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quinta-feira, 10 de março de 2016

OSTEÍTE VENCE FLORO BARTOLOMAU

O8 DE MARÇO DE 1926 – (morre o Dr° Floro na capital do País)

Nascido em Salvador, Bahia, a 17 de agosto de 1876, sendo filho legítimo de Virgílio Bartolomeu da Costa e de dona Maria Josefina da Costa de Jesus Batista (02), recém-formado em medicina, clinicou em Patamuté, município de Capim Grosso e depois em Vila Ventura, distrito de Morro do Chapéu. Nesse povoado ele conhece o conde Adolfo Van den Brule Brulle e entrou para uma sociedade de minerados...

“(...)O êxodo da dupla para o sul cearense não foi única e exclusivamente o intuito de explorar as minas do Coxá, porquanto seria trocar o certo pelo duvidoso. Há indícios que o motivo tenha sido a fuga da justiça ou o medo da vingança, em razão de um assassinato praticado pelo doutor na cidade baiana. Há duas versões sobre o a motivação do delito praticado. Em uma, Floro Bartolomeu se defende, alegando legítima defesa ao ser agredido por um garimpeiro; noutra fala-se em crime passional, posto ter o médico se apaixonado pela primeira esposa do conde, dona Albertina e tendo, por essa razão, morto um Don Juan local que cortejava a condessa(...)O primeiro encontro entre o padre Cícero com os dois recém-chegados teve um caráter estritamente comercial no tocante à exploração das minas do Coxá, grande parte pertencente ao sacerdote. Embora exercendo a medicina, Floro era advogado provisionado e orientou ao reverendo sobre a necessidade da demarcação judicial com o intuito de assegurar legalmente a posse da terra. Coube aos visitantes essa incumbência. Nascia um forte vínculo de amizade entre o padre Cícero e doutor Floro que duraria quase vinte anos. Foi a união perfeita de duas pessoas que se completavam. Um era a luva; o outro, a mão(...)”. (http://www.fotosmcba.com.br/pagina.php?id=180)

Em maio de 1908 (01), dois homens montados a cavalos e puxando duas burras, carregadas com apetrechos, sob um sol escaldante, cruzaram as ruas empoeiradas de Juazeiro e pediram informações sobre onde morava o padre Cícero. Um chamava-se Floro Bartolomeu da Costa e o outro Adolfo Van den Brule

Floro Bartolomeu da Costa foi o deputado federal nordestino mais prestigiado da “Velha República.” O presidente Arthur Bernardes em reconhecimento aos feitos do deputado ao depor o governador Franco Rabelo, encarregou-lhe a missão de combater a “Coluna Prestes” em nossa região.

Com o passar dos anos, sua saúde abalada pela osteíte causadora de terríveis dores de cabeça, Dr° Floro, solteiro e pobre, falece no Rio de Janeiro em 08 de março de 1926, acometido de uma “angina pectoris”.
Em virtude dos relevantes serviços prestados ao Brasil, Floro foi sepultado, no Rio de Janeiro, com as honras de “General Honorário do Exército Brasileiro”.

Fonte: facebook
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O GLOBO – 05/10/1975 JOÃO ALVES, O CASCAVEL, DE CANGACEIRO A CURANDEIRO

Acervo do pesquisador Antônio Corrêa Sobrinho

 Lembrando ao leitor que este artigo foi publicado no jornal "O Globo" em 05 de outubro de 1975

Aos 97 anos, Cascavel, que lutou no bando de Antônio Silvino, é o outro cangaceiro nordestino ainda vivo, chama-se João Cosme Alves e vive na Ilha do Bispo, pequeno povoado na periferia de João Pessoa, na Paraíba, preparando garrafadas que curam dor de dente, espinhela caída, doenças venéreas e até impotência masculina. Cascavel garante que já expulsou o demônio do corpo de uma mulher que contraíra uma doença chamada “macaca-de-purungá”. E embora se sinta obrigado muitas vezes a pedir esmolas na esquina da rua em que mora, costuma emprestar dinheiro a quem precisa, sem cobrar juros e nem lembrar os compromissos dos devedores.

