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quinta-feira, 6 de junho de 2019

O OUSADO ATAQUE À MOSSORÓ

Por José Mendes Pereira

O capitão Lampião está entrando na cidade de Mossoró no Estado do Rio Grande do Norte e o seu objetivo é extorquir a Prefeitura Municipal de Mossoró com 500 contos de Réis, mas resolveu deixar por 400 contos de Réis. Não se preocupe com isso, ele não irá levar nada da cidade. Seus planos não serão cumpridos. Vamos segui-lo? 

Para você saber como aconteceu os planos de assaltar a maior cidade do Estado do Rio Grande do Norte  basta adquirir o livro do escritor José Bezerra Lima Irmão "Lampião a Raposa das Caatingas" através deste e-mail: franpelima@bol.com.br.



Tudo sobre a tentativa de assalto à Mossoró você irá encontrar a partir da página 240 até 267. Muito gostoso de ler. Adquira logo. O livro tem tudo que você deseja saber sobre Lampião e sobre o cangaço de modo geral. Não deixa para depois, porque poderá ser tarde e não mais consegui-lo.

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TUDO LEVA A CRER...


Por Geraldo Júnior

... que a verdadeira naturalidade do cangaceiro Virgínio Fortunato da Silva, viúvo de Angélica Ferreira irmã de Lampião, foi finalmente desvendada.

A localização de um antigo documento que foi realizada pelo potiguar Júnior Galdino de Azevedo, poderá colocar um fim sobre o mistério da origem de Virgínio Fortunato da Silva o vulgo cangaceiro "Moderno" o capador.

O documento atesta que o cangaceiro em questão teria como nome verdadeiro VIRGÍNIO FORTUNATO DA SILVA NETO e não Virgínio Fortunato da Silva e seria natural da antiga Vila de Flores (Atual Florânia/RN) e não do município de Alexandria no estado do Rio Grande do Norte, como acreditávamos até o presente momento.

Nos próximos dias estarei publicando maiores detalhes a respeito.

Creio que a biografia do cangaceiro em questão terá que ser novamente revista e corrigida. Contra provas não há argumentos.

Vou analisar com calma e depois dar um parecer sobre o assunto.


Meu agradecimento ao meu camarada Kleydson Eduardo (Florânia/RN), que gentilmente me enviou esse material em primeira mão.

Aguardem.



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CASA DA CULTURA DE PERNAMBUCO - ANTIGA CASA DE DETENÇÃO DO RECIFE

Por José João Souza

A Casa da Cultura de Pernambuco é um dos maiores polos de comercialização de artesanato do Recife e um dos cartões postais do estado. O imponente prédio onde está instalada foi construído para abrigar a antiga Casa de Detenção do Recife, que permaneceu por mais de um século como a mais importante penitenciária de Pernambuco, e lá foi preso o assassino de João Pessoa, João Dantas, que foi assassinado, mas disseram que foi suicídio. O presidio também abrigou diversos cangaceiros, entre eles Antônio Silvino, conhecido como Rifle de Ouro. Hoje, as antigas celas são ocupadas por lojas, associações culturais e lanchonetes. A Casa conta ainda com teatro e anfiteatro que acolhem ações formativas e espetáculos de teatro, música e dança promovidas ou apoiadas pelo Governo do Estado através da Fundarpe.

Inaugurada no dia 25 de abril de 1855, a antiga Casa de Detenção do Recife é uma das maiores edificações do século XIX, localizada próximo a duas expressivas obras desse século: a Estação Ferroviária do Recife e a Ponte 6 de Março (mais conhecida como a Ponte Velha). O projeto original é de autoria do engenheiro e urbanista José Mamede Alves Ferreira, responsável por outras obras importantes na cidade, como o Hospital Pedro II e o Ginásio Pernambucano. A construção de Mamede segue o modelo “panopticon”, obedecendo aos padrões tradicionais de segurança das penitenciárias da época.

