito conferido pelo Rotary Clube Juazeiro/Petrolina; Medalha de Ouro do Mérito Cultural pelo Governador da época Eraldo Gueiros em 1975, enfim, merecidas homenagens a quem deixou um legado de homem íntegro e de mais de setenta anos do noticiário escrito mais duradouro da região. Apesar da falta de apoio e incentivo por parte daqueles que não puderam ou não continuar o trabalho do bravo jornalista João Ferreira Gomes, o jornal feneceu no final da década de 1980.

Seu Joãozinho faleceu aos 91 anos no Estado do Espírito Santo, sudeste do país, no dia 19 de Janeiro de 1993, portanto, dezoito anos que ele se foi, mas sua História de bravura, seu exemplo de profissionalismo e destemor em divulgar as notícias inseridos em seu contexto e realidade juntos, permanece até hoje na lembrança do povo petrolinense e de todas as gerações que com orgulho, viram e acompanharam o processo evolutivo do mais antigo jornal em circulação do interior do Nordeste.

A relevância deste periódico para a cidade de Petrolina, região e mundo, era de uma importância indubitavelmente necessária para o setor jornalístico do Vale do São Francisco até porque contribuiu e muito para o sucesso de muitos trabalhos escritos de escritores nacionais e principalmente pernambucanos que mostrou os fatos que aconteceram numa época aqui ainda de forma quase precária, mas seu Joãozinho como sempre, carregava em suas veias de profissional sério e compromissado em levar as informações a todas as pessoas em todos os aspectos sociais, políticos, de saúde, educação e lazer, bem como propagandas de diversas mercadorias e utilidades públicas a população. Parabéns ao jornal O Pharol pelos seus relevantes serviços prestados, agradecendo a todos que fizeram desse jornal um grande veículo de comunicação e o mais duradouro jornal em circulação. 
 
Ana Lúcia Granja Souza
Pesquisadora e Historiadora
 

João Saturnino

Por: Aderbal Nogueira
 
Paulo Gastão, Severo, Lemuel e Aderbal Nogueira
 
Mais uma vez temos a satisfação de trazer outra pérola do grande e espetacular acervo de Aderbal Nogueira.
Desta vez temos a inédita entrevista de João Saturnino,
filho do primeiro inimigo de Lampião,
 
 
José Saturnino.
 
Neste vídeo vamos ter depoimento do amigo Zé Alves, filho do senhor
 
 
Luiz de Cazuza, nos trazendo a passagem do ataque de
 
 
Virgulino a fazenda de Zé Saturnino.

"Se eu morrer e não matar Zé Saturnino antes de morrer eu vou pro inferno pra dentro em três dias de viagem..."

 
"No dia em que encontrar com Zé Chucalho ou eu ou ele tem que morrer"...

NOTA CARIRI CANGAÇO:
 
A peleja entre Virgulino Ferreira da Silva e José Saturnino, durou por longos vinte e dois anos. Ao Rei do Cangaço e seu bando são atribuídas mais de duas mil mortes, entretanto, Lampião nunca conseguiu cumprir a promessa de matar seu primeiro inimigo.

Produção Cariri Cangaço
Acervo Laser Vídeo / Aderbal Nogueira
 
 
 

Mais um novo livro na praça

Luiz Ruben apresenta seu mais novo rebento:

Lampião conquista a Bahia


Apresentação

Por: Antonio Amaury

Nosso confrade Luiz Ruben F. de A. Bonfim, mais uma vez coloca ao alcance dos pesquisadores e pessoas interessadas em tomar conhecimento dos episódios ocorridos nos sertões da Bahia e nos estados limítrofes, nos tempos em que essa região era percorrida por Lampião e outros grupos cangaceiro, um rico e raro material que sua perseverança, paciência e grande força de vontade conseguiu colher e preservar.
Provavelmente essas fontes de informação não chegariam às mãos da maioria dos interessados, por serem de acesso restrito e também de difícil manuseio por se encontrarem muito castigadas pelo tempo e pelo fato de serem de material bastante frágil, visto serem destinadas a descarte diário: JORNAIS.