Em 1903 – há exatamente 72 anos – Cascavel enfrentou um desordeiro que pretendia desonrar sua cunhada. Ele diz que apenas emasculou o homem. Mas outros garantem que matou o galanteador. Foi durante a fuga para escapar da prisão que encontrou o bando de Antônio Silvino e seguiu o cangaceiro, tornando-se famoso nos sertões nordestinos.

Cascavel lembra os feitos do bando de Antônio Silvino contando o caso da invasão da fazenda de Manoel Belo, em Pernambuco. O chefe dos jagunços mandou pedir três contos de réis ao fazendeiro e recebeu o recado de que teria três balas se ousasse chegar perto da propriedade:

- Juntos, nós invadimos o lugar e todos fugiram, o dono da fazenda e a resistência organizada por um destacamento da polícia. Manoel Belo chegou a Caruaru sem conseguir falar e, quando recuperou o fôlego, só conseguiu dizer: “Antônio Silvino”.

TUDO NA VIDA

Cascavel diz que já fez quase tudo na vida. Foi sapateiro, carpinador, barbeiro, funileiro e agora é rezador ou curandeiro. O apelido lhe veio quando era menino, depois que foi picado por uma cobra cascavel e esteve entre a vida e a morte. “Mas quem morreu foi a cobra”, e o episódio valeu-lhe o nome que a princípio incomodava e depois virou lenda.

A camisa entreaberta ao peito deixa à mostra uma cicatriz. Cascavel explica que o buraco é de bala calibre 44 e o tiro foi durante a companha de Princesa, em 1930, na época em que servia na Polícia Militar. Recorda a noite em que chegou à capital da Paraíba, quando João Pessoa era presidente do Estado, antes da Revolução de 30, em companhia dos batalhões destroçados pelas tropas rebeldes de José Pereira.

- Da ponte Sanhauá, avistei o fogo que subia em labaredas mais altas do que os prévios. O povo incendiava a Casa Vergara, o armazém mais importante da cidade, ligado aos rebeldes de Princesa, e isso mostrava que a Revolução tinha começado.


Fonte: facebook
Página: Antonio Corrêa Sobrinho

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SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DA IMPRENSA DE MOSSORÓ - 06 DE MARÇO DE 2016

 Por Geraldo Maia do Nascimento

A história da imprensa mossoroense começou em 17 de outubro de 1872 com o lançamento do jornal “O Mossoroense”, que se declarava “seminário, político, comercial, noticioso e literário”. Na realidade era um jornal político, de propriedade e redação de Jeremias da Rocha Nogueira, declarando-se depois como “órgão do Partido Liberal de Mossoró, dedicado aos interesses do Município, da Província e da humanidade em geral”. Era um jornal bem escrito, de formato regular e impresso em tipografia própria.
               
O jornal, nessa sua primeira fase, funcionou até 1876, quando não podendo mais manter-se, fechou suas portas tendo o seu maquinário sendo vendido ao Coronel Antônio Soares de Macedo, que passou a imprimir nele o jornal “O Brado Conservador”, de sua propriedade, na cidade de Assu.
               
Nesse mesmo ano, 1876, surgiu um outro jornal na cidade: “Recreio Familiar”. Era um jornal de pequeno formato, dedicado à literatura, recreio e instrução do povo.
               
Em fins de 1901 surge o “ECO”, periódico humorístico e ilustrado.
               
Em 1902 ressurge “O Mossoroense”. O seu primeiro número, nessa nova fase, foi publicado em 12 de junho, tendo como redatores o Coronel Antônio Gomes e Alfredo Melo e como gerente-redator-xilógrafo, João da Escóssia. É uma segunda geração de jornalistas, haja vista que João da Escóssia ser filho de Jeremias da Rocha Nogueira e Alfredo Melo ser filho de José Damião de Souza, que foi parceiro de Jeremias quando surgiu o primeiro jornal.
               
O Mossoroense, nessa segunda fase, surge como sucessor do ECO, que parou de ser publicado para dar lugar ao novo O Mossoroense. Apresentava-se como um jornal periódico, humorístico e ilustrado, com intuito de prestar, como puder, serviços às letras, às artes, às ciências, às indústrias e ao desenvolvimento de todos os remos de atividade humana.
               
O jornal era quinzenal e impresso na Tipografia Aurora Escocesa, que depois passou a chamar-se Atelier Escóssia.
               