Após funcionar 118 anos como presídio, em 1973 o então governador Eraldo Gueiros Leite determinou o fechamento da Casa de Detenção do Recife. No mesmo ano, um plano de restauração do edifício foi elaborado e a partir de 14 de abril de 1976 o prédio se tornou a Casa da Cultura de Pernambuco. Essa mudança de penitenciária para centro cultural havia sido idealizada e planejada cerca de dez anos antes, pelo artista plástico Francisco Brennand, na época em que era o chefe da Casa Civil do Governo do Estado. Convidados por Brennand, a arquiteta Ítalo-brasileira Lina Bo Bardi e o arquiteto Jorge Martins Júnior foram os responsáveis pela elaboração do projeto de renovação e adequação do edifício.

A Casa da Cultura abriga dois painéis do pintor pernambucano Cícero Dias, que representam a Revoluções Pernambucanas de 1817 e 1824. Além do Teatro Clênio Wanderley, do Palco Nelson Ferreira e mais de 110 lojas de arte e artesanato, a Casa é endereço da sede de movimentos, associações e sindicatos como o Movimento Negro Unificado, Anistiados Políticos, Sindicato de Artesãos da Região Metropolitana do Recife e de Pernambuco.


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ASCRIM/PRESIDENCIA – CONFIRMAÇÃO E RETRANSMISSÃO AO CONVITE DA ESCRITORA IVANILZA SILVA DO NASCIMENTO – LANÇAMENTO LIVRO AUTORAL “UM ANJO EM MINHA VIDA”- OF. Nº 011/2019.

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ASCRIM/PRESIDENCIA – CONFIRMAÇÃO E RETRANSMISSÃO AO CONVITE DA ESCRITORA IVANILZA SILVA DO NASCIMENTO – LANÇAMENTO LIVRO AUTORAL “UM ANJO EM MINHA VIDA”- OF. Nº 011/2019.

MOSSORÓ-RN, 06 de JUNHO de 2019.

“RECEBES ESTE EXPEDIENTE PORQUE A ASCRIM O(A)VALORIZA E RESPEITA, PELO ALTO NÍVEL DE QUEM TEM O PRESTÍGIO DE SER ASSIM CONSIDERADO(A).” 

   É PRAXE DESTA PRESIDÊNCIA, QUANDO OFICIALMENTE CONVIDADO(VIA EPISTOLAR OU ELETRÔNICA), TEMPESTIVAMENTE(3 DIAS CORRIDOS), DIGNAR-SE RESPONDER, EM TEMPO HÁBIL, AOS ECLÉTICOS CONVITES DOS, EXCELENTÍSSIMOS PRESIDENTES ENTUSIASTAS DE ENTIDADES LITERÁRIAS, EXEMPLO QUE NOTABILIZA O VIÉS DE UM DIRIGENTE INTELECTUAL CORRESPONDER A ESSE ECLETISMO, PORQUE SABE A DIFERENÇA ENTRE O LIAME DA PARTILHA E DO PRESTÍGIO QUE ASCENDE E CRESCE, NO INTERCÂMBIO DOS QUE RESPEITAM OS ABNEGADOS DEFENSORES DA CULTURA MOSSOROENSE.
   NESTA SINTONIA, UM CONVITE PARA PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS CULTURAIS/SOLENES E A CONFIRMAÇÃO, PERMUTADA, RECÍPROCA DOS PARTICIPANTES E ENTIDADES SINGULARES, MERECE E FUNCIONA COMO UM “FEEDER”, EVIDENTE, REPASSADO A TODOS OS ACADÊMICOS E INTEGRANTES DE SEUS CORPOS ADMINISTRATIVOS/SOCIAIS, PELO SEU PRÓPRIO DIRIGENTE, CUJO ESSE FEEDBACK ALIMENTA, NATURALMENTE, O FERVOR E A CONSIDERAÇÃO EM QUE SINGRAM OS INTELECTUAIS E SERVIDORES   DESSAS PLÊIADES.

   DESTA FORMA, AGRADECENDO O CONVITE DA ACADÊMICA DA ASCRIM, ESCRITORA MOSSOROENSEIVANILZA SILVA NASCIMENTO, RESERVO-ME ATRIBUIR MESMO VALOR DE PARTILHA, DIZENDO QUE É UMA HONRA  CONFIRMAR PRESENÇA AO “LANÇAMENTO DO LIVRO AUTORAL ““UM ANJO EM MINHA VIDA”” QUE REALIZARÁ A PARTIR DAS 17:30HS NO PRÓXIMO DIA 07/06/2019(SEXTA-FEIRA), NA BIBLIOTECA MUNICIPAL NEY PONTES, CENTRO NESTA URBE.

