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segunda-feira, 27 de abril de 2015

A Morte de Antônio Ferreira chega ao Cariri Cangaço Floresta

Por João de Sousa Lima
João de Sousa Lima comanda a Caravana Cariri Cangaço no Poço do Ferro

Dia 19 de abril de 2015, saí de Paulo Afonso na companhia dos amigos Josué Santana e Leide Soares, para nos encontrarmos com o casal de amigos Marcos de Carmelita e a professora Silvana, residentes na cidade de Floresta, Pernambuco, onde iriamos realizar uma visita técnica para registrar mais um dos pontos históricos que farão parte dos roteiros apresentados durante o evento Cariri Cangaço, encabeçado por seu curador, Manoel Severo. A pesquisa de campo teve como objetivo o mapeamento geográfico e histórico de um dos mais importantes fatos que marcam as histórias do cangaço na região pernambucana.

Um dos pontos mais visitados por Lampião e seus cangaceiros foi a fazenda Poço do Ferro, de propriedade do coronel Ângelo da Gia. A fazenda, na época do cangaço, pertencia a cidade de Floresta e hoje pertence a Ibimirim. A fazenda não teria tanta importância para os pesquisadores do cangaço se lá tivesse sido apenas mais um dos inúmeros coitos dos cangaceiros. Nessa fazenda o Rei do Cangaço perdeu seu irmão Antônio Ferreira. Dirigimo-nos para Poço do Ferro, sendo guiado por Marcos de Carmelita, porém sem conhecermos ninguém da localidade, assim como parentes que ainda residem por lá.
Quando avistamos a pequena placa com o nome da fazenda, paramos em uma cancela, abrimos e seguimos a estreita estrada. Mais à frente encontramos um casebre onde reside o senhor João David da Silva, sua esposa Maria das Graças e os filhos Joaquim e Graziela. O João David nos recepcionou, serviu água e nos levou ao lugar onde foi enterrado o Antônio Ferreira.


Uma pequena formação de pedras e uma cruz marca o local da sepultura.
 Marcos de Carmelita, João de Sousa Lima e Josué sendo recebidos pelos descendentes de Ângelo da Gia

Fizemos algumas fotos e fomos até a casa grande da fazenda, onde estavam  neta, bisnetos e trinetos de Ângelo Gomes de Lima, o Ângelo da Gia. Na casa grande fomos recebidos por Washington Gomes de Lima, bisneto do coronel. Um fato interessante é que disseram que não seriamos bem recebidos pela família e confesso que de todos esses anos de pesquisas e entrevistas, nunca tive uma receptividade tão calorosa como a que recebemos da família.

Travamos um diálogo em uma festiva roda de conversas, tendo por depoentes a neta do coronel e matriarca da família, a senhora Eunice Gomes  Lima e suas filhas Ruth Gomes Lima Laranjeira e Maria do Socorro Gomes Lima Cordeiro e ainda, do trineto João Vítor Gomes Lima. As histórias foram muitas mais sempre voltávamos ao episódio principal: a morte de Antônio Ferreira e a perseguição sofrida pela família e imposta pelas volantes policiais.
  
 Ângelo da Gia e a Caravana Cariri Cangaço na casa grande da fazenda... 

Uma das informações importantes nos forneceu Washington que contou que dois dias depois da morte de Antônio, uma volante chegou na fazenda Poço do ferro, descobriu o túmulo do cangaceiro morto, desenterrou-o e cortou a cabeça e colocou em uma estaca da porteira do curral do casarão do coronel. Quando a polícia saiu o coronel mandou enterrar a cabeça no antigo cemitério da família. Antônio Ferreira tem, portanto dois túmulos, sendo um para o corpo e outro pra cabeça.

Virgulino e Antônio Ferrreira

Em janeiro de 1927, Antônio Ferreira, Jurema e mais alguns cangaceiros estavam jogando baralho na fazenda Poço do Ferro, enquanto Luiz Pedro descansava em uma rede. Antonio pediu pra ficar um pouco na rede pois Luiz já fazia tempo que estava deitado. Quando Luiz Pedro tentou levantar da rede apoiando a coronha do mosquetão no chão, apoiou com força e na batida a arma disparou atingindo mortalmente Antônio. Lampião estava na Serra Negra e quando foi avisado correu pra saber da verdadeira história. O próprio coronel Ângelo da Gia contou que a morte havia sido de “SUCESSO” (termo que servia para designar  um acidente). O cangaceiro Jararaca queria matar Luiz Pedro e os outros que estavam no lugar, Lampião não aceitou e por isso discutiram e Jararaca deixou a companhia de Lampião e seguiu outro rumo.
  