Em 18 de junho de 1902 surge também “A Ideia”, órgão do Instituto Literário “Dois de Julho”. Tinha como redatores Olímpio Melo, R. Rubira, Soares Júnior e Alves Tavares. Era impresso no Atelier Escóssia.
               
Em 1903 surge “TRINTA DE SETEMBRO”. Era uma revista manuscrita, órgão do Grêmio Literário Augusto Severo.
               
Também de 2003 é o “Passatempo”, interessante jornalzinho manuscrito do qual eram redatores Tércio Rosado, Elesbão Filgueira e Roboão Filgueira.
               
Em 1904 surge “O Comércio de Mossoró”, como órgão do comércio, da indústria e da lavoura. Definia-se como “folha hebdomadária”, e circulou pela primeira vez em 17 de janeiro de 1904, tendo apenas Bento Praxedes, como redator. Depois passaram a colaborar com o jornal: Dr. Felipe Guerra, Padre Pedro Paulino, Martins de Vasconcelos e os acadêmicos José Calazans, Bruno Pereira e Orlando Correia.
               
Era de propriedade do capitão João Carlos Wanderley, comerciante, residente em Macau.
               
Em 1904 era publicado ainda “O Mensageiro”, periódico literário, órgão da sociedade “Mocidade Católica São Luís de Gonzaga e a “Revista União”, órgão mensal da sociedade literária “Dois de Julho” e “Mocidade Católica”. O primeiro número da Revista União foi publicado em 30 de junho e declarava no artigo de apresentação que nada mais era do que a união dos dois periódicos A Ideia e O Mensageiro. Sem redatores fixos, era bem escrita e dizia que era impressa na Tipografia Potiguar.
               
Em 1905 surgiu “O Santelmo”, jornalzinho literário, independente, crítico e noticioso, redigido por Francisco Bruno Pereira.
               
De 1907 era “A Alvorada”, interessante periódico literário, que surgiu à luz da publicidade no dia 13 de dezembro, durante a festa de Santa Luzia, sob a direção de A. Quintino.
               
“Atheneida” foi uma revista lançada em 1904, sob a direção do acadêmico Souza Nogueira. Era uma revista literária, com vários colaboradores que nela publicavam os seus contos e poesias.
               
Em 1935 surgiu o “Boletim da “ABC”, órgão da Associação de Normalistas de Mossoró, tendo o seu primeiro número circulado no dia 12 de outubro daquele ano, sob a direção do professor Alfredo Simonetti. Prometia circular nos dias de comemoração cívica e era impresso no Atelier Escóssia.
               
Na próxima semana continuaremos com o levantamento dos periódicos que circularam na cidade de Mossoró. 

Todos os direitos reservados

É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de
comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.
Autor:
Geraldo Maia do Nascimento

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PUNHAL QUE PERTENCEU AO CANGACEIRO " ANTONIO SILVINO "


PUNHAL QUE PERTENCEU AO CANGACEIRO " ANTONIO SILVINO " dado como presente ao Sr. Adelino José Bezerra, por ocasião da invasão á cidade de Belém de Caiçara....Vejam, que peça belíssima..!
Cortesia da foto: Alberto Viégas Viégas


Fonte: facebook

Página: Voltaseca Volta

Link: https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?fref=ts

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ENTREVISTA DE CHIQUINHO RODRIGUES - A INVASÃO DE PIRANHAS POR GATO E GRUPO DE CORISCO

Entrevista feita por Aderbal Nogueira e Paulo Gastão

Lembro que um dia recebi a visita do coronel Antônio de Brito, uns Homens ricos, da nossa Região, depois dos cumprimentos, pediram que ele se sentasse e eu, intrigado, lhe disse:

- Rapaz, não estou vendo nenhum soldado.

Ele informou que haviam saído por volta da meia noite para atacar uns cangaceiros numa fazenda (Fazenda Pico) que distava 20 km de onde estávamos. 

Eu disse: 

- Tá certo. 

Em poucos minutos chegou o genro dele com um telegrama de Olhos D’água do Casado. No telegrama dizia: 

- Atacamos os cangaceiros, estamos com uma cangaceira baleada (Inacinha) e tenha cuidado aí. 

