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sábado, 18 de abril de 2020

DR. ATAULPHO FERNANDES


Foto do Relembrando Mossoró

Nasceu em 30 de junho de 1927, na cidade de Caraúbas-RN; filho de Eugênio Fernandes de Oliveira e Jessica Fernandes de Oliveira. Em sua terra natal passou toda sua infância até aos 12 anos, quando veio para Mossoró fazer o Exame de Admissão, onde passou em segundo lugar e foi estudar no Ginásio Diocesano Santa Luzia. Em seguida fez o cientifico em Fortaleza-CE, no Colégio São João.

Depois fez o vestibular de Medicina em Recife-PE, logo depois voltou para sua terra, onde passou três anos, posteriormente veio para Mossoró, onde montou seu consultório e iniciou seu trabalho e aqui se casou com Maria da Conceição Duarte Fernandes, no dia 20 de dezembro de 1957, com quem teve quatro filhos: Paulo Roberto, Carlos Augusto, Denise e Adriana.

Foi professor de Ciências Físicas e Biológicas, no Centro de Educação Jerônimo Rosado, Colégio Diocesano Santa Luzia e no Ginásio Municipal Joaquim da Silveira Borges. Trabalhou também no ônibus do FUNRURAL em diversas comunidades rurais de Mossoró.

Em meados da década de 70 foi aprovado num concurso federal para odontólogo do INAMPS, onde trabalhou até a sua aposentadoria, aos 70 anos de idade. Recebeu o Título de Cidadão Mossoroense pela Câmara Municipal de Mossoró, de autoria do vereador Genivan de Freitas Vale, pelo Decreto Legislativo Nº 185 de 18 de setembro de 2014.

Faleceu no dia 19 de agosto de 2017, ocorreu no Hospital Wilson Rosado, em Mossoró e foi sepultado no Cemitério São Sebastião. CEP: 59646-845.


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NERTAN MACEDO, ESCRITOR DO TEMA CANGAÇO


Por Beto Rueda

Nertan Macedo de Alcântara nasceu na cidade do Crato - CE., no dia 20 de maio de 1929. Estudou em colégios do Crato(Educandário Santa Inês), Fortaleza( Colégio Farias Brito, São João e Sete de Setembro), Baturité( Escola Apostólica), Recife(Ginásio Pernambucano), e Rio de Janeiro(Colégio Jurema). Como jornalista iniciou o trabalho em Fortaleza, depois Recife, onde foi redator do "Diário de Pernambuco", "Jornal de Comércio" e fundou e dirigiu o jornal " O Dia". No Rio de Janeiro o "O Jornal", "Vanguarda", "Tribuna da Imprensa" e " Jornal do Comércio", além de várias revistas. Foi diretor do Banco do Estado do Ceará, chefiou o serviço de imprensa do governo do Ceará e a representação da Dasp (Departamento Administrativo do Serviço Público), no Rio de janeiro. Jornalista, poeta, funcionário público, cronista, teatrólogo, dedicou-se posteriormente aos estudos históricos, descrevendo episódios do cangaço e o sertão nordestino. Ingressou na Academia Cearense de Letras em 15 de agosto de 1966. Sua obra literária é vasta e tem várias reedições.

Livros:

