Por Alfredo
Bonessi
Temos exemplos
históricos de grandes brasileiros, independentes de suas origens, se vieram de
berços ricos ou não.
Aqui no Brasil
diferente, basta apresentar um jornal ou um programa de televisão que o indivíduo
já se julga acima dos demais, não se importando com seus dotes físicos, se são
feios ou bonitos. A rigor poucas pessoas agradam outras pessoas com relação aos
predicados corporais. No que diz respeito ao cinema e a televisão posso afirmar
que o sucesso não vem dos dotes corporais, mas sim da expressão do olhar. Fique
em frente a um espelho e imagine um quadrado em torno dos olhos – isso aí é o sucesso das telas do cinema. Não importa os
demais predicados como corpo escultural, cabelos longos ou curtos, seios fartos
ou não, estatura elevada ou não. Temos os baixinhos que mais agradaram ao
mundo: Charles Chaplim, Mikey Rooney, Elly Wallace, Franco Nero, Dustim Hoffman,
Allan Ladd, e as atrizes: Judi Garland, Shelley Winters, Elizabeth Taylor, Edy
Lammar, Anne Baxter; e aqui, para nós no país do Zé Carioca, a
linda do calendário e amante de Getulio Vargas, Virginia Lane –
considerada a mulher mais linda do Brasil de todos os tempos. Todas de baixa
estatura, e ainda os prodígios de baixas estaturas: Doris Day, Shirley Temple. Depois
vem as cumpridas, de até 1,70 de altura: Joan Crawford, Greta Garbor, Ava
Gardner, Gingi Rogers, Jaime Mansifield, Marilyn Moroe e outras estrelas. Se
você for pequeno, não se preocupe, as câmeras darão um jeitinho e
tornarão você grande. Mas a fama ? – bem isso era algo
sobrenatural, inexplicável. Mas aqui no Brasil basta apresentar um jornal que
você será famoso e considerado um grande brasileiro.
Já estive várias
vezes a frente das câmeras de TV apresentando e mostrando ao público o
tema cangaço – sem cortes e ao vivo. Confesso que no
início da apresentação não é fácil, mas depois você vai se soltando, buscando
no fundo do baú da memória os arquivos ali depositados, e a única preocupação é
se fazer entender pelos telespectadores. Não se pode errar e até os gestos
precisam ser cuidadosos. Na sala de apresentação o calor é insuportável – são muitas lâmpadas encarregadas de retirar do ambiente
todas as sombras possíveis. Antes você passa por uma seção de maquiagem
onde a manicure retira todo o brilho gorduroso do rosto – o apresentador fica opaco.
O apresentador
fica em pé e os demais entrevistados ficam sentados e atento as perguntas que
virão – nada é combinado antes. A frente do
apresentador e atrás das câmeras fica uma equipe de várias pessoas, com seus
monitores ligados: essas pessoas enviam o texto para um monitor do tamanho de
um monitor de PC – algo em torno de 20 polegadas. As letras
são enormes, mais de 15 centímetros, em cores. O papel do apresentador é ler e
apresentar sem que se perceba que ele está lendo – é
esse o segredo. Lógico, antes de tudo ser transmitido para o público alvo, há
uma censura em que se possa cortar aquilo que foi dito –
isso evita que o tema seja desvirtuado e levado para o lado da banalidade.
Pergunto: isso
exige talento ? – fama ? – isso
tornará o apresentador famoso a ponto de ser considerado um grande brasileiro ?
Claro que não
!
- é mais
encantador vermos um amanhecer, um casal de passarinhos fabricando o seu ninho,
as formigas trabalhando, as abelhas polinizando as flores, os peixes na
piracema, as aranhas tecendo as suas teias do que nos encantarmos com um
apresentador de jornal pela TV.
E o que dizer
das novelas ? – o tema, o enredo, é de baixíssima
qualidade. O esforço e o trabalho de atores e atrizes é sobrecomum para atender
as exigências falhas do diretor. Desde 1974 que vejo essas novelas pela TV e o
enredo é sempre o mesmo: um personagem mau caráter; uma vítima; um personagem
pobre que é rica e ainda não descobriu; uma cerimônia de casamentos em que se
juntam os maus elementos com os bons elementos da novela –
aí, nessa hora, quem nunca sorriu durante os meses de exibição da novela,
agora sorri alegremente porque a novela terminou e ele já vai partir
para outra. Mas um fato em comum em todas as novelas é abrir e fechar portas.
Quando você vê e até se assusta, a vilã já está dentro do apartamento, da casa,
sem passar por porteiros, elevadores, e discute com a vítima, a mocinha, que
assustada, se deixa cair no sofá – todos os personagens
possuem as chaves das portas das residências dos demais personagens. Outra
desgraça para a cultura do povo, principalmente para o povo nordestino, que eu
considero até uma ofensa, é um linguajar que inventaram, bem matuto,
cujas origens não se prende a nenhum estado do Brasil; é uma linguagem sussurrada,
acaboclada, sertaneja misturada, dando a impressão que os coronéis de
antigamente falavam dessa maneira; e a mulherada, com voz melodiosa,
comportamento de quenga, se refestelando para todo o homem que encontra – quando na verdade, a mulher sertaneja é uma das mulheres
mais sérias que existe e chifre em pleno sertão é raro.