 Locais onde foi morto Antônio Ferreira e porteira onde sua cabeça foi exposta... 

Fala-se que foi ai o juramento que Luiz Pedro fez dizendo que seguiria Lampião até sua morte. Se verdade ou não a promessa, eles morreram juntos na fria manhã do dia 28 de julho de 1938. Na fazenda Poço do Ferro ainda restam as velhas pedras escuras que circundam covas das pessoas de várias gerações da família e duas dessa simbolizam a passagem do cangaço em suas terras.

No final da conversa nos convidaram para um farto almoço regado a galinha cabidela, bode assado, arroz e feijão de corda. Porém o que mais me marcou nessa visita foram os sorrisos dos membros da família, que mesmo tendo sofrido os abusos e as injustiças de uma época tão marcada pela violência, não perderam suas essências de sertanejos valorosos e, sabem como poucos, receber calorosamente, aos que buscam os filetes de suas memórias históricas... Dona Eunice, Washington, Ruth, Maria Socorro e João Vítor, Deus proteja sempre vocês.

João de Sousa Lima, Historiador e escritor
Membro da ALPA- Academia de Letras de Paulo Afonso
Membro da SBEC- Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço
Conselheiro Cariri Cangaço

E de 25 a 28 de Julho
Cariri Cangaço Piranhas 2015


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CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DO DR ANTONIO FERNANDO SÁ NO CARIRI CANGAÇO PIRANHAS 2015!


ANTONIO FERNANDO SÁ, graduado em História pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB), Mestrado e Doutorado em História pela Universidade de Brasília, professor associado do Departamento de História e dos Programas de Pós-Graduação em Letras e História da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Foi professor visitante na Universidade Nacional de Missiones (Argentina) e, atualmente, é líder do Grupo de Pesquisa História Popular do Nordeste (CNPq/UFS) é a nossa mais nova CONFIRMAÇÃO para o CARIRI CANGAÇO PIRANHAS 2015! A seleção está quase formada, aguardem Programação em Breve. Cariri Cangaço Piranhas você não perde por esperar! 

Manoel Severo Barbosa

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CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DO PESQUISADOR JOSÉ CÍCERO NO CARIRI CANGAÇO PIRANHAS 2015


Do cariri do Ceará, da querida Aurora vem a nossa mais nova CONFIRMAÇÃO para Piranhas 2015: Pesquisador, escritor, poeta e secretário de cultura de Aurora, Conselheiro Cariri Cangaço José Cícero Silva! Não percam, CARIRI CANGAÇO PIRANHAS 2015. Programação em breve.

Manoel Severo Barbosa

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IMPORTANTES LIVROS

Por Kydelmir Dantas

Para que a História da morte de Jararaca seja escrita de forma correta, ver o livro "Nas Garras de Lampião: Diário do Coronel Gurgel. BRITO, Raimundo Soares de & GURGEL, Antonio. Coleção Mossoroense. 2ª edição. 2006. Evitará suposições.


Para saber o número exato dos cangaceiros do bando de Lampião, naquele 13 de junho de 1927, ver o livro: Lampião e o Rio Grade do Norte: A História da Grande Jornada. DANTAS, Sérgio Augusto de Souza. Natal: Editora Cartgraf, 2005.


Leia também este excelente livro sobre o cangaceiro Jararaca escritor por Marcílio Lima Falcão.


Entre em contato com o professor Pereira através deste e-mail: 

franpelima@bol.com.br
Kydelmir Dantas
Mossoró-RN

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AMIGOS DO FACE, DA ALPA, COLEGAS ESCRITORES:


OS CUSTOS GRÁFICOS ELEVADOS, O APOIO FINANCEIRO CULTURAL PRATICAMENTE INEXISTENTE FAZ COM QUE AUTORES DE LIVROS EM PAULO AFONSO FIQUEM SE HUMILHANDO, CORRENDO ATRÁS DESSE APOIO COMO SE PEDISSEM UMA ESMOLA PELO AMOR DE DEUS. E MUITOS TALENTOS DESISTEM PELO CAMINHO... INFELIZMENTE...

Ainda assim, a GALCOM Comunicações tem se empenhado na produção de livros de minha autoria e incentivado outras pessoas a também divulgarem seus trabalhos, porque prefere acreditar em mensagens como esta de Castro Alves :

“Oh! Bendito o que semeia
Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n'alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!”

