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domingo, 22 de maio de 2011

Morre Geraldo Aguiar.

Por: Manoel Severo

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            Recebemos neste momento, do confrade Paulo Gastão, a informação do falecimento do companheiro Geraldo Aguiar, autor de "Lampião o Invencível"; com a versão da sobre-vida do Rei do Cangaço; o Lampião de Buritis.
 
Lili e Geraldo Aguiar no Cariri Cangaço 2009

             Dona Ednir, esposa de Geraldo, informou que o falecimento se deu na semana passada, e que o sepultamento aconteceu na última quinta-feira.
            Geraldo Aguiar esteve conosco na primeira edição do Cariri Cangaço, quando fez o lançamento de seu livro. Gostaríamos de nos unir às orações da família e nos solidarizar com dona Ednir. 

 
Manoel Severo

 
Extraído do blog: "Cariri Cangaço"
 
Observação:
 
O que houve que os seus familiares
não comunicaram a morte do escritor antes,
ao "Cariri Cangaço", e ao "Lampião Aceso?"
Somente depois de uma semana é que se tem
notícia do seu falecimento, através do escritor
 Paulo Medeiros Gastão, comunicando ao
 amigo Manoel Severo, do blog Cariri Cangaço.
Mas mesmo assim, oremos para que seja
bem recebido pelo pai e pelo o filho.
Finalmente morrer não é o fim.
É a passagem da morte
para a vida eterna. 
 
José Mendes Pereira 

Vem aí a 3ª edição de “O "canto do acauã"

Convite para relançamento de
um dos livros mais recomendados
da literatura cangaceira
 
 
              No dia 26 de Maio além do Seminário na Academia Brasileira de Letras a literatura cangaceira tem um outro grande motivo para comemorar.
 
              As 18h30min no Memorial da Medicina de Pernambuco - (Recife) - a escritora Marilourdes Ferraz, filha do famoso cel. Manoel Flor, "Nazareno" grande perseguidora de Lampião, estará autografando a terceira edição da sua monumental obra, "O canto do acauã ", livro que enfoca as memórias de seu famoso pai, sobre a luta das forças volantes contra o cangaceirismo.

Manoel de Sousa Ferraz - Manoel Flor

            O livro virá com aproximadamente, 660 páginas, com novas informações e fotos inéditas. Sairá, ao preço médio de R$ 70,00 a unidade.

Capa da nova edição
               Convém informar, que as edições anteriores dessa obra, já estão esgotadas no mercado, há muitos anos. O professor Pereira é um dos que dispoem da primeira edição para a venda.

   
O convite
 
 
           Assista a entrevista concedida pela autora ao programa "Pernambuco documenta" apresentação de Raymundo Campos. Créditos para Artur Carvalho participante da comunidade do Orkurt: Lampião, Grande Rei do cangaço.

 
 
             Obs.: Agradeço ao amigo, Dr. Paulo Brito pelas informações que me foram fornecidas, sobre esse evento. Toque de Ivanildo Alves Silveira
 
 
ADENDO LAMPIÃO ACESO

             Não deixem passar essa oportunidade de adquirir uma das obras de melhor conceito no estudo do cangaço.
Extraído do Blog: "Lampião Aceso" - do Kiko Monteiro
 

A GRUTA DO CANGACEIRO JESUÍNO BRILHANTE – PATU-RN

Mapa do Rio Grande do Norte, mostrando no quadrado negro, a localização da cidade de Patu
 
            No Município de Patu, Rio Grande do Norte, encontramos a cavidade natural conhecida como Casa de Pedra de Patu. Mas por ter sida utilizada na segunda metade do século XIX como local de abrigo pelo cangaceiro Jesuíno Brilhante e seu bando passaram a ser bastante conhecida.
 
