Seguidores

sábado, 17 de abril de 2021

RASTEJADORES - HOMENS-CHAVES DAS VOLANTES POLICIAIS NO COMBATE AO CANGAÇO. FINAL.

https://www.youtube.com/watch?v=NydctEvbSVo&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Cangaçologia

DOCUMENTÁRIO: RASTEJADOR, SUBSTÂNTIVO MASCULINO. Origem: Canal Thomaz Farkas. Sinopse: Relato de um rastejador, que ajudava as volantes a encontrar rastros dos cangaceiros na caatinga e seus conhecimentos para sobreviver neste ambiente. Batista e Joaquim Correia Lima são profissionais que trabalharam como rastejadores, pessoas dedicadas a caçar animais e que posteriormente foram usadas para rastrear pessoas, servindo como fiel e eficiente auxiliar nas volantes, durante o movimento do cangaço no nordeste brasileiro. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações. Forte abraço... Cabroeira! Atenciosamente: Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador dos canais Cangaçologia e Arquivo Nordeste. Data e local de produção Ano: 1969 País: BR Cidade: São Paulo Estado: SP Certificados Certificado de Produto Brasileiro: B0600502100000 de 28.04.2006. Data e local de lançamento Data: 1972.08.28 Local: Rio de Janeiro Gênero: Documentário. Termos descritores: Caça; Agricultura; Nordeste; História; Fazenda; Igreja Católica Descritores secundários: Alimentação; Cangaço. Termos geográficos: Santa Brigida - BA. Produção: Produção: Farkas, Thomaz. Produção executiva: Pallero, Edgardo; Muniz, Sergio. Distribuição: Companhia(s) distribuidora(s): Difilm - Distribuição e Produção de Filmes Brasileiros Ltda. Argumento/roteiro: Roteiro: Cinema de Cordel Pesquisa: Muniz, Sérgio Direção: Direção: Muniz, Sérgio Assistência de direção: Trevisan, João Silvério Fotografia: Direção de fotografia: Farkas, Thomaz. Assistência de câmera: Trevisan, João Silvério Som: Som direto: Lopes, Sidnei Paiva Montagem Edição: Muniz, Sérgio. Assistente de montagem: Machado, Maria Alice. Dados adicionais de música: Instrumentista: Calunga, Antonio - berimbáu de bôca. Locação: Nordeste. Identidades/elenco: Batista Lima, Joaquim Correia Narração: Bastos, Othon.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

RASTEJADORES - HOMENS-CHAVES DAS VOLANTES POLICIAIS NO COMBATE AO CANGAÇO. PARTE I.

https://www.youtube.com/watch?v=mcmVfDRj968&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Cangaçologia

DOCUMENTÁRIO: RASTEJADOR, SUBSTÂNTIVO MASCULINO. Origem: Canal Thomaz Farkas. Sinopse: Relato de um rastejador, que ajudava as volantes a encontrar rastros dos cangaceiros na caatinga e seus conhecimentos para sobreviver neste ambiente. Batista e Joaquim Correia Lima são profissionais que trabalharam como rastejadores, pessoas dedicadas a caçar animais e que posteriormente foram usadas para rastrear pessoas, servindo como fiel e eficiente auxiliar nas volantes, durante o movimento do cangaço no nordeste brasileiro. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações. Forte abraço... Cabroeira! Atenciosamente: Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador dos canais Cangaçologia e Arquivo Nordeste. Data e local de produção Ano: 1969 País: BR Cidade: São Paulo Estado: SP Certificados Certificado de Produto Brasileiro: B0600502100000 de 28.04.2006. Data e local de lançamento Data: 1972.08.28 Local: Rio de Janeiro Gênero: Documentário. Termos descritores: Caça; Agricultura; Nordeste; História; Fazenda; Igreja Católica Descritores secundários: Alimentação; Cangaço. Termos geográficos: Santa Brigida - BA. Produção: Produção: Farkas, Thomaz. Produção executiva: Pallero, Edgardo; Muniz, Sergio. Distribuição: Companhia(s) distribuidora(s): Difilm - Distribuição e Produção de Filmes Brasileiros Ltda. Argumento/roteiro: Roteiro: Cinema de Cordel Pesquisa: Muniz, Sérgio Direção: Direção: Muniz, Sérgio Assistência de direção: Trevisan, João Silvério Fotografia: Direção de fotografia: Farkas, Thomaz. Assistência de câmera: Trevisan, João Silvério Som: Som direto: Lopes, Sidnei Paiva Montagem Edição: Muniz, Sérgio. Assistente de montagem: Machado, Maria Alice. Dados adicionais de música: Instrumentista: Calunga, Antonio - berimbáu de bôca. Locação: Nordeste. Identidades/elenco: Batista Lima, Joaquim Correia Narração: Bastos, Othon.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

A MEMÓRIA DE UM COMBATENTE CANGACEIRO.