   DE IGUAL MODO CONFIRMO A PRESENÇA DA ACADÊMICA DIRETORA DE EVENTOS ARTÍSTICOS DA ASCRIM, MARIA GORETTI ALVES DE ARAÚJO.
      PORTANTO, REPASSO, COM SATISFAÇÃO, O ASSUNTO DO ALVO CONVITE, DE IGUAL MODO, POR CÓPIA, A0S INSIGNES DIGNITÁRIOS ELENCADOS NO “POST SCRIPTUM”,-OS QUE DISPONIBILIZARAM, GENEROSAMENTE, SEUS ENDEREÇOS ELETRÔNICOS, POR SER DO INTERESSE, CLARO, DOS MESMOS-, TOMAREM CONHECIMENTO E DIGNAREM-SE, DO SEU MISTER, CONFIRMAR SUAS HONRADAS PRESENÇAS, JUNTAMENTE COM AS EXCELENTÍSSIMAS FAMÍLIAS CONSORTES.  
    CONCLAMANDO AOS ACADÊMICOS E POTENCIAIS CANDIDATOS DA ASCRIM, QUE COMPARECEREM E SE APRESENTAREM COMO TAIS NO EVENTO SUPRAMENCIONADO, DEVEM USAR, RESPECTIVAMENTE,TRAJE A ALTURA E DÍSTICOS DO UNIFORME COMPLETO OFICIAL DA ASCRIM(PELERINE E/OU MEDALHÃO),  ATRIBUTO SIGNATÁRIO DO DECORO INTELECTUAL E ORGULHO DA MORAL QUE ASSIM OS IDENTIFICA, ENTRE OS PARES, EM ATIVIDADES CULTURAIS DESSA GRANDEZA.


SAUDAÇÕES ASCRIMIANAS,

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO
-PRESIDENTE DA ASCRIM
P.S.: 1. CONSIDERANDO A ESSÊNCIA DA HUMANIDADE INTELECTUAL, INSERIDA NA REPRESENTATIVIDADE DE TODOS SEGMENTOS SOCIAIS ABAIXO RELACIONADOS, ENCAMINHA-SE ESTA CÓPIA ORIGINAL, EM CARÁTER PESSOAL DIRETO AOS  INSIGNES DIGNITÁRIOS:
  
EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES, DIRIGENTES E AUTORIDADES DE ENTIDADES GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, MAÇONICAS E MILITARES.
REVERENDÍSSIMO(A)S PRESIDENTES, DIRIGENTES E AUTORIDADES DE ENTIDADES RELIGIOSAS.
MAGNÍFICOS REITORES E AUTORIDADES DE UNIVERSIDADES.
EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES DE ENTIDADES E INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS.
EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES DE ENTIDADES CULTURAIS E INSTITUIÇÕES CONGENERES.
EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES DE ENTIDADES EDUCACIONAIS E INSTITUIÇÕES CONGENERES.
ILUSTRÍSSIMO(A)S DIRIGENTES DE INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS, EDUCACIONAIS E DE CIDADANIA.
ILUSTRÍSSIMO(A)S JORNALISTAS E COMUNICADORES.
DIGNOS ACADÊMICO(A)S DE ENTIDADES CULTURAIS E INSTITUIÇÕES CONGENERES
DIGNOS ACADÊMICO(A)S DA ASCRIM.
DIGNOS POTENCIAIS CANDIDATO(A)S A ACADÊMICO(A)S DA ASCRIM.

LEMBRETE: LEIAM O SITE PROVISÓRIO DA ASCRIM CLICANDO NO LINK https://assocescritoresmossoroenses.com/ (MATÉRIAS IMPORTANTES ENTRE OUTRAS: DETALHES DA ATIVAÇÃO DA ACADEMIA DOS ESCRITORES DA ASCRIM, POTENCIAIS CANDIDATOS A ACADÊMICOS,ETC


Enviado pela ASCRIM

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FAMILIARES - Publicado em 2011

E o Barra Nova? 

O cangaceiro Barra Nova foi um dos cabras que deixou poucos relatos sobre sua vida. Sabe-se que andava diretamente no grupo de Lampião. E que o seu verdadeiro nome era Manuel Maurício.