A ex-cangaceira Inacinha

Com esse último termo usado, que pedia atenção, chegamos à conclusão que os cangaceiros estariam vindo pra onde estávamos. O dia estava começando (8:30h. pra 9:00h.) minha patroa (esposa, Tereza) estava de resguardo, pedi pra o Coronel Antônio me aguardar enquanto eu iria na minha casa. Peguei três caixas de munição, com 50 cartuchos em cada e fui em casa. 

No caminho o povo estava assustado. Cheguei em minha casa e antes mesmo de sair de lá, chegou num cavalo um amigo, com a seguinte mensagem:

- Eu vim avisar a vocês que os cangaceiros estão vindo pra cá, já mataram Lelinho, Antônio Tirana e ficaram matando uma família aqui na região, bem próximo daqui.

E logo quando os cangaceiros chegaram, na entrada do nosso arraial, pegaram um compadre meu, o Abílio. Pessoas amigas pediram que ele não saísse, por conta dos ataques de cangaceiros, mas ele foi teimoso. Eu disse pra minha mãe: 

- O negócio não está bom! 

Ela respondeu: 

- Você está assustado com esse monte de munição. 

Eu rebati:

- Assustado não, estou é prevenido. Coloque a empregada da casa (Elenira) pra cuidar da criança, (com poucos dias de nascida) e a senhora vá rezar.

- Ela ainda disse pra mim: 

- Meu filho, não se entregue. 

Respondi: 

- Fique tranquila, eu não me entrego! (risos). 

Fechei as portas do sobrado e deixei apenas uma entrada disponível e logo ouvir os tiros, eu lamentei: 

- O ensaio da dança tá preparado. 

Pedi que ninguém colocasse a cabeça do lado de fora. Bem próximo da minha casa pegaram um rapazinho de 16 anos. A mãe ainda pediu pra o Corisco que não matasse seu filho. Depois desceram em direção ao comércio, decididos a tocar fogo nos estabelecimentos. 

Fiquei preocupado, pois eu era dono de armazéns. Até gasolina eu vendia. O local era movimentado, por conta de uma estrada de ferro. Eu estava municiado, com bala na agulha e toda a expectativa que gira em torno de uma situação igual a essa. 

Logo chegou um rapaz amigo (Romeu) e disse que queria ficar comigo, ele estava indo pra casa do prefeito, (João Correia de Brito), mas o cerco estava se fechando e não tinha tempo pra isso. 

Um fato inusitado: O delegado (Cipriano) e mais oito Homens armados estavam passando correndo. Eu o convidei para entrar na minha casa. Ele disse que não, pois estava era correndo para o outro lado do rio. Estava fugindo dos cangaceiros, com a desculpa de que estavam com pouca munição. 

Eu, zangado, rebati: 

- Você está correndo porque é covarde delegado, valente não pode amolecer. 

Depois veio um cabra, metido à valente, (o Artur) correndo, com medo da coisa. A mulher dele vinha atrás. Ela falava errado e gritava por ele: 

- Autur, Autur, tú vai me deixar. 

Ele respondeu:

- Pode ficar. E o “pau comendo”. 

Quando ele disse assim, eu brinquei, dizendo: 

- Tá muito bom. 

O Artur ia acompanhado de um negão de prenome Cícero Martins, os dois foram pro lado do morro e de lá deram um tiro, os ânimos se acirraram, os soldados começaram a trocar tiros com os cangaceiros e a fumaceira subiu. 

O coronel Antônio entrou na água (havia um rio próximo) com roupa e tudo, na intenção de ir pro outro lado, o rio estava cheio e no meio dele Antônio estava exausto, quase sucumbindo, quando resgataram ele, em uma canoa. 

Nem o tenente quis peitar os cangaceiros, ele disse: 

- O diabo é quem vai lá. 

Foi muito sangue derramado, durante essa batalha, o povo morrendo a poucos metros e as mulheres rezavam um rosário pelis almas mortas, mas rezavam ligeiro, apressadas... (risos). Foi muito dramático tudo isso...