- Caderno de poesia. Rio de Janeiro: Editora A Noite, 1949.
- Aspectos do congresso brasileiro. Rio de Janeiro: Editora O Cruzeiro, 1956.
- Cancioneiro de Lampião. Rio de Janeiro: Editora Leitura, 1959.
- Rosário, rifle e punhal. Rio de Janeiro: Editora Leitura, 1960.
- O padre e a beata. Rio de Janeiro: Editora Leitura, 1961.
- Capitão Virgulíno Ferreira, Lampião. Rio de Janeiro: Editora Leitura, 1962.
- A morte de Lampião. Rio de Janeiro: in Cadernos Brasileiros, 1962.
- Lampião - capitão Virgulino Ferreira. Rio de Janeiro: Editora Renes, 1962.
- Memorial de Vilanova. Rio de Janeiro: Edições O Cruzeiro, 1964.
- O Clã dos Inhamuns. Fortaleza: Editora Comédia Cearense, 1965.
- O Bacamarte dos Mourões. Fortaleza: Editora Instituto do Ceará, 1966.
- O Clã de Santa Quitéria. Rio de Janeiro: Gráfica O Cruzeiro, 1967.
- Dois poetas pernambucanos. Recife: Imprensa Universitária, 1967.
- Cancioneiro de Lampião e Capitão Virgulino Ferreira, Lampião. Rio de Janeiro: Edições O Cruzeiro, 1968.
- O Padre e a beata e Rosário rifle e punhal. Rio de Janeiro: Edições O Cruzeiro, 1969.
- Antônio Conselheiro. Rio de Janeiro: Editora Record, 1969.
- Floro Bartolomeu – o caudilho dos beatos e cangaceiros. Rio de Janeiro: Agências Jornalísticas Imagem, 1970.
- Cinco históricas sangrentas de Lampião e Mais cinco histórias sangrentas de Lampião. Rio de Janeiro: Editora Monterey, 1970.
- Sinhô Pereira - O comandante de Lampião. Rio de Janeiro: Editora Renes, 1975.
- Abílio Wolney - Um coronel da Serra Geral. Goiânia: Editora Legenda, 1975.
- Da Provence ao Capiberibe. Rio de Janeiro: Editora Renes, 1980.
- Volta Seca, o menino cangaceiro. Brasília: Editora Thesaurus, 1982.
- Agreste, mata e sertão. Fortaleza: Secretaria de Cultura e Desporto, 1984.
Peças Teatrais:
-CANCIONEIRO DE LAMPIÃO, adaptação de José Luiz Ribeiro, Juiz de Fora, 1967.
-A VIAGEM DO ANJO PAULINHO À TERRA (teatro infantil},
Comédia Cearense, nº 2, Fortaleza.
-A GUERRA DO BENZE-CACETE. Comédia Cearense, nº 5, Fortaleza, 1978.

Nertan Macedo faleceu em 30 de agosto de 1989, aos 60 anos de idade.

A trágica história do cangaço, toda feita de dor e de vingança, e a dos clãs pastoris que povoaram o Nordeste brasileiro, tem em Nertan Macedo, que é dos mais que as conheceu, um pintor, sem sombra de dúvidas, admirável.

REFERÊNCIAS:

BORGES, Raimundo de Oliveira. O Crato intelectual. Crato: Gráfica Universitária, 1995.
MACEDO, Nertan. Sinhô Pereira o comandante de Lampião. 2. ed. Rio de Janeiro: Renes, 1980.


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HISTÓRIAS DO BREJO VELHO



A Tragédia de Guaribas, por Otacílio Anselmo, 1972

"O combate de Guaribas, que se caracterizou pela troca de tiros a curta distância, teve a duração de trinta e uma horas, visto que começou às 7 horas do 1° dia de fevereiro e terminou exatamente às 14 do dia seguinte. A certa altura do tiroteio, já em plena noite, ocorreu com Chico Chicote o que acontecera com Henrique Dias na batalha de Porto Calvo (18-2-1637), porquanto foi ele atingido por um tiro na mão esquerda. 


Ainda por estranha coincidência, ele tentou reproduzir o ato espantoso do bravo pernambucano, mandando Mané Caipora amputar-lhe a mão, em face de sua inutilidade. Conscientemente, porém, Mané Caipora desobedeceu o patrão pela segunda e derradeira vez. Pouco depois, quando se movimentava conduzindo uma caneca d’água para seu genitor, Zefinha (Josefa) caiu ao solo com a perna direita varada por uma bala, provavelmente perdida. Ao ver a filha abatida, Chico Chicote atingiu o mais alto grau do seu rancor e da sua indignação, a ponto de repelir com tiros as sugestões que o Ten. Veríssimo lhe vinha fazendo para render-se."


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A HISTORIA DO CANGACEIRO ""CORISCO"" MAIS CONHECIDO COMO DIABO LOIRO....



