Clerisvaldo B. Chagas, 13 de agosto de 2024
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.087
Foi
anunciada a morte do ex-ministro Delfim Neto, com 96 anos de idade. Pois bem,
sem querer ofender a memória do ex-ministro, vamos recordar uma das estrofes
mais perfeitas dos repentistas nordestinos. A inflação estava altíssima.
Todos os males do Brasil eram atribuídos pelo povo ao, então, Ministro da
Fazenda Delfim Neto. Isso criou uma revolta geral na população.
Pois, no Ceará houve uma cantoria de viola e lá para as tantas, alguém deu um tema aos repentistas. Uma espécie de trava-língua:
“Se não der
fim a Delfim
Delfim dá fim a nação”
Os repentistas se engalfinharam e terminou um deles fazendo esse primor de décima:
Tamo na segundo etapa
Do tempo do realismo
Vai chegando o comunismo
Desse aí ninguém escapa
Atiraram até no Papa
Mas em Delfim Neto, não
Que falta faz Lampião
Pratirar em cabra ruim
Se não der fim a Delfim
Delfim dá fim à Nação.
Estamos apenas resgatando estrofes que se tornaram célebres em cantorias e que são espalhadas por todo o Nordeste através dos apologistas. Às vezes nem ficam registradas em livro algum, mas não deixam de passar de boca em boca pelos apreciadores da arte popular.
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