A fotografia abaixo estava em seu embornal quando foi morto pelo tenente Zé Rufino e o próprio Zé a deu de presente, na década de 60, a João Maurício, filho do cangaceiro.

Sabonete, Barra Nova e Luis Pedro

Recentemente conheci o senhor José Aldino, residente no povoado Alto dos Coelhos, município de Água Branca, Alagoas, e foi ele quem me levou até o senhor João.

Conversamos durante algumas horas e várias passagens do cangaceiro me foram relatadas, desde os motivos que o levaram a entrar no cangaço, até a morte pelas mãos do famoso tenente Zé Rufino. A história tem muitos pormenores, assim como detalhes que ainda são inéditos e que estarão em breve registrados em um livro.
 Da esquerda pra direita: João de Sousa Lima, João (filho de Barra Nova) e José Aldino. 
João Maurício, exibe em suas mãos a foto postada no alto deste artigo e na fotografia grande um "retrato pintado" de Barra Nova.

José Aldino é um dos guardiões das histórias do Alto dos Coelhos, e atende a todos que buscam informações, com uma educação só encontrada nos homens sábios. Agradeço a fotografia a João Maurício e José Aldino. Em breve teremos um capítulo sobre a história de Barra Nova.

João de Sousa Lima
Pesquisador e escritor, Paulo Afonso, BA

Pescado no : Açude do primo


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PIONEIROS

Adolfo Meia-Noite 
por Yoni Sampaio

Em 1877, quando Antonio Silvino tinha apenas 2 anos de idade, Adolfo Meia-Noite já dominava a região como cangaceiro. Ele com seus dois irmãos Manoel e Nobelino, por uma questão de honra, tiveram que se armar contra o desafeto conhecido como padre Quaresma (apelidado de padre, não se sabe por quê) - um comissário de polícia, subdelegado naquela época. A razão dessa animosidade: uma paixão amorosa.


Adolfo era o galã da vila, disputado pelas garotas da localidade e, por inveja, o subdelegado traiçoeiramente o prendeu na localidade Varas, enviando-o à Ingazeira.

Como não havia segurança nas cadeias daquela época, é colocado em um tronco. Quinze dias se passaram sem que seus familiares soubessem, porque o mesmo se achava incomunicável.

Através de um conhecido foram informados que Adolfo tinha sido fichado como ladrão de cavalo e que, se não o libertassem, ele iria morrer. A essa altura Adolfo não sabia qual a razão de estar preso, até que o tenente responsável por sua prisão lhe disse:
Você conhece Padre Quaresma?
Sim, disse o preso.
Pois ele mandou um presente.
Ele respondeu:
Nada tenho a receber de um homem que me botou aqui sem eu merecer.
Então o tenente lhe deu vinte lapadas com uma vara de espichar couro. A partir daquele momento ele ficou sabendo por quem e por que estava preso. E veio o desejo de vingança que tanto prejuízo causou a si e à família.

A partir daí a vingança prevaleceu, sendo o comissário a primeira vítima e, em conseqüencia, sua família se viu obrigada a se mudar.

Por mais de cinco anos Adolfo e seus cangaceiros dominaram o Pajeú. Não só por esse trio era formado o grupo; Oiticica - cangaceiro de destaque - que também era seu parente, tombou em combate contra os “Quicés” que moravam no sítio Tamanduá e foram testemunhas contra Adolfo, quando foi preso. Nesse combate os ‘Quicés’ perderam dois membros da família. Eram eles parentes de Praxedes José Romeu, muito valente. Sob o comando de Praxedes cercaram a fazenda Volta e, por não encontrarem Adolfo, assassinaram o seu irmão Pacífico, que além de criança era retardado. Daí por diante o “granadeiro” falou.

Adolfo chegou a comandar dez cangaceiros. Não se registrou nenhuma Vila ou Cidade que ele não tivesse assaltado. Mas, ainda se vê no distrito de Jabitacá suas tradicionais trincheiras construídas de pedras soltas. As que mereceram mais atenção foram as da serra do Brejinho.

Sobre aos nomes dos seus cangaceiros pouco se sabe, a não ser o de “Manoel do gado”, antigo marchante; e Almeida, filho natural da serra da Colônia, assassino frio que matou um primo do sítio Extrema por uma simples rapadura.