Maciço rochoso granítico da Serra do Lima. A cidade de Patu fica na base desta elevação

        Desde o final do século XIX o local passou a ser citado por folcloristas, historiadores e pessoas que pesquisam o cangaço e a vida deste cangaceiro, porém nunca havia sido abordada em um estudo que integrasse o lado histórico-cultural, com a sua relevância em relação ao patrimônio espeleológico nacional. Esta lacuna começou a ser preenchida em Abril de 1998 pela organização não governamental de pesquisas espeleológicas SEPARN-Sociedade para Pesquisa e Desenvolvimento Ambiental do Rio Grande do Norte, que iniciou uma série de levantamentos espeleológicos na gruta e seu entorno, tendo as pesquisas continuado em visitações ocorridas respectivamente em Fevereiro de 2002, Março e maio de 2005, Junho de 2007 e Setembro de 2008.

1998-Foto da primeira visita da SEPARN a gruta do cangaceiro Jesuíno Brilhante, em época de chuva. Da esquerda para a direita estão os amigos Adeilton Rigaud Lucas Santos, Joaquim das Virgens Neto e o autor deste artigo. Adeilton e Joaquim atualmente são respectivamente geólogos da Petrobrás e do CPRM
 
           Nessas oportunidades foi possível avaliar as condições de preservação do local, alvo de visitações irregulares, e também foi possível produzir o mapeamento topográfico do interior da cavidade, auferir sua posição exata, produzir estudos sobre a geologia da área, além de lançar as bases e diretrizes para elaboração de um pretenso plano de aproveitamento turístico racional da área.

Serra do Cajueiro, na verdade uma continuidade geológica do maciço rochoso da Serra do Lima

             A gruta está localizada na Serra do Cajueiro, no imóvel Fazenda Cajueiro, propriedade rural às margens da RN-078 distante 5,6 Km do centro urbano, sendo o proprietário o Sr. Jorge Pereira de Castro, que é conhecido na região como Jorge Baiano. Durante o chamado período do ciclo do algodão no Nordeste, mais de 150 famílias chegaram a viver na propriedade, sendo um importante centro produtor desta malvácea. Atualmente ainda existem as benfeitorias da época, como a casa sede, capela, os currais e outras casas diversas.

Casas principais da fazenda Cajueiro. Todas com mais de um século

             Já a história do cangaceiro Jesuíno Alves de Melo Calado (1844-1879), o Jesuíno Brilhante, está associada à Casa de Pedra de Patu por influências familiares, uma vez que o descobridor da gruta foi seu tio materno, José Brilhante (1824-1873), igualmente cangaceiro e conhecido como “Cabê”. A pouca bibliografia existente sobre a vida de Jesuíno Brilhante conta que o velho cangaceiro José Brilhante, estava abrindo veredas de fuga em meio a uma grande mata e topou com a entrada da gruta.

A trilha de acesso a fonte de água e a cavidade

             Se a história é verdadeira não sabemos, mas é nítido como o local é um esconderijo seguro e estratégico. Devido principalmente à sua altitude, a parte superior da cavidade proporciona uma bela visão de todo a região, dando condições de visualização contra seus potenciais perseguidores, numa evidente vantagem tática. Associado a este fator o local onde se encontra a cavidade é de difícil acesso. O fato de existir uma saída lateral, o que proporcionaria uma área de escape do local em caso de emboscada, foi criada pela remoção de blocos graníticos e é creditada a uma intervenção dos cangaceiros na gruta.

Em 2005, este foi o estado em que os membros da SEPARN encontraram a entrada da gruta. As maiorias das pichações foram feitas com carvão e corretivo branco, modelo escolar

              Inúmeras informações foram colhidas através de entrevistas junto aos moradores da região, onde foi possível conhecer a associação entre seus antepassados e gruta, além do conhecimento das práticas comuns daqueles que viviam a vida no cangaço.