E essa ideia de escrever livros “para o povo pensar” começou já faz um bom tempo, quando, ainda em 1995, publiquei, em parceria com Sávio Mascarenhas, o livro Paulo Afonso – De pouso de boiadas a redenção do Nordeste. Era o começo de uma luta que continua intensa: a busca do resgate da história e da memória de Paulo Afonso.

1ª Igreja Presbiteriana de Paulo Afonso - 62 anos de história nas margens do rio São Francisco. Produzido em 2011 e totalmente custeado pelo autor.

A partir de 2004, intensificamos ainda mais essa pesquisa e o incentivo e apoio para que o nascimento de outras publicações, de minha autoria e de outros escritores e memorialistas de Paulo Afonso.

O apoio para isso é quase inexistente, pequeníssimo, da iniciativa privada e do poder público e se depende sempre da boa vontade e do humor de quem ajuda um pouco...

Ainda assim, a GALCOM Comunicações publicou, de minha autoria:

Em 2011 – 1ª Igreja Presbiteriana de Paulo Afonso – 62 anos de história (248 pág. Tiragem: 400 exemplares – Editora Poligraf – Maceió/AL – totalmente patrocinado pelo autor e Galcom Comunicações);

ANGIQUINHO - 100 anos de História. Escrito em parceria com João de Sousa Lima. Totalmente custeado pelos autores.

Em 2013 – ANGIQUINHO – 100 anos de História – escrito em parceria com João de Souza Lima. (168 pág. Tiragem:1000 exemplares – Editora Gráfica da Bahia – totalmente custeado pelos autores)

De Forquilha a Paulo Afonso - Histórias e Memórias de Pioneiros. Um resgate histórico de Paulo Afonso. Anos de pesquisas. Custo de publicação muito alto, mais de 60% custeado pelo autor. — com Carlos Daniel Nunes Carneiro.

Em 2014 – De Forquilha a Paulo Afonso – Histórias e Memórias de Pioneiros –(456 pág. Tiragem:1000 exemplares, impresso em papel couchê com mais de 200 fotos. Custo superior a R$28 mil reais, dos quais o autor cobriu mais de 60%. Restante, apoio da Sec. de Cultura da Prefeitura, Suprave e Dr. Rolin)

A GALCOM também produziu várias revistas históricas e os livros:

Em 2007 - A Música e Eu, de Turpim Nóbrega, (impressão custeada pela família);


As ricas memórias de Turpim Nóbrega, de saudosa memória, são a história da música em Paulo Afonso. A Música e Eu, produzido pela GALCOM Comunicações em 2007, foi custeado pelo autor e família.

Em 2010 – Paulo Afonso – nós fizemos essa história (3ª edição), de Euclides Batista Filho (impressão apoiada pela Sec. de Cultura da Prefeitura)

Em 2015 – Pelas Estradas da Vida, do professor Ivus Leal (O custo da impressão foi da Galcom Comunicações com apoio da Suprave).

Euclides Batista Filho, que nos deixou recentemente, (no domingo de carnaval/2015) sempre foi um pesquisador e defensor das histórias dos pioneiros de Paulo Afonso. Esta terceira edição do seu livro - Paulo Afonso - nós fizemos essa história - foi produzida pela GALCOM Comunicações e patrocinada pela Sec. de Cultura da Prefeitura de Paulo Afonso.

Dentro desta proposta de resgate da história e da memória de Paulo Afonso e região, já estão em fase de construção, pesquisa, elaboração de textos, dois projetos de livros de minha autoria. 

Um, é o resgate da história do ensino em Paulo Afonso, na Chesf, desde a construção da Usina Piloto (1945) até o fechamento do Colepa (2000).

Outro é a história da Chesf e sua importância para o desenvolvimento do Nordeste.

O último "filho" da GALCOM Comunicações é esta coletânea de crônicas e causos do Prof. Ivus Leal, publicadas no jornal Folha Sertaneja em 11 anos de sua vida e na imprensa local/regional. Produção de Fevereiro/2015, foi custeado pela GALCOM com apoio da Suprave.

Para eles, previstos para este ano de 2015 e para o ano de 2016, estou buscando o apoio, inclusive da própria Chesf, ainda sem resposta.

Sabemos que todos os outros escritores como João de Sousa Lima, Luiz Ruben, Gecildo Queiroz, Rubinho Lima, Roberto Ricardo, Edson Barreto e muitos outros também passam pela ansiedade da dificuldade de apoio para a publicação dos seus livros, infelizmente...

Paulo Afonso - de pouso de boiadas a redenção do Nordeste. Publicado em 1995 com o patrocínio da Câmara Municipal de Paulo Afonso (gestão vereador Marcondes Francisco da Silva). Foi totalmente distribuído pela CMPA. Esgotado.