Pelos textos obtidos nós podemos analisar, friamente a posição da imprensa daqueles tempos quando as notícias giravam em torno de Lampião, cangaceiros, coiteiros, volantes, contratados e policiais.
Era totalmente parcial. Não era investigativa. Não procurava ouvir as partes envolvidas nos fatos e nem confrontar os informes obtidos dos elementos participantes dos acontecimentos.

O que é notado claramente, nos editoriais dos jornais publicados nesses tempos, é a luta entre o governo e a oposição, sendo que cada cangaceiro preso ou morto era transformado em bandeira da competência governista.
Por outro lado todo assalto, toda “invasão” de vilarejo, todo crime praticado pelo bando sinistro era mostrado como sendo fruto de ineficiência do poder público estadual.
A existência dos grupos fora da lei, por mais de uma década, nos sertões do nordeste da Bahia e com atuação na região lindeira com os estados de Pernambuco, Alagoas e Sergipe, foram o combustível que alimentou essa fogueira de descontentamento da imprensa oposicionista para com o chefe de polícia, com o próprio corpo policial e com o governo que não conseguia vencer Lampião e seus comparsas.



Os colegas que pesquisam o tema Lampião terão à mão um material de grande interesse e que deve, em minha opinião, ser examinado com carinho, cuidado e analisado com imparcialidade por não ser visto como verdade definitiva.
Bom proveito a todos,