Por Geovan Farias

https://www.facebook.com/groups/508711929732768

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

 

VIÚVA FALA SOBRE CHICO ANYSIO DEIXAR FILHO FORA DO TESTAMENTO: 'A RELAÇÃO DELES ERA COMPLICADA’ - "SÓ COMO ARQUIVO NO BLOG"

 

Nesta segunda-feira, dia em que completa 8 anos da morte de Chico Anysio, Malga de Paula, viúva do comediante, concedeu uma entrevista ao canal "Na Lata", de Antônia Fontenelle, falando pela primeira vez sobre a anulação do testamento do ex-marido. A escritora e empresária, de 50 anos, contou como era a relação de Lug de Paula, o intérprete de Seu Boneco, da "Escolinha do Professor Raimundo", com o pai. Para quem não sabe, o nome de Lug ficou de fora da partilha de bens do comediante.

“A relação deles era muito complicada. Eu fiquei casada com o Chico durante 14 anos, e nesse momento tiveram umas cinco, seis, sete vezes que o Lug desaparecia. Ele implicava com alguma coisa que o pai ou os irmãos tivessem feito e desaparecia, não falava com ninguém”, contou Malga.

Ela também lembrou que Lug não compareceu ao velório do pai: “Os irmãos ficaram muito chateados com isso. Chamavam ele porque o pai estava morrendo. Ele não veio e dizia ‘que o pai já tinha morrido há muito tempo’. Quando o pai morreu, ele não veio, na cremação do pai, ele não veio, na missa de sétimo dia, ele não apareceu. Na missa de um mês, ele ficou furioso com a minha secretária, que deixou um recado para ele", lembra ela.

Malga lembrou como Chico Anysio se referia a Lug: “Apesar desse relacionamento complicado, ele amava o Lug. "Ele achava que o Lug era o filho mais talentoso que ele tinha”.

Ela acredita que Chico tirou o nome do filho do testamento num momento de impulsividade, quando o comediante estava internado num hospital.

"Ele estava bravo com o Lug por alguma razão e chamou o testamenteiro incompetente e mandou tirar o filho do testamento. Três meses depois de fazer esse testamento, o Chico foi para o CTI e veio a falecer. Tenho certeza que se o Chico tivesse vivido mais um ano, ele teria mudado", lembra ela, contando que o filho só apareceu quando soube que o nome dele não constava no testamento.

Divisão do patrimônio

Inventariante do testamento, Malga di Paula conta na entrevista que Chico deixou os bens materiais para ela e o patrimônio intelectual para os seis filhos. "Não faço a menor ideia de quanto realmente vale", afirma. Malga diz ainda que não fala com os filhos do comediante desde da morte do ex-marido e confirmou que o apresentador Silvio Santos chegou a oferecer, na época, R$ 70 milhões pelo patrimônio intelectual de Chico.

https://extra.globo.com/famosos/viuva-fala-sobre-chico-anysio-deixar-filho-fora-do-testamento-relacao-deles-era-complicada-24324229.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

" TÚMULO DA FAMÍLIA PEREIRA ".

 Por Luís Bento

Cemitério Público de JATI-CE.

Foi sepultada neste " Túmulo " em 15 de julho de 1972, " Alina Epolina de Sá, Dona Lina, primeira companheira de Sebastião Pereira da Silva, Senhor Pereira, primeiro chefe Cangaceiro de Lampião.

Alina Epolina de Sá, nasceu em 02 de fevereiro de 1903, em Vila Bela atual Serra Talhada Pe,

Filha de: José Oliveira de Souza e

Filomena Epolina de Sá.

Certidão de Óbito:

Fonte, Cartório Silva

Tabelião, Wilton da Silva Brito.

Pesquisador:

LUÍS BENTO

JATI 17/04/21/.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

REVISITANDO A FAZENDA ESPADUADA QUE PERTENCEU AO CÉLEBRE CORONEL BAIANO JOÃO SÁ.