Fonte: facebook
Página: Coronel Delmiro Gouveia
Link: https://www.facebook.com/coroneldelmiro.gouveia/posts/1687673631509775

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A ESPETACULAR SAGA DE QUINTINO FEITOSA, PELA MÃO DO GRANDE PESQUISADOR E ESCRITOR HEITOR F. MACÊDO;PRESENÇA CERTA EM FLORESTA ! VEJA:

Por Cangaceiros Cariri

"Quintino Feitosa era natural da Paraíba, talvez pertencente algum dos velhos troncos que se dispersaram pelo Nordeste, e terminou indo residir no Juazeiro do Norte/CE, no início do século XX, quando a pequena urbe encontrava-se em violento estado de ebulição, fervilhando de hordas cangaceiras. Oriundo do Teixeira, na Paraíba, Quintino morou algum tempo na região do Pajeú de Flores, em Pernambuco, e, depois, foi residir no Juazeiro, onde participou ativamente dos combates contra as tropas de Franco Rabelo, na chamada Sedição do Juazeiro, em 1914.

A participação de Quintino na Guerra de Sedição do Juazeiro lhe conferiu grande notoriedade, em particular, por ter comandado a trincheira das Malvas (perto das residências de Floro Bartolomeu e do Padre Cícero), na qual repeliu heroicamente o avanço de uma das tropas rabelistas, comandada por Lourenço Ladislau, durante o segundo ataque feito ao Juazeiro. Na ocasião, Quintino Feitosa, chefiando apenas 30 homens, defendeu sua trincheira, além de impedir a detonação do canhão trazido pelas tropas inimigas.[56] Tal peça de artilharia era fundamental para o ataque, porém, dois dias depois de chegar ao Juazeiro, já havia sido apreendida e guardada no quintal do Padre Cícero.

Esta sua atuação deu-lhe grande reputação, conforme se depreende das palavras do escritor Aldenor Benevides, arrematando que Quintino Feitosa era: “talvez o homem mais valente que já pisou no solo juazeirense”.Mas esta fama veio acompanhada de maus olhares, contaminados pela inveja de dois cruéis cangaceiros, os irmãos Francisco (Senhorsinho) e José Pinheiro, conforme registrou Amália Xavier:

Os dois irmãos, Senhorzinho e Zé Pinheiro, tornaram-se inimigos de Quintino que, após a revolução, ficou conhecido e honrado com o título de um dos mais valentes, se não o mais destemido combatente da época. Os 2 não aceitaram a opinião pública pois julgavam-se com direito às maiores glórias. Começaram as tricas e rixas, os insultos e as ameaças, até que chegaram às hostilidades.

Enxergando as virtudes de Quintino, Floro Bartolomeu resolveu nomeá-lo para o cargo de delegado de Juazeiro do Norte, o que só atiçou mais ainda a sanha dos opositores, em outras palavras, a sua nomeação foi “como que uma pedra atirada em caixa de marimbondo”. Disseminava-se pelo Juazeiro a história de que Quintino era um homem intrépido e capaz de, sozinho, enfrentar muitos outros, pois desde jovem era, na sua terra natal, acostumado a enfrentar perigos, sendo muito arrojado e impulsivo, possuindo uma “natureza ardente, mas, só em último recurso, utilizava a sua tão propalada bravura”.

Certa feita, um dos homens do delegado Quintino, João Batista, matou Nezinho, ligado à família dos Pedros. Depois do crime, o assassino buscou a casa de seu conterrâneo, Quintino, o qual se fez solidário ao amigo, não o levando para o xadrez, pois sabia que ao chegar à delegacia João Batista seria linchado.

Os opositores do homicida, insatisfeitos com a situação, dirigiram-se armados à casa de Quintino, a fim de realizar a referida prisão. Um pouco antes de isso acontecer, aproveitando-se do clamor dos bandidos, os irmãos Pinheiro já haviam se dirigido até as Malvas, para a casa de Quintino, com o suposto propósito de negociar a rendição de João Batista.

Conta-se que quando um desses irmãos alcançou às portas da casa de Quintino, este se dirigiu a Francisco Pinheiro (Senhorzinho) dizendo que não queria brigar, e o mandou ir embora, pois que “ele com aquela disposição, ali sozinho, era porque, ou estava bêbado ou louco e que ele, Quintino, não queria brigar nem com um e nem com outro; que fosse então chamar o irmão e os companheiros”. De pronto, Senhorzinho respondeu esta bravata com os seguintes termos: “eu nasci foi só”, vindo a disparar o primeiro tiro.

