Coluna
Especial por Clemildo Brunet - Publicado em
08/08/2013
Natural de
Pombal-PB – VERNECK ABRANTES DE SOUSA nasceu no dia 08 de agosto. Filho de José
Benigno de Sousa (Lelé) e Elisa Abrantes de Sousa (In memoriam), Irmão de:
Elieaer Ghandi Abrantes de Sousa (In Memoriam), Elisane, Eliene, Maria do
Socorro (In Memoriam), José Filho, Francisco José e Cândida Abrantes de Sousa.
O nosso
homenageado tem nível superior de engenheiro agrônomo formado pela CCT/UFPB -
Campos III de Areia com formação profissional tendo cursos de especialização em
Agronegócio, Agente de Inovação e Difusão tecnológica, e Irrigação e Drenagem,
todos esses pelo Campus II da UFPB de Campina Grande. Ativo na sua área de
trabalho participou de vários Seminários e Congressos.
Sua consorte é
Berta Leonia e da união conjugal nasceu Alana Alcântara Formiga de Abrantes.
Verneck exerce a função de Assessor Regional da Emater com sede em Campina
Grande.
Foi eleito em
2005 Coordenador Regional do Sindicato dos Engenheiros no Estado da Paraíba e
Conselheiro do CREA-PB. Eleito em 2007 para Academia Brasileira de Extensão
Rural com sede em Brasília. É sócio honorário do Instituto Histórico e
Geográfico do Cariri Paraibano. No ano de 2002, foi eleito Titular do Conselho
Fiscal do Sindicato dos Trabalhadores em Extensão Rural da Paraíba-SINTER-PB.
Coleciona e
possui um grande arquivo fotográfico sobre a cidade de Pombal e sua gente. Em
2005 fez viagem internacional chegando a conhecer, Portugal-Lisboa e Fátima;
Itália-Roma, Pádua, Assis, Veneza; Suíça - Lucerna; França – Paris.
VERNECK, O
PESQUISADOR
O nosso
homenageado demonstrando a sua vocação de escritor e historiador, começou a
fazer pesquisas em torno da história de Pombal e desvendou alguns mistérios que
deixavam dúvida. Por exemplo, o caso da Cabocla Maringá. Diz Verneck: “uma
Canção homenageia a cidade de Pombal”. Maria é um nome comum nos sertões
nordestinos. Ingá, uma cidade do agreste paraibano.
“A junção de Maria
com Ingá deu formação à palavra Maringá, por exigência métrica de composição”.
Em outro trecho do livreto Nossa História, Nossa gente Nº 03, ele retrata com
precisão a existência dessa cabocla: “Acredita-se que ela morou no sertão da
Paraíba nos idos da seca de 1921, mais precisamente em uma das ruas periféricas
da então pequenina e graciosa cidade de Pombal, e depois de ali viver por
indeterminado tempo, partiu numa leva de retirantes a caminho de outras
paragens, onde o céu fosse mais complacente e a terra menos desventurada”.
O certo é que
Maria partiu deixando uma lacuna entre os pombalenses que ficaram, segundo
informações de Ruy Carneiro na época um jovem que gostava de serestas aos 20
anos de idade.
Segundo
comentários, Ruy Carneiro, que depois daquela época viria a ser Interventor da
Paraíba, Senador da República e que em 1932 era chefe de gabinete do então
Ministro da Aviação e Obras públicas José Américo de Almeida, teria comentado
de forma sutil no Rio de Janeiro no momento de uma conversa informal os
sentimentos de saudade por essa cabocla, quando no diálogo com um consagrado
músico e um político, comentando as coisas do sertão; como as secas e as levas
de retirantes.
Ruy Carneiro
instigou o poeta a compor uma música que falasse sobre a seca no sertão. Esse
poeta era o compositor Joubert de Carvalho, que de inicio, pensou na cidade do
Ministro; como a cidade de Areia não dava rima, virou-se para Ruy Carneiro e
perguntou: onde você nasceu? Nasci em Pombal Sertão da Paraíba. Pombal da rima
e ai Ruy começou a contar sobre a devastação da seca citando vários lugares,
destacando a cidade de Ingá.
E assim o
compositor fez a junção das palavras e deu Maringá. “Há quem diga que Ruy
Carneiro colaborou na letra e na música”
ORIGEM DO NOME
POMBAL
Outro ponto da
história de Verneck: Foi à questão do nome Vila Nova de Pombal, que segundo
Irineu Joffily, quando escreveu, “Notas Sobre a Paraíba” deu a versão que era
em homenagem ao Marquês de Pombal, I Ministro de Dom José I, rei de Portugal e
que foi recebida sem averiguações por todos os autores que lhe seguiram, daí o
equivoco.
O nome veio em
decorrência de se homenagear uma cidade de Portugal chamada Pombal. A carta
Régia de 22 de julho de 1766 mandava erigir novas vilas e denominá-las com nome
de localidades e cidades de Portugal.
AS TRÊS DATAS
Em um de seus
escritos publicado em 2004, Vernekc destaca a importância das três datas de
Pombal. “Pombal foi o primeiro núcleo populacional do sertão paraibano, tem 306
anos de fundação, 232 de Vila e Emancipação Política e, 142 de cidade”.
