Por José Mendes Pereira
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Por Beto Rueda
Naquele 25 de
maio de 1940, o combate entre a volante de Zé Rufino e Corisco não foi
necessariamente um fogo, como nominavam os tiroteios entre as volantes e os
cangaceiros. Corisco não estava mais a frente de seu grupo principal.
Na
oportunidade viajavam Corisco, Dadá, Rio Branco, Florência e a menina Zefinha.
Não estavam mais atuando como cangaceiros, já não usavam mais sua
característica indumentária. Vestidos como civis e carregando o que restara dos
espólios do cangaço, viajavam em fuga, rumo a uma vida clandestina e distante
das caatingas que dominaram por anos.
O pequeno
grupo seguia viagem e, à altura da cidade de Barra do Mendes, Bahia, pediram
pouso na fazenda Pacheco. Passavam-se por romeiros em direção a Bom Jesus da
Lapa. Possivelmente o destino final seria o Estado de Minas Gerais.
Na época
Corisco já não lembrava nem de longe o estereótipo de guerreiro que havia
adquirido nos anos de combate. Deficiente de ambos os braços em decorrência de
ferimentos a bala, já sem a sua famosa cabeleira alourada, era alcoólatra e
tinha dificuldades em atirar.
Em Patrocínio
do Coité (Parapiranga), o tenente Zé Rufino buscava rastrear o último grupo de
cangaceiros que ainda perambulavam em liberdade. Perspicaz e incansável, ele
conseguiu pistas do possível paradeiro de Corisco.
O grupo de
soldados chega a fazenda Pacheco onde estavam os retirantes. Dadá é a primeira
a perceber a chegada da volante e alerta Corisco que prontamente começa a
atirar contra os policiais. Rio Branco e Florência estavam afastados e fugiram
ao escutar os primeiros disparos. Corisco e Dadá enfrentaram sozinhos o grupo
volante enquanto a menina Zefinha se escondia embaixo da cama.
Em poucos
minutos de ação efetiva, Dadá é baleada e cai no chão, gritando para que
Corisco fuja, mas não houve tempo. Alvejado por uma rajada de metralhadora
disparada pelo soldado Mulungu, cai com as vísceras à mostra. Estava
mortalmente ferido mas ainda respirava.
O cangaceiro
Corisco, valente e afamado, morre horas depois. Dadá é operada, tem a perna
amputada, mas sobrevive.
Acaba-se assim
os dias de cangaço no Nordeste brasileiro.
Fonte:
AMARAL, Moisés
Santos Reis. Liberino Vicente e o cangaço. Cangaço em Revista, Salvador, v.2,
p. 1-115, 2023.
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