Antes de começarmos a fazer esse relato, gostaríamos de esclarecer ao nossos seguidores, esse relato histórico foi pesquisado através de fontes seguras, da qual existe todo um conteúdo ou seja jornais antigos e fatos comprovativos sobre o histórico a ser publicado...

""CRISTIANO GOMES DA SILVA CLETO"" Mais conhecido como o cangaceiro ""CORISCO"" e denominado em sua época como: o diabo loiro do sertão...

Corisco nasceu no dia 10/08/1907/, um povoado por nome de mantinha de Água Branca:- no Estado de "ALAGOAS", segundo os registros: Seus pais se chamavam: ""pai"" Manoel Anacleto...

""Mãe"" Firmina Maria,... segundo as comprovações que foram apurados no seu atestado de óbito...

Sua história começa Aparti do ano de 1924, na qual ele teria sido convocado para se alista no exército Brasileiro para cumprir o serviço militar em sua época, mais não satisfeito com as exigências das autoridades e forças armadas decidiu desistir e em seguida conseguiu ser dispensado por algum motivo...

Com o passar do tempo, Corisco arrumou uma briga de rua isso foi por volta de 1926, aonde acabou em morte, Corisco ao matar esse homem resolveu fugir, essa decisão mudou totalmente o rumo de sua história, foi daí que ele resolveu se aliar-se com o bando de cangaceiros que tinha como o seu líder o mais famoso Lampião...

Corisco ficou conhecido por sua beleza e porte físico Atlético, tinha cabelos longos deixavam com uma aparência agradável, além da força física muito grande, por esse motivo ele ficou conhecido como diabo loiro, quando entrou no bando de Lampião...

Após alguns tempos ele passou a ser conhecido dentro do cangaço como Corisco por conta de sua ligeireza, considerado por Lampião como um dos mais valentes cangaceiros, e como o uns dos mais ferozes cruéis bandidos que já fizeram parte do bando de Virgulino ferreira o lampião...

Após lampião ter levado a sua futura companheira Maria bonita para o cangaço, lampião resolveu liberar todos os seus cangaceiros a trazerem suas esposas para viverem dentro do cangaço, foi dessa forma que Corisco ao conhecer a moça Com apenas 13 anos de idade descendentes dos índios pancarerés, ele se encantou pela beleza da moça e rapitou levando-a com ele para ser sua companheira dentro do cangaço...

”"SÉRGIA RIBEIRO DA SILVA"" mais conhecida como: a ""DADÁ"" e como sua futuro companheira, Dadá nasceu no dia 25/04/1915/ em Belém do são Francisco Pernambuco...

Dadá não sabia ler e nem escrever, mais corisco com toda a sua atenção e carinho por ela, passou a lhê ensinar e também os manejos de armas de fogos...

Dadá era a única mulher a saber porta um fuzil no bando de Lampião, em alguns relatos Ela chegou lidera o bando de Corisco por um certo tempo, mais falaremos desse acontecimento logo adiante...

Corisco permaneceu com ela até o dia de sua morte, mesmo vivendo de correria dentro das caatingas do sertão, o casal teve seus momentos bons e trípulados, 'Corisco e Dadá" tiveram "sete" filhos mais apenas "três" sobreviveram, e um deles é o Silvio Bulhões...

Em relação as vestes dos cangaceiros, Dadá foi a maior estilista do bando, costurava e enfeitava as vestes de todos os cangaceiros...

Corisco era considerado o braço direito de Lampião o chefe do bando que espalhou terror entre os poderosos pelo sertão de sete estado entre os anos 20/e 40 do século passado...

Como em toda sociedade sempre há desavenças por uma razão qualquer, infelizmente lampião e Corisco se desentenderam causando a separação do bando, mais isso não afetou o relacionamento amigável e respeitável que Corisco tinha com o seu chefe "lampião" e o bando, mais Corisco foi obrigado a forma o seu próprio grupo de cangaceiros e continuou conservando a amizade com o seu chefe lampião, em alguns relatos contam que lampião montou uma estratégia na qual em cada localidade ele dividiria seu bando, na quela época o bando de Lampião estava crescendo muito, e lampião montou essa estratégia para poder ter os seus bandos situados em cada localidades desejadas, tudo isso era um meio de estratégia para facilitar os seus interesses...