Quanto mais
antigo o lugar, maior referencial histórico e cultural para os seus filhos,
portanto, é interessante valorizar e divulgar a data de sua Fundação, 27 de
julho de 1698, a qual contempla Pombal com 306 anos de fundação.
“Propagar”
isso não é difícil, “porque o dia do aniversário da cidade é 21 de julho e da
fundação 27 de julho, as datas estão próximas, assim, na mesma semana poderemos
comemorar as duas datas, claro, referenciando a maior e, logicamente, mantendo
a tradição da festa no mês referenciado. Esperando a quebra do paradigma e a
valorização da nossa história”.
DEFENSOR DO
PATRIMÔNIO HISTÓRICO
Verneck é um
historiador que não somente se preocupa com a veracidade dos fatos, como também
é um defensor intransigente do nosso patrimônio histórico. Numa determinada
ocasião em uma Festa do Rosário, em um compartimento da velha Igreja, alguém
entendeu de realizar uma reforma para o estabelecimento de uma cantina que
serviria para a barraca da Igreja, ocasionando mudança no aspecto físico do
imóvel sem o mínimo respeito ao patrimônio histórico; pois bem, Verneck
juntamente com o seu amigo também escritor Jerdivan Nóbrega, protestou contra
tal absurdo, ocupando emissoras de rádio e denunciando aos órgãos competentes,
até que medidas foram tomadas no sentido de repor tudo no seu devido lugar.
FESTA DO
ROSÁRIO
Outro ponto
importante a se destacar é quanto a referencia feita a maior festa frequentada
por pombalenses que estão distantes e turistas, e que alguns por
desconhecimento de causa a chamam de Festa de Nossa Senhora do Rosário, Verneck
conseguiu nas suas pesquisas um dado importante: “A Festa não é de Nossa
Senhora do Rosário é simplesmente Festa do Rosário, numa alusão ao rosário e
não a Santa do Rosário”.
EM DEFESA DA
CASA DA CULTURA
Em 2004
Verneck Abrantes juntamente com o colunista José Tavares Neto, enfrentou uma
luta em defesa da conservação da Casa da Cultura de Pombal que tem como sede o
prédio da Cadeia Velha de nossa cidade. É que na época a Casa da Cultura estava
uma lástima sofrendo um desprezo total por parte do Poder Público Municipal, já
que os fundadores da instituição abandonaram de vez o órgão e estava entregue
ao deus-dará.
Foi publicado
em livro e distribuído gratuitamente com a população um manifesto em defesa do
Patrimônio Histórico, intitulado “A Cadeia Velha de Pombal”. Obra da lavra de
Verneck e José Tavares, onde consta o protesto de muitos pombalenses em torno
do assunto.
Graças a essa
manifestação o Poder Público Municipal resolveu tomar conta e restaurou a Casa
da Cultura que hoje se encontra aberta para visitação de todos. Além das
publicações em Revistas e Jornais desde histórias de Pombal as mais antigas até
os dias atuais,
OBRAS
PUBLICADAS
Verneck tem
também escrito sobre assuntos relacionados com o profissionalismo que ele
exerce e a sua função na Emater em Campina Grande. Dentre os livros publicados
do nosso homenageado, podemos destacar: A Cadeia Velha de Pombal - manifesto em
defesa do patrimônio histórico com José Tavares. (Gráfica Andyara) 2004; Um
Olhar sobre Pombal Antigo- (Editora União) 2002; A Trajetória Política de
Pombal-(Editora Imprell)1999; O Velho Arraial de Piranhas (Pombal) de Wilson
Seixas. Revisão crítica com Evandro da Nóbrega e Jerdivan Araújo-2004;
Belarmino de França – Um Trovador do Sertão-com Irani Medeiros-2006; Série
Nossa história, nossa gente- A Cadeia Velha de Pombal; A Cruz da Menina de
Pombal e Maringá. E em 2012 no Sesquicentenário de Pombal publicou o livro
“Memorial fotográfico” FESTA DO CENTENÁRIO DA CIDADE DE POMBAL-PB 21 de julho
de 1962.
Verneck tem
uma atuação na vida cultural e social de Pombal, já atuou em teatro e até como
figurante na longa metragem “O Salário da Morte”, filme rodado em Pombal por
iniciativa de W.J.SOLHA, assim como na Diretoria da Associação dos Estudantes
Universitários de Pombal (AEUP).
Nesta justa
homenagem que prestamos ao jovem escritor e historiador, nada mais justo de
chamá-lo de O HISTORIÓGRAFO NATO como ele muito bem expressa:
“Pombal foi o
berço, a porta de entrada para a civilização sertaneja. Arraial, Vila e Cidade
de Pombal; Os caminhos de luta fazem sua sequência histórica”.
PARABÉNS
VERNECK, FELIZ ANIVERSÁRIO!
Pombal, 08 de
agosto de 2013
Clemildo Brunet é Radialista. Considerado o precursor da Comunicação em Pombal. Atualmente, é Colunista em vários sites do Sertão e responsável pelo blog www.clemildo-brunet.blogspot.com
FONTE: http://www.liberdade96fm.com.br/colunistas/clemildobrunet
Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço José Romero Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com