Por Geraldo Júnior 

https://www.youtube.com/watch?v=6N3zZ2rdP6E&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Cangaçologia

INSCREVAM-SE TAMBÉM NO CANAL "ARQUIVO NORDESTE". ACESSEM: https://www.youtube.com/channel/UCjSU...​ Visitamos novamente a famosa Fazenda Espaduada que no passado pertenceu ao célebre coronel baiano João Sá, notório coiteiro de Lampião e um dos coronéis mais influentes do estado da Bahia em sua época. Os amigos pesquisadores e colaboradores do canal, José Francisco Gomes de Lima e Sandro Leite Cavalcanti "Sandro Lee" estiveram na fazenda e fizeram uma minuciosa varredura por toda a extensão da fazenda e no interior da casa grande, como nunca antes realizada. Uma viagem ao passado rumo ao tempo dos jagunços, cangaceiros e coronéis. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações. 

Forte abraço... Cabroeira! Atenciosamente: Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador dos canais Cangaçologia e Arquivo Nordeste. 

Seja membro deste canal e ganhe benefícios: 

https://www.youtube.com/channel/UCDyq...

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CANGAÇO - CERCADO PELA VOLANTE - PEDRO DE TERCILA

 Por Aderbal Nogueira

Terceiro vídeo em sequência de seu Pedro de Tercila. Agradeço aos amigos Jairo Luiz Oliveirae Washington Rodrigues por essas imagens importantíssimas de um amigo e coiteiro de Lampião. 

https://www.youtube.com/watch?v=ZleJ3cvLEHc&fbclid=IwAR05-YoJ3Jrz8J5vBF4RSEEJZxyoIdrmjJsm1s3wxmiB19jSFcNS1VDbRGs&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Seu Pedro era vaqueiro do coronel Eronildes. Quem ainda não assistiu as duas primeiras partes elas estão no meu canal no youtube "Aderbal Nogueira cangaço".

https://www.youtube.com/watch?v=ZleJ3cvLEHc&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

PUBLICAÇÃO DE GRUPO Lembranças em papel A MORTE DE JARARACA NA LITETATURA DO CANGAÇO

Por Marcílio Falcão - Professor de história da UERN

Resumo:

O presente artigo analisa a produção da escrita morte do cangaceiro jararaca ( José leite de Santana) à partir das obras Lampião em Mossoró( Raimundo Nonato), A flor de romances trágicos ( Câmara Cascudo) e A Marcha de Lampiãoà Mossoró ( Raul Fernandes), debatendo sobre as construções das narrativas sobre o assassinato do cangaceiro Jararaca, em 19 de junho de 1927 na cidade de Mossoró.

Em 1955, RaimundoNonato pública pela Potengi, o livro " lampião em Mossoró" . O autor reuniu muitos documentos sobre ataque dos cangaceiros a Mossoró. Notícias de jornais, depoimentos de autoridades civis e militares, boletins bibliográficos da coleção mossoroense, trabalhos em literatura de cordel como os de José Pereira lira ( a derrota de lampião em Mossoró) e " À vida de Lampião nos sertões" bem como o diário do coronel António Gurgel e os depoimentos dos cangaceiros Francisco Ramos de Almeida ( mormaço) Miguel Inácio dos Santos ( casca groca) é Manoel Ferreira( bronzeado) que apresentam informações sobre a presença de lampião no Rio Grande do Norte e a trajetória dos seus comandados em Mossoró.

Quando se refere à morte de Jararaca, Nonato utilizá as i formações e impressões do livro " nos tempos de lampião", do escritor cearense Leonardo Mota. Publicado em 1930, foi esse trabalho que apresentou de forma impressa, os primeiros comentários sobre a possibilidade de Jararaca ter sido assassinado pela polícia em Mossoró. No entanto, essa versão só ganha força, em Mossoró com RaimundoNonato ( lampião em Mossoró, 1955) é Câmara Cascudo ( flor de romances trágicos,1966) quando suas obras passam a ser lidas tanto pela elite local, como nos espaços de leitura da cidade ( biblioteca Municipal do colégio diocesano.

A partir de "lampião em Mossoró" , outros escritores se debruçam em comentar sobre as condições em que ocorreu a morte de Jararaca é produzir outros comentários sobre o acontecimento. Assim, após 28 anos as notícias sobre o falecimento de Jararaca reaparecem e apresentam detalhes omitidos em 1927. À maior parte dessas particulidades parte da publicação de LeonardoMota, que escrevendo sobre o acontecimento, comentava sobre o fim de um dos mais perigosos cangaceiros que o sertão conhecerá, estando o seu corpo no cemitério São Sebastião, em Mossoró.