Defendeu-se Quintino com uma bala certeira que varou o peito do seu agressor, e, impassível, continuou no mesmo lugar à espera do irmão do morto. Assim, quando este chegou, Quintino confirmou-lhe ser o autor da morte de Senhorzinho e ainda disse a José Pinheiro que era seu dever, como irmão, fazer vingança.

Tomando conhecimento do ocorrido, o Padre Cícero se dirigiu ao lugar da contenda, chegando a tempo de evitar mais mortes, ordenando que todos voltassem para suas casas, “ameaçando com o cajado os mais atrevidos que não obedeceram prontamente”. No momento, Zé Pinheiro, louco de ódio, chorando desesperadamente, já se encontrava na companhia de alguns homens para fazer vingança, no entanto, tiveram que adiar os seus planos.

Como se não bastasse, outro evento veio piorar a situação. No dia nove de novembro de 1914, Zé Pinheiro foi até o Banco Tesouro da Família para retirar certo numerário. Em frente a este banco estava a Coletoria Estadual, onde se encontravam três homens para fazer a segurança do estabelecimento, pois o coletor, por ser cunhado de Quintino, temia alguma represália.

Dessa forma, Zé Pinheiro, ao sair do banco, quase recebeu um tiro disparado por um desses defensores da Coletoria, que assim agira por conta própria, talvez, em razão de uma provável inimizade. Não demorou, e no mesmo dia voltou Zé Pinheiro com os seus cabras, atirando contra o prédio da Coletoria, que foi invadido e depredado.

Depois disso, aproveitaram o ensejo e marcharam para as Malvas, lugar em que residia Quintino. Este, no interior de sua casa, foi atacado por mais de cem homens armados, recebendo disparos que vinham de três direções. Quintino respondeu à ofensiva, sendo auxiliado por apenas 12 homens entrincheirados no seio da sua residência.

Durante o combate, por duas vezes faltou munição para Quintino e seus homens, momento em que um cabra seu, de nome Amaro, um rapazinho de 18 anos, oriundo do Riacho do Navio (Zona do Pajeú), pulou uma das janelas e, em seguida, rolou no chão enquanto atirava, habilidade que causava admiração até mesmo aos seus inimigos. Então, voltou o rapaz para o interior da casa trazendo as balas.

A cabroeira de Quintino, a maioria da Região de Flores, no Pajeú, despendia grande esforço por combaterem se movimentando constantemente pelo interior da residência. A esposa de Quintino, sentada no chão, municiava as armas dos homens, enquanto sua afilhada, Filomena (Filó), também atirava contra os sitiantes.

Já com quase 24 horas de intenso tiroteio, um primo de Quintino, Pedro Domingos, residente no Sítio Carás, chamou-lhe a atenção para o perigo que se aproximava naqueles últimos instantes. Porém, Quintino estava decidido a morrer brigando e, se fosse preciso, de punhal, por isso liberou aqueles que desejassem fugir. Pouco tempo depois, Quintino tombou ferido, sendo arrastado para a dispensa por Filó, a qual, munida de um rifle, postergou o embate “com muito mais ardor e disposição como jamais pensava fazer”.Assim, agonizante, Quintino ordenou que sua mulher e os demais fossem embora.

Quando Zé Pinheiro invadiu a casa, Quintino já estava morto, mas, mesmo assim, o cruel cangaceiro ainda disparou sua arma contra o cadáver, que “era temido, mesmo depois de morto”. Em seguida, o corpo de Quintino foi arrastado por uma das pernas até a frente da casa, e apunhalado por Zé Pinheiro, a ponto de ficar irreconhecível. Este, não satisfeito, decepou o lábio superior do defunto usando uma faca de dois palmos de lâmina, jogando o pedaço extirpado dentro de um bornal, junto com as balas.

O crânio de Quintino foi esmigalhado com as coronhas dos rifles, de forma que o corpo só pode ser reconhecido através do dedo da mão direita, que era torto por um “panarício”. Para completar, Zé Pinheiro, reproduzindo uma cena antropofágica, bebia nos bares usando o pedaço do lábio de Quintino como tira gosto, submerso num copo de cachaça.