No interior da gruta encontramos estas duas estacas de baraúna. Segundo o pessoal da região, estas estacas estão aqui desde o tempo do cangaceiro Jesuíno Brilhante e serviam para armar uma rede. Posso garantir que desde 1998 elas estão lá, já se foram colocadas na década de 1870, aí é outra história

            Na gruta não estão caracterizados sinais evidentes de ocupação por indígenas, mas nada impede que eles tenham utilizado a gruta, vistos os mesmos terem deixados vários registros rupestres nas redondezas e o fato da cavidade ser um abrigo natural próximo à água.

5 de agosto de 2005-Participação no Seminário Jesuíno Brilhante, promovido pela SBEC-Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, em Mossoró. Da esquerda para direita Ricardo Sávio (SEPARN), Kidemyr Dantas (na época presidente da SBEC) e o autor deste artigo.

               Os elementos que apontam a entrada de Jesuíno Brilhante na vida do cangaço são os comuns neste tipo de situação; injustiça social, perda da posse da terra, afronta aos valores socioculturais ligados ao meio e consequências ligadas ao fenômeno das secas. Até 1871 Jesuíno trabalhou como lavrador e vaqueiro, era casado e possuía cinco filhos. Porém seus problemas tiveram início com o roubo de alguns de seus caprinos, fato atribuído aos seus vizinhos, a família Limão.

No local do olho d’água encontramos esta árvore marcada por disparos. As pessoas da região afirmam terem sido produzidas pelos cangaceiros. Mas esta versão, sem uma análise mais apurada, não pode ser confirmada

             Não bastasse o sumiço dos animais, alguns dias após o acontecido, um irmão de Jesuíno foi agredido por um membro da família Limão na feira da então Vila de Patu. Movido pela defesa da honra, Jesuíno matou o agressor de seu irmão e com poucas alternativas à sua disposição, tornou-se o cangaceiro mais famoso do Rio Grande do Norte.
             Perseguido, seu principal refúgio era a gruta, escondendo-se com o seu bando e sua família, tendo travado combates com policiais. Nunca foi capturado no local, tendo sido morto na Paraíba em 1879, no sítio Riacho dos Porcos, do município de Brejo do Cruz (PB). Morreu em combate aos 35 anos de idade.

No alto da Gruta do Cangaceiro Jesuíno Brilhante, em 2008, ano de muita chuva. O cenário aponta em direção à sede da fazenda Cajueiro

               Conforme comentamos anteriormente, são diversos os escritores e pesquisadores do fenômeno do cangaço atestam a utilização desta gruta por este cangaceiro, dentre eles Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) com o seu livro “A Flor de Romances Trágicos”. O primeiro livro publicado que faz inúmeras vezes alusão a esta caverna, é a do escritor cearense Rodolfo Teófilo (1853-1932) com o seu romance, “Os Brilhantes” de 1895. Depois vieram outros literatos, escritores e pesquisadores como Eloy de Souza (1873-1959), Gustavo Barroso (1888-1959).
               Em 19 de janeiro de 1969, o escritor Raimundo Nonato (1907-1993) visitou a caverna com a intenção de coletar dados mais fidedignos para a realização do seu livro “Jesuíno Brilhante – O Cangaceiro Romântico”.

Operação de limpeza da pichação da gruta

              O escritor Raimundo Nonato relata o quanto foi difícil o acesso e compreende a razão do cangaceiro haver resistido a várias incursões de forças do governo, dentre estas uma comandada pelo então oficial de polícia e futuro senador e ministro Amaro Bezerra Cavalcanti.

Pichação na entrda

             Já a literatura de cordel versa muito pouco sobre o local, já que os poetas populares fixaram-se na figura do cangaceiro e sua vida de lutas, deixando muitas vezes de referir-se ao seu esconderijo.

Resultado do trabalho

             Não existem registros fotográficos de Jesuíno Brilhante, contudo a sua caverna-esconderijo é um dos símbolos mais importante de suas aventuras e desventuras.
            Restou a fama de cangaceiro romântico, que não desonrava as senhoras, supostamente roubava dos mais ricos e doava aos mais pobres e protegia os sertanejos dos abusos dos coronéis.
 