O que continuava intrigando não eram os diversos é contraditórios relatos que levaram a sua morte do cangaceiro, mas os significados que passam a ser dados a essas narrativas sobre a morte de Jararaca. Porque levou tanto tempo para o trabalho do escritor ser utilizado? As lembranças sobre o ataque traziam à tona as lembranças sobre a trajetória de Jararaca em Mossoró. Os relatos dos jornais locais, que na época só publicaram pequenos fragmentos do acontecimento, com poucas informações, cedia espaço após três décadas as narrativas que tinham sido silenciadas.

Citando Leonardo da Mota, RaimundoNonato pública a versão que afirma que "jararaca morreu, mas não foi de morte morrida, foi de morte matada" é ampliando-a, do memorialista cearense, cita que ao chegarem ao cemitério, os policiais mostraram ao cangaceiro: uma cova aberta lá no canto, quase fora do

" sagrado" e lhe perguntaram para o que era aquilo... foi quando jararaca falou froncado e destemido. Saber de certeza não sei não mas estou calculando...

Não é para mim? Agora isso só se faz porque me vejo nessas circunstâncias, com as mãos inquiridas e desarmado! Um gosto não deixo pra vocês: é se gabarem de eu pedir que não me matassem.

Matem!matem!, que matam mas é um home! Fique sabendo que vocês vão matar o homi mais valente que pisou nesta.

Essa narrativa apresenta jararaca como o cangaceiro valente, destemido, que não se curva diante dos seus inimigos, mesmo que seja em condições que levam à sua morte. Jararaca é apresentado como um sujeito que desafia seus inimigos mesmo em condições desfavoráveis. Não foge de seus posicionamentos, não pede perdão ou misericórdia aos seus carrascos. Mantem-se a imagem do homem valente, destemido, corajoso, que não se curva diante dos seus adversários. Nota-se que essas narrativas divulgam certas características dos cangaceiros que estavam presente no imaginário popular, isto é, os cangaceiros são idealizados como sujeitos FORTES e corajosos até na hora da morte.

A idealização de Jararaca como o homem mais valente que já pisou nesta terra vai de encontro da dubiedade da imagem do cangaceiro para uns, era sanguinário, frio e cruel, mas para outros era um ser valente, vingador, cumpridor da palavra é que protege os amigos.

Jararaca passa a ser apresentado como um sertanejo valente, destemido, que não se abate diante da morte anunciada. Sua vida de cangaceiro é a tensão de suas atividades no cangaço em torno da violência podem ter contribuido para transformar suas preocupações diante da morte, a ponto de te-la como algo muito próximo. As empreitadas as vilas e pequenas cidades no intuito de saquea-las, fizeram com que o apego ao sagrado fosse uma constante a esses indivíduos, mas isso não impedia que o perigo da morte não estivesse presente no quotidiano desses indivíduos.

Por outro lado existe a possibilidade do desespero ante a morte anunciada. Nessas condições, as expressões, matem! Matem! Podem funcionar como válvula de desespero diante da morte real ou de sua possibilidade. Essas expressões levam os escritores depoentes a recorrer em e produzirem lembranças sobre tal situação, mesmo sabendo que a morte não é " fácil de ser encarada como fato corriqueiro", banal e sem significado mesmo sendo essa sua única condição. Querer dar a morte um significado é uma tentativa da nossa espécie para nós proteger do desconhecido e da própria morte. O significado sobre a morte, nesse caso, passa a ser produzidas em memórias fragmentadas diferentes, presentes nas obras sobre o cangaço, e que fez circular a noção de morte trágica como condição que favorece uma ressignificacao do ser social ( no caso o cangaceiro jararaca) diante da morte, permitindo-lhe a possibilidade do perdão pelos crimes cometidos em sua vida de cangaceiro.

Assim, quem morre em junho de 1927 é o cangaceiro jararaca, e quem nasce para uma nova vida, é o homem José leite de Santana, isso se torna possível na medida em que os crimes praticados é justificado por sua trágica morte. É nesse momento que as práticas religiosas presentes na sociedade brasileira, através do catolicismo popular, são visíveis e produzem a distinção entre o ser cangaceiro( marcado pela experiência de um espaço social marcado pela exclusão e violência que fez produzir a imagem do cangaceiro) e o homem José leite de Santana, vítima de uma feroz agressão. Essas condições são gerenciadas pela presença de longas tradições cristãs no imaginário religioso em relação à morte trágica. Sensibiliza-se com o outro, ou com " a morte do outro, mostram a complexidade da formaçãocultural do nordestino no que diz respeito à suas práticas e posturas em relação ao mistério da morte.