O triste espetáculo, regado a sangue e carne, era seguido de gargalhadas sinistras de Zé Pinheiro, que se aproveitou da ausência de Floro Bartolomeu e do Padre Cícero para promover tão lamentável ação. Porém, meses depois, em Alagoas, o truculento cangaceiro também foi assassinado, por gente do seu próprio grupo, sofrendo o seu cadáver o mesmo vilipêndio que havia feito ao de Quintino.

http://cariricangaco.blogspot.com.br/…/a-saga-de-quintino-f…

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OS NAZARENOS... OS FILHOS DE JOÃO FLÔR..!


OS NAZARENOS... OS FILHOS DE JOÃO FLÔR..!

Dos 8 filhos, apenas, um deles, o Valdemar Flor não seguiu a carreira militar em perseguição à LAMPIÃO...

O filho mais novo, ILDEFONSO foi morto no combate de Xique-Xique , em Pernambuco...Confira, acima, a foto deles...

Cortesia: Moab Nogueira.


Fonte: facebook

Exu-PE: ESCRITOR LANÇARÁ LIVRO SOBRE CONFLITO FAMILIAR DE EXU.


Embora com atraso, chegou no início de fevereiro de 2016 nas bancas e livrarias em todo o país e exterior, principalmente os países que adotam oficialmente a língua portuguesa, o polêmico livro "IMPÉRIO DOS RIFLES" de autoria de Francisco Robério Saraiva Fontes, popularmente conhecido por Bibi de Antonival.

O prefácio é assinado pelo renomado jornalista, escritor, historiador e professor Universitário de São Paulo Moacir Assunção, autor de vários best-seller e finalista do Prêmio Jabuti, o maior prêmio literário do país. O livro leva ainda na capa uma obra artística com a assinatura do artista plástico Breno Moreira do Rio de Janeiro.

A edição é assinada pelo também escritor Frodo Oliveira e sai pelo selo Luminária Academia da Editora Multifoco do Rio. A orelha leva a assinatura de Marco Maciel, membro da Academia Brasileira de Letras e ex-governador de Pernambuco.

Em 474 páginas, o autor discorre sobre uma análise histórica da mais longa, sangrenta e famosa luta familiar da América do Sul, protagonizada pelas famílias Alencar, Sampaio, Saraiva e seus agregados. Faz também, um apanhado sobre a participação de Luiz Gonzaga, o mais famoso cantor de baiões na pacificação das três mais tradicionais famílias de Exu.

Iniciada como luta armada em 1949, a "hecatombe de Exu", "Síndrome de Exu" ou simplesmente "Guerra de Exu", chegou ao início da década de oitenta alarmando a opinião pública mundial e foi matéria de capa do respeitado jornal New York Times, um dos mais importantes dos Estados Unidos.

Além do livro físico, a editora Multifocos oferece ao leito a versão on-line em forma de eBooks disponíveis nas maiores plataformas do mundo e em diferentes línguas.  Os detalhes do contrato com a Editora Multifocos não foram divulgados, mas, sabemos que inclui a publicação de outros livros do autor, entre eles, "Acauã da Gameleira" e "Légua Tirana - Vida e obra do Rei do Baião", que será transformado em filme pelos cineastas Marcos Carvalho e Tairone Feitosa da Mont Serrat Filmes.

Os lançamentos no Brasil, devem ocorrer em cerca de 16 capitais e mais de 40 cidades espalhadas por todas as regiões do país. Estão previstos também lançamentos na Europa e vários países da América do Sul. Para dar sua opinião ou reservar seu exemplar, basta entrar em contato com o autor, através do e-mail: imperiodosrifles@yahoo.com.br ou entrar no site da Editora Multifocos. 

http://www.exunoticias.com/noticias/brasil/595629/1

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PEÇA : "O MASSACRE DE ANGICO...A MORTE DE LAMPIÃO.."


PEÇA : "O MASSACRE DE ANGICO... A MORTE DE LAMPIÃO..."

Acontece, sempre em Serra Talhada-PE, no final de julho...
Direção de José Pimentel (por muitos anos dirigiu a Paixão de Cristo em Nova Jerusalém-PE).

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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