As dificuldades encontradas em 1995, parece que aumentaram e continuamos teimosos porque a venda dos livros, no nosso caso, de tiragens pequenas e caras, nem sempre paga o custo, desde os longos anos de pesquisa até a impressão na gráfica...

Mas, seguimos na luta porque acreditamos que os que moram nesta região e os pesquisadores de todo o mundo precisam conhecer estas histórias de todos nós.

Prof. Antônio Galdino

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CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DO PROFESSOR PEREIRA E ESPOSA NO CARIRI CANGAÇO PIRANHAS 2015!


Falou em Cariri Cangaço falou em Professor Pereira, dito isso... Mais uma espetacular CONFIRMAÇÃO para nosso Cariri Cangaço Piranhas 2015. O maior livreiro das temáticas sertanejas, do Brasil. PROFESSOR PEREIRA também estará abrilhantando nosso CARIRI CANGAÇO PIRANHAS 2015 ! Todo o sertão num só coração !!!

Manoel Severo Barbosa - www.cariricangaco.com

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PORTA-VOZ DE VARGAS11188204_1438102586502944_3765182322710883416_n


"A redação de A Noite Ilustrada funcionava na Praça Mauá, 7, centro do Rio de Janeiro, e onde ficavam redações de jornais e revistas, e emissoras de rádio importantes. Lançada em 1930, a publicação surgira como um marco por sua qualidade de impressão, graças ao moderno sistema de rotogravura. Pertencia ao jornal A Noite, mesmo diário fundado por Irineu Marinho e Geraldo Rocha. A Noite sobrevivera ao longo da década de 1930 sob o duro castigo de ter apoiado o grupo derrotado pela Revolução de 1930.

Na ocasião, sua redação foi saqueada e incendiada e Rocha se refugiou em Minas Gerais. O diário sofreu intervenção do governo. Pressionado, Rocha reconheceu em cartório que tinha dívidas e abriu mão de seus bens para os bancos do governo, inclusive de A Noite. O jornal se tornou, então, uma espécie de órgão a serviço de Vargas e radicalizou seu oficialismo com a decretação do Estado Novo, em novembro de 1937, quando assumiu a mesma postura nazifascista do ditador brasileiro. Essa orientação editorial dava o tom na cobertura do massacre de Angicos e no modo de como a tropa do Exército foi tratada.
“Consciente da enormidade de seus crimes, o cangaceiro não suportava a ideia de expiá-los. Pode suceder, também, que um amor próprio a seu modo lhe fizesse intolerável à possibilidade de vir a ser dominado pelos que considerava inimigos odiosos.” Ou seja, sua decisão era de jamais se deixar prender vivo pela política. Cometeria suicídio antes. 


“Verificou-se ainda que Lampião foi colhido por uma rajada de balas, pois seu famoso punhal, de cabo trabalhado a ouro e marfim, foi atingido numa das lâminas, e a própria cartucheira do bandido, onde o ímpeto de uma das balas que recebeu detonou outra da própria cartucheira do antigo ‘Terror do Nordeste’, que o atingiu mortalmente.”


O que se nota em toda a edição de A Noite Ilustrada é que em nenhum lugar são ditos os nomes do repórter e do fotógrafo, embora eles aparecessem em duas fotos e fossem assim identificados. Em uma delas, o fotógrafo, de óculos, posava à frente dos voluntários e soldados, sorrindo para a câmera. Em outra, o jornalista cumprimentava o aspirante Ferreira, cercados de soldados que apoiavam as mãos nos ombros dos dois. Uma legenda informava: “O corpo do bandoleiro foi identificado e fotografado por um dos enviados de A Noite Ilustrada na grota de Angicos, sendo que outros ali voltaram, ainda, depois, a fim de minudenciar o terreno fotograficamente, facilitando uma reconstituição do choque entre a polícia e os bandoleiros”. A edição trazia também o primeiro episódio de uma série em quadrinhos sobre a vida do cangaceiro, roteirizada e ilustrada por Euclides L. Santos. Com dez quadrinhos cada página, iniciava uma série que seria publicada duas vezes por semana no jornal A Noite, nos cinco meses seguintes(...)".

(Transcrito)

Fonte: facebook

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QUADRANTE 45 VIAGEM NO TEMPO (FICÇÃO) - PARTE IV

Por Raul Meneleu Mascarenhas






CONTINUA...

http://meneleu.blogspot.com.br/2015/04/lampiao-o-retorno-quadrante-45-uma.html

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