Na madrugada de 28/07/1938/ na grota de angicos no estado de Sergipe, os volantes "políciais" alagoana derrubou o bando de cangaceiros de lampião e matou e degolou quase todos que se faziam presentes neste dia, alguns por milagres ou por sorte conseguiram fugir e outros não tiveram a mesma sorte, temos alguns relatos de uma cangaceira companheira de Zé sereno que estava neste mesmo dia, mais conseguiu escapar e sobreviver...

Muitos morreram neste dia, o homem mais temido do sertão lampião e sua esposa não conseguiram sobreviver a emboscada que acabou tirando a vida do maior cangaceiro do sertão "lampião"...

O cangaceiro Corisco não se encontrava no momento do massacre, e ao saber do ocorrido, resolveu vingar a morte do seu chefe de modo furiosamente brutal...

Cinco dias depois do combate na grota de Angicos, no dia 02/de agosto/1938, Corisco matou o coiteiro Domingos ventura, e mais cinco pessoas de sua família, os que morreram foram: ""+Domingos ventura", "+Manoel ventura", "+Odom ventura", "+Guilhermina Nascimento ventura", "+Valdomira ventura"...

Os que sobreviveram ao massacre foram: ""*Carmelita ventura", "*Maria da gloria da conceição", "*Elias ventura", "*João crispim de morais", "*Antônio ventura", "*e o cachorro da fazenda", os que morreram foram incentivado por Joca Bernardo, dizendo que o coiteiro Domingos ventura era o responsável pela denuncia de Lampião, os que não morreram foi por emtemedio da cangaceira Dadá, ao chegar no local e pronunciar as seguintes palavras: "quem morreu! Morreu! Quem não morreu! não morre mais, e assim foi feito, em seguida separou as cabeças dos corpos e mandou um vaqueiro deixar as cabeças para o tenente João Bezerra da Silva, e com elas foi o recado escrito em uma carta: """"faça uma fritada, se o problema é cabeça, aí vai em quantidade""""...

Como se havia sido mortos Lampião e Maria bonita, conhecidos como os pais dos cangaceiros, após uns trintas dias do massacre na grota de Angicos, muitos dos cangaceiros havia se entregado ou abandonado, apenas os grupos do bando de cangaceiros que permanecerão foram o de "Corisco" e do "moreno"...

Com o passar do tempo, em um combate com os volantes "policiais" Corisco foi baliado causando a incapacidade de manejar uma arma, segundo alguns relatos, Corisco teria ficado impossibilitado de comandar ou lidera o bando de cangaceiros...

Dadá sabia manejar e atira em combate, Dadá companheira de Corisco passa a comandar o grupo de cangaceiro de Corisco, Dadá era uma mulher extremamente enérgica, dura, ...

A liderança de Dadá durou pouco tempo, menos de um ano, em meados de 1940 Corisco já havia cortado os cabelos longos e claros que o deram também o apelido de diabo loiro e vivia escondido com a mulher em uma fazenda em Barra do Mendes (BA), tentando uma vida normal, mais eles foram surpreendidos por uma volante e corisco é atingido por vários tiros de metralhadora no abdômen, morrendo após agonizar por dez horas, Dadá também é baleada na perna que precisa ser amputada depois, mas viveu para contar a história,...voltado a seguir com o relato, no governo de Getúlio Vargas em 1940 promulgou uma lei concedendo anistia aos cangaceiros...

Após terem planejados a emboscada, atiraram corisco e sua mulher Dadá, os volantes juntamente com o tenente João Bezerra alegaram que que só atiraram em forma de defesa, ou seja na verdade, não houve combate, Corisco e sua mulher, Dadá, como era conhecida, tinha acabado de almoçar, quando foram surpreendidos com a volante comandada pelo tenente João Bezerra. Corisco e Dadá estavam desarmados, quando foram metralhados...