Cidade de São Paulo - 2011
Antonio Amaury Corrêa de Araujo

Introdução

Sou pesquisador do tema Cangaço desde 2002 e tenho me dedicado principalmente a pesquisa de documentos. Em 2006, resolvi verificar o que a imprensa baiana registrou na época em que Lampião agia na Bahia e me vi com um calhamaço de material. Folheei aproximadamente 150 mil páginas dos jornais: A Tarde, Diário da Bahia, Diário de Notícias, Era Nova, O Imparcial, do período de 1928 a 1940, complementando a pesquisa de campo que já fazia pelas caatingas afora.
Este livro tem no seu início, o Jornal O Povo, de Fortaleza no Ceará, apresentando uma reportagem datada de 4 de junho de 1928, setenta e oito dias antes da decisão de Lampião entrar na Bahia. Esta matéria dá uma visão da situação de Lampião e de seu exíguo grupo ao fugir para o nordeste baiano, por isso achei importante iniciar com a transcrição da entrevista com o rei dos cangaceiros.
Transcrevo os textos dos jornais, mas com a ortografia atualizada. As palavras escritas em inglês foram aportuguesadas ou traduzidas, para melhor compreensão. No final das matérias do ano 1928 e no final do livro mostro foto das páginas dos jornais e de algumas matérias.
As notícias que a imprensa publicava sobre Lampião tinham seu nome sempre grafado Lampeão, como mostram as fotos que apresento, também os jornais grafavam Virgulino, embora o registro de batismo e nascimento estejam grafados com (o) Virgolino. Preferi colocar a ortografia dos documentos.
As localidades que tiveram seu nome mudado ao longo dos anos nominei com seu nome atual. Sugiro ao leitor que tome como referências as cidades de Juazeiro e Jeremoabo e a Estrada de Ferro Este Brasileiro, para melhor localizar as andanças de Lampião e os seus subgrupos em território baiano.
Chamo a atenção do leitor que o termo nordeste, usado nos artigos dos jornais refere-se a região nordeste da Bahia (por exemplo as cidades de Jeremoabo, Paripiranga e Santo Antônio da Glória) e não a região nordestina formada pelos nove estados, que também era denominada de norte. Lembro ainda que o título de coronel era comumente usado para identificar um fazendeiro ou um chefe político, diferentemente da função que tinha a patente de coronel do comandante da força pública.
As matérias publicadas sobre Lampião pelos diferentes jornais, com o mesmo assunto é uma prova do interesse que o público baiano começou a despertar quando da chegada de Lampião na Bahia.
Em 21 de agosto de 1928, proveniente de Pernambuco, Lampião atravessa o rio São Francisco na altura do que é hoje a cidade de Rodelas em direção à Bahia, pela fazenda Zurubabé (assim pronunciada pelos habitantes), acompanhado por mais cinco cangaceiros, seu irmão Ezequiel, seu cunhado Virgínio, Luiz Pedro, Mariano e Mergulhão.
As notícias sobre a chegada de Lampião na Bahia abrangem o período de 23 de agosto de 1928 até 28 de dezembro de 1929. A primeira notícia de Lampião na Bahia foi divulgada pelo Jornal A Tarde em 23 de agosto de 1928 com a seguinte manchete “Quem é Vivo... O grupo de Lampião ruma para a Bahia”.
Em fins de setembro de 1928 a imprensa baiana já divulgava o número de sete cangaceiros, provavelmente foi com a entrada de Corisco, mas, Arvoredo já estava no grupo.
Em 21 de dezembro de 1928 um jornal publica a chegada de Lampião em Pombal, hoje Ribeira do Pombal e é fotografado junto com seu bando composto pelos seguintes cangaceiros: Lampião, Ezequiel, Virgínio, Luiz Pedro, Mariano, Corisco, Mergulhão e Arvoredo, (ordem da foto publicada na capa deste livro).
Lampião, com apenas uma baixa, a morte de Mergulhão, conquistou o nordeste da Bahia no final do ano de 1929 com os seguintes cangaceiros: Ezequiel (Ponto Fino), Virgínio (Moderno), Luiz Pedro (Salamanta), Mariano, Corisco, Arvoredo, Zé Baiano, Revoltoso, Antonio de Ingrácia, Gato, Gavião, Antônio de Naro, Zabelê, Azulão, Fortaleza, Ângelo Roque (Labareda) e Mourão.
Vemos que o secretário de segurança pública, senhor Madureira de Pinho, acusa o jornal Diário de Notícias de ser seu inimigo, dando assim uma cobertura das tropelias de Lampião, desfavorável ao seu governo, mas os fatos noticiados mostravam a ação de Lampião.
Não existia na época um jornalismo investigativo sobre a presença de Lampião na Bahia, as matérias publicadas nem sempre eram assinadas pelos jornalistas, os periódicos da capital não focavam apenas notícias, mas também opiniões, comentários e editoriais. As informações sobre a presença de Lampião e seu bando na Bahia, eram obtidas através das agências de notícias, da abordagem de viajantes na estação ferroviária da Calçada em Salvador, no trecho ferroviário Salvador a Juazeiro, na Secretaria de Segurança Pública no bairro da Piedade, moradores do sertão se dirigiam às redações em Salvador, também eram enviadas do interior, telegramas e cartas assinadas, a respeito das façanhas de Lampião e seus famigerados comparsas, correspondências estas que representavam, sem dúvida, um grande serviço prestado à imprensa pelos seus remetentes, por que não fossem elas a capital baiana ficaria a ignorar os horrores, sofrimentos e as misérias da ação nefasta dos cangaceiros ou submetida a informações puramente oficiais.
Assim, na pressa de divulgar e não havendo verificação para se distinguir o que era fato do que era rumor ou temor, algumas notícias publicadas podem ter sido apresentadas pelos jornais com distorções ou enganos, como é o caso da primeira matéria apresentada onde Lampião entrevistado, convenientemente não diz a verdade sobre a morte de seu irmão Antonio Ferreira e do cangaceiro Sabino, ao afirmar que estavam vivos.
Considero, entretanto, de suma importância para os pesquisadores que estudam hoje o cangaço, ter o conhecimento de como foram apresentados os fatos, na época em que aconteceu, o que dá subsídios para que, cruzando, combinando ou confrontando com outras fontes de pesquisa, possam confirmar, descobrir ou mesmo desmentir alguns acontecimentos.
Tive a honra mais uma vez de ter como apresentador deste trabalho o ilustre pesquisador Antonio Amaury, mestre e orientador de grande parte dos pesquisadores, escritores, cineastas e estudantes deste país.


Cidade de Paulo Afonso – 2011
Luiz Ruben F. de A. Bonfim
LANÇAMENTO OFICIAL NO:


Mas você pode adquirir agora, basta entrar em contato  o autor
Luiz Ruben F. de A. Bonfim
Av. Apolônio Sales, 840 – Centro – Paulo Afonso-BA – CEP: 48601-200
E-mail: graf.tech@yahoo.com.br
Tel.: (75) 3281-5080



Quem matou Delmiro Gouveia ?