Essas obras fizeram circular os acontecimentos que marcaram a morte de Jararaca como uma transgressão da polícia de Mossoró em 1927. Com mais rigor, o Leonardo Mota , narra a cena de morte do cangaceiro da seguinte forma:

Por trás dele um soldado, naturalnente de combinação com os outros, deu-lhe um tiro de revolver na cabeça. À bala pegou bem no mole do pé do ouvido, lá nele. O jararaca amunhecou das pernas e caiu de olho virado. Aí, os soldados o empurraram com os pés para dentro da sepultura. Só demoraram enquanto tiravam os ferros das algemas. Quando o cadáver rolou para a cova, fizeram luz é espiaram:o finado tinha caido de bruços. Mas ninguém se embarcou com isso:por cima do corpo ainda quente, as pás de terra deram o serviço.

A morte trágica é narrada de forma objetiva. Jararaca foi morto sumariamente, sem tempo para se defender e Ainda foi jogado na cova como um animal que não tiveram direito a um sepultamento. Seu corpo, segundo Leonardo é profanado no ato do sepultamento, mas com espanto o autor permite entendermos que não houve nenhuma piedade por parte dos construtores da situação em relação ao corpo que fora jogado na cova.

Nas duas obras citadas, percebe-se as diferentes formas de expor a trajetória de Jararaca após sua prisão. Na primeira o cangaceiro aparece recorrendo ao sagrado como única forma de se livrar daquela situação, isso favorece sua redenção diante dos que se sensibilizaram com sua trágica morte. Na segunda, encontramos uma narrativa que apresenta de forma minuciosa o desenrolar de um extermínio frio e calculado, quando a vítima se mantém irredutível diante da polícia e os desafia não temendo a situação que o levaria à sua morte é continua citando a forma como veio a óbito o cangaceiro é a maneira como seu corpo foi sepultado.

Em uma cultura influenciada pelo catolicismo, cujos valores relacionados à piedade e misericórdia são marcantes, a sensibilidade dos indivíduos com as narrativas orais e escritas das atrocidades cometidas por jararaca, em sua vida de bandoleiro, ganham novo sentido é passam por um processo de ressignificacao, tendo como suporte para tal a justificativa de que sua trajetória de bandido era culpa de uma sociedade que excluía é conduzia à condição de bandido.

CâmaraCascudo escreveu em flor de romances trágicos(1966) um breve comentário sobre a vida do cangaceiro Jararaca, desde sua participação no exército, até sua morte em Mossoró. À narrativa do trabalho de cascudo é ancorada por escritores como José Otávio Pereira lima, João Martins de Ataíde é LeonardoMota, ambos tecem comentários sobre o cangaceiro, os dois primeiros através da literatura de cordel.

Cascudo organizou essa obra que os fatos são narrados à partir de versos, seguidos de brevissimos comentários, onde jararaca representa o pior dos cangaceiros. Busca -se uma sequência cronológica que dê sentido à sua trajetória, desde a participação no exército, entrada no cangaço, ataque à Mossoró, sua prisão e morte.

O último poema do livro é intitulado:vida e morte de Jararaca, nele são expostas certas particulidades da relação que jararaca mantinha com suas vítimas, na maioriadas vezes um assassino frio e cruel. É importante frisar que esses poemas circulavam com facilidade em Mossoró, facilitando o acesso dessa literatura as camadas mais humildes da população local, bem como a reafirmação(ou nao) dessas representações de Jararaca. Embora jararaca fosse apresentado como o piordos cangaceiros, por sua violência, não se deve esquecer que essa literatura também faz descrições sobre sua morte é mantém a imagem que caracterizou os cangaceiros como feras vis e asquerosas como apresentam as estrofes abaixo:

No dia 19 à madrugada,

A noite estava escura e tenebrosa,

O tenente em condução bem preparada,

Transportou a fera vil e asquerosa,

Na estrada jararaca quis correr,

Foi pior, que mais tarde veio a morrer!

Pesada luta a fera assim travou

é quase que fugia dessa vez

Se não fora um soldado que o agarrou

Com força destemida altivez

Jararaca foi morto de punhal,

E enterrado num puro lamaçal

CASCUDO,Camara jararaca,2 Ed. Mossoró.

Fundação vingt un

Rosado

ICOP

REVISTA DO

INSTITUTO

CULTURAL

DO OESTE

POTIGUAR

NÚMERO12

SETEMBRO DE 2010

 https://www.facebook.com/groups/GrupoCangacologia/?multi_permalinks=4014663328590610&notif_id=1618663586072286&notif_t=group_activity&ref=notif

http://blogdomendesemendes.blogspot.com