Corisco veio a falecer no mesmo ano, mais ficou conhecido como uns dos cangaceiros de Lampião mais valentes do sertão, denominados como: diabo loiro do sertão, sua história será lembrada por muitos e por todos que fazem parte nordeste Brasileiro...

Cangaceiro "Corisco" o diabo loiro do sertão...

Texto escrito por
Juremeiro Canindé RN
Juremeiro Denis Costa RN


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CASARÃO DOS MEUS SAUDOSOS TIOS MANUEL E NENEM NO SÍTIO LAGES QUIXERAMOBIM-CE.

Por Ritinha Oliveira

Eu queria voltar um pouco mais
Alguns anos distante do presente
Se afastar desse tempo tão dolente
Me curar com o mel dos matagais
Me unir a sinfonia de pardais
E ecoar nas quebradas do sertão
Ver o sol se exibir de ostentação
Quando vai deslizando no poente
Ver seus raios furarem o nascente
No batente de pau do casarão

Modalidade do repente
Glosa: Ritinha Oliveira

17/04/20


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SANTANA E LAGOAS

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de abril de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.294

O rio São Francisco extrapola o leito e forma inúmeras lagoas, muitas das quais se tornaram famosas de Pão de Açúcar a Penedo. Matam a fome do povo ribeirinho com plantio de arroz, peixes e pastagem de várzeas para bovinos e gado miúdo. Os rios intermitentes do semiárido não produzem lagoas: nem o Ipanema, nem o Traipu, Capiá, Desumano, Canapi, Farias, Jacaré... Quando sem corrente, apenas poços em lugares pedregosos. Entretanto, o Sertão possui inúmeras lagoas que em grande parte desapareceram vítimas do desmatamento, da ignorância e da apatia de moradores que sempre delas precisaram. Elas são pequenas e quando possuem 50 mjá são enormes. Formam-se em depressões de terrenos com bons lençóis freáticos abastecem rebanhos domésticos, bichos selvagens e os humanos.
TÍPICA LAGOA DO SEMIÁRIDO. (BLOG FATOS E FOTOS DA CAATINGA).
As lagoas sertanejas sempre demarcaram lugares sendo denominações de sítios, porém, muitas delas extintas deixaram apenas o nome nos históricos dos municípios. Em Santana do Ipanema temos os sítios rurais: Lagoa do Algodão, Bonita, De Dentro, Garrote, João Gomes, Junco, Mijo, Morais, Pedro, Redonda, Torta, Volta e outras lagoas sem o nome do lugar. O desmatamento do entorno de muitas delas, foi o primeiro golpe. Em seguida vieram a areia tangida pelo vento; barro, areia e cascalhos trazidos pelas enxurradas das chuvas torrenciais. Depois, a indiferença do homem que nunca fez limpeza alguma de assoreamento nem reflorestou pelo menos em vinte metros às suas margens. Quem possui lagoa em suas terras, possui riqueza traduzida em água para a família e para o rebanho, vida selvagem, umidade, refrigério e plantio, mas onde está o “faz que te ajudarei” proposto pela Natureza?
Pena não podermos oferecer subsídios sobre os nossos mananciais sertanejos, uma vez que não encontramos apoio para um trabalho extraordinário que iniciamos sobre a zona rural. Autoridades não ajudam a produzir nem a publicar documentários sobre interesses coletivos. A conversa é sempre a mesma: “mas, mas, mas...” Que só não enche o saco de bajuladores.
Esta crônica foi inspirada em relatório publicado por órgão estadual falando sobre a enorme perda de nossos mananciais.
A propósito, a família Chagas em Santana do Ipanema, é originária da sua fixação no sítio Pedra da Lagoa, a cerca de 12 km do centro da cidade. Região do alto d’Ema.