A pergunta é:
basta ser ator, atriz de novela para ser um grande brasileiro ?
-claro que
não.
Um grande ator
americano disse recentemente: eu não sabia fazer nada –
não prestava para nada, daí resolvi ser ator.
Nesse contexto
incluo os cantores, que dotados de uma voz natural, diferenciada, se dedicam ao
canto e a música e são considerados reis e rainhas do nosso folclore. Não vejo
mérito nenhum em ser um grande cantor possuindo uma bela voz –
para mim é obrigação em cantar bem, nada mais que isso.
Creio que
consegui mostrar a inversão de valores em pauta em nosso Brasil, em que pessoas
do nosso cotidiano são consideradas grandes brasileiros.
Quem foram os
grande brasileiros ?
- Estácio de
Sá – que morreu defendendo o Brasil contra os franceses
que invadiram o Rio de Janeiro;
- Dom João VI
- Dom Pedro I
- Dom Pedro II
- Padre Manuel
da Nóbrega – que fundou a cidade de São Paulo;
- Os heróis da
independência – a família Alencar do Ceará.
- Manuel Luis
Osório e todos os que lutaram na Guerra contra o Paraguai, principalmente a
família Fonseca de Alagoas;
- O
Barão de Mauá
- Barão do Rio
Branco
- Marechal
Rondon
- Santos
Dumont
- Osvaldo Cruz
- Carlos Gomes
- Dr Sabin
- Getúlio
Vargas
- Os militares
que lutaram na Segunda Guerra Mundial
- Juscelino
Kubitschek
- Os Ministros
do TCU e os Auditores da Receita Federal.
- Todos os
Policiais Federais
- Todos os
militares das Forças Armadas
- Alguns
Policiais Militares Estaduais
- o Ministério
Público federal
- os
Procuradores da Republica
A história
para por aí. Porque doravante não podemos incluir atletas, músicos
particulares, corredores de corridas, bandas de músicas, cantores sertanejos,
atores e atrizes como grandes brasileiros e muito menos incluir nessa relação
algum político, uma vez que a esses são atribuídos todas as desgraças porque
passam os brasileiros, desde o descobrimento até os dias de hoje.
Falsos
patriarcas
- José
Bonifacio
- Benjamin
Constant
- Maj Solon
Falsos mitos
- Ulisses
Guimaraes
- Janio
Quadros
- Olga Benaro – (espiã soviética)
- Franco Montoro
- Miguel
Arraes
- Mario Covas
- Requião
- Suplicy
Traidores do
Brasil
- Calabar
- Luiz Carlos
Prestes
- FHC
- Lula e sua
trupe
Incluo no rol
dos heróis nacionais todos os escritores brasileiros até 1970 –
não ouso avançar daí.
No mais, se
você estudou direito, fez concurso e saiu Juiz, e depois foi escolhido para o
STF, ganhando muito bem, não vejo mérito nenhum nesse feito. Gostaria que
houvesse prova escrita e oral com esses cidadãos para que o melhor, de fato, fosse
escolhido para o cargo. Um ministro que cumpre com suas obrigações e seus
deveres para o qual é muito bem remunerado, não faz mais que sua obrigação – pessoas desse porte estão bem longe de serem grandes
brasileiros e incluídos no panteão dos nossos verdadeiros heróis que colocaram
a sua vida em jogo no cumprimento do dever e muitos ficaram semi-sepulto
nos campos de batalha para o engrandecimento do Brasil.
Incluo também
como heróis e heroínas, todos os brasileiros e brasileiras, ao
longo da história do seu tempo, que abandonados pelos governos não deixaram de
crer na vida, de engrandecê-la pela decência e de construí-la pelo trabalho,
sob condições precárias e insalubres formaram seus filhos e os conduziram no
caminho da virtude e do trabalho honesto – a eles e
elas as nossas justas homenagens.
No mais, vamos
ajudar os brasileiros a serem grandes brasileiros, a começar ofertando boas
escolas, bons professores, água tratada, saneamento, iluminação pública,
transportes, alimento fácil e de boa qualidade para todos - porque
isso tudo é obrigação de quem se candidata a cargos públicos de promover o bem
comum, e parem de engrandecer quem não merece. Não confunda cargo – função - obrigação, com virtude e devotamento a
Pátria. Se você quiser conhecer esses temas procure as Forças Armadas
Brasileiras e visite também a Policia Federal do Brasil –
que só nos orgulha e que realmente cumprem com as suas obrigações
exemplarmente.
No mais, são
gente de terno e gravata que entopem os ministérios por toda a parte, e
que só fazem é se aproveitarem do cargo em causa própria –
uma verdadeira vergonha nacional.
Alfredo
Bonessi
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com