Adolfo não estava presente e censurou essa atitude. Era Almeida de inteira confiança do chefe. Num certo dia pediu para visitar a família e quando retornou vinha “peitado” para matar Adolfo. Mas, foi mal sucedido, ganhando a morte pela infidelidade. Adolfo foi considerado a ovelha negra da família.

Outra versão sobre Adolfo Meia-Noite - “Era considerado um homem manso e romântico. Seu grande pecado foi a paixão que tinha pela prima, filha de um rico e poderoso fazendeiro daquelas ribeiras que, não achando ser o negro merecedor da donzela, mandou prendê-lo e açoitá-lo ao tronco colonial.

Quando foi liberado do castigo, seu pai, sabendo do ocorrido, recusou-lhe a bênção porque ele não havia lavado sua honra com o sangue do tio. Na mesma noite, Adolfo esgueirou-se para dentro da casa do tio e o matou, fugindo em seguida para o vale do Rio Pinheiro. Como havia matado pessoa influente na região, virou foragido da justiça tendo que passar o resto de sua vida a fugir da polícia, levando consigo os irmãos Manuel e ‘Sinobileiro’.

Apesar de ter se tornado cangaceiro, Meia-Noite era tido como homem justo e pacífico. Isto ficou evidenciado num episódio em que ele e seu bando prenderam o negro Periquito, que levara consigo alguns bens do seu patrão.

O bando pressionava Periquito, querendo o dinheiro que este levava, quando Adolfo colocou-se contra aquela situação, dizendo aos companheiros:
Vocês não vêem que se ele leva dinheiro, este não lhe pertence?
E dirigindo-se ao escravo pergunta:
Levas dinheiro contigo?
Sim, senhor - respondeu periquito.
- Levo 500 mil réis do Sr. Paulo Barbosa.
Ao ouvir esta resposta o bando se excita, mas o cangaceiro os repele:
Vá embora. Se precisar de alguma quantia, irei tomá-la do seu senhor, e não de você, que não é dono, pois se eu o fizer, certamente seu amo não irá acreditar na sua estória, e irá castigá-lo."

Adolfo morreu na Paraíba, em confronto com a polícia.

[O cangaceiro era neto do inglês Richard Breitt, traduzido logo pela gente da terra como Ricardo Brito, (embarcadiço, que chegando ao Recife, com 11 anos, no início do século XIX, internou-se pelo interior, no lugar Volta e não mais regressou. Ligou o seu destino ao de uma sertaneja, da família Siqueira Cavalcanti, conforme informações, e, segundo outras, a uma descendente do mameluco Amorim, que provinha dos índios da serra de Jabitacá. Richard Breitt depois de muitos anos foi convidado a regressar a sua terra, Londres, para receber grande fortuna, de herança que lhe pertencia. Por amor à família tudo renunciou. Chegou a ir até o porto da capital, mas lembrando os filhos, foi tirando os troços de volta já na hora da partida). Chegou à decadência devido a um dos seus netos - o temido Adolfo Rosa Meia-Noite (filho de sua filha Riqueta com Leandro) ter se tornado cangaceiro.]

Fonte: "Jabitacá" - Dois documentos para a sua história (Yoni Sampaio);
Pescado no açude: Afogados da Ingazeira