Reultado da limpeza. Participaram moradores da fzenda, professores da rede de ensino de Patu e o então secretário de turismo da cidade, Fany Carlos

               Na Serra do Cajueiro, desde a base até as altitudes mais elevadas, existem abrigos criados pelo rolamento de blocos de granito. Estes blocos são formados devido ao intemperismo e falhamentos que atuam na rocha. Um destes abrigos é a caverna de Jesuíno Brilhante.
                 Durante da visita conjunta SEPARN, foi realizada uma topografia preliminar que definiu como área total de progressão da caverna de 60,46 metros, desnível de 6,72 metros, extensão norte a sul de 14,64 metros, extensão leste a oeste de 14,22 metros e altura média de 2 metros. As seções transversais são irregulares, pela acomodação dos blocos. Sua localização em coordenadas geográficas em UTM ficou definida em: área 24 648736E 9319399N. Da sede da propriedade para a caverna percorre-se uma distância de 1.800 metros.

Caminhos utilizados na região de Patu

              Atualmente, apesar da visitação desordenada, podemos adiantar que a gruta encontra-se em razoáveis condições de preservação e com real potencial para a sua utilização dentro do contexto de turismo ecológico.


Extraído do Blog: "Tok de História", do próprio escritor deste artigo, Rostand Medeiros

Paulo Afonso e a bela Cachoeira Veu de Noiva 

Por: João de Sousa Lima

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            Uma das mais belas visões da cachoeira de Paulo Afonso é a visão da cachoeira Veu de Noiva.


             Apesar de hoje só ser vista quando chove no norte de Minas e o Rio São Francisco recebe grande quantidade dessa cheia.


Extraído do blog: "João de Sousa Lima"

Cangaceira Durvinha: 03 anos de saudades

Por: João de Sousa Lima


            Dia 28 de junho de 2011 faz 03 anos da morte de minha amiga Durvinha. Ela que passou 10 anos no cangaço, foi baleada, picada por cobra, sofreu as dores da saudade e sobreviveu para contar a história.

            Quando fugiram, ela e Moreno, em 1940, saíram margeando o Rio São Francisco, pelo lado pernambucano, até chegarem, depois de vários dias de caminhada, até Bom Jesus da Lapa.


            Em Bom Jesus da Lapa ficaram distante uma légua e meia do centro da cidade, na casa de Gertrudes, depois aproveitaram para ir até a Gruta do Bom Jesus pagar uma promessa que haviam feito para que Durvinha não morresse da picada da cobra. Eles haviam levado um pé de madeira feito por Manuel Miguel, em Tacaratu, Pernambuco. O pé de madeira tinha uma sizura pintada de vermelho, marcando como se fosse o local atingido pelas garras venenosas da serpente.

Moreno e Durvalina 
       
        Na casa de Gertrudes os cangaceiros permaneceram aproxmadamente um mês e meio; Durvinha logo que chegou nessa casa enlouqueceu, correu no quintal quase nua
  
           Um cego que passava por lá e ouviu o corre corre de Moreno segurando sua companheira, foi quem ensinou um remédio para que ela ficasse curada, Moreno foi comprar o remédio, que depois de aplicado como havia recomendado o cego, ela ficou boa.

Aristeia e Durvalina,
que no cangaço eram as maiores amigas

           Quando empreenderam novamente a fuga com destino a Minas Gerais, um cunhado de Gertrudes, chamado Amâncio, acompanhou os dois cangaceiros. No estado de Minas eles se separaram, ficando Moreno e Durvinha no estado mineiro e Amâncio seguindo para São Paulo. Foi uma verdadeira epopeia a fuga do casal para fugirem do cangaço.

            Durvinha deixou saudades, pela amizade construída e por nossa convivência nos últimos tempos, ela se tornou inesquecível, lembro sempre dela e a coloco sempre em minhas orações.
            
             Grande beijo