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O MUNDO ESTRANHO DOS CANGACEIROS


No livro de Estácio de Lima "O Mundo Estranho dos Cangaceiros" (1965), tem uma longa entrevista com Ângelo Roque que narra sua entrada no bando de Lampião. Segue a citação da página 180: "Incontano Lampião, tava u grupo dele, naquela hora, cum oito home, nove cum ele: 


FURTALEZA, u menino VORTA SÊCA, CURISCO, LUIS PÊDO, MARIANO, VIRGINO, IZEQUIÉ, ARVOREDO i LAMPIÃO". E aí?  Calais ou Fortaleza? Foto: acervo Robério Santos. Bando de Lampião em 1º de abril de 1929.


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QUE TAL COLORIR ESTA FOTO?




José Bernardo com uma Bergman, contratado e Zé Sereno. Jeremoabo, 1938. Acervo de Sr. Carregosa. Disseram que esta foto não tem importância para a história do cangaço. Na sua opinião, tem?



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ZÉ DE JULIÃO: A SAGA DE UM EX-CANGACEIRO DE LAMPIÃO -


Por Rangel Alves da Costa

Atendendo ao pedido de estudiosos e pesquisadores do cangaço, bem como de eminentes Conselheiros do Cariri Cangaço, acrescentamos um subtítulo ao título do livro ZÉ DE JULIÃO, que terá publicação para breve. Acrescentamos, assim, A SAGA DE UM EX-CANGACEIRO DE LAMPIÃO. A solicitação foi no sentido de proporcionar maior visibilidade à obra, aumentando sua penetração no mercado e possibilitando o entendimento que se trata, também, de um livro sobre o cangaço, considerando que Zé de Julião foi o cangaceiro Cajazeira e esposo da também cangaceira Enedina. De qualquer modo, será sucesso absoluto. Muitos pesquisadores já fizeram encomendas e um nosso amigo livreiro, o querido Professor Pereira, já encomendou nada menos que cinquenta exemplares. 

Aguardem!


LAMPIÃO VAI APARECER NUM FILME CINEMATOGRÁFICO


Por Antônio Corrêa Sobrinho

AMIGOS,

Sobre o artigo abaixo, do "Diário de Pernambuco", de 16 de janeiro de 1937 - LAMPIÃO VAI APARECER NUM FILME CINEMATOGRÁFICO, dizer que observei dois detalhes:

Primeiro, que em nenhum momento da matéria, nem no rodapé da fotografia, é mencionado o nome da mulher de Lampião, tratando-a apenas de 'companheira'. Por que razão, considerando que a fotografia revela a imagem de três pessoas, além de ser o objeto principal da publicação, são grafados os nomes de Lampião e de Benjamim, e não o de Maria?

Segundo, a informação contida no texto de que esta foto, dos famosos cangaceiros com o turco Benjamim, foi tirada pelo ajudante deste, cujo nome também não é mencionado. O que parece resolvida a indagação, de que as fotos de Benjamim com cangaceiros foram tiradas por este seu inominado ajudante de campo, e não por membros do bando.

LAMPIÃO VAI APARECER NUM FILME CINEMATOGRÁFICO
O CINEMATOGRAFISTA, SR. BENJAMIM ABRAÃO, DA ABA-FILM DE FORTALEZA, OFERECE AO “DIÁRIO DE PERNAMBUCO” UMA FOTOGRAFIA EM QUE O FAMOSO BANDOLEIRO APARECE AO LADO DE SUA COMPANHEIRA.

O DIÁRIO DE PERNAMBUCO pode oferecer hoje aos seus leitores a mais recente fotografia de “Lampião”, feita especialmente para os Diários Associados, graças à gentileza do cinematografista amador Benjamim Abraão, da Aba-Film, do Ceará. Na fotografia, o famoso bandoleiro aparece ao lado de sua companheira e daquele cinematrografista, numa pose batida pelo ajudante deste último, nas caatingas do Sertão.

O Sr. Benjamim Abraão foi, durante muito tempo, secretário do padre Cícero, no Juazeiro, tendo deixado este cargo, em virtude de uma divergência com a “beata” Mocinha, governante da casa do taumaturgo cearense. Travou ele conhecimento com Lampião na residência do padre Cícero, ao tempo em que o bandoleiro nordestino visitou aquele reduto de fanatismo sertanejo.