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CONFISSÕES EM SILÊNCIO

*Rangel Alves da Costa

Uma verdade: de repente a gente deseja se refazer por inteiro. Também uma necessidade: já não nos cabe acumular tanto daquilo que nada progrediu em nosso ser. Contudo, muito perigoso ao desejar olhar somente à frente sem querer olhar atrás.
Não há como apagar tudo de vez. Por mais esforço que se faça, restos e vestígios continuarão como marcas e recordações. Mas fingimos conseguir. É fácil dizer que o que passou não existe mais.
Já não sei quem sou eu agora. Mas por culpa minha. Ao tentar me refazer, eis que me refiz demais. Apaguei, escondi, desfiz, ocultei, tornei o existente em inexistente. Para o bem ou para o mal, mas a verdade é que mudei demais.
Qual o motivo de agir assim, de tanto modificar o passo, o caminho e até mesmo o destino? Ora, mas que pergunta. Será que vale a pena tanto mudar para, na mudança, enfim, ser feliz no amor?
Sim, tudo por amor. Por que a incompletude, por que a carência, por que o desamor, por que a solidão? Não deveria ser tão difícil assim amar. Mas como tudo tentei e não amei, então tudo mudei.
Apaguei todos os rastros meus. Na minha estrada já não existe por onde caminhei. Olhar atrás já não se avista por onde passei. Quem sou eu agora?
Risquei por cima de todos os escritos meus. Borrei, sujei, estraçalhei todo o começo e todo o fim, todo ponto e toda vírgula, até mesmo o que eu rabisquei. Quem sou eu agora?
Desamei como desama quem amava por erro ou inocência. Num coração que não cabe em si mesmo, não há lugar para o que por ilusão um dia encontrei. Quem sou eu agora?
Rasguei todos os retratos de ontem até o primeiro dia. Não me quero mais avistar naquilo que já fui e que já não sou mais por que desbotei. Quem sou eu agora?
Findei com o sonho que persistia em me fazer sonhar. A cada dia sonhando e a cada dia vendo que com o sonhado jamais cheguei perto do que procurei. Quem sou eu agora?


Pintei de outra cor onde havia uma cor diferente. O arco-íris não precisa de tanta cor assim. No céu todo azul um monte de amarelo joguei. Quem sou eu agora?
Chorei todo rio, todo mar e todo oceano que havia em mim de uma vez só derramei. Fiz-me tempestade e trovoada e todas as minhas dores eu despejei. Quem sou eu agora?
Pranteei, solucei, lamuriei, e depois de refeito da dor eu me enxuguei. Mil lenços levados ao varal pelo que passei, para não mais dilacerar o que dilacerei. Quem sou eu agora?
Lancei na bacia da fé o que tanto acreditei. Só precisava de um Deus e com Deus eu fiquei. O resto de toda crença eu desacreditei. Mas com Deus eu fiquei. Quem sou eu agora?
Perguntei a mim mesmo se é normal viver envolto à solidão como sempre me dei. E como resposta ter a mesma solidão por que assim quis e sempre procurei. Quem sou eu agora?
Indaguei se é do prazer humano amar para o sofrimento, adorar para o padecimento, querer tanto para o exaurimento. E depois chorei pelo que me perguntei. Quem sou eu agora?
Aplaquei sem o furor do ódio, sem a insensatez da ira, quando reconheci todos os meus erros cometidos. E por isso mesmo ajoelhado me perdoei. Quem sou eu agora?
Queimei os velhos álbuns, os velhos baús, as velharias e os imprestáveis amontoados na alma existentes. Em fogueira grande, imensa, a tudo queimei. Quem sou eu agora?
Rabisquei o último verso para depois rasgar. Por que a poesia se já não há flor, se já não há canção, se o amor não existe mais. Do poeta em mim desgostei. Quem sou eu agora?
Inventei um jeito novo de ser feliz sem forçar o sorriso ou abraçar gelado. Ser apenas o que sou sem nada além. E pensar que fui outro e nunca evitei. Quem sou eu agora?
Reneguei o pão da falsa mão e o abraço da traição. Afasto-me de tudo para não querer ser alcançado pela covardia. Oh quanto fui traído quando me doei. Quem sou eu agora?
Amassei e fora joguei mil bilhetes e cartas. Já não me convence corações desenhados nem lábios de beijo em papel. Talvez não tenha aprendido o que ensinei. Quem sou eu agora?
Perdoei a mim mesmo pelo muito que errei. Errei por amor, errei por paixão, errei pela ilusão, errei. Procurei sempre acertar, mas sei que errei. E me perdoei. Quem sou eu agora?
Encontrei enfim uma voz silenciosa que havia escondida dentro de mim. E ontem mesmo eu a escutei. Ela disse: “Ei, goste de você, eu já lhe falei!”. Quem sou eu agora?
Acreditei que somente mudando eu me reencontraria. E caminhando mais firme do que sempre andei. E buscando mais sabedoria do que agora sei. Quem sou eu agora?
Perguntei, perguntei, perguntei: Quem sou eu agora?
Responderei: humano apenas. E tão humano sempre serei que reconheço ser impossível mudar muito do que imaginei. E por fim direi que amo, amei e sempre amarei!

Escritor
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