Quem matou Delmiro Gouveia ?
Do pesquisador, cineasta e escritor Gilmar Teixeira é um dos grandes lançamentos que estarão presentes ao Cariri Cangaço 2011. 
É esperar para conferir.
Cariri Cangaço 2011
Só faltam 8 dias....

Postado por "Cariri Cangaço"

Dihelson Mendonça e o Cariri Cangaço 2011

Dihelson Mendonça, Manoel Severo e Danielle Esmeraldo

Músico, compositor, produtor cultural, fotografo, artista plástico, web designer, bloqueiro, jornalista, radialista, etc, etc, etc, e o mais importante: uma figra humana sem igual, esse é Dihelson Mendonça. Responsável por um dos mais respeitados complexos de comunicação digital do nordeste; com o Blog do Crato, a TV Chapada do Araripe, o Jornal Chapada do Araripe e a Rede de Blogs do Cariri;
 
 
Dihelson Mendonça é mais um  dos valorosos parceiros do Cariri Cangaço, e recebeu a produção do evento para a confirmação da presença marcante do blog do crato e da Tv Chapada do Araripe no Cariri Cangaço 2011.
Ao final , o dom, o talento e a arte de Dihelson Mendonça 

"O Cariri Cangaço é uma referência, é um exemplo a ser seguido por todos, pela persistência, pelo seriedade de seus organizadores e por tudo que representa hoje. O  blog do Crato e a Tv Chapada do Araripe são parceiros de primeira hora, 
vamos em frente!"
Dihelson Mendonça.
 
http://cariricangaco.blogspot.com/

Zé Rufino: Descanso eterno e "desconhecido"!?

Por: Ivanildo Silveira

Ivanildo Silveira e João de Sousa Lima

O confrade Professor Rubens Antonio tentou cumprir uma aparente simples missão que vai intrigar alguns pesquisadores.


A pedido do amigo Ivanildo, visitou a cidade de Jeremoabo/BA, e foi ao cemitério municipal, buscando registrar imagens da sepultura de José Osório de Farias, o famoso Zé Rufino.

Colheu do zelador e coveiro Manoel Gomes da Silva, o Manoel de Aprígio (Foto abaixo) o seguinte depoimento:

"Moço! Ontem um procurador esteve aqui também querendo notícia da sepultura de Zé Rufino. Eu disse a ele que isso não existe. Não tem sepultura que se ache não. Acontece que nem eu nem o velho Celso, que deve ter sepultado ele, sabíamos, na época, que o homem era tão bom e famoso da época dos grandes cangaceiros. Aqui é cidade pequena mas que cresceu com cemitério pequeno.

Zé Rufino

Se a família não pede conta, a gente usa de novo a cova e enterra por cima daqueles que estão ali mesmo. Tá cheio de gente enterrado em cima um dos outos aqui. Se tivessem me avisado, tinha cuidado de dar a ele uma sepultura boa. Mas ninguém avisou. Não tem mais como dar notícia nem do Zé Rufino nem do Luis, filho dele. Acho que ele tem um neto por aí, mas que nem sei não dele tem muito tempo. É um desrespeito danado, mas fazer o que?"

Manoel de Aprígio lamenta: Se tivessem me avisado...
Bem... É isto...Creio que a única esperança de saber onde foi enterrado, para saber "sob quem aos restos" de Zé Rufino estão, é o "neto", mas aí já é outro mistério, que ninguém sabe por onde ele anda".

Alguém aí sabe?

Att Rubens Antonio

Quero agradecer o amigo Rubens, por mais essa informação sobre o grande "Zé Rufino", ou seja, que não existe mais a sepultura do mesmo no cemitério de Jeremoabo/BA.
Essa informação é de tamanha relevância, que a maioria, ou a quase totalidade dos escritores/pesquisadores brasileiros do cangaço, desconhecem a mesma.
Para mim, que gosto de estudar o cangaço, foi grande a decepção, pois esperava algo diferente, ou seja, que a sepultura estivesse preservada, uma vez que o mesmo fez história no combate ao cangaceirismo no nordeste.

Valeu grande Rubens, e, obrigado pela gentileza!



Um abraço a todos
Ivanildo Alves Silveira
Colecionador do cangaço
Membro da SBEC
Natal/RN

lampiaoaceso.blogspot.com/.../ze-rufino-em-entrevista.htm...