Desde aí, o cinematografista tem encontrado, nas suas incursões profissionais pelo sertão, com Lampião e seu grupo, merecendo sempre tratamento amistoso da parte do cangaceiro. Lampião e seus asseclas chegaram mesmo a posar para um filme que o Sr. Benjamim terminou agora sobre curiosidades do Nordeste.

A fim de que ninguém possa pôr em dúvida sobre a autenticidade das fotografias que aparecem em seu trabalho, o Sr. Benjamim Abraão conseguiu de Lampião uma carta, declarando que as fotografias que aparecem no filme são suas e de seus homens, bem como que o cinematografista teve a sua autorização para fazê-lo.

De Fortaleza, o Sr. Benjamim Abraão manda-nos a fotografia acima, que é aquela em que Lampião aparece mais fielmente entre quantas tem sido divulgadas pela imprensa.

Diário de Pernambuco - 16/01/1937


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AI DE TI, LAMPIÃO

Por Osvaldo Abreu (Abreu)
Em 1935, o presidente Getúlio Vargas vetou
Uma lei com aprovação,
Um mil e duzentos contos,
Para combater o cangaço e Lampião.
O cronista Rubem Braga escreveu Cangaço,
Não te achando vilão,
Vendo-o como herói de uma população.

Ai de ti, Lampião,
Uma cabeça exposta
Sob exposição,
Uma família a chorar
De seu guerreiro, seu capitão.
Ninguém pedra pode atirar,
Seu herói pode ser vilão.

Ai de ti, Lampião,
Vinte anos de cangaço,
Nada acontece à toa, nada sem razão.
Cada alma humana tem um embaraço,
Habita no ser um turbilhão,
Nunca foste a masmorra, a prisão,
De nenhum herói desfaço.

Ai de ti, Lampião,
Cangaço foi uma necessidade
Do esquecido sertão.
Volante também cometia maldade.
Fazer juízo é preciso ver situação.
Tudo é o tempo, idade.
O clima, o ambiente, a religião.

Ai de ti, Lampião,
São tantas e tantas histórias.
Como separar a verdade e a versão?
O sertão continua esquecido como outrora.
O sertanejo tem fé em Padre Cícero Romão.
Romeiros e romeiras sempre choram.
Quem pode explicar a amizade do padre com Lampião?

JOSÉ RUFINO IDOSO. RETIFICAÇÃO E COLORIZAÇÃO FEITAS POR SOLICITAÇÃO DE SULAMITA

Por Rubens Antonio


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A COSTUREIRA DE LAMPIÃO


Por Wanessa Campos

Especiosa da Luz. Uma costureira famosa em Serra Talhada, Sertão pernambucano. Além de ser competente, ela foi a costureira de Lampião. Tive a sorte de conversar com ela sobre as costuras. Já de idade avançada, mas lúcida, contou como fazia para receber as encomendas.

Lampião entregava os tecidos e dizia como queria as roupas dele e as do bando. Tinham muitos galões, lembra. Marcava a data para apanhar e no dia acertado ele vinha buscar e pagava muito bem. Isso acontecia muitas vezes na Fazenda Barro Velho, distrito de São João onde morava.

Dona Especiosa contou que conheceu a família de Lampião há muito tempo. Ele ainda era criança. Quando houve a desavença dos Ferreira com os Saturninos, Lampião foi embora com a família, mas a amizade com dona Especiosa permaneceu.

Por ocasião do Plebiscito em Serra Talhada (visando a construção de uma estátua do rei do Cangaço), a costureira não se cansava de dizer: “Lampião era bom, homem bom”….

Um dos filhos dela era afilhado de Lampião. Especiosa da Luz tinha muito mais para contar, mas desconfiada como toda sertaneja falava pouco.

Morreu em agosto de 1995, aos 95 anos.


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1929 – A UNIÃO DE DHÁLIA FREIRE E LUÍS DA CÂMARA CASCUDO

Rostand Medeiros – IHGRN
Aquele primeiro semestre de 1929 estava sendo bastante interessante para o Rio Grande do Norte e Natal. Logo no dia 1º de janeiro, na pequena cidade de Lajes, Alzira Soriano era empossada como a primeira prefeita da América do Sul. Já em Natal, então com pouco mais de 40.000 habitantes, rugiam no céu várias aeronaves estrangeiras que utilizavam o nosso privilegiado ponto estratégico para facilitar o transporte de correspondências entre a Europa e a América do Sul. A capital potiguar era um local importante, em um concorrido e pulsante mercado que elevava em várias partes do mundo o nome da velha Cidade dos Reis.
Aquele também seria um ano especial para um advogado de 30 anos de idade, que se formara no ano anterior em Recife, era o diretor do prestigiado Atheneu Norte-Rio-Grandense e se chamava Luís da Câmara Cascudo. Pois às 16 horas de um domingo, 21 de abril de 1929, ele se casaria com a jovem Dhália Freire em um elegante e tradicional casarão da Avenida Junqueira Aires.
Aquela era a casa do desembargador José Teotônio Freire, pai da noiva, que vinte anos antes havia sido eleito presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte e até 1921 permaneceu nesse cargo.
Já o pai do noivo, Francisco Justino de Oliveira Cascudo, era um homem muito respeitado na cidade e conhecido por todos como Coronel Cascudo. Havia saído do sertão, da cidade de Campo Grande, para ser oficial da Polícia Militar e, na véspera do natal de 1894, na cidade de São Miguel, participou do renhido combate que matou o cangaceiro Moita Braba e destruiu o seu bando. Com isso Francisco Cascudo conquistou muito prestígio no Rio Grande do Norte. Fosse pela valentia ou pelo prestígio, de forma inteligente o jovem oficial angariou muitas amizades na sociedade natalense e a atenção da classe política. Logo deixou a farda e, apoiado por uma rede de amigos e por uma invejável capacidade comercial, montou vários negócios que lhe garantiram naquele momento tranquilidade financeira para sua família.
Casarão da antiga avenida Junqueira Aires- Fonte – https://mapio.net/
No casarão da Junqueira Aires a cerimônia civil foi presidida pelo juiz de direito Silvério Soares, titular da 1ª vara de justiça de Natal, sendo o então governador Juvenal Lamartine de Faria e sua esposa os padrinhos do noivo. Já o desembargador Dionísio Filgueira e sua esposa eram os padrinhos de Dhália Freire. Cerca de uma hora depois, com os noivos, familiares e padrinhos formando um “corso de veículos”, foram todos para a capela do hoje extinto Colégio Imaculada Conceição, na Avenida Deodoro.
Ali a cerimônia religiosa foi presidida pelo Monsenhor Alfredo Pegado de Castro Cortez, junto com monsenhores Alves Landim e João da Mata. Foi padrinho do jovem Cascudo, a quem todos chamavam Cascudinho, o casal Milton Varela. Já os padrinhos da noiva foi o casal José Lagreca. Ao final do ato religioso todos retornaram para a casa da Junqueira Aires, onde Teotônio Freire recebeu os convidados com uma farta mesa de doces e licores.
Tudo se encerrou por volta das nove da noite. Eram outros tempos. Não houve como acontece nos casamentos da elite em nossos dias, um suntuoso jantar, com uma banda de música tocando até altas horas da noite e uma superprodução. O principal era o contato entre os amigos e os votos de felicidades para o casal.
Para mim a melhor e mais marcante característica de Câmara Cascudo era ele poder ver muito além do que a maioria dos membros de sua classe social, que viviam em uma cidade bastante provinciana, observavam sobre determinados aspectos das pessoas e das características do lugar onde viviam. Creio que, além disso, podemos colocar na conta do seu sucesso uma convivência de 57 anos com uma mulher que sempre o apoiou no desenvolvimento de sua carreia como pesquisador e escritor.
FONTES – JORNAL A REPÚBLICA, EDIÇÕES DE 21NE 24 DE ABRIL DE 1929, NA COLUNA DE “DANILO”, PÁGINA 3 DAS DUAS EDIÇÕES.
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